Guardachuvadelaura
fevereiro 23, 2019
VENEZUELA, QUO VADIS?
Meu amigo, mais à esquerda, com todos seus pós-docs, esteve
em Caracas há seis anos e contou da miséria no país: “Não posso imaginar como
esta agora se antes já faltava tudo.”
Sou contra a ditadura de Cháves, de Maduro, Fidel, Médici...Ta claro?
Só que nada é o que parece e somos todos leigos em política e seus
conchavos. Além de desmemoriados.
Mas, tem algo que não fecha na crise do vizinho onde aportaram
as caravelas de Cristóvão Colombo, antes de 1500...
Em 1993, o presidente Andrés Pérez foi afastado
acusado de desviar 17 milhões do governo.
A sombra dos generais sempre pairou sobre o país e “A descoberta do petróleo antes
da Primeira Guerra Mundial fez da Venezuela, já em 1920, o maior
exportador mundial do produto.” – quando sucessivos presidentes civis e
militares enriqueceram, corruptamente, phudendo com o povo.
Cháves e Maduro: ambos bilionários
Os venezuelanos estão fugindo do seu país e buscando socorro
no Brasil – outro país corrupto na sua essência, agora dominado pelos militares
e por um bufão de quinta categoria.
E tem os interesses podres dos americanos, claro. Isso até o
mais ingênuo sabe.
O que diz a imprensa alternativa nas redes?
Leandro Fortes, jornalista:
RESISTA, VENEZUELA
Caracas
Funciona assim: você enche o quintal de seu vizinho de
brita, arrebenta a calçada da casa dele, joga merda no telhado, corta a água,
corta a luz, espalha que ele é corno, bêbado e bate na mulher. E convence o
banco a bloquear a conta dele, com base em denúncias mentirosas, e corta o
fornecimento de comida.
Depois de algum tempo, você usa a mídia para convencer os
outros vizinhos que esse canalha tem que ser contido, porque, além de tudo, as
crianças, os cachorros e gatos da casa estão começando a passar fome.
Então, quando todo mundo está convencido que esse ditador
sem alma passou de todos os limites, enfiam dentro da casa um contraparente sem
caráter que se declara, a partir dali, chefe interino da família.
Passado um tempo, esse mesmo conjunto de usurpadores decide
levar ajuda humanitária à família que eles difamaram e levaram à ruína.
Só não esperavam que tanto o chefe da família, como a própria
família, iriam mandá-los enfiar essa ajuda no rabo.
Caracas
Santiago Neltair Abreu, cartunista:
OS FABRICANTES DO CAOS
Vejam que em 2017 a Colômbia impediu a Venezuela de comprar
remédios para malária!!!!
* Abril de 2016: Instituições financeiras começam a deixar
de receber pagamentos em dólares de instituições venezuelanas.
* Maio de 2016: Commerzbank Bank (Alemanha) fecha contas
bancárias venezuelanas e da PDVSA.
* Julho de 2016: o Citibank fecha contas correspondentes de
instituições e bancos venezuelanos, incluindo o Banco Central da Venezuela. O
fecho das contas correspondentes reduz a capacidade de efetuar pagamentos em
dólares, impondo custos adicionais para realizar transações em outras moedas.
* Agosto 2016: o Novo Banco de Portugal proíbe transações
com bancos e instituições venezuelanas.
* Julho de 2017: a empresa Delaware, agente de pagamento da
PDVSA, recusa-se a receber fundos da companhia petrolífera venezuelana.
* Julho 2017: o Citibank recusa-se a receber fundos
venezuelanos para importar 300.000 doses de insulina.
* Maio de 2017: empresas de origem russa, empreiteiras
encarregadas de elaborar a cadeia de blocos Petro utilizando o código NEM,
desistem de continuar com o contrato argumentando razões de força maior após
terem sido pressionadas pela Security Exchange Commission dos Estados Unidos.
* Agosto 2017: Os bancos chineses informam que não podem
realizar operações em moeda estrangeira em favor da Venezuela devido à pressão
do Departamento do Tesouro dos EUA, e a Rússia relata a impossibilidade de
realizar transações com bancos venezuelanos devido à restrição dos bancos
correspondentes dos EUA.
* Agosto de 2017: o banco correspondente do banco chinês BDC
Shandong paralisa durante três semanas uma transação de 200 milhões de dólares
sacados pela China.
