outubro 25, 2023

SÊNECA*


 “Nenhum é mais frágil que o outro:

nenhum  tem o amanhã  garantido”

* in “Cartas a Lucílio”

DO MEU BLOQUINHO


– Olá! Como vai?

– Eu vou indo. E você, tudo bem?

– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar no futuro... E você?

– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono tranqüilo... Quem sabe?

– Quanto tempo!

– Pois é, quanto tempo!

– Me perdoe a pressa.."

Música do Paulinho da Viola. Amo. E hoje pensei nela quando soube do Duda. Raras vezes, a gente se via no centro. E era algo assim. Sempre correndo. Talvez para não remexer nas memórias. Já escrevi, reescrevi, lembrar é viver de novo, perdoar é esquecer. Não vem ao caso. Eu só queria saber se é verdade que um dia a gente vai se reencontrar por aí, sem pressa, quem sabe para tomar um café e lembrar de uma serenata em Garopaba, do meu desespero pelo atraso no teatro, do festival de música... Me perdoe a pressa.

O QUE VOCÊ NÃO RESISTE?


E além de não resistir, se constrange? Afundada em contas, cartão estourado, e a tentação acende a luz verde: Sapatos? Batons? Gravatas? Disco de vinil?

Fecho os olhos para imaginar: bolitas, perfumes, livros,  santinhas,  vinhos..?

Não é para colecionar. É de uso. Para jogar, enfeitar, degustar.

Mas sabe lá quando você vai usar já que tem uma gama de similares, tantos q esconde, tantos que tranca na gaveta, tantos que o pudor vale o disfarce, os olhos de sonsa, trocar de assunto.

Sei q a irmandade dos Escritores Anônimos aconselha um único passo: fuja imediatamente.

Até posso seguir o conselho, mas os amigos sabem do desvario íntimo e, a cada ano, no mínimo, ganho uns dois ou três.


Confesso: cadernetas e bloquinhos, artesanais ou não, charmosos  sempre, vintage como o da Livraria Lello, de capa de couro, de papel reciclado, canson, pólen, com pauta, sem pauta.

De brinde de loja de decoração.

E você jura q é para desenhar, q vai usar para suas collages.

Promete q vai escrever todos os dias nem q seja uma linha!

Vai criar um dicionário de metáforas,de rimas esquisitas, de novas palavras.

Você precisa comprar só mais essa cadernetinha, por favor, jura q nunca mais, mas essa! Essa, assinada por Vinicius de Moraes: Caderno para prosa e melancolia.

.

O tempo passa e a gaveta entupida de.

Centenas de páginas.................. em branco.


 

PRIMEIROS E PRIMEIRAS

collage by Patrick Bremer

A vida é feita de rituais: o 1º aniversário, a 1ª série, a 1ª comunhão, a 1ª menstruação, o 1º sutiã, a 1ª viagem sem os pais, o 1º emprego, a 1ª transa, o 1º filho. 

Ou seja, viver é um estado de espírito até q toparmos com a 1ª morte.  Essa, insuperavel.

CANELA ENVENENADA?

Vi na ZH: uma palmeira plantada em frente a um prédio em Porto Alegre, ao custo de 25 mi, morreu. O proprietário chamou um químico para descobrir a causa: envenenamento.

Em Lajeado,  uma caneleira grande tombou. Disseram q apodreceu na base. Ahã. O vento... Pensa num vento, num canto de um prédio... Coisa mais estupida.

Posso bem imaginar, alguém para se ver livre da árvore, dia-após-dia jogando óleo de cozinha ou outra coisa na sua base, nas raízes... Ninguém perguntou nada. Duvidar é mais importante do q ter certeza, né?  No outro dia, vi um homem  esquartejando os galhos e o tronco para levar embora. Bertold Brech já escreveu:

“Que tempos são esses, em que

uma conversa sobre árvores é quase um crime,

pois implica em calar-se sobre tanta atrocidade?”


Um laudo técnico, de confiança, seria interessante.

Mas quem se importa?


 

outubro 18, 2023

NELLY SACHS*


Povos da Terra

Povos da Terra
vocês, com a força do desconhecido
firmamento, envoltos como rolos de fios,
vocês, que costuram e de novo desfazem o cosido,
vocês, que adentram o embaraçado das línguas
como em colmeias,
para picar o açúcar
e ser picados –

Povos da Terra,
não destrocem o universo das palavras,
nem retalhem com as facas do ódio
o som, que nasceu com o sopro.

