maio 18, 2024

ROSALÍA DE CASTRO *


 

"Dizem que as plantas não falam,

nem as fontes, nem os pássaros,

Nem a onda com seus barulhos,

nem com seu brilho os astros,

Dizem, mas não é certo,

pois sempre, quando passo,

De mim fofocam e exclamam:

Aí vai a louca sonhando..."


*1837-1885

1941

Jornal impresso. 

Fonte de informação que não será adulterada na posterioridade.

Prova histórica.


"Desafia descrição o que foi, ou o que são ainda as cenas verdadeiramente dramáticas causadas pela calamidade q assolou o nosso estado nestes primeiros dias de Maio em curso.

Embora ainda  seja dificílimo tomar-se pulso firme da situação em geral, pois os informes conhecidos são apenas parciais e bastante imprecisos, pode-se afirmar q o povo do Rio Grande do Sul foi colhido em cheio pela maior hecatombe conhecida em sua história.

Vidas humanas têm a se lamentar, além de prejuízos incalculáveis de ordem material quer o comercio, na indústria, na agricultura, etc.

De quase todos municípios do Estado chegam noticias de como foram angustiantes as provações sofridas pela sua população.

(...) mais de 60.000 pessoas foram atingidas

(...) Por varias dias Porto Alegre ficou as escuras

(...) as águas davam pela cintura de um homem na Rua da Praia

Já ontem, porem, apesar do declínio das águas, se registra de forma muitíssimo lenta, a situação firmou-se bastante melhor, com o parcial restabelecimento do serviço de água potável e luz, estando, mesmo, isto desde às 18 horas de sexta feira,, em funcionamento  os bondes de varias linhas. Por ouro lado era considerado ótimo o estado sanitário da cidade e o mesmo se dizia quanto a ordem pública, nada havendo de anormal pelas esferas da Policia.

(...)

Arroio do Meio, Venâncio Aires,  Santa Maria, São Borja, São Jeronimo, Montenegro, Caí,  São Leopoldo e muitos outros...

(...)

O interventor do vizinho Estado de Santa Catarina remeteu 30 contos de reis para auxilio às vítimas da enchente."

 


COLLAGE


Quando terminei de escrever Malvina, o vazio inevitável do tempo livre... 

Busquei os livros acumulados na cabeceira, pensei em montar uma peça de teatro, mas preciso do outro, de outra. Tentei um monólogo. Ah, a memória.... É um bom treino. Não abandonei a ideia, mas vai uma distância.

 Tentei outra arte e me aproximei da aquarela. Exigente e fugidia virou experimentação. 

Tem quem se volte para o corpo, para o esporte. Com a tesão encapsulada, o desejo voa longe e pousa na arte, que sempre me iluminou. Ou na desarte? Foi quando retomei algo que havia esquecido e sempre gostei: as collages. 

É impressionante como é difícil apartar o íntimo. Tudo voltado para a névoa interior da inquietação, da crítica, das frustrações.... E me vi criando collage-repúdio, o abismo q me separa de tantos. Depois, uma ou outra foto de amiga, da família, collages engajadas na literatura, no feminismo. O maestro Leonardo Bernstein disse q a obra de arte não responde a perguntas, mas provoca. E que o significado primordial se encontra na tensão entre respostas contraditórias. Bem, bem...



 O q estou aprendendo com a collage?
- para quem tem déficit d atenção é ótimo para concentrar,
- não jogue no lixo papéis recortados, sem olhar ambos os lados. Ainda pode ter proveito.
- monte a collage, mas não cole...
- fotografe antes de colar e  observe. De tempo para que ela "respire". Reveja no dia seguinte, sempre pode substituir, cortar ou incluir outra imagem,
- a colagem pode ser poética, publicitária, crítica. Seu interior é quem dita.

É AGORA!


O lixo humano que tantos votos fizeram no Vale do Taquari.
O peso político e econômico, 
só comprova o que Mario Quintana escreveu:
"O passado  não sabe o seu lugar. Está sempre presente."
A escória  da civilização










 

DO MEU BLOQUINHO


Escrever, ler, pesquisar... sempre um refúgio. Ou uma fuga?  Esses dias li que para muitos escritores, o momento mais difícil, depois  do livro  publicado, são os lançamentos que exigem a presença do escritor. “É constrangedor ver as pessoas saírem de casa para comprar teu livro no dia do lançamento.” Me vi concordando... Em cidade pequena, vão porque te conhecem, porque são parentes, porque são amigas. Vão pra te dar uma força, “coitada!” Talvez nunca leiam as páginas do nosso livro. Mal folheiam. Há os que se armam de lápis na mão para assinalar os erros. Acho bem bom - Malvina foi corrigido por mais de vinte olhos e assim mesmo, falhas. Sinal que não foi escrito por ChatGPT , disse alguém. O livro finalizado vai para as livrarias, para a mídia, com sorte, ganha um rodapé ou uma  matéria se o editor vai com tua cara.  Que ninguém sinta-se ofendido, mas o autor não precisa de lançamentos presenciais como se fosse a bolachinha-vedete do pacote. Ele fez seu trabalho. E o livro é o resultado. Porque não vejo ninguém fazer fila pra cumprimentar o instalador do chuveiro, o cara que assentou o azulejo, o que plantou árvores. Para que então cumprimentar quem escreveu um livro? Pronto, falei.

BLOG ESCALPELADO


 Escrevo desde 2009 nesse blog. Foram inúmeras postagens sobre enchentes. Mais de 40 sobre a derrubada de árvores em Lajeado. Já escrevi muita merda também. Muitos textos com erros ortográficos, sobre gente q curti e agora descurti... Pensei em corrigir tudo. Deletar postagens. Mas... Mas... Sou eu por inteira. Como escreveu Nelson Rodrigues, o dramaturgo que levou muito pau nesse país: "Aprendi a ser, o máximo possível, de mim mesmo." Então, depois que eu sucumbir, se ainda alguém se interessar por um texto ou minhas meninges, tá tudo aqui, raivas & contradições. 


A cara de Lajeado, né?

maio 12, 2024

AILTON KRENAK


 

“A gente só existe 

porque a Terra deixa a gente viver.

Ela dá vida pra gente.

Não tem outra coisa que dá vida.

É por isso que a gente chama ela 

de Mãe Terra.”




POVO, QUE POVO?


 

Na Constituição Federal Brasileira de 1988, em seu parágrafo único do artigo 1˚,  lemos:

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Teorias literatas, juristas, filosóficas à parte, quem é o povo?

Escrevo a partir do que vejo... São os analfabetos e pós-graduados, os cientistas e os agricultores, os errantes e os trabalhadores, poderosos e escravos.

O brasileiro é um tipo de povo que pouco se rebelou na sua história. Afugentou outros povos, guerreou pelas suas fronteiras, apoiou a ditadura, votou num milico expulso do exercito.

Diziam que o povo brasileiro é cordial, no livro “Raízes do Brasil”, de 1936.

Mito... Hoje não cola mais. As redes sociais são uma prova.



Mas, e o povo? O povo é essa massa anônima, manipulado pelas elites econômicas, pelo governo, pela religião, pela imprensa. Às vezes consciente, às vezes inconsciente, feito massa de manobra, bucha de canhão.

O povo originário, o povo escravizado, o povo imigrante.

O povo com suas esperanças, com suas falcatruas.

Da mesma plasma, o miserável e o rico, resultamos nós, o povo.

Posto à prova, nessa tragédia, nessa tristeza, na dor.

 

 

 

GAROPABA

Com tudo que está acontecendo no sul, 
enchentes, desmoronamento, 
fissuras no solo,



 a prefeitura de Garopaba autoriza 
o corte e o desmatamento no morro.

Destruição não é privilegio de ninguém.

DO MEU BLOQUINHO


 Por favor, você que me lê, não eleja gente burra na próxima eleição.

Não eleja uma criatura que cimenta e  impermeabiliza terrenos públicos para botar quadras, em espaços alagáveis. É dinheiro posto fora, é dinheiro para o próprio bolso.

Lugares que antes as águas baixavam mais rápido, hoje  com tudo asfaltado e cimentado, demora mais.  Muito mais. 

Um governador, um prefeito que não  aposta na preservação do meio ambiente é um tipo de líder muito burro. E essa burrice mata e detona com o teu patrimônio.

Ah, mas as coisas boas equilibram as coisas ruins.

Nunca. Você  desconhece a podridão.

Um prefeito que prioriza o comércio de fora, cortando centenas de árvores só para abrir uma rua, para asfaltar, um prefeito que apoia construção de prédio em Área de Preservação Permanente, que destrói a margem do rio, enterrando uma grana que deveria ser usada na saúde, na educação... Um sujeito como esse deveria estar preso.

Não seja burro, caro leitor, cara leitora. Não sejam burros como o burro que vocês elegeram para a câmara de vereadores, para a prefeitura, para governador.

Ou talvez você possa pensar assim: 

"Esses tão ricos. Já compraram mansão na praia, BMW, moram numa casa com muito verde ao redor. Vamos enriquecer outros, agora."

Sim, o clima mudou. Há muitos culpados. Há muitos burros gananciosos no mundo.

Mas quando a gente reconhece os das proximidades... Não dá para compactuar.

Viram que Lajeado vai receber 300 mil reais, já?  Pra suprir as necessidades básicas. Depois vem mais.
Querem transparência nessa prestação de contas, nesse ano eleitoral?

Então deixem de ser panacas. Cobrem.

NÉ?



ÁNGEL BÓLIGAN


 "O combustível da mamãe"

"JUSTICIA GENDARUSSA"


 
Juliana Bublitz
ZH



PADRE-PAI


 

Um processo eclesiástico de mais de três anos foi encerrado em março, iniciado na Diocese de Santo Amaro e encerrado no Vaticano – li na revista Piauí.

O padre influencer Marcos de Miranda, de 47 anos, foi demitido da Igreja Católica por unanimidade. Motivo? Virou pai.

Transou e engravidou a fiel Rosi Silva, da Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, no bairro paulistano de Pedreira, onde Miranda era o pároco.

O padre não quis fazer teste de DNA. Para não pagar pensão alimentícia à criança, hoje com 5 anos. Para não descontar da côngrua - nome da remuneração dos padres católicos. Nunca tinha ouvido essa palavra... Qual o valor da côngrua?

Conheço um bispo que vinha a Lajeado para gastar a côngrua numa joalheria.

Conheço um padre que tomava chimarrão com a mãe do seu filho. Esse devia pagar a côngrua!

O padre Miranda foi notificado de sua demissão no dia 26 de abril, quando deixou de receber a côngrua,  saiu da casa paroquial e não pode mais realizar cerimônias religiosas em nome da Igreja Católica.

Adivinha? Virou político. Outro  tipo q não gosta de trabalhar!

Desprezo por influencers...