Guardachuvadelaura
setembro 25, 2009
DEVENIR...
Pense em um objeto simples. Simples e transparente.
Agora pense que o mesmo objeto possa conter as piores pragas ou as maiores alegrias.
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Eu pensei num copo de vidro bem comum com água cristalina até a metade.
Então pensei num roteiro...
O copo d’água no meio de uma mesa imponente, de mogno, escura.
Ouve-se alguém abrir uma porta. Sapatos. Passos até a mesa.
Uma mão pinga uma única gota no copo. A pessoa sai deixando a porta entreaberta.
Câmera foca o copo que continua translúcido.
A porta se abre devagar e surge um menininho só de fralda, sorridente.
Caminha trôpego equilibrando-se nos seus próprios passos.
Ele vai até uma das cadeiras da mesa. Com dificuldade consegue escalar a cadeira.
Câmera fecha no seu rostinho vitorioso.
O menino vê o copo. Olha para o chão “medindo” o tamanho de seu tombo case falhe na sua próxima aventura. Ele sobe na mesa e engatinha até o copo.
Senta na frente do copo com água pura.
A câmera captura o perfil do menino em frente ao copo. Ele se prepara para pegar o copo com sua mãozinha rechonchuda.
A imagem congela.
Possíveis legendas...
( ) Independência - você também pode conquistar.
( ) Não polua.
( ) Para saber só experimentando.
( ) E se fosse seu filho?
TEMPO DE GOIABA
Sexo, sexo, sexo. E.................................................... sexo.
Onde largo minhas tranças as conversas acabam esbarrando nessa inquietude.
Na academia, nas mesas de bar, nos solilóquios noturnos.
Teoria muito particularizada:
Como se aprende a filosofar? Lendo e questionando. Sexo também.
Como se evolui num esporte? Treinando. Sexo também, claro.
Como aguçamos nossos sentidos para diferenciar um bom vinho?
Experimentando, experimentando. Sexo ahã.
Como aprendemos um instrumento musical?
Ensaiando. Sexo então, nem se fala!
Agora joga tudo isso num casamento de 20, 30 anos embaciado por toda essa falta de estímulos e vê no que dá? Hunhum... Tenho um conhecido que disse que 4 anos é o limite para uma relação saudável.
Olho para a pia da cozinha, transbordando... Casamento é uma tortura, para muitos.
Para outros, castração definitiva até que a morte os separe. E dê-lhe culpa!
Mas, para um tanto de gente é uma via de duas mãos: na minha ou na sua?
Relação a dois, independente de alianças ou escovas de dentes no mesmo copinho de requeijão, está sempre em crise. Quando entra um terceiro (a) é bem capaz de dar uma aliviada. Ou desandar de vez.
Na verdade, não tem nada de mal estar em crise.
Estar em crise é estar se questionando, é viver um conflito existencial. Ou espiritual.
Só isso. O resto é masturbação mental, picuinhas e cobranças.
Como descobri que nesse guarda-chuva também cabe alines e rogérios vejo com interesse descobrir a opinião de cada um nem que fosse por um boteco virtual e cada um na sua caverna, evidente, tomando o maior porre.