Guardachuvadelaura
novembro 08, 2024
DITADURA DA IDENTIDADE
Não sabemos mais conviver com o desconhecido, tanto em nós como no outro.
O mundo se tornou uma sala de interrogatório: qual seu nome? Número do RG? Quantos anos? Solteiro ou casado? Qual sua orientação sexual? Qual seu partido político?
E pior, não sabemos dizer não, queremos apenas em responder tudo certo para sermos aceitos.
Uma ficha nos define, nosso perfil de
Facebook ( e no Instagran) é nosso novo templo.
... Mas quanto mais nos nomeamos, mais nos perdemos de nós mesmos!
A única coisa eterna em nós é a potência. A vontade de diferir, mudar, trocar de pele.
... A diferença em nós se submete à ditadura da identidade na qual nos escondemos.
Nossa identidade nos protege, nos deixa aconchegantes, preguiçosos, estúpidos, mortos.
A diferença toma outro caminho, não pede reconhecimento, é anômala, quer apenas efetuar seus encontros e ir para além de si. Não há senhor, nem escravo, nem espelho, nem reconhecimento, tão pouco dialética: há apenas uma vontade de criar, inventar, produzir, diferir e experienciar a transformação de si que acontece a cada encontro.
Foucault disse, “não me pergunte quem sou, e não me diga para permanecer o mesmo!”.
Enquanto pudemos dizer “eu não sou, eu estou”, ainda valerá a pena viver.
* Pelo que sei a nossa personalidade se constrói pela identificação... Pergunto aos três leitores desse blog: Com quem tu te identificas? Ou, quais ações te constroem?
ERA UMA VEZ UM IPÊ BRANCO
Um desses lindos ipês-brancos (foto ilustrativa) foi derrubado sem nenhuma necessidade porque se encontrava na calçada, pela Construtora Diamond, de Lajeado, para construir mais um dos seus edificios na sua ganância sem limite de destruir os bairros residenciais. Você pode conferir a construtora na Expovale que acontece na cidade nos dias 7 a 10 e 13 a 17 de novembro, nos horários esdrúxulos e diversos. Boa sorte para quem visita!
DO MEU BLOQUINHO
"SEU CORPO, MINHA ESCOLHA, PARA SEMPRE"
Porto Rico ainda não tinha sido chamado de “ilha de lixo”, os judeus, de sovinas, e ainda nem tinha sido repetida no palco do Madison Square Garden, pelo “humorista”, a velha piada racista dos minstrel shows do tempo da escravidão, associando negros a idiotas comedores de melancia.
Donald Trump fez seu comício de encerramento de campanha no dia 27 de outubro, em Nova York, mas o evento foi comparado desde antes de acontecer com o grande comício nazista realizado no mesmo local em 1939, quando o Madison Square Garden foi decorado com uma enorme imagem de George Washington rodeado de suásticas.
Há dois anos, em novembro de 2022, Donald Trump anunciava sua segunda candidatura à Casa Branca, num pronunciamento feito em Mar-a-Lago. Dez dias depois do anúncio, Trump recebeu em Mar-a-Lago, para um jantar, o rapper antissemita Kanye West e o notório supremacista e negador do Holocausto Nick Fuentes.
Fuentes comanda um podcast com mais de 100 mil inscritos chamado “America First”.
É o mesmo nome, “America First”, da organização que botou 20 mil simpatizantes do nazismo no Madison Square Garden, com vários campos de concentração em pleno funcionamento e às vésperas da Segunda Guerra Mundial.
Na época - do jantar -, o renomado advogado David Friedman, judeu e ex-embaixador dos EUA em Israel no primeiro governo Trump, foi ao Twitter classificar como “inaceitável” o encontro do então ex-presidente-novamente-candidato com “uma escória humana como Nick Fuentes”.
Agora, Friedman já teria aceitado ser embaixador do
segundo governo Trump na ONU, representando, na prática, a escória humana
sionista e o genocídio contra o povo palestino.
