Guardachuvadelaura
novembro 21, 2023
O MACHISMO SOLIDIFICADO EM LAJEADO
No ano de 2014, no blog Abrindo o Baú, o professor Schierholt já estranhava:
Depois de 5 anos, numa rápida pesquisa no maps pelas ruas
onde caminho, e em bairros mais distantes, escrevi aqui no blog:
“... os vereadores de Lajeado homenagearam os
homens batizando com seus nomes, 56 ruas. Caminho por outras ruas que
lembram 7 estados, 4 datas históricas, 3 relacionadas a santos ou paz. Uma
rua homenageia uma associação, outra um passarinho, uma fabrica de cigarro e
uma lembra o rio.”
Anotei q vi um ou outro nome de mulher. No bairro Florestal,
uma rua honra a ex-diretora do Grupo Escolar Fernandes Vieira, Zélia Abichequer
e, outra rua, homenagem à Clélia Jaeger Betti.
Em bairros mais distantes do centro, encontrei no
Campestre, a rua Cecília Catarina Sulzbach e r. Eva Maria Nunes.
E foi isso. Tempo depois, insisti na pesquisa e localizei no b. Jardim do Cedro, alguns nomes de ruas, como a r. Elsira Schonhorst, r. Aline Teixeira da Silva, r. Amalia Schweiger e r. Guilhermina Bucker.
No b. Conservas, anotei r. Maria José Rodrigues, conhecida
como Canjiquinha, a mulher q teria alertado o governo de Lajeado, quando maragatos chegavam para
invadir a cidade, durante a revolução federalista.
Há bem pouco tempo, a luzinha de alerta acendeu novamente, quando
os vereadores aprovaram o nome de Ney Arruda para o parque da orla e, mais
recente, o do prof. Ardi para quadras na r. Décio Martins Costa, no popular
Valão ou Canal. Nem cogitaram o nome de uma mulher?
No b. Alto do Parque, um novo loteamento com suas ruas
nomeadas com personalidades masculinas.
Eu estava caminhando com uma amiga q veio morar aqui, e fiquei com vergonha
quando ela me chamou atenção - e debochou da cidade. É aquilo: a gente pode
falar mal do filho, mas só a gente. Infelizmente, era verdade. Nem vou dizer o que ela realmente falou...
E as praças? Quando
fiz a ultima relação, em 2021, eram 26 com nome de homens. Disseram que
no b. Jardim do Cedro havia a Praça Líria Arenhart. Procurei e não
localizei...
No b. Olaria, o
parque da nascente do Arroio Engenho chama-se Clara Maria Schorr, e
uma área verde recebeu o nome de Renita Schneider Kunz.
Para NÃO homenagear
as mulheres, ainda temos:
A Praça da Amizade
no B. Hidráulica. A Praça Lot. dos Médicos no B. Universitário. E as Praças Lyons e Viva Vida e o Parque
Piray, no b. São Cristóvão.
Hoje, se não estou
errada, são 67 áreas de praça e parques.... E só 3 homenageiam as mulheres. TRÊS.
Pensei q esse
assunto caía de maduro na tribuna da Câmara. Mas eu precisava ter uma ong ou um
grupo atrás de mim, talvez o Arte na Praça q comemora 10 anos, em 2024.
Mas achei melhor não misturar, já q não mais faço parte da organização.
Então, ó Casa do Povo!
Revejam seus conceitos na hora de nominar ruas, praças e parques. É muito
desproporcional as honrarias de vocês. É ungir
a invisibilidade feminina.
Sim, Lajeado tem a rua 8 de Março, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Fica no
Bairro Moinhos d' Água, uma lembrança do ex-prefeito Darci Corbellini quando
vereador. Como era de se esperar: um beco junto ao trevo pra quem vai a Santa
Clara.
O bem da verdade,
vocês q andam pelos bairros, devem conhecer muito melhor q eu a maioria das
lideranças sociais e culturais de Lajeado. Mas não posso deixar de fazer
algumas sugestões aos senhores e, principalmente, as vereadoras.
São mulheres que se
dedicaram a cidade, muitas de forma voluntária, outras pelo seu pioneirismo, e
q jogaram luz à cidade por sua projeção de âmbito estadual.
Já vi que Lenira
Klein, 37 anos como presidente da Sociedade Lajeadense de
Atendimento à Criança e ao Adolescente, fundada em 1958, hoje honra o prédio da
Slan do Centro, com seu nome. Assim como Nora Oderich, no Centro de Atendimento
a meninas, no b. Conservas.
Essas fotos deslumbrantes podem inspirar muitas garotas de hoje. Ela tinha 26 anos quando fez o curso de piloto de aviões. Estava pronta para servir a pátria quando terminava a 2ª guerra mundial.
Irmã Clementina Jaeger - Primeira professora da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria e a primeira Madre Superiora e diretora do Colégio Madre Bárbara.
Madre Clotilde Werle - a freira que construiu o
Madre Barbara.
Margarida Noll - uma das primeiras parteiras da
cidade, no ano de 1900.
Maria Bernadete Heemann
– Miss Rio Grande do Sul, em 1970. Miss Internacional 1971. Faleceu em 2014.
Paula Gans - a primeira diretora do Colégio
Evangélico Alberto Torres.
Regina Nötten - a primeira dentista de Lajeado.
Rose Tavares –
alfabetizadora no Grupo Escolar Fernandes Vieira, metade dessa cidade q hoje tem 60 anos, deve
a ela a sua iniciação à leitura e à escrita.
Terezinha Schmidt
Lermen – educadora, catequista de centenas de crianças. Faleceu em 2021.
Zuleika Born – Idealizou, fundou e foi a 1ª diretora do
Melinho. Faleceu em 2011.
O que essas mulheres têm em comum?
Nunca foram lembradas pelos vereadores.
Na sociedade patriarcal de Lajeado, é muito naturalizado.
Senhores vereadores, mudem as lentes da cara.
Li, que o mais belo jazigo é a memória.
HOMENAGEM A DAIANE
"A ex-ginasta Daiane dos Santos inaugurou na sexta-feira (17) uma obra de arte do tamanho de sua importância para o esporte.
Ela é a protagonista de um mural de 50 metros de altura pintado pelo artista Kelvin Koubik, que eterniza em cores sua trajetória vencedora.
A intervenção foi feita na empena do prédio da Fecomércio-RS, ao lado do viaduto da Conceição, Centro de Porto Alegre.
O
momento foi marcado por emoção e declarações de gratidão à família e ao
esporte." Diário Gaúcho
SEGREDOS DE UM ASNO
O primeiro cartum publicado no Brasil: um homem com cabeça de burro e uma grande corcova dando coice em uma coluna grega. Na verdade, uma sátira ao Partido Restaurador, chamado de os "corcundas", que era apoiado pela Sociedade Colunas do Trono.
O Carcundão foi um jornalzinho de Recife, que circulou três edições entre abril e maio de 1831.