Guardachuvadelaura
maio 19, 2021
BRAVA E DOCE EVA
Jamais seria no Vale do Taquari q dobrava os joelhos e
dava o rabo em apoio à ditadura.
Ou que dobra os joelhos e oferece para Bolsonaro e seu
corrupto governo, com Salles, Ibama e toda uma podridão que levou o prefeito de
Lajeado a apoia-lo e a aproveitar e passar a boiada aqui também...
Em 1968 o povo contrario à ditadura foi para as ruas, no Rio, na passeata dos cem mil: manifestação em prol da liberdade e o fim da censura na Arte. O movimento reuniu as melhores atrizes da época, entre elas a querida Eva Wilma, recentemente falecida.
Em uma das fotos mais emblemáticas da história brasileira
lá estão as atrizes Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Leila Diniz , Odete Lara e Norma
Bengell fazendo um cordão cultural.
Eva Wilma lembraria a foto em depoimento para a Globo: “Estávamos sufocados pela censura, que não permitia que se falasse do que se passava nem com o uso de metáforas.”
Mulheres como essas ainda faz muita falta no país.
Porque não é só retórica de palco, de escritório, de grupo de whatsApp... É pratica na rua.
A corajosa Eva
Wilma também participou ativamente da luta em favor da anistia política no fim
dos anos 70 e com seu primeiro marido, o ator John Herbert montou naqueles anos "Os Rapazes da Banda" – uma peça que retratava a vida de amigos
homossexuais.
*Dados do jornal da USP.
O MITO DE MEDÉIA
Uma mulher que convida a filhinha para se matar e esfregar a atitude na cara do pai, que não se sabe porque motivo é o que merece? Não lembra a tragédia de Medéia?
"Contempla os filhos que eu mesma apunhalei para destroçar teu coração!" - grita ela para Jasão.
Voltando para o vale do Taquari: será que era gente do bem que ficou louca?
Ou gente do mal que ficou louca também?
Os vídeos se espalharam no whatsApp. Não consegui ver. Nas folhas impressas do jornal, a realidade parece distante e a redoma em que a gente vive, mais embaçada.
Seja lá o motivo - foi cruel, torpe e criminoso e agora teremos uma menininha abandonada e em sofrimento psicológico para o resto da vida.
* Jornal O Informativo
É O BOM QUEM MATA O INOCENTE
Não sei de onde tirei essa frase. Juro que não lembro. É o
bom quem mata o inocente. Será que vi pixada em algum muro da capital da
gauchada - esses caras que guardam suas
façanhas para servir de modelo a toda Terra?
É o bom quem mata o inocente. Talvez, recortei a frase de um
livro. Ou, talvez, foi o padre que sussurrou na
ultima vez que fui na igreja fazer minha confissão. Ou... Peraí...
Será que ouvi quando ajoelhei no congá, naquele templo lá em Carneiros?
A memória me trai.
Mas também não interessa, a frase é de uma crueldade tão
compreensiva nos dias de hoje: é o bom quem mata o inocente. Logo pensei em
todos os bons que conheço...
Os bons que se uniram em carreata e desfilaram com suas
caminhonetes pelas ruas de Lajeado em apoio ao seu presidente genocida justo no
Dia do Trabalhador. Mas foi grandioso
isso, né?
A imprensa contou: mil carrões. Mil, caraiu! Se deram ao trabalho de contar! Peraí... Mas só? Dos 32.683 eleitores que
votaram num nazista... Só deu pra juntar mil? Foi mal... Cadê o resto das buzinas caridosas?
É o bom quem mata o inocente. Essa frase não sai do meu
ouvido. Grudou feito chiclete.
Porque os bons também tão matando a natureza na nossa cidade.
Os bons também tão detonando com a memória da nossa cidade.
Os bons
atendem por investidores e construtores e eleitores do assassino-mor que comanda o país. E eles têm tanto orgulho... Eita, essa gente inocente!
Boa 4ª feira.
maio 18, 2021
MEMÓRIA: OS ODERICH
Ontem, o "Centro Nora Oderich de Atendimento à Menina" completou 43 anos. No alto de uma colina no bairro Conservas, com vista para o rio Taquari, a casa atende cerca de 40 crianças. Inaugurado em 1978, eu pouco sabia de sua história, apesar de uma rápida passagem nos anos 90, quando lá dei oficina de teatro. Naqueles idos ninguém soube informar nada.
Minha curiosidade com os primeiros moradores do “Lar da Menina”
sempre foi grande. Afinal, uma enorme e charmosa chaminé pode ainda ser vista no
bairro que no início de sua história chamava-se São Bento, conforme o belo
livro biográfico da família Oderich assinado por Cynthia Oderich Trein,
que durante quatro anos pesquisou a história de sua
família em São Sebastião do Caí, Porto Alegre e Lajeado.
A obra tem como base um livro de recordações,
datilografado em alemão, escrito por Irene Oderich Hagemeister e traz cartas e
fotos deslumbrantes que revelam costumes, tradições, tristezas e alegrias, a condição feminina, a situação econômica e
política do país, entre muitos outros olhares. Aliás, foi Irene, gêmea de Irma,
a idealizadora do Kurhotel, o primeiro
spa gaúcho, em Gramado.
Adolf Oderich veio de Wittenburg, Alemanha, onde a família já administrava o Hotel Oderich, um legado de mais de 100 anos.
O imigrante desembarcou em Porto Alegre em junho de 1889 para trabalhar de caixeiro-viajante e atender as colônias alemãs. Em São Sebastião do Caí conheceu sua esposa, Henriette Ritter, construiu uma fabrica de banha e criaram os cinco filhos: Carlos, Ernesto, as gêmeas Irene e Irma, e Max.
Depois vieram outros empreendimentos e muito, muito trabalho.
... mas Nora e Max tiveram dois filhos, Francisco e Ernesto,
esse último, avô de André Oderich Moutinho, que emprestou “No Hotel da Esquina
Verde”, lançado em 2018, pela Editora São Miguel de Caxias do Sul.
Infelizmente, o que resta dessa grande história é uma
casa e uma chaminé silenciosa num bairro que herdou o nome Conservas e hoje
também endereço de integrantes de uma facção criminosa.
TIRO AO ALVO
No governo do PT foi um horror, lembram? Recolheram o arsenal de todo mundo com aquele estatuto do desarmamento em 2003, acho... Ninguém mais podia portar ou ter arma em casa. Mas agora com um milico na presidência tudo voltou. Graças a Zeus, né? Não vejo a hora de aumentar o feminicídio, o infanticídio, as armas caírem nas mãos dos criminosos e os bonitos se tornarem bandidos também.
O dono é o cara do Day-Trade-Investimentos-sei-lá-o-que... "especialista em mercado de dólar e índices futuros..." A dona é policial militar.
E o governo Caumo-Schumacher deu alvará? Porque não? Tudo legalizado.
Que bacana... Vamu tirotear! É esporte, garantem.
Que orgulho "o maior clube de tiro do país agora no bairro São Cristovão, em Lajeado"...
Taí o legado desse governo, né, gente boa?