Nesta quarta-feira, 6, Nick Fuentes foi ao Twitter, agora X, onde ele tem quase meio milhão de seguidores, comemorar assim o reich para durar mil anos, ou melhor, o “mandato poderoso e sem precedentes” do seu velho anfitrião na Berghof, desculpe, em Mar-a-Lago: “Seu corpo, minha escolha. Para sempre”.
De fato, o Projeto 2025, espécie de plano de governo
informal de Trump, prevê o aniquilamento do direito ao aborto nos EUA.
O Projeto 2025 foi elaborado por mais de 100 “organizações conservadoras” que “se uniram para garantir que uma administração bem-sucedida comece em janeiro de 2025”.
Entre elas, a Concerned Women For America, Independent
Women’s Forum e The Institute For Women’s Health…
O Projeto 2025 foi elaborado sob a coordenação da Heritage Foundation, think thank que transitou alegremente de bastião de reaganismo para o colo de Victor Orbán, primeiro-ministro autocrata da Hungria.
Nove em oito cientistas políticos têm dito que o “mandato poderoso e sem precedentes” de Trump será a “orbanização” dos EUA, ou seja, a supressão de quaisquer freios e controles institucionais à vontade executiva, carrasca, executora.
Na íntegra:
Hugo Souza em https://www.comeananas.news/
novembro 06, 2024
BULLIYNG, SEMPRE O MESMO
Enquanto isso em outra escola particular, uma aluna conta que também sofria bullying. Hoje está na faculdade e vê o irmão passar pelo mesmo tormento. Disse o pai: "não há humanidade, mas monstruosidade da parte deles." Sim, o bulliyng é tão eficiente que atinge até as profissões dos pais do menino. E se me lembro, foi nesse mesmo colégio, que soube de meninas de seis anos se juntando para excluir outras. E a escola?
RAFAEL TRINDADE
“Parecia fácil para Eichmann se entorpecer de documentos
burocráticos e se esquecer que as pessoas nas câmaras de gás eram seres humanos
– do mesmo modo que os soldados israelenses hoje esquecem que crianças
palestinas são crianças.
No nosso caso, é fácil ignorar pessoas no farol pedindo dinheiro quando estamos atrasados para a reunião onde nosso chefe está cobrando números e resultados.
É mais fácil ignorar a dor quando ela não é nossa, quando está do outro lado, e ainda mais quando está distante.”
VERDE QUE TE QUIERO VERDE
Era um tereno arenoso, com um plantio de eucaliptos vagabundos que só serviam para lenha. Mesmo assim ninguem quis. Foi preciso derrubar e com uma retroescavadeira arrancar as raízes para que nunca mais vingassem. Antigamente era a roça do meu avô - disse o Marcio. Agora, plantio de árvores da Mata Atlântica. Aos poucos, espero recuperar - respondi.
Lembro Brecht: "Só não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore, com mais razão não morre um educador, que semeia a vida e escreve na alma.". Tenho um orgulho danado de ser uma preservadora ambiental.
DO MEU BLOQUINHO
A doutora entrou no quarto do paciente, seguida por um
séquito de 4 alunos da Medicina.
Prepotente, protegida por um jaleco branco, mostrou toda frieza que foi capaz ao tratar com um paciente
e seu familiar.
Mostrou como se discute a falta de opções no tratamento, por ignorância - dela.
Então, os 4 alunos testemunharam como se age nessas horas com uma criatura dessas.
O familiar pediu que a médica se retirasse do quarto, que chamariam outro médico.
Ou seja, fez valer os seus direitos. A médica ainda tentou argumentar, desconcertada.
A familiar abriu a porta do quarto e pediu, educadamente, que a doutora vazasse.
Só imagino a rádio-corredor....
Se a criatura de jaleco é grossa com o paciente, imagina
como não deve tratar as enfermeiras e demais funcionários?
E eu me pergunto: é esse tipo de médica que é professora nas faculdades, por aí?
Socoooorro.
Em tempo: outro médico assumiu a situação de
forma exemplar e científica.