Povos da Terra,
ah, que ninguém pense em morte ao dizer vida –
e não em sangue, ao falar berço –

Povos da Terra,
fiquem as palavras na origem,
pois são elas que podem
aproximar os horizontes dos céus verdadeiros
e, pelo seu avesso,
como a noite bocejando atrás da máscara,
ajudar as estrelas a nascer –

* Nelly Sachs é judia e uma das mais importantes poetas de língua alemã do século XX. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1966. Uma de suas obras mais conhecida é Estrela escurecida, de 1949.

Sua poesia é elegíaca, profética e carregada de misticismo. Usa uma linguagem hermética, que funde o velho e o novo, aliando a ousadia de criatividade e de metáforas do modernismo aos simbolismos da antiga poesia bíblica. É o “lamento fúnebre de um povo”,  nas palavras do crítico alemão Eckart Klessmann, no jornal Die Welt.

TURISMO EM JERUSALEM

 

Fui a Israel em setembro de 2012. Com meu irmão, minha cunhada, outro casal e minha mãe.

Fiz a via sacra e me decepcionei.

As ruelas cobertas de bugigangas para turistas que mal dava para descobri o número da estação.

O lado muçulmano é de uma colorida algazarra

O lado judaico mais silencioso. 

Mas ambos sabem cobrar. Um peixe de cerâmica começava em 80 shekel. Acabei levando por 20.

As diferentes notas do Novo Shekel, desde 1985, já exibiram a imagem do escritor Shmuel Agnon, vencedor do Nobel de Literatura.

A outra serie continuou nessa linha:

A nota de 20 Shekel Novos traz a poeta russa Rachel Bluwstein. A de 50 homenageia o poeta ucraniano Shaul Tchernichovsky,  a nota de 100  coube a escritora Leah Goldberg, e a de 200 estampa o escritor e jornalista Nathan Alterman.

As homenagens renderam polêmicas. No início, as notas “femininas” apareceram rasgadas, em protesto.

Hoje não mais. Aqui no Brasil, a Cecília Meireles ganhou distinção nos anos 90.

Museu Yad VaShem


Essas fotos do museu não são minhas. Não tirei nenhuma. Quis internalisar a experiencia. Hoje me arrependo.

O Museu do Holocausto foi fundado em 1953, no sopé do Monte Herzl. 

Em 2005, ganhou casa nova e foi aberto ao público em um espetacular prédio projetado por Moshe Safdie, 85 anos,  arquiteto premiado em 2019 com o Prêmio Wolf de Arquitetura. É deslumbrante!

Suas obras são incríveis! Acesse: https://www.safdiearchitects.com/

O museu de Safdie é num formato de espinho e tem suas extremidades suspensas.

As galerias, dispostas ao longo da construção, apresentam a complexa vida judaica durante os anos espinhosos, de horror que os judeus viveram.  A exposição é multi e interdisciplinar, a partir de uma perspectiva judaica, enfatizando as experiências dos indivíduos, dos seus itens pessoais e testemunhos de sobreviventes.

A gente se emociona muito. Artefatos originais, documentos, filmes, diários, cartas e obras de arte ajudam a dar ao museu um aspecto mais humano da vida judaica na Europa durante estes terríveis anos. São mais de 100 vídeos com depoimentos de sobreviventes e pequenos outros registros visuais da época.

No final,  o hall dos nomes, um repositório com milhares de testemunhos das vítimas do Holocausto.  

A visitação acaba em uma linda vista do vale, q pra mim soou como redenção e esperança.

Não deixe de visitar os jardins do Museu. Várias homenagens aos Justos entre as Nações: “os não judeus que arriscaram a sua vida para salvar vidas judaicas. A eles, são plantadas árvores, como a alfarrobeira.”

“O Nome em hebraico do Museu, Yad VaShem, vem como uma referência da passagem de Isaias 56:5: Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome (Yad VaShem), melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará.

 


Há mais 9 museus importantes e que merecem visita, como o  Museu da Tolerância de Jerusalém, inaugurado em 2004. Ninguem indicou e nem  vi a construção. Só decobri na volta... É um dos maiores e mais modernos de Israel. Ocupa uma área de 17mil metros quadrados no centro de Jerusalém e visa à promoção do Israel democrático, com respeito universal e a coexistência - dizem... Controversia à parte, sua construção está sobre um milenar cemitério muçulmano Mamilla. O q pensar?


