PAUL ELUARD
photo by Hildegard Rosenthal
A solidão pareceu-me mais viva que o sangue
Queria desunir a vida
Queria partilhar a morte com a morte
Entregar meu coração ao vazio e o vazio à vida
Apagar tudo que nada houvesse nem o vidro
[nem o orvalho
Nada nem à frente nem atrás nada inteiro
(...)
A floresta dá segurança às árvores
E as paredes das casas têm uma pele comum
E as estradas cruzam-se sempre
Os homens nasceram para se entenderem
Para se compreenderem para se amarem
Têm filhos que se tornarão pais dos homens
Têm filhos sem eira nem beira
Que hão de reinventar o fogo
Que hão de reinventar os homens
E a natureza e a sua pátria
A de todos os homens
A de todos os tempos.
E as paredes das casas têm uma pele comum
E as estradas cruzam-se sempre
Os homens nasceram para se entenderem
Para se compreenderem para se amarem
Têm filhos que se tornarão pais dos homens
Têm filhos sem eira nem beira
Que hão de reinventar o fogo
Que hão de reinventar os homens
E a natureza e a sua pátria
A de todos os homens
A de todos os tempos.
in "Algumas das Palavras"
Tradução de António Ramos Rosa
Tradução de António Ramos Rosa