abril 29, 2019

GILBERTO FREIRE

"Sem um fim social
o saber será a maior futilidade."

SIGO NO FEISSIBUQUI

JANDIRO ADRIANO KOCH


“Maiara e Maraisa declaram que  'não são feministas'.

Engraçado isso. Já andei bastante por aí e nunca - nunca! - encontrei uma mulher que não fosse feminista.

Feminista radical, feminista cristã, feminista liberal, feminista marxista, feminista anárquica, feminista negra, ecofeminista, feminista interseccional [....], mas claramente feminista.

Nenhuma mulher que encontrei assumiu que gostaria de manter uma posição subalterna, sem direito a voto, expressão, educação [...], coisas juntas ou separadas.

Mas já encontrei muitas mulheres ignorantes sobre feminismo e suas diversas manifestações, mulheres em uma névoa conceitual produzida por astrólogos como Olavo de Carvalho e por machistas reclamando de supremacia feminina.

Que mancada de Maiara e Maraisa.

Só um 'zero' em filosofia ou sociologia faz acatar sua declaração sem verificar o claro paradoxo.”



KÉDMA FERREIRA


Nazistas, em 1933, na Alemanha, queimando livros de filosofia e sociologia com o fim de consolidar a censura aos professores sob pretexto de “ensino ideológico".

ANDRÉ TRIGUEIRO



  

“Quando alguém pergunta para que serve a filosofia,
a resposta deve ser agressiva, visto que a pergunta pretende-se irônica e mordaz.

A filosofia não serve nem ao Estado, nem à Igreja, que têm outras preocupações.
Não serve a nenhum poder estabelecido.

A filosofia serve para entristecer.
Uma filosofia que não entristece a ninguém 
e não contraria ninguém,
não é uma filosofia.

A filosofia serve para prejudicar a tolice, faz da tolice algo de vergonhoso.

Não tem outra serventia a não ser a seguinte:

denunciar a baixeza do pensamento sob todas as suas formas.

Existe alguma disciplina, além da filosofia, que se proponha a criticar todas as mistificações, quaisquer que sejam sua fonte e seu objetivo?

Denunciar todas as ficções sem as quais as forças reativas não prevaleceriam.
Denunciar, na mistificação, essa mistura de baixeza e tolice que forma tão bem a espantosa cumplicidade das vítimas e dos algozes.

Fazer, enfim, do pensamento algo agressivo, ativo, afirmativo.
Fazer homens livres, isto é, homens que não confundam os fins da cultura com o proveito do Estado, da moral, da religião.

Vencer o negativo e seus altos prestígios.

Quem tem interesse em tudo isso a não ser a filosofia?

A filosofia como crítica mostra-nos o mais positivo de si mesma:
obra de desmistificação.”

(Deleuze, "Nietzsche e a filosofia", 1987, p. 87)



ANGEL BÓLIGAN

Urbanização

É a cara de Lajeado...  Duas grandes construtoras digladiando-se para ver quem destrói mais essa cidade, arrasando com casas, derrubando arvores, terminando com quintais e quarteirões inteiros. Mentes tacanhas...

 Penso em Saint-Exupéry:


“Assim vai a vida. A princípio enriquecemos.
Plantamos durante anos, 
mas os anos chegam em que o tempo destrói esse trabalho, arranca essas árvores.
Um a um, os companheiros nos tiram suas sombras.
E aos nossos lutos mistura-se então a mágoa secreta de envelhecer...”

TURMA 11

(foto Julia Eckert)



Em 1985, o premiado escritor gaúcho Luiz Antonio de Assis Brasil, com 20 romances traduzidos em várias línguas, iniciou em Porto Alegre a Oficina de Criação Literária para capacitar escritores de contos, novelas e romances.”

Fui da turma de 1993.

“Um dos pré-requisitos para o candidato ser recebido nessa concorrida academia de penas extraordinárias é renunciar ao talento. (..) Um escritor completo não precisa disso. 

(...) Trata-se de um conceito que separa os escolhidos do resto. 
Prefiro ‘vocação’. Qualquer um pode escrever se assimilar uma técnica.”

Não fui aluna conceito A.  Um alívio saber que o querido professor aposta em “vocação”.


Eliana Guedes, Hilda Acevedo, Nelson Diniz, Marcelo Restori, Bárbara Arisi, Silvia Pohl... escrita afiada, guardo saudades de todos eles. 

Assisti à palestra do meu ex-professor nos Diálogos da Contemporaneidade, na Univates. Encheu meu coração de (in)certezas.

Agora Assis Brasil dá uma segunda chance para seus alunos,  e para quem curte esmiuçar parágrafos e metáforas: “Escrever ficção: um manual de criação literária”, pela editora Companhia das Letras:

 "Mais que um guia, consiste em um estojo de ferramentas. Uma coleção de tudo que aprendi na interação com meus alunos.

O compêndio pode servir como um manual, com dicas úteis para conquistar o sucesso na literatura."

Seu conselho: "Seja claro e escreva com simplicidade".

Roland Barthes, categórico: "A escrita estabelece o elo entre a criação e a sociedade."

Fonte: ISTOÉ

QUESTÃO DE TEMPO






já fui
traída
sacaneada.
usaram meu cpf.
já fui
mal falada
subtraída
intrigada.
paguei e não recebi.
levei tapa na cara.
surra de cinta
amigdalectomizada.
já fui
a última a saber.

continuo trouxa.