junho 15, 2013

PAUL ELUARD


photo by Hildegard Rosenthal

A solidão pareceu-me mais viva que o sangue 

Queria desunir a vida 
Queria partilhar a morte com a morte 
Entregar meu coração ao vazio e o vazio à vida 
Apagar tudo que nada houvesse nem o vidro 
                                                             [nem o orvalho 
Nada nem à frente nem atrás nada inteiro 


(...)
A floresta dá segurança às árvores
E as paredes das casas têm uma pele comum
E as estradas cruzam-se sempre
Os homens nasceram para se entenderem
Para se compreenderem para se amarem
Têm filhos que se tornarão pais dos homens
Têm filhos sem eira nem beira
Que hão de reinventar o fogo
Que hão de reinventar os homens
E a natureza e a sua pátria
A de todos os homens
A de todos os tempos. 

in "Algumas das Palavras"
Tradução de António Ramos Rosa

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