GRANDES FILMES QUE INVESTIGAM A NATUREZA DO MAL...
Parceiros da Noite, de William Friedkin
O mal não está no outro. À época de seu
lançamento, o filme de Friedkin foi incompreendido: parte da comunidade gay
americana o acusou de mostrar o mal como fruto da homossexualidade, dos espaços
que frequentava, quando, na verdade, o mal era produto do policial (Al Pacino),
transformado após se aproximar do assassino que investiga.
Mal do Século, de Todd Haynes
Um mundo doente. A aparente vida perfeita de uma
mulher pouco a pouco lhe causa mal-estar. Contra possíveis doenças do mundo
moderno, da grande cidade, ela resolve se isolar. Com a sempre ótima Julianne
Moore, o filme de Haynes é, antes, sobre uma doença social, ou sobre um mundo
doente. O mal da civilização limpa e isolada.
Vá e Veja, de Elem Klimov
O mal por todos os lados. Não é necessário mais
que o close de Alexei Kravchenko, o jovem protagonista, para mergulhar no mal.
Está por todos os lados, nas corridas, na câmera inquieta, nos dias em que os
soviéticos combatem os invasores nazistas. O mal, sem mais voltas, está na
carnificina, no desespero de quem corre à margem.
Lacombe Lucien, de Louis Malle
Ausência de identidade. Na França Ocupada,
durante a Segunda Guerra Mundial, Lucien (Pierre Blaise) é alguém desprovido de
alma. Ou apenas guiado pela necessidade de estar de um lado, um lado qualquer
que possa lhe fornecer algo, uma posição. E escolhe estar com os nazistas. O
mal, no filme de Malle, é fruto da alienação, do vazio.
O Garoto Toshio, de Nagisa Oshima
A família como mal maior. O menino Toshio
(Tetsuo Abe) sonha com o extraterrestre que, um dia, chegará ao planeta Terra
para acabar com a maldade. O mal, aqui, nasce da família do garoto, sobretudo
do pai, que o usa para simular atropelamentos e extorquir motoristas. Toshio já
tem idade para entender o mal que o circunda e se refugia nos sonhos.
Homicídio, de David Mamet
Conflitos étnicos. Um policial (Joe Mantegna)
investiga a morte de uma mulher judia e encontra indícios de um grupo nazista.
Mas Mamet recusa a dualidade fácil: o protagonista, um judeu, descobre que não
pode confiar em ninguém, nem mesmo em seu povo, enquanto um assassino
oferece-lhe a explicação sobre a “natureza do mal”.
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