julho 06, 2011

MARIA DUENAS


“Uma máquina de escrever arruinou o meu destino. Foi uma Hispano-Olivetti, da qual me separei durante semanas... (...) custa a crer que um simples objeto mecânico pudesse ter potencial suficiente para quebrar o rumo de uma vida...” no livro Tempo de Costuras.

ACABARAM-SE OS DIAS DE CÃO


Florence and the Machine é o nome artístico da cantora inglesa Florence Welch. O som da sua banda  é descrito como uma combinação de vários gêneros que incluem o rock, indie, folk e soul. The Machine é o nome atribuído à banda de apoio composta essencialmente de músicos instrumentistas que trocam, dependendo das necessidades sonoras para as performances realizadas. A banda era  reconhecida no circuito alternativo, depois explodiu com uma força da BBC de Londres. Eu não sei se gosto. Gosto?

AGUA MOLE EM PEDRA DURA...


Photo by Robert Schmidt /AFP
... tanto bate até que fura, diz o provérbio. Mas a gente não se emenda. Aqui duas meninas somalis enchem suas latas em um ponto de distribuição de água no maior campo de refugiados do mundo: Dadaab, na fronteira entre o Quênia e a Somália, onde o povo vive a pior seca dos últimos 60 anos. E olha que são 300 mil refugiados. E nós ainda lavamos as calçadas, molhamos o jardim no verão, putz. Este ano seremos 7 bilhões de pessoas no planeta. Haja água para toda essa gente. Será que o rio Taquari um dia vai secar também?

MAFALDA QUERIDA

QUEM BATE? É O FRIO...


.inverno de infância... japona de lã em metro, touca e manta no pescoço sobre o guarda-pó branco do fernandes vieira e a conga nos pés. meu pai ainda fazia a gente colocar dobradinho um pedaço de jornal dentro do calçado “prá esquentar bem”. na volta da escola tirava as congas e colocava os pés dentro do forninho do fogão à lenha. saía fumaça e os pés derretiam. inverno de infância... meu pai passava vick no peito, colocava uma bolsa de água quente nos pés, puxava as cobertas e os cobertores comprados nas casas pernambucanas até as orelhas e dobrava as  laterais  embaixo do colchão para que eu não me descobrisse durante à noite.
inverno de infância... gemada, canjica com leite, vapores que se condensavam na janela da cozinha enquanto eu via os peludos levantar a lona velha do circo, nos fundos da minha casa. agora os cientistas insistem que a última década foi a mais quente desde o início da medição da temperatura no século 19 e que o ano de  2005 foi o mais quente dos últimos 100 anos. e que no ano passado, para as olimpíadas de inverno em vancouver foi preciso trazer neve de outro lugar, pode?  eu só sei dizer que foi preciso o frio chegar com toda essa tirania para que eu lembrasse da minha infância gelada.

julho 05, 2011

DOUGLAS HURD



“A prisão é uma maneira muito cara
de tornar as pessoas piores.” 

SE ESSA MODA PEGA...



Photo by Antero de Alda

O governo de Nicolas Sarkozy anunciou hoje que os franceses nascidos a partir de 1955 terão que contribuir para a previdência durante 41,5 anos, o que representa seis meses a mais do que o previsto.
Aposentadoria plena?  
Só a partir de 65 a 67 anos de idade - apesar do muitos protestos e greves contra a medida.
Ufa, to longe.

BIZ STONE: CO-FUNDADOR DO TWITTER

5 ANOS DE TWITTER

A única coisa realmente diferente sobre o Twitter ao contrário do trabalho anterior (Blogger) é a velocidade.Realmente não parece que se passaram cinco anos. 

O Twitter é um triunfo, não é necessariamente um triunfo da tecnologia, mas um triunfo da humanidade.
... ele é apenas muito simples e conecta as pessoas com outras pessoas que não seriam conectadas. Eu acho que isso é muito importante. Não é apenas sobre a conexão com pessoas que você conhece, é sobre a conexão com pessoas que você queria que você soubesse. 

Trata-se de seguir os seus interesses, não apenas as pessoas, mas coisas que são intrigantes para você. É sobre a obtenção de informações e notícias, que de outra forma não teria conseguido. 
(...)
 Acho que abre uma espécie de empatia entre as pessoas, uma percepção de que não somos apenas cidadãos de um determinado estado ou país, mas cidadãos do mundo. Que estamos todos juntos nisso. (...)  Pense em coisas que poderíamos ter conseguido se começarmos a pensar em nós mesmos como todos no mesmo barco e não divididos em ilhas.

DO MEU BLOQUINHO


Olita não era alta, nem baixa,
nem feia, nem bonita.
apenas uma mulher
de silêncios
hálito rançoso
e sorriso pouco
daquelas mulheres
sem chance de expressar
suas dores
era Olita
não Lolita.

CARLOS LACERDA VIVE AQUI...

Um dia, sentada numa esquina dos anos 80 na minha cidade arenista, um conhecido contava orgulhoso das façanhas de um  sujeito chamado Carlos Lacerda, que eu conhecia da Revista Manchete que meu avô assinava em Cruz Alta.
Tempo atrás a memória foi refrescada: jornalista que viria a ser deputado e  primeiro governador de Guanabara, mentor do jornal Tribuna da Imprensa e da editora Nova Fronteira.

