setembro 26, 2013

LEMINSKI


Valeu
Dois namorados olhando o céu
Chegam a mesma conclusão
Mesmo que a terra não passe da próxima guerra
Terra.... mesmo assim valeu.

Valeu encharcar esse planeta de suor
Valeu esquecer das coisas que eu sei de cor
Valeu encarar essa vida que podia ser melhor.

TRILHA SONORA

POEMA

Liu Xiao Fang
AMEOP

TESÃO, DRIVE, TRIEB & ARTE

“... a libido está sempre presente em todas  atividades humanas. Lembramos que “libido” é uma palavra latina que significa “forte desejo”, “energia emocional e psíquica associada a impulsos biológicos instintivos”. Também significa “forte desejo sexual” e  “manifestação da pulsão sexual.” Prof. Dr. Luiz Machado

DESAMOR

Dentro de cada casa
atrás de cada porta
o segredo do mundo.
 l. peixoto

AMOR


setembro 23, 2013

BENJAMIN FRANKLIN



“Seja lento na escolha de um amigo,
e mais lento na mudança." 

O VIRTUOSO

 
Em 1726, aos 20 anos de idade, o cientista e jornalista Benjamin Franklin listou algumas virtudes para freqüentar a sociedade sem cometer qualquer falta, em qualquer momento. Benja centrou-se em uma virtude a cada semana e manteve anotações sobre o seu progresso: 

TEMPERANÇA. Comer não embota; beber não eleva.
SILÊNCIO. Falar o que pode beneficiar os outros ou a si mesmo, evitar conversa trivial.
ORDEM. Todas as vossas coisas têm os seus lugares.
RESOLUÇÃO. Realizar o que você deve, executar, sem falhar o que você resolver.
FRUGALIDADE. Não fazer nenhuma despesa, mas fazer o bem aos outros ou a si mesmo.
SINCERIDADE. Não engane,  pense inocentemente e com justiça, e, se você falar, fale de acordo.
JUSTIÇA. Não fazer nada errado.
MODERAÇÃO. Evite os extremos.
LIMPEZA. Não tolere nenhuma impureza no corpo, nas roupas ou nahabitação.
TRANQUILIDADE. Não se perturbe por ninharias, ou em acidentes comuns ou inevitáveis.
CASTIDADE. Venere sua saúde não coloque em prejuízo sua própria ou a paz e a reputação do outro.
HUMILDADE. Imite Jesus e Sócrates.

Em 1764, Benjamin Franklin escreveu uma carta ao dr. J. Fothergill, que me parece muito atual...
"A metade das vidas que vocês salvam não é digna de ser salva, porque é inútil, enquanto outra metade nem mereceria ser salva porque pérfida. A vossa consciência nunca vos acusa desta guerra permanente contra os planos da Providência?" 

Como não existem mais virtudes, damos por conta da utopia. 

IRRESISTIVEL

.sempre tem alguem para nos levar ao mau caminho. às vezes a gente vai sozinha mesmo, não precisa nem empurrar. quando paguei um serviço, a moça viu a nota fiscal e achou o número lindo para uma fezinha. mas onde jogo? na quitanda da esquina, a solícita  respondeu. agora me dou conta que as duas devem estar de conluio. só pode. mas quem não joga não ganha - dizem. e quem joga, confere - digo. esqueci completamente dos bichos e fui tratar dos meus particulares e enjaulados. mas animados para destrancar as portas da volição.

setembro 21, 2013

JUAN GELMAN

«Se me dessem a escolher,
escolheria esta saúde de saber
que estamos doentes...»

ENTARDECER DE LUA CHEIA

Dizem que a floração dos ipês é explosiva e curta.
Então, aproveitem queridos sabiás...

DO MEU BLOQUINHO...


.mahatma gandhi disse que a violência é qualquer coisa que possa impedir a auto retaliação individual, não apenas atrasando o progresso de uma pessoa mas a mantendo estagnada. a violência leva ao retrocesso e não ao processo de crescimento. daí, minha cidade. sempre dando um jeito de arrasar com a sua própria história. e tem quem acredite que os culpados são os craqueiros. gandhi também dizia que era preciso controlar a nossa ira. tento. tento. tento. tudo ao vento. é que o ser humano já nasce com o kit raiva e ignorância embutidos. 

setembro 16, 2013

JORGE LUIS BORGES

 “E a cidade, agora, é como um mapa
das minhas humilhações e fracassos.
Desta porta, contemplei os crepúsculos
e nesta coluna de mármore esperei em vão.” 

setembro 15, 2013

DO MEU BLOQUINHO

1943 Arquivo Helena Ahlert

Mês passado caiu nas mãos um livro escrito por um delegado nos anos 50 ou 60. Tema: escolas e clubes  sociais de origem alemã no Brasil que seriam usados pela política de expansão intercontinental de Hitler para divulgar a doutrina ariana. O delegado citou Lajeado, Estrela, Santa Cruz -  mas, principalmente, Porto Alegre. Não duvido de nada. Duvido de tudo. É sabido: quem narra a história acaba se cobrindo com a manta tendenciosa dos seus próprios interesses. 

Durante os anos da ditadura, em pleno vigor de 1973, concluí o ginásio em um colégio evangélico. Fiz parte da turma B da quarta série. Enquanto a turma A dizia que éramos da turma dos Burros, revidávamos que eles eram da turma dos Atrasados. Um bullying que acabava em risada porque tínhamos amigos queridos nos Atrasados. Na verdade, quem pensaria em bullying naquela época quando o maior bullying sofrido vinha da parte de alguns professores?
Um ano antes, certa noite de 1972 -  orra, século passado! -  alunos do Científico entraram na diretoria e roubaram os exames de final de ano. Em seguida  fizeram cópias das provas e distribuíram na maior generosidade. E assim todos aqueles que estavam por um fio trataram de estudar corretamente...
Solidários, os meninos também surrupiaram as provas da 3ª série.
Nunca  descobrimos os audaciosos. 
Logo os crânios da turma resolveram as questões e nós tratamos de decorar as respostas. Como nunca confiei na minha memória e como Matemática, Física, Química não eram as matérias preferidas, colei tudinho na minha própria classe -  de madeira. E para não levantar suspeitas, calculei acertos que rendessem uma nota 7. Ja me bastava.
Mas não adiantou.
Uma comissão germânica entrou na sala.  Disciplinarmente, levantamos todos das cadeiras. “Podem sentar.” – disse o diretor. Em seguida expôs o que havia acontecido na escola. Na verdade uma enxurrada de notas boas.
Então o diretor perguntou: “Levante o braço quem teve acesso à prova de final de ano.”
Na maior cara dura, não ergui. Aliás, só Lia e eu não erguemos a mão.
Resultado: passei a manhã presa em uma sala. Sozinha.
Antes da libertação, uma junta de quatro professores, sentados a minha frente, exigiam a verdade com um interrogatório surreal.  E ainda queriam que eu delatasse os “ladrões”. Diga-se - ladrões que pertenciam as digníssimas famílias da sociedade lajeadense, futuros empresários, bancários... Mas, na época eu não sabia e mesmo sabendo guardava na consciência a  voz de meu pai: o pior tipo de gente são os dedos-duros.
Hoje sei que as atitudes da diretoria se justificavam pelo momento político vivido no país. Seguiam a cartilha da opressão.
E quanto a Lia? 
Acho que não foi chamada porque realmente não recebera cópia das provas.  Lia vinha do interior e quase não abria a boca na sala de aula. Era inocente. Talvez, de todo não fosse porque sabia que a turma tinha as provas. Se acusou alguém, nunca soube.
No ano seguinte, roubaram as provas outra vez. Buchincho grande na escola e na comunidade.
A gurizada do Científico era mesmo medonha...


Em outubro parece que vão reunir os ex-alunos em uma festa que inclui os 40 anos de formatura da 4ª serie do curso ginasial. Mandaram a relação da Turma B. Mas não vi o nome da Lia... 
Anelise Lucena Von Fruhauf
Arno Henrique Rockenbach
Clécio Hofstatter
Denise Lore Renner
Ditmar Henrique Born
Gladis Beatriz Ritter
Gunter Erdman Gauer
Humberto Roos
Ingrid Bernardina Schwingel
Jair Paulo Labres
Julio Tarter Neto
Karin Cristina Bencke
Ladí Egger
Laura Merten Peixoto
Mara Beatriz Neumann
Márcia Beatriz Hexsel
Margareth Irene Schaffer
Maria do Carmo Gomes
Marlene Troller
Marlise Marazini
Nairo Rogério Tischer
Norberto Ferri
Rosangela Ritter
Sereno Griesang
Silvia Regina B. Pontes
Suzana Ingeburg K. Von Fruhauf
Suzana Trentini
Vitor Mário Ritter
Walmor Rohsig

Uns já partiram. Uns se perderam. Uns não se reconhecem mais. Uns nunca mudaram. 


TRILHA SONORA


Sucesso em 1973. Meu primeiro vinil. E o drama continua. 

GROSSURA & ESTRESSE...

photo by Lidiane Mallmann



Moises Mendes, Zero Hora hoje.

SOBRE AMIZADE

J.J. Camargo, Zero Hora de hoje.

setembro 05, 2013

CLAUDE LEVI-STRAUSS

«Exijo que a arte me faça escapar 
da sociedade dos homens
para me apresentar numa outra sociedade.» 

"COMECE ALGO NOVO"


DAVID BAILEY

Uma coisa leva a outra... Assisti na tevê We'll Take Manhattan – sobre o início da carreira do fotografo David Bailey, que revolucionou os editoriais de moda nos anos 60, quando trabalhava para a londrina Vogue. Bailey também serviu de inspiração para o diretor Michelangelo Antonioni  em Blow- Up.

