Guardachuvadelaura
julho 30, 2024
25 ANOS DE SARAU ELÉTRICO
Por Carpinejar:
O Sarau Elétrico completa 25 anos e sou o convidado
especial nesta terça-feira (30), às 20h, no bar Ocidente, ao lado dos
anfitriões Katia Suman, Luís Augusto Fischer e Diego Grando, com canja
musical da cantora Izmália.
O evento é um fenômeno sobrenatural de leitura. Um milagre. Um acontecimento cultural.
Integra o imaginário porto-alegrense. Dificilmente você
encontrará vivente que nunca tenha ido. É como não ter provado o cachorro do
Rosário, o PF do Tudo pelo Social, o sanduíche da Lancheria do Parque, o bauru
do Trianon. É como nunca ter experimentado um xis na vida.
O público paga 40 pilas para ouvir livros.
Não há nada semelhante no país.
Dentro de uma casa noturna, acostumada a baladas, abre-se espaço semanalmente para um sarau, para que três amigos, sentados em banquetas altas num palco, repassem trechos de suas leituras prediletas.
Não são performances, não são esquetes: trata-se de um
recital à moda antiga.
Pela iluminação à luz de velas nas mesas, retorna-se
magicamente ao século 19
— É o único evento regular, e o mais longevo do Brasil.
Nunca carecemos de público, nunca deixamos de fazer— destaca Katia.
Já ocorreram 1.100 apresentações, já foram lidos aproximadamente cinco mil textos dos mais diferentes autores pelo trio de personalidades.
Cinquenta mil pessoas passaram pela sua bilheteria, mais
do que a lotação do Beira-Rio ou da Arena.
Desde 1999, antes mesmo dos audiobooks, do Spotify, dos podcasts, a voz é a protagonista.
No ambiente de alta concentração, de afinadas emoções,
não espere desavisados, tagarelas, perdidos, paraquedistas, gente sem noção.
Ninguém trava conversas paralelas ou chega para fofocar. É o momento sagrado
para escutar uma hora de narrativas e poemas.
— As pessoas vão para ouvir. O silêncio é letal. Se
alguém fala alto, recebe censura dos outros — explica Katia.
Certamente a oralidade do projeto aumentou a média de leitura na capital gaúcha. Seus efeitos colaterais são notórios: despertou a curiosidade por novos nomes da literatura e ampliou o debate sobre tabus de comportamento.
Além de contar presencialmente com cerca de cem testemunhas privilegiadas, o encontro é transmitido ao vivo pelo YouTube, em @saraueletrico, com a audiência de mais de mil internautas.
Existe um tema para nortear a escolha das obras, para garantir ordem à inspiração, para regrar a locução literária. Não se foge do assunto da noite, que pode ser fossa, ou solidão, ou recomeço, ou amizade, ou cancelamento, ou exílio, entre tantos.
— Já teve de tudo, haja criatividade para pautas — ri
Katia.
Os frequentadores assíduos formam uma comunidade de amor
às letras. Correm boatos de que vários casamentos começaram ali, na mais
profunda quietude, só na base da piscadela e do olhar cúmplice.
Estiveram no palco as mais distintas atrações, de Los Hermanos ao escritor português Gonçalo Tavares. O Sarau Elétrico, inclusive, alcançou a proeza de receber quatro vezes o tímido Luis Fernando Verissimo, num tetracampeonato de uma presença rara, já que o cronista é famoso pela discrição e recato.
Pergunto para Katia se falta convidar alguém.
— Ah, sim, o Caetano Veloso podia aparecer lá.
VENEZUELA
Via telefone, Lula e Biden vão conversar hoje para tratar da crise na Venezuela.
Nenhum dos dois governos reconheceu a vitória de Maduro,
anunciada pelas autoridades eleitorais venezuelanas. O risco, agora, é de que a
crise ganhe uma nova proporção, com protestos e uma instabilidade ainda
maior na região.
Já a executiva do PT diz que a eleição de Maduro na Venezuela foi democrática e soberana, mas as atas da eleição não foram divulgadas.
REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS
Gostaria de entender como a repressão à imprensa é aceita em alguns países e em outros não.
ARGENTINA
A elevada concentração e opacidade da propriedade dos meios
de comunicação, a polarização, a falta de políticas públicas que garantam o
pluralismo e a precariedade da profissão de jornalista constituem as principais
ameaças à liberdade de imprensa na Argentina. Este cenário
constitui é terreno fértil para pressões do governo e das empresas
através da publicidade pública e privada e do uso partidário dos meios de
comunicação públicos nacionais, regionais e municipais.