* Agosto de 2017: devido à pressão da OFAC, a empresa
Euroclear retém 1.200 milhões de dólares sem possibilidade de mobilização.
* Outubro 2017: o Deutsche Bank fecha as contas
correspondentes do Citic Bank chinês para processar pagamentos da PDVSA, o que
demonstra a pressão sobre a banca internacional.
* Outubro 2017: A entrada de vacinas no país é adiada por
quatro meses porque o bloqueio dos EUA torna impossível fazer pagamentos ao
banco suíço UBS.
* Novembro 2017: a Venezuela faz pagamento para comprar
primaquina e cloroquina (para tratamento antimalárico), solicitado ao
laboratório médico da BSN na Colômbia. O governo colombiano bloqueia a entrega
de medicamentos.
* Dezembro de 2017: foram devolvidos 29,7 milhões de dólares
de bancos na Europa para pagamento a fornecedores de alimentos através do
programa alimentar CLAP. Também nesse mês, as autoridades colombianas impediram
a transferência para a Venezuela de mais de 1.700 toneladas de perna de porco.
* Maio de 2018: o pagamento de 9 milhões de dólares para a
compra de material de diálise foi bloqueado.
* Novembro 2018: A partir deste mês, o Banco da Inglaterra
reteve 1,2 bilião de dólares que o governo venezuelano havia depositado nessa
entidade.”
Parece inacreditável... Em 1998, Chávez implantou ma nova educação, com resultados excepcionais. Cerca de 1,5 milhão de venezuelanos aprenderam a ler e
a escrever graças à campanha de alfabetização denominada Missão Robinson I. E em
dezembro de 2005, a Unesco decretou que o analfabetismo na Venezuela havia sido
erradicado.
Ganância política e poder derrubaram um país que chegou a ser o mais rico da America Latina, durante muitos anos.
“PACOTE DO VENENO"
A ministerica da agricultura, a asquerosa Tereza Cristina,
aproveitou a maré de impunidade e tristeza de Brumadinho para liberar 54 novos
agrotóxicos no mercado.
* Contabilizem aí, ridículos defensores: o teu câncer, o
autismo do teu filho, o Alzheimer da tua mãe, a infertilidade da tua filha,
alergias do teu bebê...
Conforme o jornalista André Trigueiro, o Brasil é o paraíso
do setor químico com 2.123 agrotóxicos licenciados.
O Projeto de Lei 6299/2002 reduz drasticamente as
atribuições do Ibama (meio ambiente) e da Anvisa (saúde) no processo de
licenciamento desses produtos. O texto aprovado confere ao Ministério da
Agricultura poderes sem precedentes para autorizar a comercialização de
agrotóxicos no Brasil.
fevereiro 20, 2019
O GOLPE VERDE-OLIVA
JUNTA MILITAR ASSUME O PODER:
HELENO, MOURÃO, CRUZ E
VILLAS-BÔAS
Mauro Lopes, editor e jornalista
"Foram pouco mais de 45 dias da experiência mais bizarra de
poder na história do país. Mas acabou.
O governo Jair Bolsonaro, como aquele
arranjo de poder vitorioso nas urnas em outubro de 2018, não existe mais.
Começa agora a fase dois do regime que está encerrando o tempo da Constituição
Cidadã de 1988. Assume o poder uma junta militar num governo já dominado por
eles. São quatro generais, todos encastelados no Palácio do Planalto:
Augusto Heleno,
Hamilton Mourão, Carlos Alberto dos Santos Cruz e Eduardo Villas Bôas.
A junta
pode incorporar nos próximos dias o general Floriano Peixoto Neto, que substitui
Bebianno.
Não é propriamente um golpe de Estado. Golpe houve em
2015-16. Eles já estão lá. Já ocuparam todos os postos-chave do governo.
Assumem o poder deixado vago pelas figuras caricatas de Bolsonaro e seus
filhos. O capitão Jair poderá continuar morando no Palácio do Alvorada e até
jogar videogame em seu escritório no Planalto. Basta obedecer seus superiores,
os generais.
O mais proeminente da junta militar deveria ser Villas-Bôas.
Ele foi o grande estrategista, o articulador, aquele que tomou a peito trair a
democracia, submeter o STF para impedir a libertação de Lula, vedar o caminho
das eleições ao ex-presidente e com isso garantir o surgimento do novo regime.
