junho 09, 2022

VITOR RAMIL


"Nós vamos prosseguir, companheiro
medo não há
No rumo certo da estrada
unidos vamos crescer e andar

Nós vamos repartir, companheiro
o campo e o mar
O pão da vida, meu braço, meu peito
feito pra amar."

in Semeadura

#RUY CASTRO



Parabéns, Bolsonaro, você conseguiu.

Depois de três anos dedicado a entregar a Amazônia aos barões do desmatamento,

garimpo, caça e pesca ilegais;

aos invasores de terras, envenenadores de rios, algozes dos indígenas e abusadores de suas mulheres, pistoleiros profissionais e

traficantes de ouro, madeira, animais e, agora, cocaína;

a desmantelar a fiscalização que impedia a destruição da floresta;

e a prostituir os ramos locais do Ibama, da Funai, da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Exército, sua obra atingiu um novo clímax:

o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Que, à espera só da confirmação, já podem estar mortos desde domingo.



Tudo leva a essa conclusão: seus celulares não conseguem ser rastreados; o barco também desapareceu; e o sumiço se deu numa área limitada e familiar.

Some a isso o histórico de ameaças a Pereira e a patada desfechada por você no próprio Phillips, numa entrevista em 2019, lembra-se?

"A Amazônia é do Brasil, não é de vocês!".

Mas a Amazônia não é mais do Brasil — Bruno, por exemplo, é brasileiro.

Os assassinos de Bruno e Dom, se já estavam certos da impunidade, viram-se ainda mais seguros diante do corpo mole das autoridades e do seu desprezo presidencial pelo caso, ao culpar os dois pela "aventura" e emitir um diagnóstico que nos envergonha como nação:

"Eles podem ter sido executados", disse você, com notável tranquilidade.

O apagamento de brasileiros como Bruno Pereira é regra nessa Amazônia sem lei.

 Mas Dom Phillips é um cidadão britânico, credenciado por organizações internacionais de proteção ao meio ambiente e jornalista ligado a dois veículos poderosos: o inglês The Guardian e o americano The New York Times. 

Eles não deixarão barato e, de repente, você periga ter de engolir mais do que poderá mastigar.

O mundo já quer saber, Bolsonaro: onde estão Bruno e Dom?





 

33 MILHÕES DE PESSOAS COM FOME NO BRASIL

Gilmar Machado
 Por aqui, em Lajeado, uma elevação de 26,6% no Cadastro Único para Programas Sociais.

Antes da chegada da covid, a cidade tinha pouco mais de 5 mil famílias inscritas. Em abril deste ano, o total alcançou 6.343.

Benett

Pelo acompanhamento da Assistência Social, famílias com renda per capita de até R$ 210/mês são consideradas em situação de pobreza ou pobreza extrema.


Conforme a estimativa populacional do IBGE de 2021, Lajeado tem 86.005 habitantes. Deste total, 5.322 pessoas estão na linha da pobreza ou abaixo dela (equivale a 6,1% da população da cidade).

Fonte: Jornal A Hora

BOLSONARO CONDENADO


 Por dano moral coletivo à categoria dos jornalistas após ação do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.


No Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, as e os jornalistas conquistaram uma vitória histórica contra Jair Bolsonaro.

O despresidente da República vai pagar R$ 100 mil a título de indenização por dano moral coletivo à categoria.

“A juíza Tamara Matos também cita diferentes declarações homofóbicas e misóginas de Bolsonaro contra jornalistas.

"Restou, destarte, amplamente demonstrado que ao ofender a reputação e a honra subjetiva de jornalistas, insinuando que 

mulheres somente podem obter um furo jornalístico se seduzirem alguém, 

por fazer uso de piadas homofóbicas e comentários xenófobos, 
por expressões vulgares e de baixo calão, 
e pior, 
ameaçar e incentivar seus apoiadores a agredir jornalistas, 

o réu manifesta, com violência verbal, seu ódio, desprezo e intolerância 

contra os profissionais da imprensa, desqualificando-os e desprezando-os, 

o que configura manifesta prática de discurso de ódio, e evidentemente extrapola todos os limites da liberdade de expressão garantida constitucionalmente."

#MOISES MENDES

Angeli

 

OS EMPRESÁRIOS E O JOGRAL DE HIENAS 

LIDERADAS POR BOLSONARO

 

A elite alemã resistiu por um bom tempo até aceitar que Hitler era o cara.

Os relatos do pós-guerra contam que parte desse apoio, no começo, era constrangido e quase camuflado. 

Grandes empresários sabiam que aquele era um bandido, mas aderiram ao projeto porque ganhariam muito dinheiro com o nazismo e a guerra. E ainda seriam bajulados. 

 Hitler chamava ou era chamado pelos líderes da indústria para reuniões fechadas. Ali anunciava seus planos, sempre com o apelo do combate aos comunistas, aos judeus e aos trabalhadores organizados. A elite amoral foi parte decisiva do nazismo, como ocorreu na ditadura no Brasil. 

 


Bolsonaro também é chamado por empresários para reuniões fechadas, sem acesso da imprensa, porque essa é a característica do colaboracionismo das elites em tempos de anormalidades. 

Foi o que aconteceu nesta quarta-feira num almoço com empresários no Rio. Ninguém além dos ricaços (ou que se acham ricos) que estavam ali poderia chegar perto de Bolsonaro e dos seus anfitriões na hora do almoço.

Os jornalistas poderiam ver e ouvir o discurso, na TV de uma sala ao lado, mas não podiam ver os tapinhas nas costas. Podiam ouvir as gargalhadas, quando Bolsonaro disse que Lula é um bêbado com nove dedos, mas não podiam ver quem gargalhava.

 


Bruno Galvão


Os jornalistas puderam ouvir um “não” de torcida organizada, quando Bolsonaro perguntou se as decisões do Supremo devem ser cumpridas. Mas não dava para ver na sala ao lado a cara de quem aplaudia Bolsonaro enquanto ele atacava Edson Fachin e o STF.

Sempre foi assim nos regimes de exceção. O déspota de plantão se reúne com seus apoiadores a portas fechadas, para que possíveis constrangimentos não sejam testemunhados. Que os convivas sejam o que são, sem observadores. 

No momento em que radicaliza seus ataques às instituições, Bolsonaro vai a todo tipo de manifestação, de motociatas a reuniões-almoço, com turmas que agrupam milicianos, militares, grileiros, banqueiros, sonegadores, golpistas, mamadores em orçamentos secretos, escravagistas.

Por que um almoço do presidente da República com empresários acontece a portas fechadas, se esse tipo de evento, com esse formato, era exceção até na ditadura? Porque há momentos que não podem ser captados.


Amarildo

A cumplicidade requer a preservação de intimidades. 

Na Alemanha nazista, grandes grupos ofereceram suporte a Hitler, incluindo os sempre citados IBM, Siemens, Krupp, Oetker, Volkswagen e também pequenas empresas que queriam fazer média com o nazismo.

Algumas dessas empresas ajudaram diretamente no plano de eliminação de judeus. Todos participavam de reuniões fechadas com Hitler ou com seus prepostos. O nazismo avançou com o apoio da elite econômica, mesmo que muitos não mostrassem a cara, como aconteceu no Rio.

Hoje, quando consumimos um fermento da Oetker ou subimos num elevador da Krupp, depois associada à Thyssen, devemos saber que as marcas estiveram em algum momento ao lado do nazismo. 

Não há como apagar essa memória, para que a História não se repita. As reparações feitas pela Justiça são importantes, mas insuficientes.

Nós todos sabemos, inclusive o Ministério Público, todo o Judiciário, o Supremo e as instituições da República, que empresários aliados declarados de Bolsonaro são colaboracionistas de um sujeito investigado e processado por crimes graves. Sabem que Bolsonaro é visto internacionalmente como genocida.


Amarildo


Quem ri dos ataques de Bolsonaro ao Supremo talvez se comporte pior do que os alemães que se reuniam com Hitler. E muito pior do que os empresários que se encontravam com os mandaletes civis dos militares no Brasil. Porque Hitler e os generais tentavam transmitir um ar de seriedade às suas crueldades.

Bolsonaro, não. Bolsonaro exala chinelagem. 

Debocha dos mortos pela pandemia, da ciência, da vacina, da democracia, das instituições. A tirania de Bolsonaro está associada ao que existe de mais repulsivo e bagaceiro.

Pois os cúmplices de Hitler sabiam que eram aliados de um assassino poderoso. A elite brasileira cúmplice de Bolsonaro, que ri da barbárie, sabe que se acumpliciou com um miliciano. 

A elite bolsonarista sabe que integra um jogral de hienas ao redor de um ogro desesperado.

 

Miguel Paiva

Né?