ÜBERDRUSS
junho 23, 2021
A VOLTA DA NORMALIDADE?
Você confere seu trabalho nas três galerias das Pinacotecas, nas Salas Negras e na Sala Aldo Locatelli.
E descobri que atras da prefeitura antiga existe a prefeitura "nova", com terraço para o Guaíba.
O museólogo Luís, gentilmente, fez um tour pela casa, explicando as obras - exposição reduzida por causa da pandemia - e mostrando o porão do palacete, com tuneis e cadeia.
que traz a negritude de seus moradores,
omitida pelos pintores gaúchos.
Antes de voltar para casa, de alma agradecida, uma passadinha pela Gonçalo de Carvalho, a rua mais bonita da cidade. Porto Alegre mudou em dois anos de pandemia: a pobreza aumentou nas ruas e o povo ainda não voltou a elas. A normalidade é uma ilusão.
DIA DE ÁUDIO CRÔNICA
EMPATIA
É você se colocar no lugar do outro...
Sentir a dor do outro - explica o Aurelião que ganhei dos meus
pais, em 1978, quando saí da casa deles.
Do dicionário para a realidade:
É justamente isso que muitos estão percebendo o que acontece no país:
Bolsonaristas não tem
empatia. Nem o presidente deles.
Mais de meio milhão de mortos e Bolsonaro não disse uma só
palavra aos brasileiros que votaram nele.
E vocês... Vocês seguem admirando um diabo desses, convictos que erguer um cristo de 40 m é ser uma pessoa devotada?
Convictos que ajoelhar em frente a uma tv e assistir missa é sublime?
Certos que ir à igreja ou a um templo é ser espiritualizado?
Rezar para sua santa de devoção e apoiar esse monstro não tem lógica nenhuma!
Ir ao Centro Espírita e aprovar esse governo é um atestado de
sua hipocrisia, de sua desumanidade.
Vocês não entendem nada de fé e piedade... Ôoo insensatez.
Porque não falo de apoiar
a esquerda, cara!
Tô falando de compaixão – se é que vocês sabem o que significa
isso.
Tô falando de se dar
conta que existe um louco no poder de uma frieza satânica que esta envergonhando
não só o exercito nacional, mas
humilhando, pisando no pescoço de cada
brasileiro que já perdeu uma pessoa da família.
Porra cara... Eu só queria entender:
– medico, padeiro, dentista, funcionário público, manicure,
advogado, costureira, empresário, aposentado, bancário, trabalhador braçal,
ator, musico...
que tipo de princípios você acredita e defende ao passar pano
para esse monstro presidencial?
Boa 4ª-feira...
Trilha sonora: Insensatez, Tom Jobim.
CRISTO DE RELHO NA MÃO
Como uma opinião contraria pode ser tão perturbadora?
Aqueles q idolatram Cristo mostram sua virulência nas redes
pq alguém se mostra contrario ao turi$mo religioso com a benção nazista.
A imbecilização coletiva é legitima:
Viva o desmatamento, viva o bolsonarismo e viva o Cristo de
cimento.
Os paranoicos piram... Mas religião e politica tudo a ver com o autoritarismo
cafona e atrasado dos nossos dias.
Sim, penso fora da caixa... E penso q os seguidores do genocida não entendem
nada de valores humanistas. Não tem como, né?
Ai, Jesuis... Pq será q a espécie humana não me surpreende?
junho 16, 2021
NISSIM SHARIM
reúna os silêncios necessários,
penetre nas superfícies das coisas,
convoque homens e mulheres,
invente a verdade,
fale com eles devagar e com amor,
transforme o mistério em conversa
e depois transforme a conversa
em algo que seduza, encante ou mova-se.
Então você estará fazendo arte.”
UM CENTRO CULTURAL PRA CHAMAR DE NOSSO...
Essa casa é de 1922. É propriedade de um rico empresário. É gente de muito dinheiro. Mesmo que eles morram, não vai faltar grana para os familiares durante décadas. Nem para seus netos. É gente boa. Talvez nunca tenham pensado na hipótese de transformar essa casa num centro cultural. Não seria lindo? Não seria muito bacana? Crianças e jovens da periferia participarem de oficinas de teatro, literatura, musica, artes? Com acesso à exposições? Com oportunidade de registrarem a história dos antepassados que construíram essa cidade com a força de seus braços?
A Casa de Cultura Conservas.
Onde entra a arte, o esporte, a cultura, entra também a formação de caráter.
DIA DE ÁUDIO CRÔNICA
Desesperança
Ando tão descrente, tão cansada de tudo que só queria aquela
pequena manivela de pegar no sono, que o poeta Manuel de Barros inventou... Sabe, eu seria bem capaz de girar essa manivela até alcançar à escuridão
eterna.
Foi num sábado, justamente no Dia Mundial do Meio Ambiente,
saí para caminhar. Nem levei o celular. Não dei 200 passos e o barulho da moto
serra machucou meus sentidos.
