julho 30, 2024

REPÓRTERES SEM FRONTEIRAS

 


Gostaria de entender como a repressão à imprensa é aceita em alguns países e em outros não. 

ARGENTINA

A elevada concentração e opacidade da propriedade dos meios de comunicação, a polarização, a falta de políticas públicas que garantam o pluralismo e a precariedade da profissão de jornalista constituem as principais ameaças à liberdade de imprensa na Argentina. Este cenário constitui é terreno fértil para pressões do governo e das empresas através da publicidade pública e privada e do uso partidário dos meios de comunicação públicos nacionais, regionais e municipais.

A chegada ao poder de Javier Milei, abertamente hostil à imprensa, marca uma nova virada preocupante para a garantia do direito à informação no país.

 

Estudo detalha como os principais veículos impressos apresentaram,

entre 2014 e 2020, cobertura tendenciosa contra a esquerda brasileira

BRASIL

O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva traz de volta uma normalização das relações entre as organizações estatais e a imprensa, após o mandato de Jair Bolsonaro marcado por uma hostilidade permanente ao jornalismo. Mas a violência estrutural contra jornalistas, um cenário midiático marcado pela alta concentração privada e o peso da desinformação representam desafios significativos para o avanço da liberdade de imprensa no país. 

A imprensa foi um dos principais alvos do governo Bolsonaro, que fomentou um ambiente de hostilidade permanente contra ela.

A chegada do governo Lula permitiu, num processo de estabilização da ordem democrática, a normalização das relações entre os órgãos do Estado e a imprensa. O discurso público a favor do jornalismo, o respeito pelos compromissos públicos com a transparência e os progressos concretos do governo na defesa da liberdade de imprensa tiveram um impacto tangível nos jornalistas.

 


CUBA

Televisões, rádios e jornais são vigiados de perto pelo Estado, e a imprensa privada continua proibida pela constituição. Os canais de televisão Tele Rebelde e Cubavision são os maiores do país, enquanto a Rádio Reloj é a estação mais ouvida. O jornal Granma é o mais difundido. É controlado pelo Estado, como todos os outros meios de comunicação. Os jornalistas independentes são mantidos sob a vigilância de agentes que tentam reduzir sua liberdade de movimento, não hesitam em abordá-los e apagar as informações em sua posse.

 

Jornalistas temem aumento da hostilidade

contra a imprensa após reeleição

de Bukele em El Salvador

EL SALVADOR

Os meios de comunicação estão entre as vítimas da violência generalizada que reina em El Salvador. Desde que assumiu a presidência, em junho de 2019, o presidente Nayib Bukele ataca e ameaça jornalistas críticos a seu governo. A profissão é marcada pelo assédio aos veículos de comunicação críticos ao governo, assim como pela criminalização dos profissionais que cobrem segurança pública e gangues. O uso de trolls reforça a narrativa oficial, e informações sobre assuntos de interesse público tornaram-se confidenciais desde a pandemia.


GUATEMALA

A liberdade de imprensa é garantida pela Constituição, mas esse direito é regularmente violado pelas autoridades ou atores políticos. Jornalistas e meios de comunicação que investigam corrupção e violações de direitos humanos, ou que emitem uma opinião crítica, enfrentam campanhas de assédio e processos criminais.

 


HONDURAS

O ambiente para a imprensa hondurenha vem piorando continuamente há mais de uma década, desde o golpe de Estado de 2009. Para os jornalistas, o país continua sendo um dos mais letais das Américas, o que cria um clima de medo e autocensura nos meios de comunicação.

A aquisição da grande mídia pelo capital estrangeiro e dos veículos de comunicação menores pela classe política local mina o pluralismo. A concentração dos veículos de comunicação nas mãos dos políticos, empresários e grupos religiosos torna a parcialidade da informação palpável. O jornalismo independente encontra dificuldades para sobreviver diante da falta de receita publicitária e das constantes demandas de direito de resposta por parte de funcionários do governo. 

PANAMÁ

No Panamá, os jornalistas que criticam as políticas governamentais ou que cobrem temas ligados à corrupção, sobretudo escândalos financeiros internacionais, são muitas vezes obrigados a se explicar perante a Justiça. A autocensura vem crescendo, assim como a importância dos contratos publicitários que o governo firma com veículos de comunicação digitais, o que limita sua independência.

Pensei em Lajeado.


PERU

 Embora a liberdade de imprensa seja garantida pela legislação, os jornalistas são vítimas frequentes de agressões e assédio cometidos pela polícia. O jornalismo investigativo resiste nos veículos digitais, enquanto as redes sociais são cada vez mais usadas para cobrir notícias ao vivo. A desinformação permanece uma realidade. 

 


NICARÁGUA

Praticamente não há mídia independente, devido à intensa onda de repressão lançada pelo regime de Ortega, desde maio de 2021, contra políticos da oposição, organizações civis e a imprensa independente. Apenas a mídia online, cuja maioria dos jornalistas vive no exílio, continua a relatar os abusos do governo. Os poucos veículos de comunicação que ainda operam no país, como a Radio Corporación e o noticiário televisivo Acción 10, evitam criticar o governo por medo de represálias.

O exercício do jornalismo não é seguro na Nicarágua. Os jornalistas que ainda atuam no país trabalham com extrema discrição e não assinam seus artigos por medo de represálias. 

 

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