março 29, 2018

ANTON TCHEKHOV

(O guarda-chuva de Olivia Iturrusgarai)

As obras de arte dividem-se em duas categorias:
as de que gosto e as de que não gosto.
Não conheço outro critério.”

ARTE CONTEMPORÂNEA...


Adivinha qual pintura é do Basquiat, 22 anos,
e qual é do meu neto João Francisco, 4 anos.
Em maio do ano passado, um Basquiat foi vendido por  R$ 370 milhões a um colecionador japonês... To botando fé no João Francisco.

MAIS VERDE, MAIS HUMANA

 Adoro esse paredão de hera na rua 26 de janeiro, na minha cidade...
E quando encontro essas delicadezas penso que ainda podemos ter esperança na humanidade.
Aí, no final do dia, em frente a pracinha, Marielle desautoriza a intenção de fé.

MERCURY 13

Estreia dia 20 de abril no Netflix, o doc dirigido por David Sington e Heather Walsh: Mercury 13.

Em 1961, foram selecionadas 13 mulheres para fazer testes para uma expedição ao espaço. Apesar dos bons resultados, todas tiveram que desistir de seus sonhos:

só homens podiam se tornar astronautas na época. 

Beeem conhecida a frase pronunciada pelo astronauta Neil Armstrong, ao  pisar na lua em 69:

"Um  pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade. "


Poderia ter sido “Um  pequeno passo para a mulher, um grande passo para a humanidade.”...

Com o documentário "Mercury 13", os diretores honram essas mulheres talentosas e injustamente negligenciadas.

Aguardar o filme.



Vale lembrar que a Rússia saiu na frente: em 1963,  Valentina Vladimirovna Tereshkova foi a primeira mulher a orbitar no espaço.

março 23, 2018

STEPHEN HAWKING




“O grande inimigo do conhecimento 
não é a ignorância, 
é a ilusão de ter conhecimento.” 

A SINA DO ALBATROZ

 Por mais incrível – e triste! – que possa ser, a foto acima não é uma montagem. Trata-se “apenas” do resultado da falta de consciência humana, que foi clicado, em setembro deste ano, pelo fotógrafo ambiental Chris Jordan.
Jordan clica albatrozes mortos, com as vísceras repletas de lixo engolido nas águas do Pacífico.

TRES CONSELHOS


De Stephen Hawking aos seus três filhos:

Um: lembre-se de olhar para as estrelas e não para seus pés.

Dois: nunca desista de trabalhar. Trabalhar dá a você sentido e propósito, e a vida é vazia sem isso.

Três: se você tiver sorte o suficiente para encontrar o amor, lembre-se que ele está por aqui e não o jogue fora.

PASCOA COLORIDA

Eles vieram de longe:
 os caingangues de Redentora,
próximo de Três Passos.


A CIDADE SEM JUDEUS


"Nesta semana será exibido novamente em Viena um filme mudo austríaco desaparecido por mais de 90 anos.

O longa, que estreou em 1924, se chama “A Cidade Sem Judeus” e teve uma cópia encontrada em um mercado de pulgas de Paris em 2015.

Para o filme ser restaurado pela cinemateca austríaca, foi feita uma campanha de financiamento que arrecadou 75 mil euros.
Dirigido e roteirizado por Hans Karl Breslauer, o filme profetizava a ascensão do nazismo e a perseguição aos judeus que aconteceria mais de uma década depois.

Quando “A Cidade Sem Judeus” estreou, o Partido Nazista ainda estava banido na Áustria e Adolf Hitler cumpria prisão por uma fracassada tentativa de golpe.

Inspirado em um romance satírico do escritor Hugo Bettauer, o filme contava a história de judeus que eram expulsos após a Primeira Guerra da fictícia cidade de nome Utopia (que seria Viena), onde se falava alemão, porque eram responsabilizados pela população local por uma crise econômica.

Quando estreou, o filme provocou protesto de simpatizantes nazistas. Espectadores que tentavam assistir à produção chegaram a ser agredidos.

O diretor Breslauer nunca mais dirigiu filmes e morreu na pobreza em 1965."

Fonte: bbc.com

março 21, 2018

FIÓDOR DOSTOIÉVSKI

“ Quanto mais gosto da humanidade em geral,
menos gosto das pessoas em particular,
como indivíduos.”

"O SUJEITO DO RELHO"

“Uma das minhas obsessões como repórter era sair atrás de personagens de fotos como esta do Guilherme Santos, do Sul21. 

O cansaço de buscas que pareciam intermináveis era recompensado pelo desvendamento dos personagens e suas histórias.

Se eu ainda tivesse idade e fôlego, sairia atrás desses dois caras que se enfrentaram num dos eventos da caravana de Lula.

Eles são a imagem acabada da degradação de um Estado que regride aos tempos da barbárie do século 19.

Suspeito que o sujeito do relho pense que é algo que nunca foi. 



Não é elite econômica, não é elite política, não é grande fazendeiro, não é nada que pensa que possa ser.

É apenas um cara com um relho e um ódio que talvez nem lhe pertença. 
O que acontecerá com ele? Duvido que aconteça alguma coisa. 
E o outro que apanha como estamos apanhando desde o golpe de agosto?

O jornalismo terá de nos dizer quem são.”

Moises Mendes

RESISTÊNCIA

Todo inicio de semestre, ligo para a universidade desta província e pergunto se a Faculdade de Letras vai oferecer a disciplina de Teoria Literária. Resposta negativa. Depois... dá no que dá  nas salas de aula.

Agora vou atras do livro de Rita: Descentramentos/Convergências - Ensaios de Crítica Feminista. Editora Ufrgs.

Grata, Fabio!

GRANDES FILMES QUE INVESTIGAM A NATUREZA DO MAL...


Parceiros da Noite, de William Friedkin

O mal não está no outro. À época de seu lançamento, o filme de Friedkin foi incompreendido: parte da comunidade gay americana o acusou de mostrar o mal como fruto da homossexualidade, dos espaços que frequentava, quando, na verdade, o mal era produto do policial (Al Pacino), transformado após se aproximar do assassino que investiga.


Mal do Século, de Todd Haynes


Um mundo doente. A aparente vida perfeita de uma mulher pouco a pouco lhe causa mal-estar. Contra possíveis doenças do mundo moderno, da grande cidade, ela resolve se isolar. Com a sempre ótima Julianne Moore, o filme de Haynes é, antes, sobre uma doença social, ou sobre um mundo doente. O mal da civilização limpa e isolada.


Vá e Veja, de Elem Klimov

O mal por todos os lados. Não é necessário mais que o close de Alexei Kravchenko, o jovem protagonista, para mergulhar no mal. Está por todos os lados, nas corridas, na câmera inquieta, nos dias em que os soviéticos combatem os invasores nazistas. O mal, sem mais voltas, está na carnificina, no desespero de quem corre à margem.

Lacombe Lucien, de Louis Malle

Ausência de identidade. Na França Ocupada, durante a Segunda Guerra Mundial, Lucien (Pierre Blaise) é alguém desprovido de alma. Ou apenas guiado pela necessidade de estar de um lado, um lado qualquer que possa lhe fornecer algo, uma posição. E escolhe estar com os nazistas. O mal, no filme de Malle, é fruto da alienação, do vazio.

O Garoto Toshio, de Nagisa Oshima

A família como mal maior. O menino Toshio (Tetsuo Abe) sonha com o extraterrestre que, um dia, chegará ao planeta Terra para acabar com a maldade. O mal, aqui, nasce da família do garoto, sobretudo do pai, que o usa para simular atropelamentos e extorquir motoristas. Toshio já tem idade para entender o mal que o circunda e se refugia nos sonhos.

Homicídio, de David Mamet

Conflitos étnicos. Um policial (Joe Mantegna) investiga a morte de uma mulher judia e encontra indícios de um grupo nazista. Mas Mamet recusa a dualidade fácil: o protagonista, um judeu, descobre que não pode confiar em ninguém, nem mesmo em seu povo, enquanto um assassino oferece-lhe a explicação sobre a “natureza do mal”.

Fonte: https://palavrasdecinema.com/

NÃO ACHO


março 20, 2018

ALEJANDRO JODOROWSKY



"Pássaros criados em gaiola, 
acreditam que voar é uma doença."

ASSOBIE AO VENTO

 
Pensei que tinha morrido. Pensei errado, sem me informar... E assim, as criaturas vão postando, publicando seus achismos, revelando sua verdadeira intelectualidade, seu estofo cultural.
Bem viva, a senhora Joan Baez, de 77 anos, com um novo álbum por aí: Whistle Down the Wind.

Ô... como curti esse ícone do folk-rock nos anos 70/80: simplesmente,  a maior interprete de Bob Dylan.

“Uma vez perguntei a meu treinador vocal quando seria hora de parar”, ela contou ao New York Times.
“Sua voz o dirá – ele respondeu. E ela está dizendo. É um músculo, e preciso trabalhar mais e mais duro para fazê-lo funcionar.”

Joan Baez vive ainda em  Palo Alto, em pleno Vale do Silício. Tem show marcado em 2019, em Amsterdã.

Vou me programar..!

AUTO-AJUDA NUMA HORA DESSAS?


" O problema da decepção 
é que ela nunca vem de um inimigo."

março 19, 2018

MARIELLE FRANCO *

"Fico muito indignada 
quando ouço essas histórias.
Esquema de propina 
envolvendo transporte, saúde, moradia.
É a vida da população em jogo,
e esses mercenários 
só querem saber de dinheiro e poder."


* Socióloga, 38 anos, feminista, vereadora  pelo PSOL, no Rio. Militante dos direitos humanos e  crítica da intervenção federal no Rio de Janeiro. Denunciava abusos de autoridade por parte de policiais contra moradores de comunidades carentes. Assassinada em 14 de março de 2018.

