Guardachuvadelaura
junho 21, 2013
“FINCO O MEU REMO NA ÁGUA LEVO O TEU REMO NO MEU”
O dia vai vencer aos poucos o frio
acredito ter visto uma luz ao outro lado do rio.
Principalmente acredito que nem tudo está perdido
tanta lágrima, tanta lágrima
e eu sou um copo vazio.
ouço uma voz que me chama... quase um suspiro
rema, rema, rema.
Nesta margem do mundo
o que não é represa é baldio
acredito ter visto uma luz ao outro lado do rio.
Eu, muito sério, vou remando
e bem lá dentro, sorrio
acredito ter visto uma luz ao outro lado do rio.
. mais de quarenta anos sem interpretar o “rio” que atravessamos durante essa vida de boiada. a maioria continuou na mesma margem como um copo vazio. agora, tratamos de recompensar o tempo vão. caminhando, protestando, remando para chegar “a outra margem do rio”. já li que “nenhuma história restringe-se às suas margens: sempre existem os desvios, as infiltrações, as rachaduras, as potências a latejar pequenos tremores; o sujeito a desfazer-se no movimento”. é o que vai acontecer? a tevê não se cansa de mostrar os protestos, de todas as esquinas, conforme seus interesses. e a manada da minha aldeia não conseguiu nem transgredir. não desceu na contramão a avenida principal da cidade para protestar. não foram capazes de tripudiar na frente da casa do povo... “ei vereador leve junto o seu fedor”. da corrupção, da mutretagem. não. passaram batido, cada um com suas premissas, tolerâncias e raivas a lhe guiar. manada é o meu preconceito. “talvez o objetivo hoje em dia não seja descobrir o que somos, mas recusar o que somos”, escreveu foucault. não sou. sou? hanna arend dizia que o mundo não é humano por ser feito de seres humanos ou por que tem uma voz humana, mas sim porque partilha, ou seja, se solidariza, com o mundo e com os homens, e discute a humanidade da vida. hanna, sou mais rasa que o raso rio. seria capaz de levar pedras nos bolsos e jogar contra algumas instituições durante o trajeto das ilusões. esse momento histórico que vive o país não me emociona. mais preconceituosa fiquei. ou crítica? se o primeiro, me vejo uma ignorante. se crítica, preciso rever meus conhecimentos práticos de mundo nesse percurso tendencioso por onde passam as águas da vida. tempo de comunicação em tempo real: cada cartaz levantado, cada bandeira brasileira feito manta nas costas dos manifestantes vai direto para o facebook, para a globonews. nossos atos universalizados instantaneamente nos ligando, linkando, conectando a todo cafundó do planeta. até dá pra imaginar a extensão que alcança uma idéia preconceituosa ou um ônibus incendiado em protesto tomando o rumo do infinito, pela internet. e do rio, sampa, brasília até chegar na minha aldeia, imitamos e gritamos as mesmas frases. vamos todos pra lá, pra cá, ê boiada. nesta margem do mundo, o que não é represa é baldio.
junho 20, 2013
CASTRO ALVES
Kevin Corrado
Ao Povo o Poder
“A praça é do povo! como o céu é do condor”.
É o antro onde a liberdade
cria águias em seu calor.
Senhor, pois quereis a praça?
Desgraçada a população!
Só tem a rua de seu…
Ninguém vos rouba os castelos,
Tendes palácios tão belos…
(...)
Da plebe doem-se os membros
No chicote do poder,
E o momento é malfadado
Quando o povo ensanguentado
Diz: já não posso sofrer.
DO MEU BLOQUINHO
.falam em impeachment. tem cheiro de golpe no ar. já se viu
essa história. de repente a tal democracia vira demo mesmo. e parece que mais
de repente ainda os anos 70 se aproximam bem na esquina do bairro. quem
estudou lacan sabe das funções do simbólico, do imaginário e do real. eu não
estudei. mas li castro alves - a praça é do povo como o céu é do condor – e
escutei muito caetano naqueles anos. fico assistindo no sofá. vejo os rostos da
gurizada líder e imagino o que vai dar. um
dia um cara chamado lindberg faria liderou os caras-pintadas. tempo do collor. suas reais pretensões o transformaram em deputado federal. na continuação do seu protesto, o envolvimento com a corrupção. é assim, todos caem, todos nos traem. vamos guardar os nomes e as caras da galera que hoje ta na tevê emocionando e surpreendendo o país. não demora estaremos votando neles e a roda girando pra dentro da merda também. sim, falam em impeachment. querem neutralizar a realidade. cruzes,
a democracia mais uma vez, pálida. e a
dilma se vendo louca. o símbolo das bolsas talvez não segure o seu governo. é tanto boato que o real virou
pesadelo e o melhor do imaginário, sonho. o inconsciente coletivo foi para a
rua e está construindo um novo-velho saber: eles se tocaram que podem. mas na
minha cidade, a rua é vitrine. hoje chove. será que encaramos o molhado?
feissibuqui
A HISTÓRIA DE IRENA, O ANJO DE VARSÓVIA
Durante a 2ª Guerra Mundial, a assistente social
polonesa, Irena Sendler, conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de
Varsóvia, como especialista em canalizações. Um disfarce para seus planos de salvar crianças judias da barbárie nazista.
