março 20, 2014

EDMIR SILVEIRA

“Nada, nunca, vai substituir um amigo.

Nossa alma precisa do toque humano,
do calor, da compaixão.

Ter muitos amigos no facebook quer dizer,
apenas, saber se comunicar bem.

Ter amigos verdadeiros na vida real,
mesmo que poucos,
é a maior e verdadeira conquista de uma vida.”

LAJEADO DESMATA E DESTROI


.o tempo é taxativo: sou uma senhora. quando meus pais se mudaram para lajeado foram morar no edifício lincoln. sequer porta existia. doutor feier foi o primeiro morador. nós, os segundos. assim conta a lenda familiar. minha mãe abriu um salão de beleza na esquina do hoje hotel dahlen. meu pai veio para trabalhar no moinho pretto. só depois nos mudamos para essa casinha na saldanha marinho. o único aniversário de criança que recordo foi nesta casa. quatro anos. tinha torta de bolacha e q-suco. na casa em frente moravam os koefender. ao lado dona zulmira. do outro, minhas amigas anas de amizade pra vida toda. um dia tina e eu vimos uma jararaca e abrimos o berreiro. um dia a úcia me ensinou a andar de bicicleta nessa calçada. um dia a lizete caiu e a cabeça se encheu de formiga. um dia meu irmão embarrou os sapatos novos e deu para alguém que passava na rua. minha mãe ficou arrasada. naqueles anos tudo era muito difícil. hoje tudo é fácil. mais fácil ainda destruir lembranças.
* Conforme o jornalista Rodrigo Martini  a casa foi destruída para erguer a sede da Empresa Stacione Rotativo - um consórcio entre uma empresa de São Paulo e outra de Encantado - que assumirá a cobrança de estacionamento rotativo em Lajeado a partir de abril.

ESPIANDO O LADO VIRTUAL

photo by Rodney Smith

O Feissibuqui é uma vitrine dinâmica. Há os que defendem o PT, outros que o exorcizam. 
Há os que defendem qualquer coisa à direita e os que a lincham por seu envolvimento com a ditadura. 
E há também os “Volta, ditadura”. 
Há os q defendem a liberação da maconha e os que fumam em silêncio. 
Os contra a Copa e os favor da corrupção no futebol, na CBF, na FIFA. 
Os adeptos das correntes religiosas e os Sympathy for the Devil. 
Os que demonstram suas pequenas alegrias e os que escondem suas grandes tristezas. 
Há os que desejam ser lidos, vistos e amados. 
E os que querem ser lidos e vistos. 
Tem os amantes da boa musica. E os que não sabem o que é boa música. Convivem lado a lado rascistas, homofóbicos, depredadores ambientais e os politiparcialmente corretos. E os chatos de plantão de todos os prós e contras. Tem os que rejeitam amizade, os que bloqueiam. 
E os que são simpaticos a novas amizades mesmo que virtuais e em outros trópicos. 
Nessa grande vitrine tem espaço e reflexo para todos nós que somos fúteis e vaidosos e exibicionistas, críticos e marqueteiros, solitários e solidários, infantis e debochados, arteiros e artistas, amantes de bichos e crentes que vão conseguir mudar o mundo através da conscientização compartilhada. 
E por fim, há dois tipos de viciados em feissibuqui: os que curtem tudo revelando como percebem o mundinho lá fora sem botar a mão na massa. 
E os que só espiam atras do muro, pensam sozinhos e também não botam a mão na massa, a colher no caldo, nem pimenta nos óinhos dos outros. 
E ficamos por aqui porque todo mundo tem direito a um delete na vida enquanto espia a vida passar.

março 17, 2014

ELBOW


“A forma como o dia começa
decide a sombra de tudo
Mas a maneira como ela termina 
depende se você está em casa 
Para cada alma,
um travesseiro em uma janela, por favor...”

CENTENÁRIO DE ANÍBAL TROLO

Bha, que projeto bacana... Leia aqui http://aquimequedo.com.br/2014/01/09/centenario-de-anibal-troilo/

Envolve desde o seu Mena Barreto de 88 anos, de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, como músicos de lugares tão diversos quanto Helsinke, Jerusalem e Chicago.
 São 100 bandoneonistas, em 100 cidades do mundo, que pegaram seu instrumento e o levaram para o lugar mais emblemático (ou querido) de onde moram e aí tocaram o tango “Quejas de Bandoneón”, de Aníbal Troilo, com um arranjo especial para solo feito pelo maestro Raul Garello.

As interpretações foram filmadas e serão exibidas todas juntas, pela primeira vez, dia 11 de julho de 2014, no Obelisco, em Buenos Aires.


A iniciativa é apenas uma das 250 que vão acontecer este ano em homenagem ao centenário de Aníbal Troilo. É pegar as milhagens e se tocar pra cidade dos hermanos.

iNTERMiTÊNCiAS


1 -  “Uma australiana, de Sydney, aprendeu com um nova-iorquino a dar um tapão no capô de carros que avançam nas faixas de pedestres. Em Sydney, se você der um tapa num capô, o motorista do carro desce e dá um murro em você. Em Nova York, eles ficam sentados, mansinhos.” Lucas Mendes. Na minha cidade, até que os motoristas estão mais ligados nas faixas. Incrivelmente.

2 -  O Saara é o deserto mais quente do mundo e o terceiro maior atrás apenas dos desertos da Antártica e do Ártico. São mais de 9,4 milhões de quilômetros quadrados  abrangendo a maior parte do Norte da África. De paisagens cinematográficas é tão grande quanto a China ou os Estados Unidos. De dia, a média de temperatura alcança fácil os 50º. Por aqui de onde escrevo e você me lê é fácil alcançar os 45º.  Também é uma cidade cinematográfica onde poderíamos usar os dishdashas  beduínos. Aqui, cidade saqueada por uma cáfila de políticos corruptos e sultões da construção, sem preocupação com a qualidade de vida dessa cidade. Tem quem goste e admire. Exagerei? Coitados dos camelos.

3 - Arte, cultura, já disseram, não é o que você percebe só pelos olhos ou ouvidos. Mas aquilo que invade sua percepção e muda o seu jeito de ver e ouvir. Por esses dias vi um cara do grupo mineiro Galpão dizendo que teatro e cinema são vitais para seu crescimento pessoal. Clap, clap, clap. Incluiria aí a leitura. Mas sim, é no cinema que dou vazão aos meus mais miseráveis sonhos. 

4 - Então um dia a gente aprende. Não se desconfia do Homem, mas de suas palavras. Não se desconfia das palavras, mas da alma do Homem.

5 - Tempo agora? Chove lá fora.