Guardachuvadelaura
julho 29, 2021
AS MAXAMBOMBAS NO VALE DO TAQUARI
Só quando a gente começa
a catar as peças do quebra-cabeça da História é que se percebe o quanto
outros já deram duro e se sacrificaram para montá-lo.
Refiro-me ao prof. José Alfredo Schierholt, de Lajeado, que escreveu diversos livros revelando a história de cidades, de revoluções, criando dicionários e narrando sobre personalidades da minha região.
Estou em viagem ao passado para escrever meu próximo
romance, que se passa em Cruzeiro do Sul. E tudo que vejo do trabalho minucioso do professor por aí, guardo, para me inspirar e dar veracidade a minha ficção.
Comercio & Navegação Minerva, junto ao Porto de Santarem
É do prof. Schierholt o seguinte texto:
Havia cinco maxambombas em Cruzeiro do Sul:
No Porto de Santarem, estabelecida pela família
Azambuja depois de 1835;
no Porto São Miguel, defronte à Itaipava Ramos;
no Porto Schröeder, abaixo da Linha Bom Fim;
no Porto São Gabriel de Estrela, da família Lopes e
no Passo de Estrela, de Teodoro Wiebbeling.
1891
https://www.facebook.com/Acervo-Lajeado-113003960436633
Esta palavra “maxambomba” tem sua origem do inglês ou
alemão “machine-pump”, “bomba mecânica”, para designar um ascensor
mecânico para barrancas altas dos rios navegáveis. Era um mecanismo
característico também nos portos do Rio Taquari.
Na parte interna do armazém ou trapiche havia um grande pião
de madeira, com um cambão para movimentá-lo, por tração animal, cavalar ou
muar, a caminhar em cancha circular, fazendo o pião rodar. Nesse pião estava
enrolado um cabo de aço, em cujas extremidades eram presos os troles ou
pequenos vagões.
Estes vagões rodavam por sobre dois pares de trilhos de aço,
semelhantes a uma estrada de ferro, assentada sobre caibros ou dormentes,
fixados em cima de grossos troncos de madeira, fincados no chão.
Os caibros estavam colocados transversalmente sob os trilhos, desde o trapiche, até dentro da água do rio, em seu nível mais baixo.
Ao ser movimentado o grande pião, os dois troles rodavam em sentido inverso
sobre os trilhos, de maneira que, enquanto um subia, desde o barco até o
armazém, o outro descia do armazém ao barco, para a carga e a descarga, num
contínuo vaivém.
Normalmente, entre os trilhos havia uma escadaria para os
passageiros e tripulantes, como na Navegação Arnt.
A primeira maxambomba é de 1852, na cidade de Taquari.
Nos principais portos do rio Taquari havia em torno de 30
maxambombas.
Em Lajeado havia cinco destes mecanismos e em Estrela, quatro:
no trapiche da Navegação Arnt (Kasper e Mainhart), no da Navegação Capital (A.
M. Arenhart), na fábrica de Sabão Costa e no Oriental (nos fundos da Fundição
Wirtz, conforme escreveu Assis Sampaio, no jornal Nova Geração, de
7-4-1973, e no livro “Nas Barrancas”, p. 69.
Em Muçum, o empresário comercial Isidoro Slongo montou uma
maxambomba, que chamava de elevador, junto ao seu trapiche ligado ao
Armazém Secos e Molhados.
O Projeto ou Planta foi desenhado por Raffaele
Peretti, em 8-3-1909, de Encantado.
A maioria das maxambombas foi desativada depois da grande enchente em 1941, que acabou com a navegação fluvial e predominou o transporte rodoviário.
GORDON PARKS
Gordon Parks foi o primeiro fotógrafo afro-americano da revista americana LIFE, e conta que “Os restaurantes brancos me faziam entrar pela porta dos fundos. E nos cinemas, os brancos nem me deixavam entrar ”.
Watson contou-lhe sobre sua vida de luta, de um pai
assassinado por uma turba de linchamento, de um marido morto a tiros. Ele a
fotografou no trabalho, culminando em
seu American Gothic, uma paródia clara da icônica pintura a óleo de 1930, de
Grant Wood.
“Vi que a câmera pode ser uma arma contra a pobreza, contra o racismo, contra todo tipo de injúria social. Naquele momento eu sabia que precisava de uma câmera.”
AINDA SOBRE ESTATUAS...
Inaugurada em 1963, a estátua de Manuel de Borba Gato, instalada em uma praça de São Paulo, é um dos monumentos mais controversos do país.
Segundo o livro "Vida e Morte do Bandeirante", de Alcântara Machado, lançado em 1929, Borba Gato e os bandeirantes exploraram o interior do Brasil, capturando e escravizando indígenas e negros encontrados pelo caminho, quando não os matavam em confrontos sangrentos, dissipando etnias entre os séculos 16 e 17.
Também estupraram e traficaram mulheres indígenas,
além de roubar minas de metais preciosos nos arredores da aldeia.
julho 28, 2021
DIA DE AUDIO CRÔNICA
TURISMO EM ALTA
A Clarice Lispector disse que ela perdeu muito tempo até
aprender que não se guardam as palavras. Ou você as fala, as escreve ou elas te
sufocam.
Pra não morrer com a boca cheia de agrião, gostaria de dizer
que talvez eu possa, humildemente, contribuir com uma sugestão para o turismo
no Vale do Taquari.
Turismo tá na pauta dos governos. Parece que agora acordaram aqui no Vale.
Se tu não tens casario antigo para atrair turista, quem sabe
tem cascatas e parques ecológicos, né? Não tem praia, não tem restaurante
giratório com quase 80 m de altura, mas quem sabe tem um morro preservado que
dá pra fazer rapel?
E se tu não tens nada disso, vamos botar a cabeça pra
funcionar... Porque turismo é gerador de emprego, de renda, não é?
Tô pensando que bem no trevo da cidade de Lajeado também seria bacana um grande ícone de cimento. Sim... Depois do simulacro da Liberdade e do Jesus, sugiro construirmos uma estatua do MITO. Olha que original! Nem é cópia!
Tenho certeza absoluta que todo o Vale vai comemorar. A não
ser aqueles que chamam a gente de invejosos, né?
Minha sugestão é que a Amturvales crie uma nova rota por aqui.
Assim ó:
Os turistas passam pelo Fritz e Frida de Estrela, passam
pela estatua americana do véio, bem ali na área de APP junto ao rio Taquari, que o
Caumo liberou, depois atravessam a “nossa” estatua, bem no meio da BR 386,
junto ao trevo que divide a cidade e... Detalhe: os carros entram pela boca do
mito e saem pelo... Ahã! E depois os turistas seguem até a estátua do Cristo,
em Encantado.
Taí! Eis a linda Rota das Estátuas!
(Pronto... Agora
não morro com as palavras sufocadas.)
VIVA AS CÃS!
Andie MacDowell, 63 anos, defende a cor natural de seus
cabelos:
“Acho que a idade no meu rosto, para mim, não combinava mais
com os meus cabelos. De alguma maneira, sinto que aparento ser mais jovem
agora, porque parece mais natural. Não é como se estivesse tentando esconder
algo”.
OLIMPÍADA
Nossas primeira medalhas vieram do skate. Logo esse esporte tão marginalizado e perseguido pelas ruas de São Paulo, Porto Alegre, Lajeado... O que, não sabiam? Sim, na descida da Imec, na Tiradentes, muito moleque já saiu correndo.
Mas se hoje, o skate alcançou esse status olímpico, foi graças a quem?
Graças a uma mulher, nordestina, solteira e marxista: Luiza Erundina, que revogou a Lei 25.871, de 6 de maio de 1988, que proibia a prática de skate nas ruas de São Paulo. O resto todos já sabem.