O que Irena fez?
Escondeu crianças no fundo da sua caixa de ferramentas e em um saco de sarapilheira na parte de trás da sua caminhonete, quando crianças maiores. Junto transportava um cão que ensinou a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto. Os latidos encobriam qualquer
ruído que as crianças pudessem fazer, sendo que os soldados também não se metiam com o cachorro.
Enquanto pode manter este trabalho, Irena conseguiu salvar cerca de 2.500 crianças.
Por fim os nazis descobriram e a prenderam. Em 20 de outubro de 1943 Irena Sendler foi levada pela Gestapo para a prisão de Pawiak, no centro de Varsóvia, onde foi brutalmente torturada. Conta que em um colchão de palha, encontrou uma pequena estampa de Jesus com a inscrição “Jesus, em Vós confio”. Conservou-a consigo até 1979 quando se encontrou com o Papa João Paulo II e lhe deu.
Por fim os nazis descobriram e a prenderam. Em 20 de outubro de 1943 Irena Sendler foi levada pela Gestapo para a prisão de Pawiak, no centro de Varsóvia, onde foi brutalmente torturada. Conta que em um colchão de palha, encontrou uma pequena estampa de Jesus com a inscrição “Jesus, em Vós confio”. Conservou-a consigo até 1979 quando se encontrou com o Papa João Paulo II e lhe deu.
Irena, a única que sabia os nomes e moradas das famílias que albergavam crianças judias, suportou a tortura e negou trair seus colaboradores ou as crianças ocultas. Quebraram-lhe os ossos dos pés e das pernas, mas não conseguiram quebrar a sua determinação.
Quando se recuperou fisicamente foi condenada à morte. Enquanto esperava pela sua execução, um soldado alemão levou-a para um interrogatório adicional. Ao sair, ele gritou em polaco: "Corra!".
Mesmo esperando ser baleada pelas costas, Irena correu
por uma porta lateral e fugiu, escondendo-se nos becos cobertos de neve até ter
certeza de que não fora seguida.
No dia seguinte, já abrigada entre amigos, Irena encontrou o
seu nome na lista de polacos executados, publicado pelos alemães nos jornais.
Irena conseguiu manter um registro - com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto - guardado num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim. E depois que a guerra acabou tentou localizar os pais sobreviventes. Só que a maioria já tinha morrido nas câmaras de gás. Então, para aquelas crianças que tinham perdido os pais, Irena ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adotivos.
Em 2007, a ativista social de codinome "Jolanta", viu-se como proposta para receber o Prêmio Nobel da Paz, entre 181 indicados. Al Gore e uma entidade presidida pelo indiano Rajendra Pachauri, que lutavam na preservação do meio ambiente e aquecimento global, ganharam o premio.
Passado mais de 60 anos desde que terminou a 2ª Guerra Mundial na Europa, circula pela internet um e-mail que relata essa história em memória de Irena e dos 6 milhões de judeus, 20 milhões de russos, 10 milhões de cristãos (inclusive 1.900 sacerdotes católicos ), 500 mil ciganos, centenas de milhares de socialistas, comunistas e democratas e milhares de deficientes físicos e mentais, que foram assassinados, massacrados, violados, mortos à fome e humilhados, enquanto muitos governos e povos olhavam para o outro lado. A intenção deste e-mail é alcançar 40 milhões de pessoas em todo o planeta e lembrar esse fato verídico:
"Agora, mais do que nunca, com o recrudescimento do racismo, da discriminação e os massacres de milhões civis em conflitos e guerras sem fim em todos os continentes, é imperativo assegurar que o mundo nunca esqueça que...
... gente como Irena Sendler salvou milhares de vidas
praticamente sozinha e é o tipo de pessoa ainda extremamente necessária:
'A razão pela qual resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve
ser ajudada com o coração, sem importar a sua religião ou nacionalidade.' "
Em 2003, Irena recebeu a "Ordem da Águia Branca",
a mais alta distinção da Polônia, em Varsóvia.
a mais alta distinção da Polônia, em Varsóvia.