Quem se interessa por isso?
Leio a versão cabeluda de Lacerda na ótica de Samuel Weiner, no livro “Minha razão de viver” que pega poeira  ao lado de Breno Caldas, “Meio século de Correio do Povo”, na minha humilde biblioteca.  

O  DELATOR
Carlos Lacerda veio do interior do Rio para a capital, Rio de Janeiro, em 1954. Sem grana foi recebido pelo escritor gaúcho e comunista, Álvaro Moreyra.
Lacerda entra para o PCB. Mais tarde denunciaria todos seus membros para a polícia. Álvaro Moreyra  manda o cara se retirar de sua casa. Foi e se empregou num jornal  de extrema direita.


O VIRA CASACA
Um dia os “libaneses cariocas” contratam Lacerda para fazer propaganda para sua causa no conflito árabes e judeus na Palestina. Ele faz.
Mas de uma hora para outra, Lacerda muda-se para o lado dos judeus, que pagavam o dobro dos libaneses, estes subestimando o provérbio árabe:
“Desconfia do amigo que freqüenta teus inimigos...”

O GOLPISTA
Teria participado em 1955 de um golpe de estado  para impedir a eleição e a posse do presidente eleito Kuscelino Kubitscheck e o vice, João Goulart.
Mas nem os militares da época confiavam nele. Tanto que cumpriu exílio.


Li sobre Lacerda no livro de Rubens Vidal Araújo: “Os Vargas”, que conta a trajetória de Getulio, inimigo de Lacerda. Recomendo.
Na internet, muita informação.
Mas, não posso levar para debaixo das cobertas meu computador. Por isso, o livro onde vejo que Lacerda não passou de um traidor e  símbolo da direita >>> autoritário, hipócrita, falso moralista, arrogante...
Mas não é que na minha cidade há um Lacerda em quase cada sala arenista da prefeitura?

julho 04, 2011

W. G . SEBALD


“Na decadência da natureza,
os sinais de destruição da cultura.” 


WERNER BORN

Estava viajando quando seu Werner Born faleceu.
Lembro porque descubro essas fotos nos meus arquivos.  São imagens cedidas pelo filho, Lulu,  um amigo de infância.
Maravilhosos esses registros...
Seu Werner era um homem de fala pouca, de observâncias. Tenho certeza de que tinha muito para contar. Viveu quando solteiro uma vida que gosto de imaginar -  boas aventuras.
Lamento profundamente não ter conversado mais com ele quando entrevistei sua esposa d. Zuleika, em março de 2009 e tantas coisas foram ditas, tanto desabafo...
Seu Werner foi o primeiro cidadão com uma licença de  piloto privado de avião – breve -  em Lajeado, sabe-se lá se não em todo Vale do Taquari?  Fico em dúvida se realmente ele nessa foto? Quero crer que é.

E, se não me falha a memória quando o Lulu contava, a primeira moto que apareceu por aqui também foi seu Werner quem pilotou.
Mais tarde realizaria uma viagem bacana de moto pelo Brasil  tal qual um bandeirante paulista. Quem de nós pode trazer emoções semelhantes no currículo?

Seu Werner faleceu quase vinte dias depois da esposa. No dia 25 de maio deste ano.
Aos 92 anos.
Um dia quero encontrar ele e passar a limpo essas histórias dos anos trinta. 

BETHANIA PURA POESIA

LUGARES HIP EM PARIS

Com todo mundo assistindo e comentando  Midnight in Paris do Woody Allen, a cidade acaba despertando novos e velhos anseios... Se  alguém caiu aqui  neste blog de bobeira, acabo de receber os lugares mais quentes do verão parisiense:

1 - Horror Picture Tea  na 95, Saint Honoré,75001
Pastelaria e casa de chá, tattoo, trilha sonora rock roll, crânios adornam as tapeçarias...
2 - Café Utopia  na  79, rue de l'Ouest, 75014
Na verdade um clube privado. Descole um sócio para curtir o que há de melhor em jazz et chansons françaises.

3 – "Barbeiro" na 14, rue Condorcet,75009
Sim, ainda existem os que usam navalha tradicional. Só que este barbeiro atende por Sarah. E a foto é meramente ilustrativa.

4 – Candelária na 52, rue de Saintonge  75003
À primeira vista parece um pequeno resto mexicano. Parece. No fundo, uma porta abre para o bar de coquetelis. Barulhento, mas chic. Chegue cedo, tipo 19h.

5 – Na 14, rue du Capitain Narchal,75020 uma Casa definida como um subterrâneo cultural e onde moram artistas que promovem festas badaladas e concertos. Procure...


Por fim, o último  esnobismo parisiense: 
Transformar o próprio  apartamento  em uma galeria de arte efêmera.  
Dá pára imaginar 5 pessoas em seu êxtase na cozinha? 
Ou 15  brindando na sala de estar?
É o que pretende o Coletivo de Criadores de Paris: invadir o ap ou sótão ou porão e promover exposições de arte. Eu não me importaria se rendesse uma tela ou uma escultura. Das boas, né, mané?

VULCÃO PUYEHUE


a fuligem peneirada
c
 a
   i
da nuvem pesada
no meu quintal.