dezembro 13, 2024

MAYA ANGELOU

“As pessoas podem não lembrar exatamente

o que você fez, ou o que você disse,

mas elas sempre lembrarão como você as fez sentir.”
 

RACISMO, NÃO!


 Ontem à noite, a entrega do Prêmio de Literatura da Academia Rio-Grandense de Letras (ARL) de 2024.

No discurso do presidente, o escritor Aírton Ortiz, uma fala preconceituosa.

A escritora Eliane Marques, vencedora do Premio ARL e do Premio São Paulo de Literatura 2024, com o livro “Louças de Família”, pede uma retratação pública, por escrito, do presidente em razão da fala inadequada, racista e etarista:

“Não é mais possível que ouçamos em silêncio afirmação como esta, de que o RS é pioneiro nas academia de letras em razão da imigração alemã e italiana.  E que o restante do país  não teria seguido esse pioneirismo  em razão da sua predominância escrava, quer dizer, negra. Sabemos  que o fundador da Academia Brasileira de Letras é Machado de Assis.  E tivemos grandes nomes Maria Firmina dos Reis, Luís Gama, Lima Barreto. No RS, temos os contemporâneos Ronald Augusto, Luís Mauricio, Fernanda Bastos, Natalia Polesso, Oliveira Silveira... Então como é que nós escutamos poemas  e uma historia e a branquitude não se levanta em razão dessa afirmação?”

 Aplaudida por alguns.

O presidente Aírton Ortiz pediu desculpas, disse que não soube se expressar.

A primeira consequência veio com a saída do escritor Christian David, da entidade.

 

Comovida e orgulhosa com a bravura de Eliane Marques. 

Lembrei que abandonei uma academia literária por ler num grupo de whatsapp as ofensas homofobicas de um “escritor” contra outro. Depois, o mesmo ofendeu outra escritora, que acabou saindo também. A diretoria da “academia branquitude” e seus acadêmicos nunca viram nada de mal porque não tomaram nem uma atitude.

E o babaca continua lá, mantendo a pose.

 

HANI ABBAS


 

SEM ANISTIA


 

DO MEU BLOQUINHO


A insônia me tritura de forma ensurdecedora. É como um trem velho, barulhento, que a toda hora chega até uma estação diferente para ver se tem alguém para embarcar. Um ou outro, entra, um ou outro sai. E o trem segue até um ponto que não sei dizer qual, faz a volta e retorna aos mesmos trilhos e as mesmas estações. Quatro horas de sono custoso que acorda com o galo do vizinho às quatro e meia. Rolo, rolo, rolo. Ate decidir levantar. Moída, mal-humorada, desanimada. A morte lhe cai bem – nome de uma comedia babaca q nunca vi mas gravei o nome e me faz pensar em cemitérios... Insônia é a morte por antecipação. Leva a demência. Tô muito phudida.

 

SEM ANISTIA

Para os e as bolsonaristas que bisbilhotam por aqui,

 não esquecerem de qual lado continuo.
 

dezembro 11, 2024

RAYMOND CLEVIE CARVER JR.


 “E você conseguiu o que queria desta vida, 

mesmo assim?”

“Eu consegui.”

“E o que você queria?”

“Me chamar de amado, 

me sentir amado na terra.”

BRAIN ROT

 O Dicionario Oxford escolhe a cada dezembro uma palavra ou uma expressão q definiu o ano q vivemos. 

Já definiram a de 2024: é brain rot. 

Ou seja, atrofia cerebral ou cérebro apodrecido, em tradução literal.

A escolha reflete o impacto crescente do consumo excessivo de conteúdos digitais triviais, eu diria babacas, na saúde mental, especialmente entre as gerações mais jovens.

Vejo pelas minhas netas e netos...
 

ATÉ TU, ONÉLIA?

Waldez Góes, do PDT. Renan Filho, do MDB. Wellington Dias e Rui Costa e Camilo Santana (PT).

 O que eles têm em comum?

Todos ministros do governo Lula.

Todos mexeram os pauzinhos em legislativos estaduais para enfiar suas respectivas esposas em cargos vitalícios nos tribunais de contas dos seus estados, com salários que beiram ou passam os R$ 40 mil.

“Onélia Leite de Santana, 42, é secretária de Proteção Social no governo do Ceará.

A pasta desenvolve e coordena políticas de assistência social, segurança alimentar e nutricional e artesanato. Onélia tem graduação em Letras, MBA em Gestão Pública e é doutora em Ciências da Saúde.”  Em Come Ananás.

 * Política é um asco, né? Ninguém dá ponto sem nó.

 

ADEUS AO VAMPIRO DE CURITIBA

1925-2024

Prêmio Camões de 2012


 

" A chuva engorda o barro e dá de beber aos mortos."
Dalton Trevisan em  "Dinorá"

URGENTE MATA CILIAR


 


Um doutor em recuperação de areas degradas pelas águas e pelos homens, 
mandou  essa observação para meu whatsapp...
Esse cara devia estar preso pela destruição que causou na beira do rio Taquari....

CARTUM


Hani Abbas é um cartunista sírio-palestino nascido em 1977 no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, na Síria. Em 2012, ele fugiu da Síria  após a postagem de uma de suas caricaturas no Facebook.  Abbas pediu asilo à Suíça, onde reside. Com a queda do ditador Bashar al-Assad o artista comemora. Resta saber como a Síria vai se reconstruir de tantos anos de crimes contra o povo. A História tem mostrado cai um ditador, entra outro...
 

DO MEU BLOQUINHO

Dias desses remexi no word e vi o q um profe de oficina literária me disse, abaixo de um texto meu: Tu escreve como um homem. Não sei até hoje o que isso significou. Seca, objetiva, agressiva? Assim foi minha vida de rótulos e escaninhos: louca, desbocada, pessimista. Talvez, a etiqueta q eu preferisse fosse a de escritora, mas nunca colou. Vai ver q não sou. Gostar de escrever não te faz escritora. Publicar um, três, cinco livros também não. Só desconfiei que poderia ser uma escritora quando uma profe universitária inclui meu livro nas leituras recomendadas para uma disciplina. Putz, mas ainda não achei meu código de barra...

 

RAYMOND CLEVIE CARVER JR

MEDO

Medo de ver a polícia estacionar à minha porta.

Medo de dormir à noite.
Medo de não dormir.
Medo de que o passado desperte.
Medo de que o presente alce voo.
Medo do telefone que toca no silêncio da noite.
Medo de tempestades elétricas.
Medo da faxineira que tem uma pinta no queixo!
Medo de cães que supostamente não mordem.
Medo da ansiedade!
Medo de ter que identificar o corpo de um amigo morto.
Medo de ficar sem dinheiro.
Medo de ter demais, mesmo que ninguém vá acreditar nisso.
Medo de perfis psicológicos.
Medo de me atrasar e medo de ser o primeiro a chegar.
Medo de ver a letra dos meus filhos em envelopes.
Medo de que eles morram antes de mim, e que eu me sinta culpado.
Medo de ter que morar com a minha mãe em sua velhice, e na minha.
Medo da confusão.
Medo de que este dia termine com uma nota infeliz.
Medo de acordar e ver que você partiu.
Medo de não amar e medo de não amar o bastante.
Medo de que o que amo se prove letal para aqueles que amo.
Medo da morte.
Medo de viver demais.
Medo da morte.
Já disse isso.

Medo.