julho 18, 2025

CHARLES CHAPLIN


 “Os homens que odeiam desaparecerão,

os ditadores sucumbem

e o poder que do povo arrebataram

há de retornar ao povo.

Sei que os homens morrem,

mas a liberdade não perecerá jamais.”

GRANDE DIA


 












julho 14, 2025

ÉRICO VERÍSSIMO

 

“Um diário não é apenas um escrínio

onde a gente guarda as raras joias

que a vida nos dá.

É também uma lata de lixo onde despejamos

a cinza de nosso tedio,

o cisco de nossas tristezas,

a aguada bile de nossos odiozinhos

e birras de cada dia.”

DO MEU BLOQUINHO


 Livros, dezenas de livros técnicos que embasaram seus laudos bem feitos. Com tanto picareta na área, ele se puxava para antes de assinar embaixo e conferia os locais, apurava as situações. Explicava  para meus ouvidos nem tão atentos acidentes de trânsito, cercas eletrificadas, sinistros, saúde do trabalhador que não seguia a orientação de dispensar o chinelo de dedo no chão da fábrica ou de usar protetor auricular.  Incontáveis perícias, dezenas de plantas que os bombeiros complicavam por detalhes. Resiliente, voltava, refazia. Nunca molhou a mão de ninguém. As plantas para instalação de extintores trouxe de reboque uma traição parceira. Conseguiu esquecer. Ajudou tanta gente. Tirou a Lori com os quatro filhos da enchente e deu uma casinha, em lugar seco. Foi professor - a gente ria porque a comunicação não era o seu forte. Exigente: em dez alunos, um tem interesse real em aprender. Agora, os livros... Tem tudo na internet - disse alguém. Só não tem ética, pensei. Os livros... Tenho que repensar minhas próprias aquisições. O que fazer com os livros?

MEDO


 

CENTRO POMPIDOU


 Tem um na Espanha, outro na China, Bégica, Arabia Saudita, em breve na Coreia do Sul e tudo indica que haverá um Pompidou  em Foz do Iguaçu.  No de Paris, enfrentei fila e foi o único lugar que vi um morador de rua, sujo, desgrenhado, coberto de sacolas pelo corpo, entrar tranquilamente, sem ser barrado por nenhum guarda, e sentar-se  em uma das mesas da biblioteca e ler o Le Monde. 

Mérito de quem no Ano Cultural Brasil-França?

Sim, do atual presidente.

HENRI CARTIER-BRESSON


"De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-las voltar  outra vez. Não podemos  revelar ou copiar uma memória."



DAS REDES


 

julho 08, 2025

SYLVIA PLATH

“Eu nunca poderei ler todos os livros que quero; 

nunca poderei ser todas as pessoas que quero 

e viver todas as vidas que quero. 

Nunca poderei me treinar 

em todas as habilidades que quero. 

E por que eu quero? 

Quero viver e sentir todas as nuances, 

tons e variações da experiência mental 

e física possíveis na minha vida. 

E sou terrivelmente limitada.” 
 

18 NOBEL DE LITERATURA

Desde 1901, foram entregues 121 Nobel de Literatura — e só 18 mulheres levaram o prêmio. A maioria da Europa e dos Estados Unidos.

Em mais de um século, só uma mulher negra, uma latino-americana e uma asiática foram reconhecidas.

Quem são elas? Em que ano ganharam o Nobel? Principais obras?

 

1.  Selma Lagerlöf, sueca, em 1909. Obras: Jerusalém, A maravilhosa viagem de Nils Holgersson  através da Suécia.

2.   Grazia Deledda, italiana, em 1926.  Obra: Juncos ao Vento.

3.   Sigrid Undset, norueguesa, 1928. Obras: Feliz idade, Jenny

4.   Pearl Buck, norte-americana, em 1938.  Obras: A Flor Oculta, O Patriota

5.   Gabriela Mistral, chilena, em 1945. Obras: Desolação, Tala.

6.   Nelly Sachs, alemã, em 1966. Obra: Fuga e Transfiguração, Sinais na areia.

7.   Nadine Gordimer, sul-africana, em 1991. Obra: Um mundo de estranhos.

     8.   Toni Morrison*, norte-americana, em 1993. Obra: O olho mais azul.
 

9.   Wisława Szymborska*, polonesa, em 1996. Obra: Paisagem com grão de areia.

10.   Elfriede Jelinek, austríaca, em 2004. Obra: Lust.

11.   Doris Lessing, britânica, em 2007. Obra: A erva canta.

12.   Herta Müller*, romena, em 2009. Obra: O rei faz vénia e mata.

13.   Alice Munro, canadense, em 2013. Obra: Falsos Segredos.

14.   Svetlana Alexievich, ucraniana, em 2015. Obra: O fim do homem soviético.

15.   Olga Tokarczuk, polonesa, em 2018. Obra: Sobre os ossos dos mortos.*

16.   Louise Glück, norte-americana, em 2020. Obra: A íris selvagem.

17.   Annie Ernaux*, francesa, em 2022. Obra: Escrevendo tão afiado quanto uma faca.

18.   Han Kang, sul-coreana, em 2024.  Obra: A vegetariana. *


* Li apenas seis autoras... E tu?


DO MEU BLOQUINHO

Um mês. Phoda. Saudades dos bons momentos pq houve bons momentos de muita parceria, muita risada e emoção nos shows e peças de teatro, nos mergulhos entre os corais colombianos, em um jantar barato e refinado em Montevideo, aulas de tango em Buenos Aires, juntos, uma oficina de poesia - para meu assombro. Um banho no Guaíba, um em Faros, muitos no Siriú. Em q momento a alegria escorreu pelos dedos como os grãos de areia nas dunas? Phoda. Dobrei o antidepre, sai o Zolpidem, entra o Rivotril. Quem disse que o sono é como o espírito? Que foge quando o procuramos? Um mês. Phoda.
 

WASHINGTON OLIVETTO


 Tenho visto "coisas" pelas minhas caminhadas na cidade. Mas prometi que nada mais importa com quem não se importa. Como disse o mestre e genial publicitário: "Sem preservar o presente, não há como garantir o futuro."  Enquanto isso, no meu quintal, a maior desavença. Um Sabiá-do-campo brigou com um João-de-barro, em cima do telhado. Ambos acabaram presos. Infelizmente, ninguém apareceu para abrir a gaiola...

LUC DESCHEEMAEKER


 Asco desse Trump.  Aqui pensando que o estado da Criméia, na Ucrânia, é quase do tamanho de Massachusetts, nos EUA. Como o bosta oxigenado pensa que o estado  ucraniano deve continuar com a Rússia, não seria generoso da parte dele entregar Massachusetts, quem sabe, ao México?  Como é fácil roubar terras no planeta. Foi o q fizeram durante anos os portugueses, os espanhóis, franceses, ingleses, americanos, russos, chineses... E em pleno século XXI a rapinagem continua.

junho 26, 2025

GIBA VIER


 TUSSO

Ela não me larga.

Aperta meu peito com força.

Não me deixa expandir. Fico imóvel.

Ergo os braços, respiro melhor, e acalmo.

Parece uma prece.

Tá indo, e eu agradeço.

MATEUS 5:27-32

Leio que a missa de sétimo dia “É um momento de reunião da família e amigos para prestar homenagens e interceder a Deus pelo descanso eterno do ente querido.” A papagaiada católica... Precisei ouvir isso justamente em uma missa de sétimo dia realizada em uma igreja no Vale do Taquari

“Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.

Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.

Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.

Proferido por um abutre novo, no altar. Bem que o outro tentou remendar quando tomou a palavra, mas já era tarde. O mal-estar se instalara na nave... Olhei para as pessoas ao redor, incrédulas com a praga do abutre. Palavras que soaram como chicotadas, como tabefes nos nossos rostos. O jovem abutre não assimilou nada do pontificado de Francisco. Um asco revoltou meu estômago. Em vez de palavras de conforto, o ódio destilado pelo grasnar do evangelho no pulpitum. A igreja católica minúscula, cada vez afastando mais e mais os jovens e os velhos. Salve, Olodumarê.

 

 

TEMPO


 

“CÁLICE”

“Nós nos conhecíamos já há bastante tempo, mas nunca tínhamos escrito uma canção em parceria. 

Ele praticamente chegou em casa com a música toda pronta: esse refrão e a ideia do que ele queria.

Essa música tem alguma coisa de angustiante, porque ela retrata bastante aquele momento político do Brasil. 

E o “Cálice” refere-se – evidentemente à censura: “Cale-se”, do verbo “calar”. 

É uma música que fala de censura, e acabou sendo censurada.” 

Chico em um depoimento no show do Gilberto Gil.
 

"SEMPRE EM FRENTE"


  

“Não há respostas certas ou erradas:

Quando você pensa no futuro, como acha que vai ser?

Como a natureza vai ser?

Se você pudesse escolher um super poder, qual seria?

Sua cidade será diferente?

As famílias serão iguais?

Do que você vai lembrar? E do que vai esquecer?

O que te assusta?

O que te irrita?

Você se sente sozinho?

O que faz você feliz?”

 

As perguntas do personagem “Johnny” - vivido por Joaquin Phoenix, no excelente C’mom C’mon (2021) - aos jovens não-atores que aparecem nas cenas de entrevista. Quanto as respostas, todas são verdadeiras. É sobre essas questões que ando pensando...

QUEM VAI A PARIS COMO SE FOSSE A TAQUARI...


O metrô de Paris tem dez “estações fantasma”, sem  uso. Uma das mais famosas é o Arsenal, que fechou em 1939.

O apartamento modesto que Gustave Eiffel construiu para si. Um puxadinho" de 285 m² na cobertura da Torre Eiffel. Hoje, um museu.

Desde 1933, o vinhedo Clos Montmartre ainda produz vinho, no 18º arrondissement. Os moradores daquela época, entre eles o  caricaturista Francisque Poulbot, cujos esforços ajudaram a preservar a terra para as gerações futuras, até hoje doam os lucros a instituições de caridade locais.  

A Ópera Palais Garnier, no 9º Arrondissement, tem um apartamento escondido com vista o fosso da orquestra, e foi projetado pelo arquiteto Charles Garnier. O apartamento, conhecido como "Loge de l'Empereur", foi uma exigência de Napoleão III, que desejava um local discreto para receber convidados e desfrutar dos espetáculos. 

A casa de pedra mais antiga de Paris situa-se no 3º Arrondissement, à Rue de Montmorency, 51 - ano de 1407. Pertenceu a Pernelle e seu marido, o alquimista Nicolas Flamel. Atualmente é um restaurante. A casa tem 618 anos e inspirou obras de arte e literatura,  assim como o disco "A Tábua de Esmeralda", de Jorge Ben.  
 

 A rua mais curta de Paris é a Rue des Degrés, no 2º Arrodissement. Apenas 5,75 metros de comprimento e composta por 14 degraus. Construída em meados do século XVII, liga a Rue de Clery à Rue Beauregard, que seguem a antiga linha da muralha de Carlos V, erguida entre 1356 e 1383. Demolida no século XVII para dar lugar aos Grands Boulevards. 
A Rue de Vaugirard é a mais longa dentro das antigas muralhas de Paris, com 4,3 km de extensão. Atravessa os arrondissements 6º e 15º, começando no Boulevard Saint-Michel e terminando na Porte de Versailles. Confira o Senado no Palácio de Luxemburgo, número 15.  
La Campagne à Paris, no 20º arrondissement, é uma pequena vila oculta na cidade-luz, com suas casas e jardins charmosos. 
A Tour Jean-sans-Peur, uma torre medieval do início do século XV, escondida no 2º arrondissement. Procure na Rue Étienne-Marcel , 20. É o último vestígio do hotel dos Duques da Borgonha. 
O muro "Eu te amo" foi inaugurado em 12 de outubro de 2000. Em um painel de 40m², o artista Frédéric Baron registrou os diversos jeitos de dizer eu te amo ao redor do mundo, inclusive em português. Fica em frente à Place des Abbesses, em Montmartre.  
Não é imperdível, mas... Digite “Le mur des je t’aime” no Google Maps e registre o momento.  

