CAPICUA
De que não tenhamos medo
Eles têm medo
De que não tenhamos medo”
Medo do Medo, da rapper portuguesa Capicua,
em parceria com João Ruas.
Vi no excelente blog de Solon Saldanha: https://virtualidades.blog/
De que não tenhamos medo
Eles têm medo
De que não tenhamos medo”
Medo do Medo, da rapper portuguesa Capicua,
em parceria com João Ruas.
Vi no excelente blog de Solon Saldanha: https://virtualidades.blog/
Meus pais gostavam de bailes. E um deles era o de
debutantes, em Outubro.
Era um baile bonito, com decoração no palco, com um conjunto
bacana e meninas de pais conhecidos que realmente tinham aquele como seu
primeiro baile.
Mas meus pais iam mesmo porque gostavam de dançar. E dançavam muito bem.
Naquele ano, minha mãe fez um vestido novo e foi ao salão fazer maquiagem e cabelos. E o pai vestiu seu lindo summer, dos bailes de gala tradicionais e chiquérrimos de Cruz Alta. Com um grupo de amigos compraram mesa.
Na portaria, no hall do salão do CTC, ainda à Rua João Batista de Mello, o pai apresentou a sua carteira de sócio-remido.
Foi barrado.
O porteiro e a secretária do Clube não sabiam o que era um summer:
"Desculpe senhor, só pode entrar de smoking."
Não tinham obrigação de saber que summer era um smoking de verão.
O pai tentou argumentar. Depois pediu para chamar o presidente do Clube, Juarez Enger.
Não o fizeram. Tinham ordens expressas de
não o chamarem para resolver situação alguma.
A diretoria não queria nem saber quem seriam os sócios
barrados, enquanto que no salão circulavam os smokings fantasiados e cafonas de
muitos, que nem vou citar...
Meus pais voltaram para casa, humilhados. Minha mãe, chocada.
O pai entrou na justiça por danos morais. Venceu.
Ele só foi botar os pés no CTC no debu da neta em 1996,
alguns anos depois.
Desde lá perdi a graça com o clube. Completamente.
Quando assisti o filme Normadland, um insight: “O que é lembrado vive.”
E sigo percebendo como muito continua igual. Um exemplo: não
vejo sócios negros no clube. E acho que de summer também ninguém entra nos
tristes bailes de debutantes movido a dj.
Por que lembrei dessa história?
Porque nesse finde fui comer um churrasco lá embaixo das arvores e só vi alegres bolsonaristas.
Relações estilhaçadas... Deu uma sensação tão ruim que voltei para casa.
OBRIGADÃO!
Há 5 meses tô aqui desabafando ... Às vezes fico sem graça pedindo ouvido.
Mas escrevo e
mando a crônica porque, verdade seja dita, divido
minhas frustrações.
Tem uma frase do escritor
Rubem Alves que diz assim:
"Amamos não a pessoa que fala bonito, mas a pessoa que escuta bonito… A arte de amar e a arte de ouvir estão intimamente ligadas."
Bacana, né?
Gosto tanto de diálogo e me vejo monóloga de um assunto só:
o Super-verme de Brasília, que se elegeu com o discurso de acabar com a mamata, apesar dele e sua família sugarem, há 30 anos, as tetas do serviço público sem nenhum retorno para a sociedade.
Há 30 anos descobriram como se rouba e se contrata funcionário fantasma.
Incrível que nunca foram presos.
Mas o rapaz que roubou um pedaço de carne no mercadinho tá até hoje na cadeia.
Essas crônicas surgiram de um impulso.
Sim, já me dei muito mal
por agir no impulso...
Mas só assim montei um bistrô, só assim fizemos teatro no sótão, saraus nos bares, feiras nas praças, biblioteca na calçada, e num passado mais distante, peças teatrais que nos levaram a festivais por aí a fora....
Agora participo do Cuca Livre que reúne o pessoal da literatura, com canal no youtube. Amanhã tem, as oito e meia da noite!
Se der, passe por lá e dê uma
curtida!
Sempre digo: tudo que faço
não rende um real, mas rende prazer e reflexão.
Quem continua a viver em Lajeado, cidade que busca ser inteligente, vocês sabem, precisa inventar para não sucumbir ao tédio, aos furúnculos sociais, ao fedor das esquinas, a falta de arvores nas calçadas...
Quero agradecer a você que me escuta – e escuta bonito - e ainda repassa essas crônicas ... E aos poucos que leem, por aqui e se mordem de raiva.
Muito obrigada, mesmo.
Temos um horto na cidade que poderia plantar milhares de
arvores e flores.
Agora o Parque da Orla, ainda não concluído.
Dragaram criminosamente o pântano, fizeram um lago,
gramaram.
Augusto Darde convida:
Com o coração repleto de cores, anunciamos que a poeta Karina Meyer Braun (@karinameyerbraun)
é a convidada para a edição 3 do Cuca
Interior!
A live será neste link: https://youtu.be/fznkkzkR53M
Na orelha do livro "Visceral":
"Nascida em Teutônia,
Karina Meyer Braun é professora de História, apaixonada pela profissão,
violinista e poeta de coração. Recita seus poemas em saraus e slams dos quais
participa."
A historiadora Silvana Rossetti Faleiro escreve o prefácio:
"Visceral é leitura forte, aflita, ousada, ninho. (...) A autora aborda com aguçada sensibilidade e crueza variados aspectos da vida, do estar no mundo, do (sobre)viver.
A cada virada de
página, um vendaval: as palavras dançam com leveza e fúria, extravasando
urgências postas em verso e desenho."
Participe do CUCA LIVRE, no Youtube.
Estaremos ao vivo respondendo as perguntas!