abril 26, 2023

MARIA TERESA CRAVEIRO PEREIRA

photo by Robinson Maia

“O mais grave, no fundo,

é perder a identidade.

A cidade deve ser boa

para os moradores e, depois,

usufruída pelos turistas.

E não o contrário.

A identidade patrimonial e do bairro

são fundamentais.”

 

O RUMO DA VIDA


 Cartum de Angel Boligán. No feissibuqui. Um dos motivos que não saio das redes. Sempre digo e reafirmo q na minha tem tanta gente talentosa: escritores, jornalistas, músicos, pensadores, fotógrafos e cartunistas. Nunca vamos nos encontrar, mas nas redes, juntos. Agora...  nas redes tudo sempre maravilhoso. Quanto muito, participação falecimento. 

O que a gente não vê nas redes sociais? 

Foto de quem acordou de manhã com bafo e cabelos desgrenhados.  Foto de quem abriu a geladeira e deu de cara com o vazio. Pelo menos na minha bolha nunca vi briga de marido e mulher. Peidos. Ranços. E diversos carajos y mierdas. Gritos com a filha para arrumar o quarto. Gritos com o filho ao flagrar pornografia no celular. Foto de mulher depilando, de homem cortando as unhas, de outro tirando meleca de nariz. Elas não postam as varizes, as celulites e, se bobear, nem as rugas. Eles não postam a própria solidão. Nem a solidão de um casamento. A solidão de uma vida solteira. A solitude de uma traição. A cabeça dentro do forno. Os pulsos... Mas postam florzinhas, orações, receitas e seus egos inflamados

Será que só eu vejo pus na ferida? 

Será que todos são tão felizes e talentosos como se exibem?

 

 

SEMPRE OS STATES PRA FERRAR...

O que aprendi ao assistir o documentário "O dia que durou 21 anos", de Camilo Tavares?


Que no início dos anos 60, Kennedy ferra com João Goulart, receoso que o presidente negociasse com a China e implantasse a reforma agrária e muitas reformas sociais.

Sim, os States, com medo que o Brasil virasse uma nova Cuba, arquiteta o golpe.

(O mundo dá voltas: dois anos depois é a vez de Kennedy se ferrar.)


Em 1963, 
Lyndon Johnson assume a presidência e dá continuidade a sacanagem americana com uma força da mídia brasileira.


Assim, em 1964, o exército brasileiro apoiado pelos States, derruba João (Jango) Goulart e a Casa Branca - sim, eles! - escolhe (ou apoia?)  o sanguinário Castelo Branco para presidente do país.


"Os Estados Unidos, dispostos a lutar pelo Brasil,  e livrar o país do comunismo estaciona um porta-aviões e três petroleiros na costa brasileira." Pressão total, né?


Daí aquilo que nunca estudamos: 

os partidos políticos são extintos,

o fim da eleição direta 

o fim da liberdade de imprensa

o canalha do Jarbas Passarinho assina o AI-5 no governo de Costa e Silva

surge o doi-codi pra ferrar com qualquer um que fosse contra a milicada

centenas de brasileiros são assassinados e alcaguetas proliferam em todas cidades brasileiras - inclusive em Lajeado. Cito?


Em 1985, sai o Figueiredo - aquele que não suporta o cheiro do povo - assume  Sarney e a corrupção continua.



E em Lajeado, o sonho de 80% da população que apoiou o golpe contra a Dilma e pediu a volta dos milicos na eleição de 2018.


O mundo é redondo e gira.

 

 

 

DESDE 1892

Acesse meu outro blog, de caminhadas 
pelo Vale do Taquari

https://cibercolonia.blogspot.com/


 

LAJEADO, A CIDADE SEM IDENTIDADE


"A coexistência melhora a existência nas cidades", diz a urbanista portuguesa Maria Teresa Craveiro Pereira, 74 anos, referência nos debates sobre cidades modernas, aprazíveis e feitas para as pessoas e uma das responsáveis pelo planejamento estratégico de Lisboa, entre 1989 e 2017.
(Zero Hora) 

 

Penso em Lajeado...

Que há anos vem destruindo tudo com a pachorra concordância dos vereadores, que nunca foram capazes de rever uma lei que proibisse a destruição dos nossos prédios históricos. Sempre, a favor dos construtores. Fico pensando o que existe por trás disso...

Diz a urbanista portuguesa, que o mais grave na pólis é a perda da sua identificação:


“A cidade deve ser boa para os moradores e, depois, usufruída pelos turistas. E não o contrário. A identidade patrimonial e do bairro são fundamentais.

Em 1960, foi elaborado o inventário do patrimônio de Lisboa. Porque até 1990, os prédios estavam sendo demolidos, perdendo a identidade por uma pretensa modernidade que já estava até fora do tempo."


Imagina Lajeado?



Quem gosta realmente desta cidade, protege, cuida e preserva. E briga, sim.

A mediocridade dos sucessivos governos para descaracterizar nossa cidade  produziu estragos irreparáveis.


Agora falam em reformar a Júlio de Castilhos.

Sim, podem começar a retirar os retalhos asfálticos dos lindos paralelepípedos, um postal turístico valorizado em muitas cidades do mundo.

Vai custar uma fortuna enterrar fio?

Tirem as ferragens horrorosas da Júlio que ajuda muito!

E não coloquem nunca mais.

Para o Natal, inventem outra coisa, menos cafona.


LAJEADO MENOS VERDE

Tiraram todas... Enquanto hospitais como o Moinho de Ventos, Clínicas, investem no verde, o Bruno Born, detona. Que cidade bem miseravel, mesmo!
 

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

 Na madrugada de 25 de abril de 1974, tropas militares ocuparam Lisboa e derrubaram a ditadura salazarista, implantada por militares desde 1926.

Este cartaz é um dos símbolos da revolução dos cravos, clicada por Sergio Guimarães, já falecido.

Poucos dias depois da revolução, ele pediu a um amigo, a participação do filho para uma foto.

Então, foram ao aeroporto de Lisboa e lá três soldados - Marinha, Exercito e Aeronáutica -  seguraram um fuzil:             

“Ganhei algum dinheiro com essa fotografia reproduzida em cartazes, em varias parte do mundo, mas depois perdi o controle  -  afirmou certa vez, Sergio Guimarães.”

 

* Do feissibuqui de Fernando Rabelo.