A chegada ao poder de Javier Milei, abertamente hostil à
imprensa, marca uma nova virada preocupante para a garantia do direito à
informação no país.
Estudo detalha como os principais veículos impressos apresentaram,
entre 2014 e 2020, cobertura tendenciosa contra a esquerda brasileira
BRASIL
O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva traz de
volta uma normalização das relações entre as organizações estatais e a
imprensa, após o mandato de Jair Bolsonaro marcado por uma hostilidade
permanente ao jornalismo. Mas a violência estrutural contra jornalistas, um
cenário midiático marcado pela alta concentração privada e o peso da
desinformação representam desafios significativos para o avanço da
liberdade de imprensa no país.
A imprensa foi um dos principais alvos do governo Bolsonaro,
que fomentou um ambiente de hostilidade permanente contra ela.
A chegada do governo Lula permitiu, num processo de
estabilização da ordem democrática, a normalização das relações entre os órgãos
do Estado e a imprensa. O discurso público a favor do jornalismo, o respeito
pelos compromissos públicos com a transparência e os progressos concretos do
governo na defesa da liberdade de imprensa tiveram um impacto tangível nos
jornalistas.
CUBA
Televisões, rádios e jornais são vigiados de perto pelo
Estado, e a imprensa privada continua proibida pela constituição. Os canais de
televisão Tele Rebelde e Cubavision são os maiores do país,
enquanto a Rádio Reloj é a estação mais ouvida. O jornal Granma é
o mais difundido. É controlado pelo Estado, como todos os outros meios de
comunicação. Os jornalistas independentes são mantidos sob a vigilância de
agentes que tentam reduzir sua liberdade de movimento, não hesitam em
abordá-los e apagar as informações em sua posse.
Jornalistas temem aumento da hostilidade
contra a imprensa após reeleição
EL SALVADOR
Os meios de comunicação estão entre as vítimas da violência
generalizada que reina em El Salvador. Desde que assumiu a presidência, em
junho de 2019, o presidente Nayib Bukele ataca e ameaça jornalistas críticos a
seu governo. A profissão é marcada pelo assédio aos veículos de comunicação
críticos ao governo, assim como pela criminalização dos profissionais que
cobrem segurança pública e gangues. O uso de trolls reforça a
narrativa oficial, e informações sobre assuntos de interesse público
tornaram-se confidenciais desde a pandemia.
GUATEMALA
A liberdade de imprensa é garantida pela Constituição, mas
esse direito é regularmente violado pelas autoridades ou atores políticos.
Jornalistas e meios de comunicação que investigam corrupção e violações de
direitos humanos, ou que emitem uma opinião crítica, enfrentam campanhas de
assédio e processos criminais.
HONDURAS
O ambiente para a imprensa hondurenha vem piorando
continuamente há mais de uma década, desde o golpe de Estado de 2009. Para os
jornalistas, o país continua sendo um dos mais letais das Américas, o que cria
um clima de medo e autocensura nos meios de comunicação.
A aquisição da grande mídia pelo capital estrangeiro e dos
veículos de comunicação menores pela classe política local mina o pluralismo. A
concentração dos veículos de comunicação nas mãos dos políticos, empresários e
grupos religiosos torna a parcialidade da informação palpável. O jornalismo
independente encontra dificuldades para sobreviver diante da falta de receita
publicitária e das constantes demandas de direito de resposta por parte de
funcionários do governo.
PANAMÁ
No Panamá, os jornalistas que criticam as políticas
governamentais ou que cobrem temas ligados à corrupção, sobretudo escândalos
financeiros internacionais, são muitas vezes obrigados a se explicar perante a
Justiça. A autocensura vem crescendo, assim como a importância dos contratos
publicitários que o governo firma com veículos de comunicação digitais, o que
limita sua independência.
Pensei em Lajeado.
PERU
Embora a liberdade de
imprensa seja garantida pela legislação, os jornalistas são vítimas frequentes
de agressões e assédio cometidos pela polícia. O jornalismo investigativo
resiste nos veículos digitais, enquanto as redes sociais são cada vez mais
usadas para cobrir notícias ao vivo. A desinformação permanece uma
realidade.
NICARÁGUA
Praticamente não há mídia independente, devido à intensa
onda de repressão lançada pelo regime de Ortega, desde maio de 2021, contra
políticos da oposição, organizações civis e a imprensa independente. Apenas a
mídia online, cuja maioria dos jornalistas vive no exílio, continua a relatar
os abusos do governo. Os poucos veículos de comunicação que ainda operam no
país, como a Radio Corporación e o noticiário televisivo Acción 10, evitam
criticar o governo por medo de represálias.