GRAFITE ESCONDIDO

O verde some...
 O verde some...
 O verde some...
VIVA A IRREVERENCIA!

MARIELLE, LUCIANE...

                
“Flores murchas denunciam o pensamento de pessoas de bem que não compreendem a comoção que gerou a morte de Marielle Franco, justificando que outras mortes acontecem diariamente.

Flores murchas para os detratores da vereadora executada por balas da polícia brasileira: detratores como o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) da bancada da bala, que espalhou boatos de que “o novo mito da esquerda” teria sido mãe aos 16 anos e que era usuária de maconha.

Como já estamos nauseados de saber, a mulher é sempre atacada pela sua sexualidade e pelo seu comportamento pelos VIGILANTES DA MORALIDADE. (meu grifo)

Se Marielle foi mãe aos 16 (e parece que não foi aos 16) e ainda fumava maconha, só pode ser uma vagabunda, não pode ser mito, sua morte é insignificante.

Detratores como o vereador Marcelo Buz, (MDB- São Leopoldo/RS), que escreve nas redes sociais que quem defende bandidos acaba sendo vítima, compartilhando, novamente, toda a sua compreensão sobre o debate dos direitos humanos. 

Detratoras como a desembargadora Marília Castro Neves, que disse que a morte da vereadora é “mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”.

Não podia deixar de fazer referência à Marielle, morta justamente no mês da mulher, mas quero, hoje, falar também de outra mulher, UMA MULHER ANÔNIMA, BEM ANÔNIMA, QUASE INVISÍVEL. (meu grifo)

(...) Como acredito no poder restaurador das narrativas, quero contar um pouco do que pude apurar da mãe de 36 anos que matou duas filhas (de 2 anos e 11 meses e de 7 anos) e, em seguida, se matou, no último dia 24, na minúscula cidade de SANTA CLARA DO SUL/ RS (que é a minha cidade natal).”

Mariléia Sell professora Doutora dos Cursos de Letras e Comunicação da Unisinos e Secretária Adjunta de Educação de São Leopoldo.

VINGANÇA


As mulheres são tão invisíveis que  sequer o Genesis bíblico cita o nome  da mulher de Ló - aquela que virou estatua de sal por conta de sua curiosidade.

Conhecemos, simplesmente, como  “a mulher de Ló”.

A curiosidade castigada...  Justo ela, a base da criatividade.

Com muita humildade, sugiro um nome pra mulher de Ló: Maria Quitéria de Jesus.


“... brasileira que viveu entre 1792 e 1853 é considerada uma heroína nacional graças ao seu papel em lutas pela independência baiana. Para fazer parte do exército, cortou o cabelo e se vestiu como homem. Tempos depois, foi condecorada com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul.”

Um dia, Maria Quitéria de Jesus Ló chegou em casa e não gostou do que viu. Prontamente botou o cajado, o resto do bolo sem levedura, um pote de enxofre e um saco de roupa do marido em frente à porta, do lado de fora.  Passou a chave. Com isso salvou as duas filhas...

Ló, indignado, espiou na janela. 
Acabou em estatua de açúcar.

Devorado pelas formigas.          

MAFALDA


março 03, 2018

AGNÈS VARDA

“A missão do artista 
é recriar seu ritmo, 
seu desespero."

MURALISTA JR


A primeira vez que ouvi falar do muralista JR foi como diretor do filme Ellis, com Robert  de Niro.  No Netflix.  Era sobre memória,  imigração nos Estados Unidos. Gostei muito.

Descubro que já esteve no Brasil, 2009, para um projeto bacana: criação da Casa Amarela na no Morro da Providência:

“... uma casa cultural no topo da mais antiga favela do Rio de Janeiro, que é usada como um centro cultural para seus moradores. O espaço é usado para oferecer atividades em torno de Arte, Educação, Cultura - oficinas de arte, teatro, capoeira, dança, yoga, fotografia, aulas de idiomas ... A Casa Amarela está aberta todos os dias para os residentes, que vêm após a escola ou trabalham para expressar seu artístico e eu criativo. Qualquer artista de todo o mundo pode usar o espaço para dar uma oficina aos jovens da comunidade.”


Em 2016, soube de suas instalações  para as Olimpíadas no Rio, o que já realizara em outras cidades. Designa  “Arte penetrante”.


Em comum, ambos apaixonados por imagens:  JR, 35 anos, se uniu à premiada  cineasta e fotógrafa belga Agnès Varda,89 anos, para  filmarem o documentário  “Olhares Lugares.

Varda é o nosso Glauber Rocha: ambos inauguraram o Cinema Novo em seus países.

Na estrada,  dois grandes olhos surpreendem os motoristas que passam. Os olhos  “vestem” os dois digestores da estação de tratamento de esgoto de Seine-Amont em Valenton, no Vale do Marne, França.

Fronteira México/Estados Unidos, setembro 2017

Parede de separação, lado palestino em Belém, março de 2007.

* Às vezes, surto. E penso em Casa Magenta - minha casa voltada para musica e teatro. Depois, passa, graças à Zeus!