Fui pesquisar e achei uma ótima entrevista aqui: http://www.pdngallery.com/legends/bailey/interview01.shtml

 “Eu era disléxico, por isso fui colocado na classe dos bobos na escola. Eu estava no topo da classe dos bobos, porém...  Bem, eu acho que é melhor estar no topo da classe dos bobos do que na parte inferior da classe inteligente.”

“Sendo disléxico, disseram que eu era um idiota o tempo todo, mas eu sabia que era mais esperto do que o professor - uma arrogância minha.
Quando você é disléxico, o empurram para fazer coisas como pintura e fotografia. Ou observação de aves. (...)  Fui um colecionador de inadimplências.”


Blow up
“Eu nunca gostei de drogas. Eu me sinto chapado o tempo todo, então eu realmente não preciso de drogas. (...) Às vezes eu fumava um baseado, mas tudo que fazia era tossir.”

Os anos 60 acabou com um monte de gente, havia um grande número de vítimas dos anos 60. Mas há um grande número de vítimas a cada década. Mas eu acho que eu sou muito duro. E é ótimo ser fotógrafo, pois você pode ir para Nova Guiné e fotografar canibais, como eu fiz durante cinco semanas e isso não significa que você vai comer carne. Ou você pode fotografar hippies e isso não significa que você vá tomar drogas. Ou você pode fotografar mercenários na África  e isso não significa que você está indo para atirar nas pessoas. Fotografar é ótimo porque a câmera o protege de alguma forma. Ela tira a sua realidade, porque você vê tudo através da câmera.”

“A curiosidade é tudo. Se você não tem curiosidade, você não tem qualquer coisa. Essa é a coisa que mantém você indo - você é curioso sobre o que existe ao virar a esquina. E se nada há em torno da esquina, então é porque você perdeu.”


“A razão pela qual eu não perdi a minha vitalidade é porque eu nunca estou satisfeito com o que faço.”


MOVIMENTO HUMANO

 photo by David Longstreath
 photo by  Sebastião Salgado 
photo by Steve McCurry
 photo by  Sebastião Salgado 
photo by  Sebastião Salgado 
photo by  Stan Douglas

Multidões. Povo. Identidade. Dentro de cada casa, atrás de cada porta, o segredo do mundo. Sozinho, um corpo  e uma maneira de ver o Outro. Juntos, viramos humanidade que busca a sobrevivência e uma vida melhor. Ou não.


"Eu quero mostrar a dignidade dos imigrantes para mostrar sua coragem e seu espírito empreendedor e demonstrar como eles enriquecem a todos nós com suas diferenças individuais". Sebastião Salgado

setembro 01, 2013

FREUD

Robert Hausser

“Quando Pedro fala de Paulo
eu sei mais de Pedro do que de Paulo.”

ANTES TARDE DO QUE NUNCA?

Ontem, a  Globo reconheceu...

“De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.
Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.

1964
“Diante de qualquer reportagem ou editorial que lhes desagrade, é frequente que aqueles que se sintam contrariados lembrem que O GLOBO apoiou editorialmente o golpe militar de 1964.
A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais.”

“O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país.”


Editorial de “O Globo” de 02 de abril de 1964:

“Ressurge a Democracia”

Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.

As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, “são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI.”
(...)

“No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei."

SUICÍDIOS...

 Gregory Crewdson
Liu Xiaofang
Paul Hill
Rebecca Wilton

Fora a poesia das imagens, a verdade é que 26 brasileiros se matam todos os dias. E a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens aumentou 30% nos últimos 25 anos.

Por que?
"A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", diz o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp.

Há ainda uma pressão social para ser feliz, principalmente nas redes sociais."

Na região onde moro, diz o wikipedia, que "a cidade brasileira com o maior índice é o Município de Venâncio Aires, mais de 40 casos a cada 100 mil habitantes. Esses números enquadram Venâncio Aires como uma das cidades com maior índice de suicídio do mundo. Uma das causas apontadas é o agrotóxico Tamaron, utilizado em larga escala no cultivo do fumo. Regionalmente, o índice de suicídio no Brasil é semelhante ao de países com maiores taxas do mundo.”


DO MEU BLOQUINHO

photo by Marianne Sayn-Wittgenstein-Sayn, 1955

.politicamente incorreto, não saudável  e tudo pode ser falso. essas imagens que tornam visível algo que a rude plebe jamais imaginaria. depois do click, a cena vira passado como as aguas do rio que não se repetem. outras, imortalizam. o flagrante da princesa austríaca yvonne e seu mano príncipe alexander naqueles dias quando dá vontade de quebrar todas as regras ou o tirânico protocolo. a imagem é da princesa marianne, os fotografados, os próprios filhos.