outubro 06, 2021

CAPICUA


 “Eles têm medo

De que não tenhamos medo

Eles têm medo

De que não tenhamos medo”


Medo do Medo, da rapper portuguesa Capicua, 

em parceria com João Ruas.

 

Vi no excelente blog de Solon Saldanha:  https://virtualidades.blog/

DO MEU BLOQUINHO


 

Meus pais gostavam de bailes. E um deles era o de debutantes, em Outubro.

Era um baile bonito, com decoração no palco, com um conjunto bacana e meninas de pais conhecidos que realmente tinham aquele como seu primeiro baile.

Mas meus pais iam mesmo porque gostavam de dançar.  E dançavam muito bem.

Naquele ano, minha mãe fez um vestido novo e foi ao salão fazer maquiagem e cabelos. E o pai vestiu seu lindo summer, dos bailes de gala tradicionais e chiquérrimos de Cruz Alta. Com um grupo de amigos compraram mesa.

Na portaria, no hall do salão do CTC, ainda à Rua João Batista de Mello, o pai apresentou a sua carteira de sócio-remido.

 Foi barrado.

O porteiro e a secretária do Clube não sabiam o que era um summer:  

"Desculpe senhor, só pode entrar de smoking."  

Não tinham obrigação de saber que summer era um smoking  de verão. 

O pai tentou argumentar. Depois pediu para chamar o presidente do Clube, Juarez Enger. 

Não o fizeram. Tinham ordens expressas de não o chamarem para resolver situação alguma.

A diretoria não queria nem saber quem seriam os sócios barrados, enquanto que no salão circulavam os smokings fantasiados e cafonas de muitos, que nem vou citar...

Meus pais voltaram para casa, humilhados. Minha mãe, chocada.


O pai entrou na justiça por danos morais. Venceu.

Ele só foi botar os pés no CTC no debu da neta em 1996, alguns anos depois. 

Desde lá perdi a graça com o clube. Completamente.

Quando assisti o filme Normadland,  um insight:  “O que é lembrado vive.”

E sigo percebendo como muito continua igual. Um exemplo: não vejo sócios negros no clube. E acho que de summer também ninguém entra nos tristes bailes de debutantes movido a dj.

Por que lembrei dessa história?

Porque nesse finde fui comer um churrasco lá embaixo das arvores e só vi alegres bolsonaristas.

Relações estilhaçadas... Deu uma sensação tão ruim que voltei para casa.

 

DIA DE AUDIO CRÔNICA

OBRIGADÃO!

 Há 5 meses  tô aqui desabafando ... Às vezes fico sem graça pedindo ouvido.

Mas escrevo e mando a crônica porque, verdade seja dita,  divido minhas frustrações.

Tem uma frase do escritor Rubem Alves que diz assim:

"Amamos não a pessoa que fala bonito, mas a pessoa que escuta bonito… A arte de amar e a arte de ouvir estão intimamente ligadas."  

Bacana, né?

Gosto tanto de diálogo e me vejo monóloga de um assunto só: 

o Super-verme de Brasília, que se elegeu com o discurso de acabar com a mamata, apesar dele e sua família  sugarem, há 30 anos, as tetas do serviço público sem nenhum retorno para a sociedade. 

Há 30 anos descobriram como se rouba e se contrata funcionário fantasma. 

Incrível que nunca foram presos. 

Mas o rapaz que roubou um pedaço de carne no mercadinho tá até hoje na cadeia.

Essas crônicas surgiram de um impulso. 

Sim,  já me dei muito mal por agir no impulso...

Mas só assim montei um bistrô, só assim fizemos teatro no sótão, saraus nos bares, feiras nas praças, biblioteca na calçada, e num passado mais distante, peças teatrais que nos levaram a festivais  por aí a fora....  

Agora participo do Cuca Livre que reúne o pessoal da literatura, com canal no youtube. Amanhã tem, as oito e meia da noite! 

Se der, passe por  lá e dê uma curtida! 

Sempre digo: tudo que faço não rende um real, mas rende prazer e reflexão.

Quem continua a viver em Lajeado, cidade que busca ser inteligente, vocês sabem, precisa inventar para não sucumbir ao tédio, aos furúnculos sociais, ao fedor das esquinas, a falta de arvores nas calçadas... 

Quero agradecer a  você que me  escuta – e escuta bonito -  e ainda repassa essas crônicas ... E aos poucos que leem, por aqui e se mordem de raiva.

Muito obrigada, mesmo. 


 

PARQUES DE LAJEADO


 Assistindo uma reportagem sobre os jardins europeus, a gente percebe o quanto os parques de Lajeado só não são mais bonitos por falta de boa vontade.

Temos um horto na cidade que poderia plantar milhares de arvores e flores.

Quando se sabe que os turistas pagam para ver belos jardins floridos e as árvores centenárias...

Mas aqui o Parque do Engenho apresenta um lago podre, com patos que emporcalham tudo e transmitem piolhos. Nos postes, uma luz branca ordinária que parece de frigorífico.

E o povo tacanho se dá por satisfeito.


E o Parque Histórico? 
Só serve mesmo para os amigos do prefeito Caumo 
fazerem suas festas de cerveja...
 


Os governos nessa cidade continuam medíocres.

Visam o próprio bolso.


Agora o Parque da Orla, ainda não concluído.

Dragaram criminosamente o pântano, fizeram um lago, gramaram.

Mas a maioria das arvores sumiram. 

Se ainda plantassem um bosque para homenagear as vítimas do Covid, que ajudaram a matar entupindo  de cloroquina...

KARINA MEYER BRAUN


 

Augusto Darde convida:

Com o coração repleto de cores, anunciamos que a poeta Karina Meyer Braun (@karinameyerbraun) 

é a convidada para a edição 3 do Cuca Interior! 

A live será neste link: https://youtu.be/fznkkzkR53M


Na orelha do livro "Visceral":

 "Nascida em Teutônia, Karina Meyer Braun é professora de História, apaixonada pela profissão, violinista e poeta de coração. Recita seus poemas em saraus e slams dos quais participa."

A historiadora Silvana Rossetti Faleiro escreve o prefácio: 

"Visceral é leitura forte, aflita, ousada, ninho. (...) A autora aborda com aguçada sensibilidade e crueza variados aspectos da vida, do estar no mundo, do (sobre)viver. 

A cada virada de página, um vendaval: as palavras dançam com leveza e fúria, extravasando urgências postas em verso e desenho."

Participe do CUCA LIVRE, no Youtube. 

Estaremos ao vivo respondendo as perguntas!