Guardachuvadelaura
novembro 22, 2024
MAS NÃO ERA O CASO DE UM PRONUNCIAMENTO EM REDE NACIONAL?
Foi seguramente o fato mais grave da nossa vida política
desde o atentado do Riocentro, aquela frustrada tentativa de recrudescimento da
linha dura, ainda durante os estertores da dita-cuja, que só terminaria
(formalmente) alguns anos depois. Sem eleição direta, apesar do clamor
nacional. Sem Tancredo, internado no dia da posse, para ter a morte anunciada
no Dia de Tiradentes. E sem – muito menos, imagine – qualquer julgamento dos
responsáveis pela perseguição, prisão, tortura e morte dos opositores do
regime.
A recente descoberta do plano de golpe, com um triplo
assassinato – dos presidente e vice-presidente eleitos e do então presidente do
TSE –, urdido por militares membros do governo recém-derrotado nas eleições, o
caso mais grave da nossa vida política desde o Riocentro não seria motivo para
um pronunciamento em rede nacional?
(Eu ia dizer “cadeia nacional”, mas preferi evitar o
duplo sentido para não excitar expectativas).
Um pronunciamento curto e contundente, em que o
Excelentíssimo Senhor Presidente da República fizesse saber que a Polícia
Federal havia descoberto a trama golpista e assassina, que era mais grave do
que se pensava, que por um triz não levou o país a mergulhar em novo período de
trevas, que as investigações prosseguiam e os acusados seriam julgados nos
termos da lei?
Um pronunciamento por acaso (e aqui não vai ironia)
coincidente com a reunião do G20, e que por isso teria repercussão
internacional, apesar da desleal concorrência das peripécias na Ucrânia?
Um pronunciamento que animasse entidades da sociedade
civil, outrora tão atuantes, a se manifestar? Que pudesse despertar nas pessoas
a consciência da importância da democracia e da necessidade de sair às ruas
para defendê-la?
Não. Melhor aparecer sorridente, na estética “paz e
amor”, melhor trazer para o lado pessoal, “humano”, dar graças a Deus por estar
vivo, mostrar que é boa gente, um cara legal que escapou de boa e não quer
envenenar ninguém, só quer o bem de todos e a felicidade geral da nação.
Melhor despolitizar.
Não foi assim agora, agorinha mesmo, quando se desautorizou
qualquer evento oficial que demarcasse os 60 anos do golpe?
Não é assim que se mantém na Defesa um ministro que
insiste na tese dos “fatos isolados” e das “ações individuais”? Porque afinal
não foi a instituição, foram apenas “CPFs” que conspiravam contra a democracia?
Não é assim que o ministro “iluminista” abre a sessão do
CNJ com o cenho franzido e muito polida e delicadamente se diz “estarrecido”
com a notícia daquela manhã, quando soubemos que estivemos “mais próximos do
que imaginávamos do inimaginável”, mas que aquele atentado nada tinha a ver
“com ideologia ou com opções políticas”, pois era “apenas a expressão de um
sentimento antidemocrático e do desrespeito ao Estado de Direito”, e o que se
estava descobrindo eram meros “crimes previstos no Código Penal”?
Devemos então entender que uma conspiração contra as
instituições democráticas não tem nada a ver com ideologia ou política, é uma
coisinha pouca, um crime comum, não um atentado à Constituição? É assim que
pretendemos continuar a bebericar em paz nosso cafezinho?
Costuma-se dizer que as coisas são assim porque a
correlação de forças é desfavorável.
Certamente é.
Se não se trabalha para alterá-la, se não se age com a
devida contundência quando o momento exige, quando vai mudar?
Sylvia Debossan Moretzsohn em Come Ananás
DO MEU BLOQUINHO
Desde o fim do ano passado venho rabiscando umas linhas sobre
uma personagem, q exige de novo muita pesquisa. Não sei se vai resultar em algo, se um conto,
uma novela ou um romance. Tateio... Quem
sabe apenas um exercício literário? É que leva muito tempo para que meus
riscados resultem em algo aceitável, convincente. E às vezes nem isso. È tanta coisa atravessando a gente... Quando
não é as intrigas familiares são as intrigas nacionais, se pode chamar de
intriga uma tentativa de assassinato do presidente, do vice, de um juiz do
supremo. Com o aval de um ex-presidente. Vixi... Diz a crônica popular q
Clarice Lispector escrevia enquanto atendia os filhos, o marido, o
cachorro. Não perdia o foco. Eu não consigo e fico transtornada quando sou
interrompida por eles, pela minha mãe ou pela merda do celular. Tudo se constrói
muito, muito lentamente, de forma intuitiva na minha escrita. Sem regras e
esquemas literários. Ó... Saber q
Goethe começou a escrever Fausto em 1775
e só saiu outro esboço 16 anos após? Comparo, pq lembro q escrevi um capítulo
de “Engole esse choro” em 1992. E incluí
no meu livro 28 anos depois... E Goethe? Publicou Fausto em 1808. Gestou sua criatura durante 33 anos! Mas e eu? Será q ainda estarei viva para
publicar mais uma história que interessa a tão pouca gente ou a ninguém?
