Guardachuvadelaura
novembro 18, 2016
1916-2016
No Centro Cultural Justiça Federal, em frente a Cinelândia, no Rio de Janeiro, até 15 de janeiro acontece uma "homenagem aos 100 anos do 1º Salão dos Humoristas de 1916, o primeiro Salão de Humor brasileiro que agrupou - fato nunca acontecido antes - todos os grandes artistas da nossa caricatura, marcando época no início do século XX.
Além da exposição Centenário do 1º Salão dos Humoristas de 1916, a Bienal apresenta outras duas mostras no CCJF: O Kaiser – 100 Anos, comemorativa dos 100 anos da animação pioneira O Kaiser, desenho animado realizado pelo caricaturista brasileiro Seth (Álvaro Marins), precursor do nosso desenho animado; e a exposição Jorge de Salles - Um Carioca no Mundo do Humor, sobre o desenhista de humor e produtor cultural Jorge de Salles, que dedicou sua vida ao resgate da história e à realização de exposições de caricaturistas brasileiros.” Renata Magalhães
E olha só: o primeiro caricaturista reconhecido é gaúcho de Rio Pardo: Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879), escritor, jornalista, político, pintor, caricaturista, arquiteto e diplomata brasileiro. Recebeu do Imperador D. Pedro II, o título de Barão de Santo Ângelo. Fundador d a primeira revista ilustrada com caricaturas, “Lanterna Mágica”, em 1844. Adoro essas descobertas!
DE ECO À SARTRE
De Umberto Eco em ‘Não contem com o fim do livro’, pinço a frase: ‘Oedypus aegyptiacus é considerado um dos livros mais belos do mundo’. Sigo direto para a internet e pesquiso o tal mais belo. Claro, tudo no wikipedia: "Os três volumes inteiros de figuras ornamentadas e diagramas foram publicados em Roma durante o período 1652-54." E não acho tão belo assim porque não me interesso. Mas na globosfera, uma coisa puxa a outra. E lá se vai a minha tarde quando...
... despenco na peça teatral 'As Moscas', de Jean-Paul Sartre, que por sua vez narra a invasão da cidade de Argos pelas moscas. Sartre escreveu a peça quando preso em 1940 pelos alemães. Três anos depois foi apresentada ao publico. Descubro que as moscas simbolizam a culpa... Sendo assim, o que significaria uma cidade invadida por mosquitos? Com a última eleição e mudança de sigla política, tá aberta a temporada ideológica na minha cidade. Uns falam em novo fascismo, sobrepondo-se à desilusão petista. Acho que todos serão picados pelo mosquito azul - parodiando Frei Betto. Uns falam em novo fascismo, em ambição arenista sobrepondo-se ao desencanto petista.
“Eu quis, dizia Sartre apresentando ‘As Moscas’ - tratar da tragédia da liberdade em oposição à tragédia da fatalidade”. Ahã, mas como voltar ao ‘Não contem com o fim do livro’ de Eco que ando relendo? Para o escritor e filósofo italiano, os livros garantem o nosso saber. Não tenho dúvida. Ou você acredita na Veja, Época? Ou no Jornal Nacional?
João Bosco
CAIXA DE DOAÇÕES
Caixas nas ruas de algumas cidades suíças incentivam vizinhos a
trocarem objetos que não usam mais. Moradores deixam livros, dvds, sapatos e
podem pegar o que precisam.
Às vezes também deixo roupas em frente a minha casa.
Ganhei uma caixa de cds e botei para doação. Em menos de meia hora, todos se foram. Levados por quem
ainda curte cd. Anteontem, um voltou. Do R.E.M. Dez dias atrás doei uma cama de casal. Essa semana, no feriado, deixei uma bicicleta infantil em frente ao portão. Não me acho melhor
nem pior. Não preciso, não quero guardar, não quero o lixo como destino. Sempre tem alguém precisando. A gente podia ser mais suíço e menos brasileiro, né não?