abril 04, 2019

MARTIN LUTHER KING

“No final, não nos lembraremos
das palavras dos nossos inimigos,
mas do silêncio dos nossos amigos.”

ETERNAMENTE FRIDA

Vi os filmes. Tenho os livros de arte, biografias. O decor  da minha sala é inspirado nela... 



Casou aos 22 anos com o muralista mexicano Diego Rivera, 42 anos. Traída, não dispensou  amantes. Homens e mulheres. Enfrentou a hipocrisia da sociedade mexicana.

  
O fotógrafo húngaro, e aquariano... Nickolas Muray foi um deles.

Aqui com Kahlo, Rosa Covarrubias e Cristina Kahlo, em 1939. 

Agora, a notícia de que Muray está leiloando 70 fotografias consideradas raras do casal Rivera, na Sotheby's, em Nova York.

 Frida Kahlo e a cantora Chavela Vargas.

 Leon Trótski, um dos fundadores do Exército Vermelho, da antiga União Soviética.

 Seu sucesso como pintora explodiu após sua morte. A tela  “Dos desnudos en el bosque (La tierra misma)”, de 1939, foi vendida em Nova York, em 2016, por  US$ 8 milhões.


 Quando surgem fotos novas de Frida Khalo, atento.


É ícone da moda, sempre. 
No Google, em 0,45 segundos, você acessa 42.100.000 resultados.

Frida Khalo é pura contemporaneidade.

MARTIN LUTHER KING

No dia 4 de abril de 1968, o fotógrafo sul-africano, Joseph Louw, ouviu um tiro. Correu para sacada do quarto 306, no Motel Lorraine, em Memphis, noTennessee, pegou sua câmera e bateu dois rolos de imagens.  

Acabou registrando uma das fotos mais emblemáticas da história do século XX: o assassinato do pacifista e ativista político, Martin Luther King, cometido por James Earl Ray, um fugitivo da Penitenciária Estadual do Missouri.


A imagem  de Louw mostra os parceiros de King apontando na direção em que o assassino havia fugido. 


 Em agosto de 1963, King fez um  discurso para mais de 250 mil pessoas sobre seu sonho de ver uma sociedade justa, sem distinção de cor e raça.

Como se sabe, o sonho continua irrealizado nesse 4 de abril de 2019.



O CORINGA SOU EU...


"Sou eu ou o mundo está ficando mais louco?" – quer saber o vilão Joker, o  arqui-inimigo de Batmam - desde abril de 1940 - no filme Coringa, estrelado por Joaquin Phoenix (adoro!) e dirigido por Todd Phillips.

O longa chega aos cinemas no dia 4 de outubro.

Coringa surge  como um comediante e palhaço falido, deprimido e indignado com o mundo, até o momento em que se rebela.

E a gente sabe o que acontece quando os palhaços se rebelam...

NEGANDO A HISTÓRIA

O ministreco da Educação, Ricardo Vélez, saiu-se com essa perola... a de alterar a História nos livros didáticos do país:

“Não houve Golpe de Estado em 1964... Foi um regime democrático de força.  Haverá mudanças progressivas na medida que seja resgatada uma versão da história mais ampla.

O papel do MEC é preparar o livro didático de forma tal que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história.” 


Mas, quando é que esse bosta vai cair mesmo?

Conforme a Folha de SP:

“Numa ironia, a defesa feita por um ministro da Educação de que os livros escolares precisam ensinar que 1964 não registrou um golpe irritou a cúpula militar e pode ser a gota d´água no seu processo de fritura.”

Ah... então ta...

BATE-BOCA



Tensa a sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para debater  a reforma da Previdência:

“O senhor é tigrão quando é com os aposentados, com os idosos, os com os portadores de necessidades”, disse Zeca do PT.

“Mas é tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país.”

Provocado, o Ministro  de Economia, Paulo Guedes  revidou:

“Não vim aqui para ser desrespeitado, não. Tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas. Isso é ofensa. Respeito quem me respeita.”

Sem conseguir conter os ânimos, a sessão foi encerrada.  

Phodam-se, todos.

Principalmente os políticos com suas  aposentadorias de 33 mil.

Nisso, essa tigrada não mexe.

abril 02, 2019

HANNAH ARENDT

"Não há pensamentos perigosos.
Pensar, em si, já é perigoso."

TEMPO DE CHAFARIZ


Uma volta pela cidade ...  E a surpresa ao encontrar o chafariz da  Praça Gaspar Silveira Martins, ligado. Tão difícil presenciar... Água é vida - sempre.
(Ha dez anos, o chafariz era muito mais lindo, de pastilhas. 
Quem foi o estúpido que cobriu de tinta?)

Mas, quando cheguei em frente a Casa de Cultura, a decepção.

Quem será que plantou uma placa indicativa bem em frente ao prédio?  Estragando qualquer possibilidade de uma fotografia...

Não dá pra entender. É muita falta de sensibilidade, mesmo.

EXPLICANDO O NAZISMO





O nazismo é da direita fascista. Bolsossauro é fascista. E diz para a imprensa que o nazismo é da esquerda... Não só ele...  O que será que o Bronco pensou quando conheceu o emocionante Centro de Memória do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém?

Um museu público que lembra as vítimas e aqueles que combateram o genocídio de seis milhões de judeus pelos nazistas.


Eu já visitei. É uma emoção indescritível. Beleza entre tanta tristeza e horror.

(Minha mãe)

Não é permitido fotografar nenhuma sala do museu.
Só na saída quando você se depara...

                                             ... com essa vista para a Terra Prometida.

O SEGREDO DA GRANDE PIRÂMIDE


Durou apenas dois dias...

O artista urbano francês, e aquariano - claro! -  Jeane Rene, conhecido como JR, revelou nesta sexta-feira uma enorme colagem no pátio do Louvre para marcar o 30º aniversário da pirâmide de vidro do Louvre.

Ao longo de cinco dias, JR e uma equipe de 400 voluntários usaram 2.000 "adesivos" de papel para criar a obra de arte que fez a pirâmide parecer como se estivesse submersa em uma pedreira de rocha branca.
“As imagens, como a vida, são efêmeras. Uma vez colada, a obra de arte vive sozinha.” - escreveu JR no twitter.
 "O sol seca a cola leve e a cada passo as pessoas rasgam pedaços do papel frágil. O processo é todo sobre a participação de voluntários, visitantes e colecionadores de lembranças.”
JR é visto pelo escritor de arte contemporânea  Fabrice Bousteau como "o Henri Cartier-Bresson do século XXI".

abril 01, 2019

EDITH PIAF


 “Tudo o que eu fiz na minha vida 
foi desobedecer.” 

TORTURA E DITADURA: PAULO COELHO





Íntegra de artigo do escritor publicado pelo jornal The Washington Post

No dia 28 de maio de 1974: um grupo de homens armados invade meu apartamento. Começam a revirar gavetas e armários — não sei o que estão procurando, sou apenas um compositor de rock. Um deles, mais gentil, pede que os acompanhe “apenas para esclarecer algumas coisas”. O vizinho vê tudo aquilo e avisa minha família, que entra em desespero. Todo mundo sabia o que o Brasil vivia naquele momento, mesmo que nada fosse publicado nos jornais.
Sou levado para o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), fichado e fotografado.

 Pergunto o que fiz, ele diz que ali quem pergunta são eles. Um tenente me faz umas perguntas tolas e me deixa ir embora. 

Oficialmente já não sou mais preso: o governo não é mais responsável por mim. Quando saio, o homem que me levara ao Dops sugere que tomemos um café juntos. Em seguida, escolhe um táxi e abre gentilmente a porta. Entro e peço para que vá até a casa de meus pais — espero que não saibam o que aconteceu.



No caminho, o táxi é fechado por dois carros; de dentro de um deles sai um homem com uma arma na mão e me puxa para fora. Caio no chão, sinto o cano da arma na minha nuca. Olho um hotel diante de mim e penso: “não posso morrer tão cedo”.

Entro em uma espécie de catatonia: não sinto medo, não sinto nada. Conheço as histórias de outros amigos que desapareceram; sou um desaparecido, e minha última visão será a de um hotel. Ele me levanta, me coloca no chão do seu carro e pede que eu coloque um capuz.


O carro roda por talvez meia hora. Devem estar escolhendo um lugar para me executarem — mas continuo sem sentir nada, estou conformado com meu destino. O carro para. Sou retirado e espancado enquanto ando por aquilo que parece ser um corredor. 

Grito, mas sei que ninguém está ouvindo, porque eles também estão gritando. Terrorista, dizem. Merece morrer. Está lutando contra seu país. Vai morrer devagar, mas antes vai sofrer muito. Paradoxalmente, meu instinto de sobrevivência começa a retornar aos poucos.


Sou levado para a sala de torturas, com uma soleira. Tropeço na soleira porque não consigo ver nada: peço que não me empurrem, mas recebo um soco pelas costas e caio. Mandam que tire a roupa. Começa o interrogatório com perguntas que não sei responder. 