No limite do parque da minha cidade, um homem cortava as árvores
do seu terreno. Não me aguentei, por quê? Por quê? Vendi o terreno, ele gritou. Vou levar os troncos pra minha casa.
Aqui na minha cidade algumas árvores conseguem crescer – tem sorte!
Como esse homem, como as
construtoras, como o governo municipal ... Todos pensam que a natureza é apenas
um rascunho para eles traçarem os seus
planos diabólicos de destruição.
Deu vontade de dizer por que tu não te enforca numa árvore dessas?
Mas engoli a raiva e segui em frente, com os olhos aguados ...
Não, árvores não merecem cadáveres.
Merecem um balanço no mais alto galho,
merecem um casal de namorados à sombra,
merecem uma criança se dependurando de cabeça pra baixo
vendo o mundo ao contrario, ao contrário do
que estão fazendo com ele.
Uma árvore merece sobreviver tanto quanto nós. Mas aqui...
Aqui é só desesperança.
Boa 4ª-feira.
Som: Petite Musique,
de Federico Mizrahi
junho 12, 2021
ALCIONE MALHEIROS DOS SANTOS
"Quem é essa
mulher
Que canta sempre o
mesmo arranjo
Só queria agasalhar
meu anjo
E deixar seu corpo
descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra
um sino
Queria cantar por meu
menino
Que ele já não pode
mais cantar.”
Esta é parte da letra da música que Chico Buarque compôs
para a estilista brasileira Zuzu Angel, que completaria 100 anos no dia 05 de
junho, se não tivesse sido assassinada pelo regime militar em 1976.
Numa entrevista nesta semana, Chico Buarque chorou várias vezes ao recordar de Zuzu e sua luta para descobrir o corpo do seu filho Stuart Angel Jones que foi barbaramente torturado e morto na base aérea do Galeão em 1976.
Segundo testemunho de outros presos no local Stuart foi amarrado em um automóvel e arrastado pelo pátio do quartel. De tempos em tempos os torturadores paravam o carro e ele era obrigado a colocar a boca no escapamento. Seu corpo nunca foi encontrado.
Este é apenas um episódio doloroso e trágico da história recente do país.
Chaga que nunca foi curada e que volta a assombrar. O país hoje é presidido por um defensor daquele regime, dos atos praticados sob as ordens daquele regime. Este “messias” tem como ídolo Carlos Brilhante Ustra, sádico torturador julgado em 2008 e único militar condenado por tortura.
Será que estas pessoas que saem para a rua vestidas de verde e amarelo, pedindo intervenção militar, golpe, ditadura, e que apoiam o homem que ocupa a presidência da república, sem dignificá-la, sabem o que estão apoiando?
Como se sentiriam estas pessoas se tivesse um filho
supliciado por tortura, por pensar diferente?
Como se sentem ao ouvir que um empregado tem direitos
demais?
Como se sentem ao ouvir que, em nome de um pseudo
desenvolvimento, estimula a devastação ambiental?
Como se sentem quando aquele que ocupa a cadeira
presidencial, afirma que médicos estão fraudando notificações para aumentar as estatísticas
sobre o número de mortes por Covid-19 (sim, ele acusa os governadores e
prefeitos, mas quem atesta as mortes são médicos)?
Como se sentem quando aquele que ainda está na presidência,
mente com relatório falso, dados sobre a pandemia?
Como se sentem diante da total falta de sensibilidade diante
da morte de quase 500 mil brasileiros?
Você que se veste de verde e amarelo e se autodenomina
conservador, patriota e cristão, já pensou naquilo que está apoiando?
VIVÊNCIAS
Escrevi com a letra firme: AMOR.
Mas não fechou com as demais palavras. Precisava escrever que o sentimento mais potente era ÓDIO.
Pra ver como a gente percebe diferente as esquinas no vale do taquari e
no mundo.
Acho que AMOR é um sentimento tão violento que em nome
dele se mata, se destrói reputação, se suicida e sei lá mais o que...
Em nome do AMOR a essência vira ÓDIO, quando não vira estátua...
ESPAÇO HAROLDO DE CAMPOS
Tombada, a Casa das Rosas desde 2004 passou a condição de centro cultural:
Cursos, oficinas, apresentações literárias e musicais,
sarais, peças de teatro e exposições ligadas à literatura. Além disso, detém os
35 mil volumes que faziam parte da biblioteca do poeta e tradutor Haroldo de Campos e que foram
doados ao estado de São Paulo após sua morte.
Visitação: Av. Paulista, nº 37.
OUTONO
Opiniões contrarias ajudam a pensar. E repensar... Mas não estamos sós.
E alguns Segabinazzi, Remonti, Antoniolli, Caneppele, Barella, Cenci, Cattoi, Bonfiglio, Darde, Milidiu... e outros gringxs onde encontro eco, um abraço!