ÓSSIP MANDELSTAM

 "Pela alegria tranquila 

de respirar e viver

a quem, diga-me, 

devo agradecer?"

O HERDEIRO DE STALIN?

 A comunidade internacional se calou quando:

 em 2000,  a Rússia bombardeou  a população síria e garantiu a vitória do ditador Bashar al-Assad;

 em 2002, os chechenos ocuparam um teatro em Moscou, e Putin ordenou o uso de um gás letal que matou os 130 reféns.

 Putin é um homem acostumado com a impunidade. Jamais objetaram a sua brutalidade, seu cinismo, seu desprezo pelo ordenamento internacional. 

 Em 2022,  a comunidade internacional finalmente despertou. 

 Marília Fiorillo

profe de Filosofia Política e Retórica na Escola de Comunicações e Artes da USP.

Fui pesquisar mais um pouco sobre os déspotas russos e seus crimes:

GOVERNO STALIN

The holomodor  by Victor Zaretsky, 1989

Consolidou seu regime ditatorial sobre os cadáveres do partido de Lenin.

 “O grande expurgo”, contabiliza 5 a 8 milhões de pessoas detidas no campo. Já as pessoas eliminadas, fisicamente,  seriam 2 milhões.

 1932 e 1933  - a Ucrânia, era o celeiro da URSS, sofre os horrores do governo Stalin. Cerca de 5 milhões de pessoas morrem de fome, com relatos de canibalismo. A tragédia é conhecida como “Holodomor” (“extermínio pela fome”, em ucraniano).

 1940 – Leon Trotsky é assassinado, governo Stalin.

 1953 - "O complô dos médicos", cerca de 40 médicos  presos, na maioria judeus. Stálin promove uma "limpeza antissemita".

No total, Stalin foi responsável pela morte de 20 milhões de pessoas (estimativa com todas as atrocidades somadas) entre esses até quem escrevia contos e poemas, como Isaac Bábel e Óssip Mandelstam. 

Isaac Bábel

GOVERNO PUTIN

 2006 -  o assassinato de Alexander Litvinenko, antigo espião russo que denunciou suspeitas de corrupção no Kremlin, por envenenamento com polónio-210.

2006 - o assassinato da jornalista Anna Politkovskaya, a tiros.

2009 -  o assassinato do advogado Sergei Magnitsky, a tiros.

2013  -  o assassinato do empresário  Boris Berezovsky, forca.

2014 -  a Rússia anexa a península da Crimeia.

2015  -  assassinato do político  Boris Yefimovich Nemtsov, a tiros.

2020 -  Alexei  Navalny,  advogado, ativista, político russo se salva de envenenamento...

 

 

Por fim, leio nas redes que a Ucrânia é neonazista e merece se fuder.

Penso que o buraco é muito mais embaixo. E a gente não sabe nada do nada. E deveria calar a boca.

Penso que a opinião publica não se comove com as guerras  no continente africano porque a mídia não cobre.  Sim, a mídia é muito branca.

Penso que sou contra toda e qualquer guerra. E nada justifica sequer um estilingue.

TOMA!

Ivan Haro Martins

Escritor, psicanalista

A NATUREZA DOS PAPAGAIOS

A situação geopolítica na Ucrânia é complicada, mas a situação ética não é.

Um país foi invadido e seu povo está sendo morto e disperso porque a potência regional imperialista sentiu-se ameaçada e resolveu agir preventivamente.

Esse comportamento é tão ilegal quanto imoral.

Os ucranianos têm o direito de ser capitalistas e votar na direita, exatamente como os brasileiros fizeram na última eleição.

Espero que ninguém nos invada por isso.

Eles têm o direito de entrar na União Europeia.

Eles têm o direito até mesmo de pertencer à Otan.

Se você tem um vizinho enorme e belicoso, que acha que pode mandar em você e decidir o que a sua família pode ou não fazer, qual é a alternativa racional, senão pedir ajuda ao outro grandalhão escroto do bairro, que pode ajudar a protegê-lo e tem a vantagem de morar mais longe?

No caso, o grandalhão escroto que mora longe é os Estados Unidos, e seu braço armado é a Otan.

Os papagaios de Moscou acharão justificativa para tudo o que os russos estão fazendo, explicarão toda a destruição e a miséria deixadas pela guerra como inevitáveis, mas é mentira.

Se os americanos resolverem invadir Cuba ou a Venezuela, papagaios de Washington aplaudirão e justificarão a barbaridade.

É da natureza dos impérios impor sua vontade na marra.

É natural aos papagaios justificá-los em qualquer circunstância.

Ou não seriam meros papagaios.

MOISES MENDES

 “Hoje, muito mais do que nas guerras do século 20, é preciso entrar e sair de um conflito sem ter a cara de bandido exposta em toda parte e nas redes sociais.

...
E então, poucos dias antes de atacar a Ucrânia, Putin chama Bolsonaro a Moscou. Por que chamar um sujeito exposto ao mundo como genocida, sem a inteligência e sem a força política de seus similares europeus de extrema direita?

 ...

 O russo chamou a Moscou um governante fraco e desesperado, que volta a ameaçar com o golpe, para dizer murmurando ao pé do ouvido: você também deve fazer o que está pensando para permanecer no poder, porque você tem a força.

 ...

Putin encorajou Bolsonaro a ser um Putin brasileiro, com ou sem vitória na eleição, sabendo que ele tem a obsessão pela permanência no poder a qualquer custo.

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CÉLLUS