Guardachuvadelaura
maio 02, 2024
ENCHENTE 1
Esse foi o maior engodo que vimos.
O dono sabia que era uma APP - área de preservação permanente.
O prefeito também sabia. A câmara de vereadores sabia. A promotoria pública sabia. A secretaria de meio ambiente municipal e estadual, sabiam. A universidade sabia. A ACIL sabia.
Faltou avisar quem?
Caumo-Schumacher cortaram um pedaço de mato para abrir a estrada e asfaltar, em apoio ao comércio de Santa Catarina.
DO MEU BLOQUINHO
“Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. Mas ninguém chama de violento as margens que o comprime.”
Pensei: as margens não comprimem. Ao contrário, quando verdes, salvam e o realimentam.
Quem comprime, ou oprime, são os governos hipócritas e gananciosos, e a humanidade ambiciosa e burra. Se o futuro depende do desenvolvimento moral dessa gentalha política e civil, estamos ferrados.
Desenvolvimento urbano que se preocupa com qualidade de vida, passa longe.
Cansei de gritar, de denunciar o abate das árvores e
bosques - redes de vida - ao alcance dos
meus olhos. Imagina, quando a destruição é longe? Nunca recebi apoio. Botava a cara
pra bater, mas os outros com os receios de se “queimarem”, se calavam.
Agora os “misericórdia, orações, meu deus”. Para a destruição das cidades, de florestas,
nunca se posicionaram. Aqui, o governo de Lajeado fez a maior merda na margem do rio
Taquari, com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a lajeadense
Marjorie Kauffmann e da mídia local.
Nenhum vereador se posicionou contra, ninguém da
sociedade. Na vitrine, o “abraço ao rio Taquari”. Vão todos tnc*. É uma grande
merda pensar no que vocês poderiam ter feito ANTES.
Sabemos que a desgraça climática que se abateu no
Vale do Taquari, e em outras cidades do
estado, não é culpa de árvores abatidas
nas calçadas e quintais, mas de milhares delas, de muitas construções com
esgotos furados, com asfalto e cimento por tudo. Das plantações q dizimam as margens de arroios
e rios, das supersafras do agro, derrubada de florestas para pasto, dos
incêndios na floresta amazônica, no cerrado, no pampa, na mata atlântica, todos
despreocupados com o mundo que deixaremos aos nossos netos e netas.
A mesma mídia q mostra a destruição do planeta é aquela
que apoia os detratores, recebendo gordas verbas publicitárias.
Deus? Mandou a conta.
Deus tá enojado com a nossa alienação ambiental.
Enojado com o fracasso e desprezo aos ecossistemas por
parte dos governos corruptos que elegemos. Sim, estamos bem representados nas
câmaras políticas do país, otários que somos.
Deus tá enojado com essa humanidade ambiciosa.
Deus manda dizer que não tem mais volta.
Phodam-se, encerrou Ele - e levem as estátuas e os
templos junto com vocês.
abril 28, 2024
DIVORCIO NO SECULO XVIII
Uma coisa puxa a outra... E nas minhas leituras nos livros, sem google, descubro que a constituição francesa de 1791 permitia o divórcio. Fiquei pasma! No Brasil só em 1977.
- a insanidade de um deles,
- a condenação de penas aflitivas ou infamantes,
- injurias graves (?) ou sevícias,
- desregramento de costumes,
- o abandono por 2 anos, no mínimo,
- a ausência sem noticias por 5 anos,
- a imigração.
Nestes casos, o divórcio era concedido tanto por solicitação deles como das mulheres, aliás, ainda podiam alegar incompatibilidade de gênio.
Li sobre outras situações, mas o q chamou mesmo minha atenção foi o retrocesso francês:
as leis mudaram e o divórcio foi abolido em 1816. E só voltaria em 1975!
Como a sociedade pode desandar tanto?
Pode... A gente vê na política - taí o fascismo mostrando a
cara novamente, e sempre com o apoio da imprensa. Na volta ao terror de uma
terceira guerra mundial. Na infame decadência cultural. A única coisa que nunca retrocedeu e continua
a mil é a corrupção. Em todas as instâncias.
DO MEU BLOQUINHO
Haruki Murakami tem
75 anos e mais de 30 livros publicados. É o escritor japonês mais famoso do seu país.
Já traduzido para 50 idiomas. Não gosta de entrevistas e eu nunca li nada de
sua autoria, mas em uma reportagem no El País, selecionei:
“O trabalho de um romancista é sonhar acordado. É maravilhoso; desfruto disso há 40 anos e acho que vou poder fazer isso por mais uma década. Quando não escrevo relatos, escrevo ensaios ou faço traduções. De alguma forma, escrevo todos os dias. Se não escrevo, não é um bom dia.”
*
Diferente de sua prática,
desde a publicação de Malvina, não tenho mais escrito. Ando decepcionada com a
escrita. Com eu. As ideias foram sufocadas.
E junto, a inspiração. Gostaria de escrever todos os dias, mas nada me atrai, nem lembro. Os dias passam, acompanho a bolha, confiro as
vaidades nas redes, publico minhas bobagens, algumas crenças, dou umas
risadas e ... Passou o dia. E daí o terror noturno da não-produção. A autocrítica. As frustrações. O trabalho
de um romancista é sonhar acordado. Taloko. É só o que faço nessa maldita
insônia.