TURISMO EM JERUSALEM 2



Cumpri todos os rituais... Bilhetinho no muro,  dedos nas oliveiras de 300 anos, rosto na pedra de não sei quem, usei lenço para ver a agua q brota, lágrimas no tumulo de não sei quem, 


Fui no Monte das Oliveiras, passei todos os dias pela Torre de Davi mas não entrei. Ouvi  o convite dos minaretes para as orações muçulmanas e os sinos dos católicos badalarem para o mesmo fim. 

Boiei no Mar Morto! A cada ano o seu nível baixa 1 cm pela evaporação. Vi beduínos em estado de miséria, q cobravam 5 shekel para da uma voltinha de camelo. Não fui. Deu uma tristeza. Lembrei-me dos nossos indígenas na beira das rodovias. 

Visitei a Fortaleza de Massada. Quase morri de calor. Desidratei. Subi pelo teleférico, mas vi corajosos na íngreme e estreita trilha Caminho da Cobra.

 


Jerusalém é repleta de muros e muralhas: do tempo dos hebreus, dos muçulmanos e da contemporaneidade.  Pedra é o q nunca faltou para construí-las. Toda nossa trip foi muito bem organizada pela minha cunhada e meu irmão. Claro q eu não tinha grana e a mãe me financiou. P.S. Continuo não tendo.

 

Associação de Jornalistas de Jerusalem

Se me comovi? Sou jornalista... E acredito q Deus faltou ao nosso encontro. Nem em Belém apareceu. Creio q tinha coisas mais inspiradas para fazer do q tentar me emocionar. Lembrando hoje o passeio,  não posso acreditar que o país foi bombardeado e está em guerra. E uma guerra que podemos acompanhar em tempo real pelas redes. Uma carnificina de ambos lados.  Dá raiva e uma tristeza imensa.

 


GILMAR MACHADO


 

O ANTISSEMITISMO É SECULAR


 Antes de Hitler, em 1879,  o historiador e escritor político alemão Heinrich Gotthard von Treitschke, formulou a frase “Os judeus são nossa desgraça”, assimilada por muitos.

Hitler, não menos fascista, considerava os judeus responsáveis por todos os males do mundo.  Por isso assassinou 6 milhões, incluindo outra minorias.

Como os alemães tão cultos idolatraram um monstro desses?

A guerra terminou em 1945. 

Mas a vitória chegou tarde para os judeus.

Sofreram tanto. Como podem revidar de forma tão violenta e encarcerar outro povo num gueto?  Pesquise  o Massacre de Jenin, na Cisjordânia.

CRIANÇAS

“Coletivamente, como nação, somos tão maus, tão histericamente, inutilmente maus...” diz o personagem von Lentz para Milkau, no livro Canaã, de Graça Aranha. Será q as pessoas pensam q de janeiro para cá, as crianças ianomamis ganharam peso e não passam mais fome? Penso nisso quando vejo as crianças palestinas e judias mortas. Alias, que fim levaram as crianças ucranianas? É revoltante a mídia. Volta seus holofotes para a proxima desgraça, como se essas já amenizadas. 

 

outubro 11, 2023

RAMI SAARI*


 Konstandinos parte

Um pouco antes de partires 

- e não és meu filho, nem irmão
nem amigo, nem meu amante,
porém, sendo um pouco mais do que todos eles –

vou prender na minha mão dura a tua mão,
vou prender a tua mão boa que conheceu prazeres
e amarguras e noites de ventania,
porque, mais do que tudo, quero
(ainda, mas não de novo) 
abraçar-te fortemente,
de tal modo que, pelo menos, 
por um momento,
nos convertamos na mesma carne 
e no mesmo sangue
e no mesmo sêmen 
e na mesma fala.

* poeta israelita


"ISRAEL E PALESTINA, O CONFLITO MAIS LONGO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE"

 

Não quero dizer nada, mas pelo que li, nem Cristo tinha nascido quando as sementes da discórdia entre esses dois povos foram lançadas naquele chão arenoso de Israel.

Tá na bíblia, Deuterônimo, escrito por Moisés, o cara dos 10 mandamentos:

Doze tribos viviam na Palestina, ao sul da Síria - Ruben, Simeão, Judá, Zebulão, Isacar, Asher, Neftáli, Efraim, Manassé, Gad, Benjamim e Levi  - sete  foram expulsas...

 Ô loko... “... vinde a terra dos cananeus, e do Líbano até o grande rio Eufrates (...) entrai e metei-vos de posse duma terra, que o Senhor tinha prometido.” 

Ninguém se fez de rogado. Depois um tira-dá que não entendi muito bem, mas vou tentar  explicar para eu mesma entender e aos meus três leitores.

Antes de ser Palestina, chamava-se Philistia: uma estreita faixa litorânea do Mar Mediterrâneo, próxima à Judeia. Ocorre que com o tempo tornou-se Palestina, e a região toda – Canaã - passou a ser chamada de Palestina, e passou para a história como o  berço do cristianismo.

 


Entendi que os judeus invadiram as terras palestinas. Tamu falando em 1200 a.C!

Momento wikipedia:

Após a morte de Salomão, as doze tribos se dividiram novamente e passaram a formar dois reinos:

um formado por Judá e Benjamim, chamado “Reino do Sul”  - Jerusalém como capital;

e outro formado pelas dez tribos restantes, chamado “Reino do Norte” -  Samaria, a capital.

Pula daqui, pula dali...  

Em 1904 e 1914, novas levas de imigrantes judeus foram chegando à Palestina.

Pula para 1918, a Palestina pertencia ao Império Turco-Otomano e ocupada, principalmente, por árabes e outras comunidades muçulmanas. 

Com o fim da 1ª Guerra Mundial, o Império é dissolvido. E a Inglaterra fica de responsável pelo controle daquele caldeirão.

 

Cientes do movimento sionista (lê minha postagem no dia 9 de outubro), os britânicos ofereceram cerca de 15.000 km² de terras para assentamentos judaicos em Uganda, na África - oferta recusada.

Depois da 2ª guerra, em 1947, a ONU aprovou a Resolução 181, que dividiu a Palestina:

55% do território para os judeus,

Jerusalém sob controle internacional

e o restante para os árabes, incluindo a Faixa de Gaza.

 


1948 – inicio  da 1ª Guerra Árabe-Israelense, vencida por Israel, que amplia o seu domínio por uma área de 20 mil km²  ou 75% da superfície da Palestina.

O território restante é ocupado pela Jordânia, que anexou a Cisjordânia, e pelo Egito, que ocupou a Faixa de Gaza.

A escolha do local se deu pelo fato de que a Palestina era  a terra onde os judeus residiam antes da diáspora - o distanciamento forçado dos hebreus de sua terra natal – Israel – em razão das invasões de povos inimigos e, consequentemente, deixando-os dispersos em várias partes do mundo.

 

BRASIL METE A COLHER

A República das Bananas aplaudiu a criação do Estado de Israel. E o chanceler Oswaldo Aranha, aquariano de Alegrete, presidiu a II Assembleia Geral da recente ONU e seu apoio foi considerado fundamental - chegou a fazer lobby junto a outros países para votarem positivo.

Depois, no governo de Getúlio, que ironia, nosso diplomata perseguiu os judeus. E o governo negou vistos a eles, enquanto se desenrolava o extermínio nos campos de concentração na Alemanha, Polônia, Rússia.

A meta era assassinar 11 milhões de judeus, conforme a Conferência de Wannsee, em Berlim.  Quando a guerra terminou, contabilizaram 6 milhões.

Alguém lembra de Olga Benário?

Leia "O Antissemitismo na Era Vargas", da professora da USP, Maria Luiza Tucci Carneiro, Ed. Perspectiva.


Mesmo assim, Oswaldo Aranha virou praça em Jerusalém.

O que é difícil entender...  Como um povo tão sofrido e massacrado consegue manter outro povo enjaulado numa faixa de terra de 365m2?

Um pouco maior que Taquari, no Rio Grande do Sul.

Agora pensa enfiar em Taquari, 2.048 milhões de pessoas e não permitir que venham para Tabaí ou Fazenda Vilanova? O que tu acha?

Tua âncora caiu lá no fundo, né?


Lê direito:

O Hamas é uma organização terrorista 

que mata judeus e palestinos que não pensam como eles.


Eles precisam responder pela sua bestialidade. 

Com a vida ou com morte.


 

 

 








GILMAR


 

SEGURA AÍ!


 

-Parei com os remédios, joguei tudo fora!
- Por conta?
- Não, a cartomante mandou.
...
- E tu parou de beber?
- Sim. A benzedeira...

DOIS PRESIDENTES


 

Li a reportagem  sobre os museus do Getúlio e do João Goulart, em São Borja.
Deu muita vontade de conhecer!

Enquanto lia, fiz uma pausa e pesquisei se nomes de rua onde moro. 

Sim! E correm paralelas no bairro Campestre.

Voltei para a reportagem.

Bah, dois moradores de São Borja viraram presidentes do país...

