AS MAXAMBOMBAS NO VALE DO TAQUARI
Só quando a gente começa
a catar as peças do quebra-cabeça da História é que se percebe o quanto
outros já deram duro e se sacrificaram para montá-lo.
Refiro-me ao prof. José Alfredo Schierholt, de Lajeado, que escreveu diversos livros revelando a história de cidades, de revoluções, criando dicionários e narrando sobre personalidades da minha região.
Estou em viagem ao passado para escrever meu próximo
romance, que se passa em Cruzeiro do Sul. E tudo que vejo do trabalho minucioso do professor por aí, guardo, para me inspirar e dar veracidade a minha ficção.
Comercio & Navegação Minerva, junto ao Porto de Santarem
É do prof. Schierholt o seguinte texto:
Havia cinco maxambombas em Cruzeiro do Sul:
No Porto de Santarem, estabelecida pela família
Azambuja depois de 1835;
no Porto São Miguel, defronte à Itaipava Ramos;
no Porto Schröeder, abaixo da Linha Bom Fim;
no Porto São Gabriel de Estrela, da família Lopes e
no Passo de Estrela, de Teodoro Wiebbeling.
1891
https://www.facebook.com/Acervo-Lajeado-113003960436633
Esta palavra “maxambomba” tem sua origem do inglês ou
alemão “machine-pump”, “bomba mecânica”, para designar um ascensor
mecânico para barrancas altas dos rios navegáveis. Era um mecanismo
característico também nos portos do Rio Taquari.
Na parte interna do armazém ou trapiche havia um grande pião
de madeira, com um cambão para movimentá-lo, por tração animal, cavalar ou
muar, a caminhar em cancha circular, fazendo o pião rodar. Nesse pião estava
enrolado um cabo de aço, em cujas extremidades eram presos os troles ou
pequenos vagões.
Estes vagões rodavam por sobre dois pares de trilhos de aço,
semelhantes a uma estrada de ferro, assentada sobre caibros ou dormentes,
fixados em cima de grossos troncos de madeira, fincados no chão.
Os caibros estavam colocados transversalmente sob os trilhos, desde o trapiche, até dentro da água do rio, em seu nível mais baixo.
Ao ser movimentado o grande pião, os dois troles rodavam em sentido inverso
sobre os trilhos, de maneira que, enquanto um subia, desde o barco até o
armazém, o outro descia do armazém ao barco, para a carga e a descarga, num
contínuo vaivém.
Normalmente, entre os trilhos havia uma escadaria para os
passageiros e tripulantes, como na Navegação Arnt.
A primeira maxambomba é de 1852, na cidade de Taquari.
Nos principais portos do rio Taquari havia em torno de 30
maxambombas.
Em Lajeado havia cinco destes mecanismos e em Estrela, quatro:
no trapiche da Navegação Arnt (Kasper e Mainhart), no da Navegação Capital (A.
M. Arenhart), na fábrica de Sabão Costa e no Oriental (nos fundos da Fundição
Wirtz, conforme escreveu Assis Sampaio, no jornal Nova Geração, de
7-4-1973, e no livro “Nas Barrancas”, p. 69.
Em Muçum, o empresário comercial Isidoro Slongo montou uma
maxambomba, que chamava de elevador, junto ao seu trapiche ligado ao
Armazém Secos e Molhados.
O Projeto ou Planta foi desenhado por Raffaele
Peretti, em 8-3-1909, de Encantado.
A maioria das maxambombas foi desativada depois da grande enchente em 1941, que acabou com a navegação fluvial e predominou o transporte rodoviário.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial