Guardachuvadelaura
março 23, 2018
A SINA DO ALBATROZ
Por mais incrível – e triste! – que possa ser, a foto acima não é uma montagem. Trata-se “apenas” do resultado da falta de consciência humana, que foi clicado, em setembro deste ano, pelo fotógrafo ambiental Chris Jordan.
TRES CONSELHOS
De Stephen Hawking aos seus três filhos:
Um: lembre-se de olhar para as estrelas e não para seus pés.
Dois: nunca desista de trabalhar. Trabalhar dá a você
sentido e propósito, e a vida é vazia sem isso.
Três: se você tiver sorte o suficiente para encontrar o
amor, lembre-se que ele está por aqui e não o jogue fora.
A CIDADE SEM JUDEUS
"Nesta semana será exibido novamente em Viena um filme mudo
austríaco desaparecido por mais de 90 anos.
O longa, que estreou em 1924, se chama “A Cidade Sem Judeus”
e teve uma cópia encontrada em um mercado de pulgas de Paris em 2015.
Para o filme ser restaurado pela cinemateca austríaca, foi
feita uma campanha de financiamento que arrecadou 75 mil euros.
Dirigido e roteirizado por Hans Karl Breslauer, o filme
profetizava a ascensão do nazismo e a perseguição aos judeus que aconteceria
mais de uma década depois.
Quando “A Cidade Sem Judeus” estreou, o Partido Nazista
ainda estava banido na Áustria e Adolf Hitler cumpria prisão por uma fracassada
tentativa de golpe.
Inspirado em um romance satírico do escritor Hugo Bettauer,
o filme contava a história de judeus que eram expulsos após a Primeira Guerra
da fictícia cidade de nome Utopia (que seria Viena), onde se falava alemão,
porque eram responsabilizados pela população local por uma crise econômica.
Quando estreou, o filme provocou protesto de simpatizantes
nazistas. Espectadores que tentavam assistir à produção chegaram a ser
agredidos.
O diretor Breslauer nunca mais dirigiu filmes e morreu na
pobreza em 1965."
Fonte: bbc.com
março 21, 2018
"O SUJEITO DO RELHO"
“Uma
das minhas obsessões como repórter era sair atrás de personagens de fotos como
esta do Guilherme Santos, do Sul21.
O cansaço de buscas que pareciam
intermináveis era recompensado pelo desvendamento dos personagens e suas
histórias.
Se eu ainda tivesse idade e fôlego, sairia atrás desses dois caras que se enfrentaram num dos eventos da caravana de Lula.
Eles são a imagem acabada da
degradação de um Estado que regride aos tempos da barbárie do século 19.
Suspeito que o sujeito do relho pense que é algo que nunca foi.
Não é elite econômica, não é elite política, não é grande
fazendeiro, não é nada que pensa que possa ser.
É apenas um cara com um relho e um ódio que talvez nem lhe pertença.
O que
acontecerá com ele? Duvido que aconteça alguma coisa.
E o outro que apanha como
estamos apanhando desde o golpe de agosto?
O jornalismo terá de nos dizer quem
são.”
Moises Mendes
RESISTÊNCIA
Todo inicio de semestre, ligo para a universidade desta província e pergunto se a Faculdade de Letras vai oferecer a disciplina de Teoria Literária. Resposta negativa. Depois... dá no que dá nas salas de aula.
Agora vou atras do livro de Rita: Descentramentos/Convergências - Ensaios de Crítica Feminista. Editora Ufrgs.
Grata, Fabio!
GRANDES FILMES QUE INVESTIGAM A NATUREZA DO MAL...
Parceiros da Noite, de William Friedkin
O mal não está no outro. À época de seu
lançamento, o filme de Friedkin foi incompreendido: parte da comunidade gay
americana o acusou de mostrar o mal como fruto da homossexualidade, dos espaços
que frequentava, quando, na verdade, o mal era produto do policial (Al Pacino),
transformado após se aproximar do assassino que investiga.
Mal do Século, de Todd Haynes
Um mundo doente. A aparente vida perfeita de uma
mulher pouco a pouco lhe causa mal-estar. Contra possíveis doenças do mundo
moderno, da grande cidade, ela resolve se isolar. Com a sempre ótima Julianne
Moore, o filme de Haynes é, antes, sobre uma doença social, ou sobre um mundo
doente. O mal da civilização limpa e isolada.
Vá e Veja, de Elem Klimov
O mal por todos os lados. Não é necessário mais
que o close de Alexei Kravchenko, o jovem protagonista, para mergulhar no mal.
Está por todos os lados, nas corridas, na câmera inquieta, nos dias em que os
soviéticos combatem os invasores nazistas. O mal, sem mais voltas, está na
carnificina, no desespero de quem corre à margem.
Lacombe Lucien, de Louis Malle
Ausência de identidade. Na França Ocupada,
durante a Segunda Guerra Mundial, Lucien (Pierre Blaise) é alguém desprovido de
alma. Ou apenas guiado pela necessidade de estar de um lado, um lado qualquer
que possa lhe fornecer algo, uma posição. E escolhe estar com os nazistas. O
mal, no filme de Malle, é fruto da alienação, do vazio.