À titulo de curiosidade: mais da metade dos eleitores votaram no Lula.

Na reportagem de Carlos Redel, para o Caderno Doc, da ZH, a frase significativa do Secretário de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Edson Damião de Melo:


"Estamos atrás  desses fomentos não porque as casas estão deterioradas, mas precisamos mantê-las. 

É através da conservação da história que os povos evoluem."


Faz sentido.... Agora entendo porque Lajeado não evolui...






Toca prá São Borja!

SOCORRO, MÃE-TERRA


 

DO MEU BLOQUINHO


Apagaram os holofotes sobre Ucrânia e Rússia. Acenderam sobre Israel e o Hamas. O povo nas redes discute quem tem razão, quem é pior ou melhor. Conseguem até inflar o Lula e ressuscitar o Bozonarento.  Em tempo de quem é pior, quem é melhor, lembrei dos portugueses de 1500, 1600, 1700... Genocidas? Exterminaram os indígenas brasileiros. E agora os descendentes em pleno 2023 tentam sumir com os últimos. Os portugueses escravizaram milhares de africanos num lucrativo e odioso negócio internacional e assassino. Bah, que dna fudido, o nosso. E tu? Tanto faz?

outubro 09, 2023

MARGUERITE DURAS

Foto Matheus Laste/ jornal A Hora

“É numa casa que a gente se sente só.

Não do lado de fora, mas dentro.”


GLAUCÍRIA MOTA BRASIL & ROSEMARY DE OLIVEIRA ALMEIDA

Jerusalem, 2012, arquivo pessoal.

“Quando li a poesia de Mahmoud Darwish, que escreve com ira, saudade, esperança, amor e paz, entendi o conflito entre israelenses e palestinos como “uma luta entre duas memórias”. 

A memória histórica do povo palestino colide com a memória histórica do povo judeu, para ele a paz só se fará quando um entender a memória do outro (seus mitos, suas saudades secretas, suas esperanças e  medos). 

Assim, a poesia de Darwish  nos desafia a ter  uma compreensão mais alargada da violência como fenômeno complexo que se posta como esfinge nos limites territoriais do processo civilizador humano.”

Revista “O público e o Privado”, Nº 15, 2010; da Universidade Federal do Ceará. 

 

SEMPRE, UMA NOVA INTIFADA...

No século XIX, a maioria dos judeus se concentrava no Leste Europeu - Ucrania, Polônia Tchecoslováquia...

Pula para 1914, no início da Primeira Guerra Mundial: cerca de 90 mil judeus já viviam na Palestina.

Quando essa 1º Grande Guerra sequer havia terminado, em 1917, os ingleses estabeleceram uma “pátria” para os judeus da Palestina na terra dos árabes que, obviamente, ficaram putos da cara. Sobrou ameaças para o rei, o primeiro-ministro e toda inglesada. Os judeus partiram, mas p... da cara também, porque logo viram a migração para a Palestina, restringida.  CORTA!

MOMENTO WIKIPEDIA

Ramallah

Muito antigamente, a Palestina correspondia à Judéia e à Canaã - já os romanos se referiam à Síria Palestina, que era a terra dos filisteus. Hoje, a Palestina é um Estado que reivindica soberania sobre os territórios da Cisjordânia e da Faixa de Gaza e que designa Jerusalém Oriental, como sua capital, apesar de seu centro administrativo estar localizado na cidade de Ramallah. CORTA!

De 1918 em diante, a Inglaterra é responsável  pela Palestina e se vê a voltas e a tiros com muitas rebeliões e assassinatos contra os primeiros assentados judeus NESSAS TERRAS ÁRABES.  E se a gente invadisse Rivera, na divisa com Livramento, aqui no Rio Grande do Sul... CORTA!

Em 1936, quando começa a ditadura na Espanha com Franco, ou quando nasce o Papa Francisco e... CORTA!

Em 1936, os ingleses (sempre eles!) propõem dividir o território da Palestina entre árabes e judeus. Porque não dividir Yorksheire e Humber? CORTA!

Quando os judeus já constituíam 34% da população na Palestina, estoura a primeira revolta árabe. Bases e instalações inglesas são atacadas e judeus, assassinados. Mas a Inglaterra esmaga a rebelião e distribui armamento para 14 mil colonos judeus, para que eles defendam suas colônias.

Dez anos depois, a mesma Inglaterra tenta controlar a migração judaica para a área e, desta vez, os judeus atacam os ingleses e o quartel-general de Jorge VI  é dinamitado e 91 pessoas morrem.

Hitler ao centro

Aí, surge Hitler que desmascara os próprios alemães como loucos e assassinos de judeus. Novamente, os mais antenados conseguem fugir para a Palestina.  Com isso as relações entre  ingleses e árabes se esfarelam, de vez.  Mas o olho britânico é gordo: o petróleo no Iraque chegava por tubulações através da Palestina e da Jordânia. Ahã!

Com a 2ª guerra, a Inglaterra fecha as porta aos judeus. E agora se vê contra a parede, violentamente, por ambos árabes e sionistas. CORTA!

 MOMENTO WIKIPEDIA

O Sion é uma colina em Jerusalém.  Em 1896 (!!!), o jornalista judeu Theodor Herzl criou o movimento sionista, com o objetivo de criar uma Palestina independente e soberana, no território onde, historicamente, existia o antigo Reino de Israel. CORTA!

Li numa pesquisa, só pra ver como todo mundo é filho do puto, que  no passado, os britânicos entraram em 171 dos 200 países reconhecidos pelas Nações Unidas. Tomanocu, né? Por isso sempre digo: onde tem terra, tem guerra. E por tudo que tem debaixo dela. CORTAAA!


David Ben Gurion

 Pula um temmmmpo.... Estados Unidos, Rússia, ONU apoiam a divisão da Palestina e assim no dia 15 de maio de 1948, Israel é proclamada Nação-Estado pelo líder sionista David Ben Gurion. Os palestinos reagem atacando Jerusalém que, segundo a ONU, deveria ser uma área livre. 

Então, quem tinha e tem muiiiito  petróleo na manga? Os países que a gente conhece como terroristas, radicais e revolucionários, né?

Em seguida, Israel é atacada pelo Egito e vizinhança árabe, que se diziam protetores dos palestinos. Israel vence essa guerra e presencia um êxodo de 700 mil cidadãos palestinos que preferem fugir do q virar pau-mandado dos judeus. Nesse meio tempo, a guerra fria entre vodka e uísque, só pra dizer q ambos deitaram e rolaram nas areias e kibutzes de Israel. Cortaaaa!


1º kibutz

MOMENTO WIKIPEDIA

 A palavra 'kibutz' vem do hebraico e significa grupo. Trata-se de uma comunidade democrática e voluntária, uma fazenda, onde as pessoas vivem e trabalham em conjunto para produzir economicamente. Meu tio agrônomo  morreu sem conhecer um... CORTAAA!

É neste período que os árabes palestinos assistem os judeus conquistarem significativa parte das suas melhores terras para o cultivo.

Em 1948, os ingleses deixam a administração da região para a Organização das Nações Unidas que, sob o comando do presidente norte-americano Harry Truman, determina a divisão da Palestina em duas metades. Os palestinos, que somavam 1.300.00 habitantes, ficaram com 11.500 km2 e os judeus, que eram 700.000 (muito menos) ficaram com um território maior, de 14.500 km2.

Crise de consciência com o holocausto q exterminou mais de 6 milhões de judeus?

Na década de 1950, o fim das colônias europeias: os franceses abandonam o Líbano, a Síria, a Tunísia e a Argélia. Os ingleses abandonam o Canal de Suez que passa para o Egito e o Egito se junta com a Jordânia e ataca Israel. E todo mundo se fode de novo. CORTA.

Depois disso, a humanidade acompanharia a guerra do Canal do Suez (1956) , Guerra dos 6 dias (1967)  e a Guerra do Yom-kipur (1973) e sei lá mais quantas. Eu quase levei uma coronhada numa birosca daquelas feiras de quinquilharias de Jerusalem porque um arabe ou judeu disse que eu tinha quebrado  uma porcaria e... CORTAAA!

 ANO 2023



Uma nova intifada - termo utilizado para designar as revoltas que aconteceram entre palestinos e israelenses – acontece. Dia  de outubro, o Hamas, que governa  a Faixa de Gaza, atacou diversos locais de Israel. Só numa rave, que acontecia próximo à Faixa de Gaza, na região sul de Israel, mais de 260 pessoas foram mortas e outras tantas raptadas. É cutucar com o espeto curto um barril de pólvora. Tá loco. E ainda chamar de universo paralelo... Vãosiphudê. Árabes e judeus não se matam por questões religiosas. Mas pelo controle das fronteiras, das terras com suas riquezas petrolíferas. E sempre com o mundo botando a sua colher podre, ora num lado, ora no outro. Corta?