maio 19, 2021

ADRIANO GOLDMAN *

 

"O objetivo da arte é mais provocar

do que agradar a todos."

diretor de fotografia da 4° temporada do The Crown.

BRAVA E DOCE EVA

Jamais seria no Vale do Taquari q dobrava os joelhos e dava o rabo em apoio à ditadura.

Ou que dobra os joelhos e oferece para Bolsonaro e seu corrupto governo, com Salles, Ibama e toda uma podridão que levou o prefeito de Lajeado a apoia-lo e a aproveitar e passar a boiada aqui também...

 Em 1968 o povo contrario à ditadura foi para as ruas, no Rio, na passeata dos cem mil:  manifestação em prol da liberdade e o fim da censura na Arte. O movimento reuniu as melhores atrizes da época, entre elas a querida Eva Wilma, recentemente falecida.  



Em uma das fotos mais emblemáticas da história brasileira lá estão as atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz , Odete Lara e Norma Bengell fazendo um cordão cultural.

Eva Wilma lembraria a foto em depoimento para a Globo: “Estávamos sufocados pela censura, que não permitia que se falasse do que se passava nem com o uso de metáforas.” 

Mulheres como essas ainda faz muita falta no país.  

Porque não é só retórica de palco, de escritório, de grupo de whatsApp... É pratica na rua.



 A corajosa Eva Wilma também participou ativamente da luta em favor da anistia política no fim dos anos 70 e com seu primeiro marido, o ator John Herbert montou naqueles anos "Os Rapazes da Banda" – uma peça que retratava a vida de amigos homossexuais.

 Não é incrível que depois de 50 anos, o preconceito se mantem vivo?

 *Dados do jornal da USP.




 

O MITO DE MEDÉIA


Uma mulher que convida a filhinha para se matar e esfregar a atitude na cara do pai, que não se sabe porque motivo é o que merece? Não lembra a tragédia de Medéia? 

"Contempla os filhos que eu mesma apunhalei para destroçar teu coração!" - grita ela para Jasão.

Voltando para o vale do Taquari: será que era gente do bem que ficou louca? 

Ou gente do mal que ficou louca também?

Os vídeos  se espalharam no whatsApp. Não consegui ver. Nas folhas impressas do jornal, a realidade parece distante e a redoma em que a gente vive, mais embaçada. 

Seja lá o motivo - foi cruel, torpe e criminoso e agora teremos uma menininha abandonada e em sofrimento  psicológico para o resto da vida.  


* Jornal O Informativo

MELÃO DE SÃO CAETANO

Tem coisas na vida que é como esse melãozinho
que nasceu distraído no meu quintal: 
bonito de se ver, mas difícil de comer...


É O BOM QUEM MATA O INOCENTE


Não sei de onde tirei essa frase. Juro que não lembro. É o bom quem mata o inocente. Será que vi pixada em algum muro da capital da gauchada -  esses caras que guardam suas façanhas para servir de modelo a toda Terra?

É o bom quem mata o inocente. Talvez, recortei a frase de um livro. Ou, talvez, foi o padre que sussurrou na  ultima vez que fui na igreja fazer minha confissão. Ou... Peraí...

Será que ouvi quando ajoelhei no congá, naquele templo lá em Carneiros?

A memória me trai.

Mas também não interessa, a frase é de uma crueldade tão compreensiva nos dias de hoje:  é o  bom quem mata o inocente. Logo pensei em todos os bons que conheço...

Os bons que se uniram em carreata e desfilaram com suas caminhonetes pelas ruas de Lajeado em apoio ao seu presidente genocida justo no Dia do Trabalhador.  Mas foi grandioso isso, né?

A imprensa contou: mil carrões. Mil, caraiu! Se deram ao trabalho de contar!  Peraí... Mas só? Dos 32.683 eleitores que votaram num nazista... Só deu pra juntar mil? Foi mal...  Cadê o resto das buzinas caridosas?

É o bom quem mata o inocente. Essa frase não sai do meu ouvido.  Grudou feito chiclete.

Porque os bons também tão matando a natureza na nossa cidade.

Os bons também tão detonando com a memória da nossa cidade. 

Os bons atendem por investidores e construtores e eleitores do assassino-mor que comanda o país. E eles têm tanto orgulho...  Eita, essa gente inocente!