RAULZITO TINHA TODA RAZÃO
Olha as crianças
Mamãe eu não queria
Servir o exército
novembro 20, 2024
INCONSCIENCIA BRANCA X CONSCIENCIA NEGRA
Em 1971, o professor, poeta, pesquisador gaúcho Oliveira
Silveira já sugeria o Dia da Consciência Negra, para honrar o 20 de setembro,
data da morte do líder Zumbi dos Palmares em 1695, na luta contra o sistema
escravagista.
Em 2011, o 20 de setembro virou feriado em algumas
cidades. Mas Oliveira Silveira não comemorou. Havia morrido em 2009.
Ano passado, o governo Lula oficializou o feriado nacional:
um dia para refletir a contribuição da comunidade negra
para o Brasil.
"É chegada a hora de tirar nossa nação das trevas da injustiça social."
Zumbi dos Palmares
Se você acha q isso tudo é passado, muito distante, vale lembrar as palavras da jornalista Glória Maria e sua trajetória exitosa:
"Tudo é mais difícil para um negro. Você tem que provar 100 vezes que você é o melhor. Se você não tiver uma força extraordinária, não consegue passar por isso."DO MEU BLOQUINHO
Não sou boa de conselhos. Mas ela veio morar em Lajeado e sente na carne as decepções. Com olhos aguados desfiava as dores. Querida... O que dizer? Não crie expectativas com migalhas, com ninguém. Não espere reconhecimento, elogios ou louvores. Não espere nada em troca. Tu vai perceber q é um alívio viver sem esperar qualquer tipo de recompensa. Deixe para os ambiciosos, os invejosos e os mesquinhos q circulam nas tuas proximidades. Paz de espírito é tudo e não engorda. Te liberta! A gente trocou um abraço e fomos se empanturrar de bala de goma da Docile enquanto escolhíamos um livro na Cometa.
"UM POUCO DE UTOPIA"
Recuperei do meu próprio blog aqui, do dia 17 de março de 2010, uma crônica publicada nos jornais A Hora, de Lajeado e Opinião, de Encantado, com o título Um pouco de utopia:
Cheguei atrasada porque me embaralhei nas mudanças de trânsito que inventaram, dizendo que tudo melhoraria em Lajeado. Tenham dó...
Na emissora, esbaforida, dei de cara com a professora Nice da Rocha Werle, com a Secretaria de Educação de Imigrante, Edí Fassini e com a jornalista Dirce Becker Delwing. Ainda bem que nos últimos instantes desisti de comparecer ao programa com figurino de lavadeira, porque elas estavam bem comportadas.
- E se fosse dada a oportunidade de ser prefeita de Lajeado durante uma semana? O que tu farias? – ironizou Fabiano.
- Eu...
Antes de abrir a torneirinha de asneiras à la Emília, ele interrompeu alertando que estávamos no ar, microfone aberto, quase pedindo cuidado com as palavras.
Mas, como minha memória-flan não infunde respeito, acho que deixei escapar, e se não o fiz, faço agora, que a primeira atitude seria demitir os secretários Mozart, Simone, Guisch por total incapacidade de gerir a urbanização de Lajeado e por degradarem o meio-ambiente.
Como prefeita, eu pensaria em devolver a cidade a todos aqueles que realmente desejam bairros mais bonitos, mais charmosos e mais verdes.
Sim, uma luta contra o tempo. Afinal, só tenho uma semana. Trataria de aproveitar o sábado e o domingo, e as madrugadas.
1º canetaço: autorização para construir
prédios só até cinco andares, com recuo para área verde e árvores, não só um
mero jardinzinho.
2º canetaço: retirada das ferragens da Júlio de Castilhos e dos
cabos elétricos e de telefonia - tudo seria enterrado, e plantio imediato de
árvores nas calçadas, de ambos os lados, principalmente, na entrada da cidade.
3º canetaço: aquisição da antiga rodoviária de Lajeado na Borges de
Medeiros, terminando com aquela zona de prostituição indecente que a prefeitura
atual permite. Chamaria o pessoal que restaurou o Moinho de Ilópolis e pediria
para construir não só um novo centro cultural naquele prédio, como
transformaria a quadra em “Rua da Arte”.
4º canetaço: construção – ou restauração – de Casas de
Cultura em todos os bairros da cidade. Admissão imediata de oficineiros, que
seriam encaminhados para cursos de aperfeiçoamento em Porto Alegre, nas
respectivas áreas culturais.
5º canetaço: proibição total de asfalto nas ruas, com ressalva para
ciclovias em diversos pontos da cidade.