Pedem para que delate gente de quem nunca ouvi falar. Dizem que não quero cooperar, jogam água no chão e colocam algo nos meus pés, e posso ver por debaixo do capuz que é uma máquina com eletrodos que são fixados nos meus genitais.

Entendo que, além das pancadas que não sei de onde vêm (e portanto não posso nem sequer contrair o corpo para amortecer o impacto), vou começar a levar choques.

Eu digo que não precisam fazer isso, confesso o que quiser, assino onde mandarem. Mas eles não se contentam. Então, desesperado, começo a arranhar minha pele, tirar pedaços de mim mesmo. Os torturadores devem ter se assustado quando me veem coberto de sangue; pouco depois me deixam em paz.


Dizem que posso tirar o capuz quando escutar a porta bater. Tiro o capuz e vejo que estou em uma sala à prova de som, com marcas de tiros nas paredes. Por isso a soleira.

No dia seguinte, outra sessão de tortura, com as mesmas perguntas. Repito que assino o que desejarem, confesso o que quiserem, apenas me digam o que devo confessar. Eles ignoram meus pedidos. Depois de não sei quanto tempo e quantas sessões (o tempo no inferno não se conta em horas), batem na porta e pedem para que coloque o capuz.


O sujeito me pega pelo braço e diz, constrangido: não é minha culpa.


Sou levado para uma sala pequena, toda pintada de negro, com um ar-condicionado fortíssimo. Apagam a luz. Só escuridão, frio, e uma sirene que toca sem parar. Começo a enlouquecer, a ter visões de cavalos. Bato na porta da “geladeira” (descobri mais tarde que esse era o nome), mas ninguém abre. Desmaio. Acordo e desmaio várias vezes, e em uma delas penso: melhor apanhar do que ficar aqui dentro.

Quando acordo estou de novo na sala. Luz sempre acesa, sem poder contar dias e noites. Fico ali o que parece uma eternidade. Anos depois, minha irmã me conta que meus pais não dormiam mais; minha mãe chorava o tempo todo, meu pai se trancou em um mutismo e não falava.
Já não sou mais interrogado. Prisão solitária. Um belo dia, alguém joga minhas roupas no chão e pede que eu me vista.


Me visto e coloco o capuz. Sou levado até um carro e posto na mala. Giram por um tempo que parece infinito, até que param – vou morrer agora? Mandam-me tirar o capuz e sair da mala. Estou em uma praça com crianças, não sei em que parte do Rio de Janeiro.

Vou para a casa de meus pais. Minha mãe envelheceu, meu pai diz que não devo mais sair na rua. Procuro os amigos, procuro o cantor, e ninguém responde meus telefonemas. Estou só: se fui preso devo ter alguma culpa, devem pensar. É arriscado ser visto ao lado de um preso. Saí da prisão mas ela me acompanha. A redenção vem quando duas pessoas que nem sequer eram próximas de mim me oferecem emprego. Meus pais nunca se recuperaram.

Décadas depois, os arquivos da ditadura são abertos e meu biógrafo consegue todo o material. Pergunto por que fui preso: uma denúncia, ele diz. Quer saber quem o denunciou? Não quero. Não vai mudar o passado.


E são essas décadas de chumbo que o presidente Jair Bolsonaro — depois de mencionar no Congresso um dos piores torturadores como seu ídolo— quer festejar nesse dia 31 de março.

1974


Este texto foi escrito por Paulo Coelho para publicação nas edições impressa e digital do jornal The Washington Post. Sua reprodução em outros veículos foi autorizada pelo autor.

março 31, 2019

MARCELO GLEISER *

 “Devemos ter a humildade para aceitar
que estamos cercados de mistério."


* Prêmio Templeton 2019

UMA VIDA, UMA ARVORE


A prefeitura de Itapemirim, ao sul do Espírito Santo, inova mesmo!

Está plantando uma muda de árvore nativa da Mata Atlântica, para cada bebê nascido na cidade. 

A ideia do "Raízes de Itapemirim" é incentivar o plantio e recuperar áreas degradadas, aos cuidados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente: cada mudinha de árvore recebe uma placa com o nome da criança.

Após o plantio, os pais ganham  uma 'Certidão Natural', com informações sobre os cuidados com a saúde do bebê no primeiro ano de vida: um paralelo lúdico com o desenvolvimento da planta.
Demais, né?


Por falar em arvores...


 Os medíocres da AES Sul voltaram suas garras para a poda cretina do lindo Flamboyant da esquina da Tiradentes, próximo ao Parque do Engenho.
                                            

                                                        
Na minha cidade é assim: plantam numa calçada, detonam na outra.