DO MEU BLOQUINHO
Livros, dezenas de livros técnicos que embasaram seus laudos bem feitos. Com tanto picareta na área, ele se puxava para antes de assinar embaixo e conferia os locais, apurava as situações. Explicava para meus ouvidos nem tão atentos acidentes de trânsito, cercas eletrificadas, sinistros, saúde do trabalhador que não seguia a orientação de dispensar o chinelo de dedo no chão da fábrica ou de usar protetor auricular. Incontáveis perícias, dezenas de plantas que os bombeiros complicavam por detalhes. Resiliente, voltava, refazia. Nunca molhou a mão de ninguém. As plantas para instalação de extintores trouxe de reboque uma traição parceira. Conseguiu esquecer. Ajudou tanta gente. Tirou a Lori com os quatro filhos da enchente e deu uma casinha, em lugar seco. Foi professor - a gente ria porque a comunicação não era o seu forte. Exigente: em dez alunos, um tem interesse real em aprender. Agora, os livros... Tem tudo na internet - disse alguém. Só não tem ética, pensei. Os livros... Tenho que repensar minhas próprias aquisições. O que fazer com os livros?

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