Guardachuvadelaura
maio 19, 2015
UM BRECHÓ CUSTA CARO
Quanto vale um degrau abaixo no tempo?
Uma estola de pele de minha avó que viveu até os 102 anos?
Ou um casaco do final dos anos 50 que minha mãe usou antes de casar? Um
sobretudo de Berlim Oriental? Um vestido tricotado em tiras de couro dos anos
80? Um blusa de lurex, de veludo molhado, de tie dai de 1978 quando os exilados
políticos voltaram ao Brasil? Uma calça que flanou por Paris e Londres em 2005?
Quanto vale as lembranças esmaecidas entre as páginas de velhos diários,
passagens de viagem, grudadas nas capas dos livros, esquecidas dentro das capas
do vinil? Quanto? O tempo me arrasta até o porão.
A FABULA DO AMOR CEGO
A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em
sua casa.
Todos os convidados foram.
Após tomarem café a Loucura propôs:
Todos os convidados foram.
Após tomarem café a Loucura propôs:
Vamos brincar de esconde-esconde?
Esconde-esconde? O que é isso? perguntou a Curiosidade.
Esconde-esconde é uma brincadeira.
Eu conto até cem e vocês se escondem.
Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça.
1, 2, 3, ... a Loucura começou a contar.
A Pressa se escondeu primeiro, em um lugar qualquer.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
Já a Tristeza começou a chorar, pois não achava um local apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e se escondeu perto dele debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove.
Cem, gritou a Loucura. Vou começar a procurar.
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados que ficasse estaria se escondendo.
E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto.
Ninguém o tinha visto.
A Loucura começou a procurá-lo.
Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e
nada do Amor aparecer.
Procurando por todos os lados a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.
Era o Amor, gritando por ter furado o olho com espinho.
A Loucura não sabia o que fazer.
Pediu desculpas, implorou o perdão do Amor e até prometeu seguir-lhe para sempre.
O Amor aceitou as desculpas.
Desde então, e até hoje, o Amor é cego e a Loucura sempre o acompanha.
Procurando por todos os lados a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.
Era o Amor, gritando por ter furado o olho com espinho.
A Loucura não sabia o que fazer.
Pediu desculpas, implorou o perdão do Amor e até prometeu seguir-lhe para sempre.
O Amor aceitou as desculpas.
Desde então, e até hoje, o Amor é cego e a Loucura sempre o acompanha.
Autor descolhecido