Boa 4ª feira.


maio 18, 2021

IRENE ODERICH HAGEMEISTER *


São Bento, 10/10/1921
... 
"É muito chato não poder estar com ninguém gentil.
As pessoas aqui logo querem se tornar íntimas.
Mas não são sinceras.
Pelo contrário:
são falsas como gatos, isso é o que elas são."

* trecho da carta para sua mãe.
** os tempos passaram e pouco mudou!

 

MEMÓRIA: OS ODERICH


 Ontem, o "Centro Nora Oderich de Atendimento à Menina" completou 43 anos. No alto de uma colina no bairro Conservas, com vista para o rio Taquari, a casa atende cerca de 40 crianças. Inaugurado em 1978, eu pouco sabia de sua história, apesar de uma rápida passagem nos anos 90, quando lá dei oficina de teatro. Naqueles idos ninguém soube informar nada.

Família Oderich, filhos, noras e genros.

Minha curiosidade com os primeiros moradores do “Lar da Menina” sempre foi grande.  Afinal, uma enorme e  charmosa chaminé pode ainda ser vista no bairro que no início de sua história chamava-se São Bento, conforme o belo livro biográfico da família Oderich assinado por Cynthia Oderich Trein, 


São Sebastião do Caí, início do seculo XX

que durante quatro anos pesquisou a história de sua família em São Sebastião do Caí, Porto Alegre e Lajeado.


Antiga fabrica no hoje bairro Conservas, Lajeado.

A obra tem como base um livro de recordações, datilografado em alemão, escrito por Irene Oderich Hagemeister e traz cartas e fotos deslumbrantes que revelam costumes, tradições, tristezas e alegrias,  a condição feminina, a situação econômica e política do país, entre muitos outros olhares. Aliás, foi Irene, gêmea de Irma,  a idealizadora do Kurhotel, o primeiro spa gaúcho, em Gramado.

Fornecedores para a industria Oderich de Lajeado, no rio Taquari.


Adolf Oderich veio de  Wittenburg, Alemanha, onde a família já administrava o Hotel Oderich, um legado de mais de 100 anos. 

O imigrante desembarcou em Porto Alegre em junho de 1889 para trabalhar de caixeiro-viajante e atender as colônias alemãs. Em São Sebastião do Caí conheceu sua esposa, Henriette Ritter, construiu uma fabrica de banha e criaram os cinco filhos: Carlos, Ernesto, as gêmeas Irene e Irma, e Max.

Depois vieram outros empreendimentos e muito, muito trabalho. 


Em  1930, uma filial em Lajeado, à beira do rio. 

Em 1933,  Nora Sophia Otton, diplomada em Musica, casou-se com Max, o filho mais novo dos Oderich. Acabaram em Lajeado, assim como antes veio a irmã Irene e sua família para administrar uma filial da empresa. 



Não fica claro no livro quem realmente construiu a casa do “Lar da Menina”.


... mas Nora e Max tiveram dois filhos, Francisco e Ernesto, esse último, avô de André Oderich Moutinho, que emprestou “No Hotel da Esquina Verde”, lançado em 2018, pela Editora São Miguel de Caxias do Sul. 



Infelizmente, o que resta dessa grande história é uma casa e uma chaminé silenciosa num bairro que herdou o nome Conservas e hoje também endereço de integrantes de uma facção criminosa.



* Caso o leitor ou leitora salvar alguma foto, favor citar a fonte: livro "No Hotel da Esquina Verde".











LULUHANG


🙌

 

E VÃO DEBATER?


 

TIRO AO ALVO


 No governo do PT foi um horror, lembram? Recolheram o arsenal de todo mundo com aquele estatuto do desarmamento em 2003, acho... Ninguém mais podia portar ou ter arma em casa. Mas agora com um milico na presidência tudo voltou. Graças a Zeus, né?  Não vejo a hora de aumentar o feminicídio, o infanticídio, as armas caírem nas mãos  dos criminosos e os bonitos se tornarem bandidos também. 

O dono é o cara do Day-Trade-Investimentos-sei-lá-o-que... "especialista em mercado de dólar e índices futuros..." A dona  é policial militar. 

E o governo Caumo-Schumacher deu alvará? Porque não? Tudo legalizado.

Que bacana... Vamu tirotear! É esporte,  garantem.

Que orgulho "o maior  clube de tiro do país agora no bairro São Cristovão, em Lajeado"...

Taí o legado desse governo, né, gente boa? 

NAMASTÊ...