maio 19, 2015

UM BRECHÓ CUSTA CARO

Quanto vale um degrau abaixo no tempo? 
Uma estola de pele de minha avó que viveu até os 102 anos? Ou um casaco do final dos anos 50 que minha mãe usou antes de casar? Um sobretudo de Berlim Oriental? Um vestido tricotado em tiras de couro dos anos 80? Um blusa de lurex, de veludo molhado, de tie dai de 1978 quando os exilados políticos voltaram ao Brasil? Uma calça que flanou por Paris e Londres em 2005? Quanto vale as lembranças esmaecidas entre as páginas de velhos diários, passagens de viagem, grudadas nas capas dos livros, esquecidas dentro das capas do vinil? Quanto? O tempo me arrasta até o porão.

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