outubro 19, 2013

JORGE MAUTNER


“Liberdade é bonita 
mas não é infinita
Me acredite:
liberdade é a consciência do limite”.

TRILHA SONORA


19 de outubro de 1913 - 9 de julho de 1980 

INSONIA, SONIA!

O cérebro “faxina” as nossas toxinas quando dormimos. 
O estudo americano foi publicado na revista Science:  a “limpeza” seria uma das principais razões para o sono, conforme a  pesquisadora Maiken Nedergaard.  Quando você dorme suas neuróglias encolhem, abrindo espaço entre os neurônios e permitindo que um fluído “lave” o cérebro.

Não acontecendo a faxina, a memória e o aprendizado vão para o ralo.

Os pesquisadores acreditam que a “faxina cerebral” é uma das principais razões do sono:



“O cérebro tem energia limitada e precisa escolher entre dois estados funcionais – ou está acordado e atento, ou dormindo e fazendo a faxina”, disse Nedergaard. “É como uma festa em casa. Ou você recebe os convidados, ou limpa a casa. Não dá para fazer os dois ao mesmo tempo”.

 Haja faxina depois da festa, sonia, as quatro e meia da madrugada...

outubro 17, 2013

GLAUBER ROCHA

Haruo Ohara

“Na criação artística o maior empecilho é o medo. 
Os autores que criaram grandes obras na América Latina venceram o medo para não sucumbir ao terrorismo do complexo de inferioridade. 
Eu, inclusive, rompi este complexo no berro. 
Eu não tenho medo de criar, se tiver engenho e arte vou em frente. 
É necessário não ser babaca, pois a babaquice é o maior inimigo do artista.” 

TRILHA SONORA

WOODPECKER DA FERRUGEM

Todas as manhãs, dona Picidae surge com seu topete moldado no gel. Descubro, fêmea. Se  ele, ostentaria uma “gravata” vermelha. É o pica-pau-de-cabeça-amarela. Seis horas da manhã, confere o visual na vidraça junto ao seu tronco favorito e raivosamente, tttrrrr... Uma, duas, tres vezes. Não tem como não madrugar. Integra a coleção das aves catarinenses. Junto com com uma família de aracuãs, promovem a maior algazarra no meu mato. Ontem vi uma cambacica e duas pombas. Aos poucos vão chegando. Para elas as ameixeiras, as pitangueiras, os butiazeiros, mamoeiros, a amoreira, o araçá, bananeiras, o guabiju, o abacateiro... 
Voltar é um vacilo. Confiro os jornais. Aprovaram a compra do terreno para a camera de vereadores da minha cidade. Ao redor da praça da matriz, primeiro núcleo urbano. Solicitaram um projeto aos arquitetos... Espero que todos tenham sensibilidade suficiente – e talento – para projetar um predio de acordo com a vizinhança de casas antigas. Uma arquitetura que não agrida os olhos e a alma. Mas duvido. Essa colônia pauta por falta de referência. Não será desta vez que surpreenderia.


 Os pica-paus tem dois dedos pra frente, dois para trás. Como os políticos. Picam tudo. Aí vem as larvas, as formigas, os cupins. E a natureza se renova. Às vezes, o homem ajuda. E destrói. Quando pensa em construir. Como os arquitetos.



FILOSOFIA CANINI

 Canini é premiado ilustrador gaúcho. Não é aquariano, por detalhe. Desenhou muito Zé Carioca para a Abril. Nascido em Paraí, terra do basalto, das bandas de Lagoa Vermelha. A folhinha é da minha primeira agenda Terra. Na onda do desapego, joguei fora, mas conservei o cartum. Coisa de muito apego que não sei explicar. Nem quero pensar.



ANNAS

Ferrugem
photos Joice Schuh

ADIN STEINSALTZ


“Uma das maneiras de espalhar a ignorância não é contar mentiras às pessoas, é dar a elas informações demais.
Informação demais pode ser até pior do que ter pouca informação.
Eu não consigo absorver a informação,
não consigo ter acesso a ela,
não consigo usá-la.
Então, qual é o resultado?
É que você se dispersa, entende?

Eu vi aqui, neste país, um país tão lindo de ver, que algumas gotas de chuva sempre são bem-vindas, mas 400 milímetros de chuva não é muito conveniente.
Imagine 2.500 milímetros de chuva em 24 horas no Rio de Janeiro.
Que nome você dá a isso?
Um desastre.

Mas a chuva é boa. A chuva é boa, não é?
Cada gota é boa.
A quantidade de chuva acima de um dado limite é um desastre.
E o que podemos fazer sobre isso?

Você quer saber sobre todos os assuntos.
Você pode entrar agora na internet e tentar encontrá-los.
E você verá artigos e mais artigos, em todas as línguas.
Depois de um tempo, você não os lerá, e eles não lhe trarão nenhum informação.
Mais uma vez, voltamos ao problema básico de avaliar o que se tem, separar as coisas e lidar com o que se tem.

A pergunta é: quem pode separar as coisas?”



* rabino, filósofo