abril 24, 2009

AINDA AS BARATAS...

Fany com o bumba, Kiti Deitos, Betina Thomas, eu. Atrás: Celina Darde e Tina Teixeira. Teatro de rua montado para o Dia Internacional da Mulher. Lembro que houve um encontro de agricultoras na Praça da Matriz de Lajeado que foi muito emocionante. O texto falava da repressão feminina em todas as idades: de menina até a velhice. E lembro também que algumas mulheres disfarçaram lágrimas emocionando a todas nós. Que fim levamos?

Fany é fotógrafa, Celina psicóloga e Be, fono. Kiti se perdeu... Embora eu torça para que ela esteja bem e feliz em algum lugar desse planeta. Tina partiu para sempre... E eu choro de tristeza pelo tempo que me escapou.

estreitezas

os mais queridos e próximos sabem que já tentei de tudo para sobreviver nessa cidade insípida: oficina de teatro, festival de teatro, fanzines, exposição de arte, festas temáticas, poesia e música no sótão, oficinas literárias, livro, ´pós, brechó na praça... até um bistrô. nada foi adiante. nada, nada, nada. falta de incentivo, de pessoas que pegam junto, falta de grana. então me resta a escrevinhação. escrever para sobreviver com um mínimo de sanidade. escrever é uma forma de viver. por isso voltei para o blog oficial. para vomitar, para desenrolar as tripas. não quero mais inventar nada. só morrer atropelada e deixar um seguro bom para a família. por isso vou só andar de bicicleta e atravessar as faixas de segurança de olhos fechados. fodam-se.

arquivo pessoal

abril 23, 2009

Nelson Rodrigues

"Invejo a burrice porque a burrice é eterna."

BARATAS ESPALHADAS POR AÍ...

Quando abri o Informativo de hoje vi a crônica da Tuta.
Escreve tão bem, essa guria. Não sei por que não o faz mais seguida. Melhor, por que não a convidam para escrever uma crônica fixa? E paguem, claro.
Esse é o mal da nossa imprensa: desvalorização literária. Sempre a título de colaboração, putz, já desviei das minhas boas intenções.

A Tuta fez parte do nosso grupo de teatro nos anos 90, assim como Betina Thomas, Francine Ledur e Betina Durayski. Zeus, que saudades...

Olho para trás e vejo o quanto nosso teatro foi interessante, com produção de textos próprios e críticos. Amador, mas um amador que rendeu capa até no 2º Caderno da ZH em janeiro de 1997, quando nos apresentamos no Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana em Porto Alegre. E lá se vão doze anos...
O que será que faltou para incentivar nossa “breve carreira de atriz”? Betina é mãe e fonoaudióloga e mora em Concórdia. Francine é jornalista e advogada e trabalha no grupo RBS e vai ser mãe esse ano. Be Durayski é gerente do SESC em Lajeado e mãe.

A Tuta era ótima e fazia uma empregada com aquele típico sotaque do interior de Forquetinha... E a gente deitava e rolava em cima das patroas autoritárias e transloucadas que persistem até os dias de hoje.

Agora leio a Tuta no jornal. Ela que é mãe, jornalista e advogada, não perdeu sua veia artística e se revela uma excelente cronista:

“Hum” foi tudo o que eu disse. Em resumo, essa foi toda a minha indignação pelo sucateamento do meio ambiente. Um “hum” que saiu assim meio sem querer...”.


Divulgando o "Valha-me Santa Zita!"
nos corredores do shopping em Lajeado.

Beijo, gurias!


abril 22, 2009

Aristófanes


"A juventude envelhece,
a imaturidade é superada,
a ignorância pode ser educada
e a embriaguez passa,
mas a estupidez dura para sempre."

Envergonhada de só apontar o dedo, chutar pedra e espernear no “blogui oficial”, saí de casa cedinho  para participar da reunião do Chega de Violência.

Emblemático: na sala de reunião da Acil, mais de cinquenta portraits dos presidentes observam as preocupações do grupo. Homens - muitos nem tão honrados assim - que ajudaram a fazer de Lajeado a capital progressista do Vale. Têm os seus méritos esses senhores. E ninguém os tira.

Criaram empregos atraindo milhares de pessoas, que por sua vez incharam a cidade, extrapolaram os bairros, exigindo mais loteamentos, mais escolas, criando suas próprias empresas e fazendo a roda do consumo girar. Só que com esse pacote, junto veio a degradação do meio-ambiente, o aumento da criminalidade e outros  périplos.

Com isso as lideranças da Acil não contavam? Amarrados as tretas da Prefeitura não têm força para exigir e cobrar? Ou não querem pq esperam retornos particulares?

Hoje abro o jornal e leio sobre uma orquestra de música clássica criada numa favela do Rio. Outro dia leio sobre um projeto esportivo em uma favela paulista. Me pergunto:


Quais seriam os projetos sociais que a prefeitura dessa cidade apoia e incentiva?
Quais os projetos sociais que as empresas apoiam nos bairros carentes?


Quanto muito patrocinam um terno de camiseta para o time de futebol do bairro.

Ah, sete câmaras de vigilância e mais radares móvel na cidade... Vamos vigiar, vamos fiscalizar, mas não vamos subir o morro e se envolver. Credo, isso não.

É imediato outra associação: clubes de serviço que se vangloriam de apoiar essa e aquela entidade carente com cestas básicas e, por outro lado, inventam festas infantis nos clubes incentivando as crianças desde pequenas a se divertir, comer e beber. Efeito imediato para daqui a cinco anos ou menos curtirem as baladas a base de álcool e “bala”. E os pais levam os filhos e tudo é bonito.

“Nenhuma vitória é uma construção solitária, ela dependem da força de vontade, persistência e sobretudo de uma rede de relacionamentos solidários aos nossos ideais” – leio no painel da Expovale, pendurado na parede daquela sala.

Fiquei imaginando que, se funcionou para a Expovale, como não serviria para propósitos mais nobres como educação ambiental e social?




abril 19, 2009

Charles Baudelaire



"Em meio a infortúnio, mágoa e veneno,
Que tornam mais pesada esta vida brumosa,
Feliz de quem puder com asa vigorosa,
Alçar vôo no céu luminoso e sereno"




TRAIÇÕES & TRAIÇÕES...

Uma foi embora da cidade. Outra do país. Uma botou 400mg de silicone, outra matriculou-se num doutorado. Uma se apegou a uma seita evangélica, outra se anulou. Uma se cercou de amigos, outra se isolou. Uma deu para todos, outra riscou a palavra do dicionário. Uma arranjou outra. Uma afundou no trabalho, outra se suicidou. Uma se juntou com um traficante, outra com o promotor. Uma tapou o sol com a peneira, outra contratou um detetive e escancarou. Uma ficou na merda, outra melhorou de vida com outro que encontrou. Uma deu o troco e a outra também. E a outra... E a outra... E a outra...