O papel decisivo de Villas Bôas, que deveria ser mantido à meia luz, foi -de
maneira patética, como tudo nesta quadra- lançado à luz do dia pelo desastrado
Jair Bolsonaro.
Na posse do ministro da Defesa, o general Fernando Azevedo e
Silva (outro general) em 2 de janeiro, o agora zumbi presidencial tascou, de
público: "General Villas Bôas, o que já conversamos ficará entre nós. O
senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui".
Villas Bôas é como um Augusto Pinochet pós moderno, do tempo
dos golpes sem mobilização de tropas, sem bombardeios nem sangue nas ruas -por
enquanto.
Nomeado por Dilma, como Pinochet o fora por Allende, deveria ser
agora o chefe da junta militar. Só não o é porque tem uma doença grave e fatal,
a esclerose lateral amiotrófica, que o mantém atado a uma cadeira de rodas e a
um respirador.
Sua mente está afiada e, apesar de debilitado, é um membro pleno
da junta.
Com a debilidade de Villas Bôas, assume o papel de
presidente informal da junta militar o chefe do Gabinete Institucional da
Presidência, general Augusto Heleno, que teve um papel decisivo na campanha
eleitoral e é um nome respeitado no oficialato do Exército.
Ele e o general
Santos Cruz, secretário de Governo, são amigos e formam o "núcleo
haitiano" dentro da junta; a eles deve se somar Floriano Peixoto Neto.
Todos serviram nas forças da ONU no Haiti (Minustah).
Heleno foi o primeiro e
esta precedência por coloca-o numa posição de destaque em relação aos demais:
foi o comandante da Minustah entre 2004 e 2005; Santos Cruz comandou as tropas
de 2006 a 2009 .
Hamilton Mourão entra quase como um peixe fora d'água na
junta. Não é do mesmo grupo, não priva da intimidade de nenhum deles e sempre
foi visto como um outsider.
Mas tem algo que nenhum dos demais possui: é o
vice-presidente da República, indemissível.
Mas aquilo que é uma enorme
diferença no mundo civil e democrático talvez tenha menos peso no
relacionamento do novo esquema de poder no Planalto.
Mourão é indemissível,
como vice-presidente. Mas alguém de uma junta militar é "demissível"?
O que indica que há desde já tensões latentes no governo que vai se aprumando.
A junta militar assume com amplo apoio das elites civis.
Os
militares são vistos como, talvez , a última chance de implementação de um
programa para o país que pretende alienar as riquezas nacionais e concentrar
riqueza em escala nunca vista, sob o discuso da "competência", do
ultraliberalismo e sob a égide do "mercado".
Bolsonaro é carta fora do baralho.
As elites já haviam
concluído que com Jair Bolsonaro não vai dar pé antes das gravações com
Bebianno, que desmoralizaram pai e filho de maneira irremediável.
Os editoriais
de O Globo e d'O Estado de S.Paulo desta terça foram definitivos: acabou.
"Seria ingênuo acreditar que Bolsonaro, de uma hora para outra, passará a
se comportar como presidente e assumirá as responsabilidades de governo",
decretou o jornal paulista.
Os Marinho, fazendo jus à longa tradição golpista
da família, não se fizeram de rogados: pediram uma junta militar para assumir o
comando depois do desgoverno do clã Bolsonaro. Eles sabem o que querem."
fevereiro 18, 2019
OS INFLUENCIADORES ORAIS
O
escritor Ruy Castro, na Folha de São Paulo de hoje, faz uma comparação sobre as sombras
poderosas – “um homem frio, discreto e leal que, por sua capacidade de
observação e análise, os orienta sobre o que pensar, dizer ou fazer” - que farfalham nos ouvidos dos reis, ditadores
e presidentes.
Luís 13
tinha o cardeal Richelieu.
Guilherme
I tinha Bismarck.
Nicolau
II tinha Rasputin.
Dom Pedro
I tinha José Bonifácio.
JK,
Jango, Tancredo, Collor, Itamar, Sarney e FHC
tinham um lobista advogado chamado
Jorge Serpa.
Morreu
dia 21 de janeiro.
Conforme
Ruy Castro: “Era um homem de grande influência. Mas apenas dez amigos o levaram
ao túmulo outro dia.”
Carlos
Bolsonaro é o Bismarck do seu pai.
Que
sombra bem cagada.