O Garoto Toshio, de Nagisa Oshima
A família como mal maior. O menino Toshio
(Tetsuo Abe) sonha com o extraterrestre que, um dia, chegará ao planeta Terra
para acabar com a maldade. O mal, aqui, nasce da família do garoto, sobretudo
do pai, que o usa para simular atropelamentos e extorquir motoristas. Toshio já
tem idade para entender o mal que o circunda e se refugia nos sonhos.
Homicídio, de David Mamet
Conflitos étnicos. Um policial (Joe Mantegna)
investiga a morte de uma mulher judia e encontra indícios de um grupo nazista.
Mas Mamet recusa a dualidade fácil: o protagonista, um judeu, descobre que não
pode confiar em ninguém, nem mesmo em seu povo, enquanto um assassino
oferece-lhe a explicação sobre a “natureza do mal”.
março 20, 2018
ASSOBIE AO VENTO
Pensei
que tinha morrido. Pensei errado, sem me informar... E assim, as criaturas vão postando, publicando seus achismos, revelando sua verdadeira intelectualidade, seu estofo cultural.
Bem viva, a senhora Joan Baez, de 77 anos, com um novo álbum por aí: Whistle Down the Wind.
“Uma vez perguntei a meu treinador vocal quando seria hora de parar”, ela contou ao New York Times.
“Sua voz o dirá – ele respondeu. E ela está dizendo. É um músculo, e preciso trabalhar mais e mais duro para fazê-lo funcionar.”
Joan Baez vive ainda em Palo Alto, em pleno Vale do Silício. Tem show marcado em 2019, em Amsterdã.
Vou me programar..!
março 19, 2018
MARIELLE FRANCO *
"Fico muito
indignada
quando ouço essas histórias.
Esquema de propina
envolvendo transporte, saúde, moradia.
É a vida da população
em jogo,
e esses mercenários
só querem saber de dinheiro
e poder."
* Socióloga, 38 anos, feminista, vereadora pelo PSOL, no Rio. Militante dos direitos
humanos e crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro.
Denunciava abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de
comunidades carentes. Assassinada em 14 de março de 2018.
MARIELLE, LUCIANE...
“Flores murchas denunciam o pensamento de pessoas de bem que
não compreendem a comoção que gerou a morte de Marielle Franco, justificando
que outras mortes acontecem diariamente.
Flores murchas para os detratores da vereadora executada por
balas da polícia brasileira: detratores como o deputado Alberto Fraga (DEM-DF)
da bancada da bala, que espalhou boatos de que “o novo mito da esquerda” teria
sido mãe aos 16 anos e que era usuária de maconha.
Se Marielle foi mãe aos 16 (e parece que não foi aos 16) e
ainda fumava maconha, só pode ser uma vagabunda, não pode ser mito, sua morte é
insignificante.
Detratoras como a desembargadora Marília Castro Neves, que disse que a morte da vereadora é “mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.
Não podia deixar de fazer referência à Marielle, morta justamente
no mês da mulher, mas quero, hoje, falar também de outra mulher, UMA MULHER
ANÔNIMA, BEM ANÔNIMA, QUASE INVISÍVEL. (meu grifo)
(...) Como acredito no poder restaurador das narrativas,
quero contar um pouco do que pude apurar da mãe de 36 anos que matou duas
filhas (de 2 anos e 11 meses e de 7 anos) e, em seguida, se matou, no último
dia 24, na minúscula cidade de SANTA CLARA DO SUL/ RS (que é a minha cidade
natal).”
Mariléia Sell professora
Doutora dos Cursos de Letras e Comunicação da Unisinos e Secretária Adjunta de
Educação de São Leopoldo.
VINGANÇA
As mulheres são tão invisíveis que sequer o Genesis bíblico cita o nome da mulher de Ló - aquela que virou estatua de sal por conta de sua curiosidade.
Conhecemos, simplesmente, como “a mulher de Ló”.
A curiosidade castigada... Justo ela, a base da criatividade.
Com muita humildade, sugiro um nome pra mulher de Ló: Maria Quitéria de
Jesus.
“... brasileira que viveu entre 1792 e 1853 é considerada
uma heroína nacional graças ao seu papel em lutas pela independência baiana.
Para fazer parte do exército, cortou o cabelo e se vestiu como homem. Tempos
depois, foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul.”
Um dia, Maria
Quitéria de Jesus Ló chegou em casa e não gostou do que viu. Prontamente
botou o cajado, o resto do bolo sem levedura, um pote de enxofre e um saco de
roupa do marido em frente à porta, do lado de fora. Passou a chave. Com isso salvou as duas
filhas...
Ló, indignado, espiou na janela.
Acabou em estatua de açúcar.
Acabou em estatua de açúcar.
Devorado pelas formigas.