Guardachuvadelaura
abril 06, 2020
"A VAGABUNDAGEM DE BOLSONARO"
FRAGA
“Os jornalistas queriam saber de Bolsonaro ontem qual é a
explicação para a demora na liberação da ajuda de emergência de R$ 600 aos
trabalhadores informais.
Bolsonaro não sabia nada. Tentava simular impaciência, depois
demonstrou irritação, como se quisesse dizer: parem de encher o saco.
O que Bolsonaro tentava esconder é que não domina nada.
Poderia ter dito: eu não estudei esse assunto, não participei das decisões, não
consigo entender nada do que se passa.
TACHO
Bolsonaro não sabe nada. Está sempre perguntando a alguém ao
lado o que deve dizer.
Só fala com teleprompter, porque tem de ler o que vai falar
numa cerimônia qualquer sobre uma questão banal. Bolsonaro só fala de
improviso, para dizer besteiras, no cercado do Alvorada.
Bolsonaro nunca fez nada no Congresso, nunca apresentou um
projeto, em 27 anos na Câmara.
Nunca participou de comissões, de articulações
políticas, de conversas com aliados ou adversários.
TONY D'AGOSTINHO
Poucas vezes foi à tribuna, e só para homenagear milicianos.
Bolsonaro era um avulso. Ofendem o baixo claro os que dizem que Bolsonaro era
deputado da turma deles.
O baixo clero é organizado como grupo que se articula para
defender posições, por mais rasas, reacionárias e interesseiras que sejam.
Bolsonaro nunca se articulou com nada e com ninguém. O
Brasil não elegeu apenas um sujeito grosseiro, cruel, que ataca mulheres e
ostenta seu racismo e sua homofobia.
Os brancos ricos, a classe média decadente e enciumada com a
ascensão dos pobres – e mais os próprios pobres que se consideram atrelados aos
interesses dos ricos – elegeram mais do que um sujeito inseguro, autoritário e
despreparado.
BIRA DANTAS
Bolsonaro não trabalha desde que saiu do Exército aos 32
anos para ser vereador. É um sujeito desqualificado, que nunca soube o que
fazia no Congresso e não sabe o que faz no Planalto.
Agora, enquanto o primeiro escalão se esforça para vencer a
pandemia, ninguém sabe o que Bolsonaro faz. É um ausente.
Não faz nada. Só tumultua, como se ele e os filhos, que
também não fazem nada de produtivo, fossem franco-atiradores de um governo
paralelo.
Bolsonaro não governa nem lidera porque não tem capacidade
para governar. E porque curte mesmo uma vagabundagem.”
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre. Escreve
também para os jornais Extra Classe, DCM e Brasil 247. É autor do livro de
crônicas Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim). Foi colunista e
editor especial de Zero Hora. https://www.blogdomoisesmendes.com.br/
HIPÓCRITAS
Em todo país, carreatas da elite fechada em seus carros e
pedindo que o povão vote a trabalhar...
Até o direitoso do ACM Neto se tocou:
"É muito fácil as pessoas irem para as ruas dentro de
seus carros, protegidas, pedir que os outros vão para rua andar de ônibus,
ficar nas estações de ônibus e se expor.”
Na minha cidade, um babaca escreve no jornal, pedindo o mesmo.
A PESTE
A Peste é considerada a grande obra do escritor
existencialista e anarquista Albert Camus.
Foi publicada em 1947. Nunca li. Conforme o wikipedia, o livro narra a história de
trabalhadores que descobrem a solidariedade em meio a uma peste, que assola a
cidade de Oran, na Argélia.
Os personagens ajudam a mostrar os efeitos que o flagelo
causa na sociedade, tomada pela peste bubônica. Ou, metáfora dos horrores
da Segunda Guerra Mundial.
“Mas, a partir do momento em que a peste se apossou realmente de toda a cidade, então seu próprio excesso provocou consequências bastante cômodas, pois ela desorganizou a vida econômica e suscitou assim um número considerável de desempregados.
"Sabia também que, se as estatísticas continuassem a
subir, nenhuma organização, por melhor que fosse, resistiria;
que os
homens viriam a morrer amontoados e apodrecer na rua, apesar da
prefeitura, e que a cidade veria, nas praças públicas,
os mortos agarrarem-se
aos vivos, com um misto de ódio legítimo e de estúpida esperança.”
LAJEADO 1991-2020
Em casa por conta da pandemia, as pessoas organizam suas gavetas e vão se desfazendo de tudo para dar lugar ao que realmente vale a pena guardar. Minha amiga manda as fotos de um calendário que marcou os 100 anos de Lajeado, em 1991, com um registro de uma cidade muito mais verde...
Na foto do mês de março, duas crianças no Parque do Engenho.
Hoje, ela é engenheira florestal e presidente da Fepam e vive pressionada para liberar a poluidora mineração de carvão que só vai trazer danos à sociedade gaúcha.
Hoje, ela é engenheira florestal e presidente da Fepam e vive pressionada para liberar a poluidora mineração de carvão que só vai trazer danos à sociedade gaúcha.
O menino é dono de 15 pequenas lojas de vestuário e vive o seu maior desafio econômico desde que assumiu a primeira há 20 anos.
Que a luz da foto continue a iluminar os dois.
GABINETE DO ODIO
Aroeira
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, criticou de forma dura
a maneira como o Planalto atua nas redes sociais:
“Toda semana tentam
criar uma nova narrativa”, disse ontem à noite em entrevista à Band.
“O
ministro Mandetta começa, agora, a ser alvo de ataques absurdos desse gabinete
do ódio que é comandado do exterior por esse Olavo de Carvalho, eu já faço
parte desse ataque de forma permanente, o presidente do Senado, o
presidente do Supremo.”
Para o deputado, no entanto, a tática do gabinete do
ódio vem perdendo a eficácia.
“A sociedade nesse momento começa a entender que há muitas
informações falsas, muitas mentiras, mas, mais do que isso, muita
irresponsabilidade, que tem sido, infelizmente, muitas vezes comandada pelo
próprio presidente da República.”