6º canetaço: construiria um novo hospital.
7º canetaço: pediria ao Ministério Público uma investigação
minuciosa nas contas da atual administração de Lajeado, sem se descuidar dos
“laranjas”.
Aprovam? Bom, Fabiano me deu apenas sete dias...
Com mais sete chegaria aos esgotos, à arborização dos parques e da beira do rio; na despoluição do arroio que passa pelo Jardim Botânico; no trânsito, nos postos de saúde, na restauração do Moinho do Engenho, exatamente como era no passado; reorganização de um plano diretor favorável aos moradores e não aos construtores; plano de ação para o turismo na região...
Ainda bem que o Fabiano me cortou.
Ainda bem.
BUUUMMMM
Eu posso imaginar o ódio dos bolsonaristas ao governo
Lula.
Governo popular, bem recebido em todo mundo, apenas com o primeiro grau, etc, etc, etc... A elite odeia, odeia.
Mas posso imaginar raiva maior ao STF que detém um orçamento de 851,7 milhões pago com nossos sofridos impostos.
O STF - vi no noticiário
da Band - gasta mais do que a família real da Inglaterra, q custa aos cofres
públicos 600 milhões de reais. Parece que
vão ter reajuste, no fim do ano.
Nós temos q estar phudidos mesmo pra sustentar essa realeza toda de juízes com
seus penduricalhos, seus asseclas & aspones.
Até dá pra entender o homem-bomba catarino, bozonarento, né?
RIOCENTRO DOIS?
“Chegaram muito perto”, disse Lewandowski, o ministro da Justiça,sobre o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes.
Sim, os golpistas, torturadores e assassinos de fardas ainda estão aqui.
novembro 18, 2024
I D A D E É U M S E N T I M E N T O...
... de emoções, de vivências, de desgostos, afinidades.
Pensei muito nisso quando assisti na última quarta-feira, a estreia de “Idade é
um sentimento”, texto da atriz canadense Haley McGee, de 2022, cujos direitos foram
adquiridos pela atriz Gabriel Munhoz, de Lajeado.
Acompanho de longe a trajetória dessa minha ex-aluna – e lá
vão tantos anos.
Vi seus outros trabalhos de palco e tela. E sempre me
surpreendo. Mas agora, foi diferente. Uma Gabi madura assumiu uma personagem
que “rasga” a sua vida dos 25 anos até a
morte, de forma sensível, potente, mas com respiros para a plateia sorrir. E lá estamos nós absorvendo, sucumbindo, nos
vendo nas histórias da personagem.
É preciso falar da sintonia de Gabi Munhoz e da cantora e performer Paola Kirst, que não só executa a trilha sonora como contracena de forma elegante e mímica. Ambas brilham.
De pano de fundo, um vídeo do mar e de pessoas queridas
do teatro gaúcho, em uma cenografia enxuta e bonita de Elcio Rossini.
Iluminação objetiva, Ricardo Vivian.
O espetáculo traz a assinatura de Camila Bauer e da
coreógrafa Carlota Albuquerque.
Você ainda pode conferir no 31° Porto Alegre em Cena, em
única sessão no dia 23 de novembro (sábado), às 20h30min, também no Teatro da
Santa Casa.
Espero que o SESC e o Teatro Univates convidem a sua "filha" para apresentar aos conterrâneos...
"CABIDE DE EMPREGO"
Se não fosse o
crime
Muita gente morria de fome
O vagabundo é quem garante
O pagamento dos homens
Porque um preso dá
vários empregos
Você pode acreditar
É um polícia pra prender
Um delegado pra autuar
Um promotor pra
fazer a caveira
Um juiz pra condenar
Um carcereiro pra tomar conta
E um advogado pra soltar
Se não fosse o
crime
Muita gente morria de fome
O vagabundo é quem garante
O pagamento dos homens
Eu não faço apologia
Mas infelizmente é verdade
Existe o bem e o mal
Em todo canto da cidade
Quem nunca foi
assaltado
Por favor, levante o dedo
A maré está tão braba
Que eu já ando até com medo.
AROEIRA
No domingo só o que se viu nas redes é o vai siphude que a Janja mandou p o branco, milionário e asqueroso do Elon Musk.
Bolsonaristas ora se espantavam horrorizados, ora diziam “Óóó...
viram? Uma primeira dama dizer isso?”
Até Lula criticou o linguajar. To com Aroeira: faço coro com a Janja.
E com td respeito: Lula vai tiphud também por criticar a tua mulher.
Enquanto isso o mudinho podre e interesseiro da política, da sacanagem e da corrupção vai de vento em popa. E com bombas jogadas no STF para espantar nossa letargia um pouco. Que catarino burro, né? Antes prendesse as bombas num drone e botasse para voar em cima da casa judiciaria, do congresso...