O exercício do jornalismo não é seguro na Nicarágua. Os jornalistas que ainda atuam no país trabalham com extrema discrição e não assinam seus artigos por medo de represálias.
DO MEU BLOQUINHO
Não se preocupe com os outros, querida. O mundo tá cheio de outros – no filme “Mãos talentosas”. Aos 66 anos meus cabelos começaram a fugir. A toda hora um fio escapa e cai na roupa, no chão, na comida. Sempre tive uma boa cabeleira, fios grossos, ondulados. Agora brancos, nem se despedem. Sentem- se livres para abandonar meu corpo, essa prisão. No espelho, a Outra me devolve o olhar triste como uma bergamota mofada na fruteira entre tantas outras sadias. As pessoas não falam sobre envelhecer. Só dizem q é uma merda e continuam a vivência como se houvesse um alegre amanhã. Mas o amanhã é solitário. Corpos se empilham nos quartos das casilos. O que é isso - ele me pergunta. Uma casa-asilo. Não diz assim. Casa geriátrica é horrível também – respondo. Em uma dessas casilos aqui no meu bairro, empilham três mulheres e um homem num quarto. Não respeitam nem o gênero. Tenho muito medo q isso possa me acontecer. Quem fiscaliza as casilos? Os amigos dos donos. Ontem, alguém reclamou da dor lombar. Eu também. Faz calor úmido com bolsa de água quente, recomendo. Dor no joelho, no pescoço e no punho. Jogo a bergamota podre no lixo. Lavo as mãos e saio. Da minha casa até a beira da BR 386 são menos de três quadras. Olho para ambos os horizontes, esquerda e direita, não vejo esperança. Aguardo um Scania para me libertar.
julho 29, 2024
OLIMPÍADA TRÈS CHIC!
O que foi de lindo? Para quem assistiu pela tevê, um espetáculo deslumbrante. Para quem comprou ingresso, talvez tenham perdido a grandiosidade histórica e artística sobre as pontes e telhados de Paris.
Adorei o cancã de Lady Gaga como se estivesse no Moulin Rouge. Adorei a linda homenagem à literatura francesa e seus autores. Um espetáculo de sororidade com as estátuas das ativistas femininas q emergiram no Sena, das quais só reconheci a escritora Simone de Beauvoir e a anarquista Louise Michel.
A "voltinha" pela cidade do mascarado, os desfiles de moda, o balão feito pira ...
... e Celine Dion que, apesar da saúde delicada, se superou ao apresentar o Hino ao Amor, de Édith Piaf.E para contemplar o mundo com sua ignorância, os obtusos de plantão - que nunca produziram nada de cultural na vida - gente tosca, sem leitura de mundo, se debruçaram na farra de Dionísio para enxergar a Santa Ceia imaculada... Ó estreiteza cultural. Bozonaristas não cansam de passar vergonha.
ENQUANTO ISSO...
Óóó... Zico não pode ostentar seu Rolex e anelão em Paris. Foi assaltado justo na sua chegada ao hotel. E a sabotagem nos trens? E o Ministério dos Esportes em Brasília no X (antigo Twitter) e sua postagem de cunho racista? Foi uma demonstração de que asquerosos e invejosos proliferam nos escaninhos de qualquer sigla governamental, em Brasília. Só espero que descubram e demitam o rato. O Brasil não é para amador mesmo.
BILHETE DA DONA CHININHA
Compadre, saúde! Não mando nada com o Cirilo, só minha decepção. Ta difícil aqui na colônia. Se tu não diz amém pra tudo que as comadres falam elas te cortam do carteado do krentzia e das aulas de crochê. Tu que é um homem estudado me diz por que fechar jornais e rádios é bom na Venezuela e não é bom no Brasil? Por que passar fome no Brasil é desumano mas passar fome na Venezuela não é? Porque o desabastecimento é vergonhoso no Brasil mas na Venezuela não é? Vou plantar aipim que ta na época. A Veridiana tá gravida. Me manda um bilhete pelo Cirilo por favor. Fica bem com Nossa Senhora e tua família.
GUERRA POR TERRA?
Pense em Itabuna, na Bahia. Ou em Alvorada, no Rio Grande do Sul.
Pense que toda a população dessas duas cidades desapareceu.
Esse é o numero de palestinos mortos na Guerra de Israel,
apoiada pelos Estados Unidos.
186 mil pessoas e na sua maioria, crianças e mulheres.
A limpeza étnica em curso, adentra 2025 com a inclusão do
Líbano.