* Dicas e fotos da internet.

maio 28, 2025

DORINE GORZ


 “Amar um escritor 
é amar o que ele escreve.”

RS LITERARIO EM DESTAQUE


Ontem, em Lajeado, o lançamento da coleção "História da Literatura no RS", organização do professor  Luís Augusto Fischer, pela Editora Coragem.  Antes, uma passada no Café do Teatro para um bate-papo descontraído com torradas e pão de queijo.
Como tudo começou, na voz do prof. Fischer - uma façanha e tanta para juntar escritores e  pesquisadores, entre eles Olívia Barros e  Jan Koch, que compartilharam suas participações.

A coleção de seis títulos foi lançada no ano passado, na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre

Volume 1 – A constelação romântica: período formativo
Volume 2 – O rumo moderno: as cidades na virada do século 19
Volume 3 – A era Erico: anos 1930 a 1950
Volume 4 – A ditadura: anos 1960 a 1980
Volume 5 – Atualidade: depois de 1990
Volume 6 – Longas durações



 

“Alguns aspectos inovadores da obra também foram destacados pelo professor (Mauro) Póvoas: "se há os tradicionais capítulos sobre poesia, romance e contos, há, por outro lado, espaço para gêneros que nem sempre são considerados em uma história da literatura:

teatro, literatura infantil e juvenil, romance policial, literatura fantástica, crônica, jornalismo, história em quadrinhos, sambas-enredos, canções. 

Dois capítulos discorrem sobre questões de gênero: um sobre a literatura feminina, outro sobre a literatura LGBTQIA+.

Destaco ainda capítulos sobre a importância de eventos como a Feira do Livro de Porto Alegre e das Jornadas Literárias de Passo Fundo, e de entidades como a Biblioteca Pública do Estado, a Biblioteca Rio-Grandense, a Academia Rio-Grandense de Letras e a Associação Gaúcha de Escritores.

Queria, ainda, chamar a atenção para textos que falam sobre a questão das etnias alemão, italiana, judaica e negra na formação da literatura sul-rio-grandense. Muitos destes capítulos acima citados estão no volume 6, “Longas durações”, que não segue um percurso cronológico, como os demais cinco volumes, mas sim lança um olhar diferenciado, temático, sobre a produção literária do Estado.”

Do site https://www.furg.br

 

* Por favor, não peçam emprestado. Vou começar pelo Volume Três.

O MUNDO DOS BÁRBAROS

O ex-primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, fez duras críticas à guerra de extermínio em Gaza e acusa o louco do Netanyahu de conduzir o país a uma tragédia moral e militar:

“O que estamos fazendo em Gaza é uma guerra de extermínio: assassinato indiscriminado, desenfreado, brutal e criminoso de civis... Uma política ditada de forma consciente, intencional, cruel e maliciosa pelo governo. Sim, estamos cometendo crimes de guerra.”

(...)

“Esta é uma guerra sem propósito, sem chance de alcançar algo que possa salvar as vidas dos prisioneiros. Milhares de palestinos inocentes estão sendo mortos, juntamente com um grande número de soldados israelenses. Isso é provocativo e enfurecedor” - escreveu na rede social X

E nós aqui na Pindorama?

 

RAÍZES

Sabe, né, que as raízes das árvores conversam debaixo da  terra por uma rede incrível de fungos? Que trocam conexões? As minhas ainda me protegem dos edifícios, que mais parecem monstros fantasmagóricos e  trastes ameaçadores. Sombra e frutos que atraem sabiás do campo, saíras sete cores, bem-te-vis e proteção contra os mosquitos da dengue.