outubro 17, 2013

WOODPECKER DA FERRUGEM

Todas as manhãs, dona Picidae surge com seu topete moldado no gel. Descubro, fêmea. Se  ele, ostentaria uma “gravata” vermelha. É o pica-pau-de-cabeça-amarela. Seis horas da manhã, confere o visual na vidraça junto ao seu tronco favorito e raivosamente, tttrrrr... Uma, duas, tres vezes. Não tem como não madrugar. Integra a coleção das aves catarinenses. Junto com com uma família de aracuãs, promovem a maior algazarra no meu mato. Ontem vi uma cambacica e duas pombas. Aos poucos vão chegando. Para elas as ameixeiras, as pitangueiras, os butiazeiros, mamoeiros, a amoreira, o araçá, bananeiras, o guabiju, o abacateiro... 
Voltar é um vacilo. Confiro os jornais. Aprovaram a compra do terreno para a camera de vereadores da minha cidade. Ao redor da praça da matriz, primeiro núcleo urbano. Solicitaram um projeto aos arquitetos... Espero que todos tenham sensibilidade suficiente – e talento – para projetar um predio de acordo com a vizinhança de casas antigas. Uma arquitetura que não agrida os olhos e a alma. Mas duvido. Essa colônia pauta por falta de referência. Não será desta vez que surpreenderia.


 Os pica-paus tem dois dedos pra frente, dois para trás. Como os políticos. Picam tudo. Aí vem as larvas, as formigas, os cupins. E a natureza se renova. Às vezes, o homem ajuda. E destrói. Quando pensa em construir. Como os arquitetos.



0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial