Guardachuvadelaura
junho 04, 2022
FLAVIO TAVARES
* Para o jornal O Estado de São Paulo, ontem:
Vivemos num país que não tem pena de morte.
Nenhum juiz pode sentenciar à morte sequer o criminoso mais
perverso, mesmo com base num minucioso processo que demonstre a sanha da
perversão.
O “direito de matar”, porém, parece reservado à polícia. Sim, pois na realidade assim é, como se demonstrou na recente execução de Genivaldo de Jesus Santos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Sergipe.
Estarrecidos, vimos até a cena do assassinato, transmitida pela televisão: algemado, ele é colocado no porta-malas da viatura policial e esperneia, tentando livrar-se do suplício, pois os policiais acionam o gás lá contido e ele sente a asfixia. Logo, morre asfixiado, como se as câmaras de gás dos campos de extermínio nazistas se reimplantassem no Brasil.
Indaga-se: que crime abominável cometeu Genivaldo de Jesus para ser algemado e tratado daquela forma pela Polícia Rodoviária, que vigia as estradas?
Ele foi interceptado por ser motociclista sem capacete de proteção na rodovia. Por não se autoproteger, foi levado à morte pela polícia...
O mais estranho, porém, foi a reação inicial dos dirigentes da Polícia Rodoviária Federal, que – de fato – justificaram a ação dos policiais alegando que a vítima oferecera “resistência”. Só mais tarde, após o crime repercutir pelo País, a PRF disse em nota que a ação contrariava as normas da corporação.
Os absurdos vão adiante, porém, capitaneados pelo próprio presidente da República.
O que seria “excesso de justiça”? – eis a indagação que desafia entender o que é justo ou injusto.
De um lado, o assassinato do humilde sergipano (que
sofria de esquizofrenia e, assim, discernia com dificuldade entre certo e
errado) faz dele uma vítima-símbolo da violência policial.
De outro lado, porém, há fatos e empreendimentos que são tão transformadores em si que passam a ser símbolos positivos. Em qualquer caso, quando algum acidente tira deles a essência e o brilho próprios, cai todo o arcabouço.
No Brasil, este é (ou foi) o caso da Petrobras, símbolo de nosso dinamismo e criatividade.
Sim, pois a Petrobras foi tal qual a bandeira como símbolo pátrio. Já nasceu lutando, numa batalha por nossa independência. “O petróleo é nosso” foi, nos anos 1940-1950, o lema de um combate verbal diuturno que levou à prisão milhares de brasileiros, numa campanha pela libertação econômica do País, mas que o tacanho conservadorismo no poder tachava de “agitação comunista”.
A luta por “o petróleo é nosso” só se materializou com a
criação da Petrobras, em 1953, no governo Vargas. Na época, o petróleo
significava a emancipação econômico-social, e tomamos a empresa como a alforria
do povo e da Nação. A Petrobras tornou-se a maior empresa do País e da América
Latina, distante da politicalha partidária.
Com isso, chegou ao descobrimento do pré-sal.
Empresa pública sob domínio do governo federal com minoritário capital privado, foi tratada respeitosamente até nos anos da ditadura militar, quando o poder se exercia de cima para baixo, autoritariamente.
Há pouco, Bolsonaro indicou o quarto presidente da Petrobras em três anos e meio do atual interrompendo uma gestão que recém se preparava para agir. Dessa forma, quebrou a continuidade administrativa da empresa num momento de crise mundial, em que o preço internacional do petróleo aumenta dia após dia, puxado pela invasão da Rússia à Ucrânia.
E tudo numa tentativa de reduzir o preço do combustível ao público, como diz o próprio Bolsonaro. O futuro novo presidente da empresa é secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, mas nunca atuou na área de petróleo.
Os especialistas não o veem apto a (num passe de mágica) “baixar o preço dos combustíveis”, que levou Bolsonaro a indicá-lo para a Petrobras. O alto preço atual da gasolina e do diesel está atrelado à desvalorização do real ante o dólar.
No fundo, tudo se deve ao fantasma da inflação, visível no aumento de preços dos bens essenciais. Mas isso, por acaso, não é, também, um símbolo da confusa administração federal?CRIOU A FAMA, DEITOU NA CAMA
As pequenas alunas de uma escola particular ganharam como tema, entrevistar alguém famoso.
Aqui.
Ahã.
Cacomigo... O que é a fama?
Um currículo gordo de títulos nas áreas médicas ou científicas?
Um cu tatuado?
Uma atriz ou ator
da Globo? De Hollywood?
Ou um bbb que apresentadores chamam de herói?
Os tais influencers quarquécoisa?
Cantoros e cantoras?
Ou sertanejos?
O Papa? A besta presidencial?
Famoso é alguém que tu fala sobre ela deitado numa rede na ilha e o marajoara diz: conheço!
Olhei para uma das meninas: alguém famoso de Lajeado? Vivo?
Luisa Dörr, fotógrafa, que já clicou para a capa da Time
a Oprah Winfrey, a Serena Williams, Dilma e Lula, entre outras.
Flavio Tavares, jornalista e autor de 8 livros, duas
vezes Prêmio Jabuti.
Ismael Caneppele, ator, diretor, escritor, Prêmio Machado
de Assis da Academia Brasileira de Letras.
Marcel Stürmer, quatro vezes a medalha de ouro em Jogos
Pan-Americanos.
Foi o que me ocorreu.
Não se furtariam a responder por email algumas perguntas daquelas inocentes.
As pequenas entrevistaram o prefeito...
Mereço. Joguei pedra na cruz.
junho 02, 2022
IDENTIDADE PARA LAJEADO?
Dos 37 municípios do Vale do Taquari, a identidade de alguns:
Arvorezinha, terra do chimarrão
Bom Retiro do Sul, o pesqueiro do Vale
Colinas, cidade jardim
Cruzeiro do Sul, cidade da casa arcos do morro
Doutor Ricardo, terra do filó
Imigrante, terra dos... imigrantes
Nova Bréscia, terra dos churrasqueiros
Progresso, Centro gaúcho
Putinga, cidade do meteorito
Taquari, terra das laranjas
Taquari é a maior área, mas Lajeado, com a maior população e portanto, atrás de uma identidade ou “apelido"...
Já foi a capital das pedras semipreciosas, lembram? Perdeu
para Soledade.
Em uma reportagem num jornal antigo, descobri, Lajeado, a
terra do alho... Juro!
E agora?
Lajeado, a terra da Arena?
Ou a capital do fascismo brasileiro? Não! Esse título pertence a Nova Pádua, com 92,96% dos votos válidos para bostonauro.
Lajeado, terra do Diersmann?
Vou fazer uma pesquisa por aí e encaminhar ao Pro_Move.
De graça, viu?