outubro 26, 2011

RILKE

"E tudo conspira para calar-nos,
um pouco como silenciosa vergonha ,
talvez, um pouco de silêncio 
como uma esperança inexprimível."

TRILHA SONORA

E AINDA NÃO DEFINIMOS A DATA...

outubro 24, 2011

SALVADOR DALI

“Como posso querer
que meus amigos entendam
as coisas loucas que me passam pela cabeça
se eu mesmo não entendo?”

QUADRO VIVO: TABLEAU VIVANT


Que Fantasma do Opera.... Off-off-broadway: experiência radical dirigida por Sarah Small, uma performance diferente do um Casamento de Figaro,  com várias histórias individuais acontecendo. São 120 artistas de todas as idades, tamanhos, cores e temperamentos para criar um mosaico vivo da humanidade - as suas alegrias, tragédias, medos e romances.

Durante uma visita ao Louvre há dois anos, Sarah Small ficou impressionada com a diversidade de emoções, gestos, expressões faciais e movimentos presos nos quadros perfeitamente emoldurados e pendurados nas paredes do museu.
O que seria se os quadros desaparecessem e os sujeitos, representando uma enciclopédia visual da condição humana, andassem pelas galerias se misturando uns com os outros - para confortar seu vizinho trágico ou grotesco ou para uma discutir com um naïf?

O resultado foi delirante.

outubro 16, 2011

JOAN HALIFAX

“... a compaixão fortalece
nosso sistema imunológico.”

TINARIWEN

PAPER DE FILOSOFIA

Um  olhar sobre o influente  Henry  Fool

            Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Cannes de 1998, com direção de Hal Hartley, “As Confissões de Henry Fool”  dá voz  aos conceitos de território, de estrangeiro, de diversidade que Foucault e Deleuze já explanaram, assim como também mostra o desenvolvimento psicológico dos personagens, sem cair nos estereótipos banais de Hoolywood, embora o próprio nome de Henry traduza a rotulação do sujeito pode ser: bobo, tolo, imbecil.
           
            Partindo da premissa de que a filosofia pensa conceitos, o cinema pensa imagens, intui-se que o filme aborda as relações entre dois homens marginalizados e a influência de um sobre o outro.

            Nas primeiras seqüências de imagens, não sabemos da origem de Henry. Ele apenas “surge” para socializar Simon? Ou será ele o socializado?

            No entanto, nas cenas iniciais, o diretor nos faz crer que  Simon Grim  incorpora a denominação dada a Henry ao assistirmos Simon desprezado por todos, marginalizado dentro da própria família.

            Simon só não será um rejeitado, só não assumirá a condição de “estrangeiro” pelos próprios estrangeiros, também rejeitados pela sociedade americana. Talvez sejam estas as relações de território, de diversidade que podem ser apreendidas no filme.

            Simon não será desprezado por Henry Fool, aquele que apresenta nominalmente  ascendência parva. Percebemos que Henry e Simon  filtram o mundo de forma diferente. E Simon, mais que Henry, se vê como um sujeito estranho e deslocado nesta sociedade que se mostra em decadência.

            O filme nos pega desprevenidos:

É preciso  excluir, apartar, os desajustados?
Que mundo é possível para sujeitos como Henry e Simon?
Henry seria uma metáfora para a rebeldia?
E Simom, para  “objeto invisível”?
“Como olhamos quem somos nós e quem são os outros”?

            Quando o diretor narra o encontro de Simon com Henry, percebe-se a subjetivação do indivíduo, que de tolo não tem nada. São as primeiras palavras de Simon, no filme:

Simon – “De onde você é?”
Henry – “De nenhum lugar especificamente. Vou onde quero e faço o que
             posso. Por isso estou enrascado... Eu estou, de certo modo, exilado”.
Simon – “Enrascado por que?”
Henry – “ Um homem honesto sempre está em apuros, Simon. Lembre-se
             disso.
Simon – “Como você sabe meu nome?”

            Henry aponta para o uniforme de Simon onde se lê o nome do personagem, gravado.


Com uniformes iguais não nos diferenciamos. Mas, com o nome gravado no uniforme, objetivamos a pessoa.  Aqui lembramos  Foucault quando diz que sujeito e território são indissociáveis, porque o corpo é o primeiro território.

“O corpo é um lugar ao qual estamos condenados”.

 Então vemos um Simon com consciência: 
“Eu não sou retardado”.

 Mas isso, por si, não justifica o preconceito do qual é vítima.
Conforme sua irmã, Simon é débil porque fala pouco e se masturba muito. Então nós, espectadores, nos precipitamos também a “julgar de  retardado” os outros, os dito “normais” : mãe, irmã, vizinhos de Simon.

 Para compreender como se relacionam as pessoas ao seu redor, Simon precisará  viver experiências, os “maus encontros”, até alcançar um desenvolvimento social, até conseguir decodificar o mundo ao seu redor.

No filme, vemos que é preciso um “estrangeiro” dar voz e sentido a vida, a rotina de exclusão de Simon. Ou, talvez, os marginalizados se solidarizam?

 Henry entrega a Simon um caderno e um toco de lápis e lhe diz para escrever todas as coisas que ele não consegue dizer.  Ou seja: “Escrever é limpo e falar é sujo”,  expressa  Deleuze no seu Abecedário.

 Por sua vez, Henry também guarda vários cadernos onde ele escreve “a obra de sua vida: suas memórias, confissões”. Aqui oportuno o texto de
Carlos Skliar, quando diz:

“Escrever é um dos reflexos da experiência
de estarmos/sentirmo-nos vivos no mundo e,
também, uma forma de revelar o que é para cada um de nós
a experiência de estarmos/sentirmo-nos vivos neste mundo”.

 Mais tarde, quando Simon pergunta ao amigo o que ele faz na vida, Henry responde que ele tem sido um homem mau:

“Os detalhes das minhas façanhas não são só um pretexto
para um exame mais amplo de verdades generalizadas”.

 E mais, Henry lhe diz que essas verdades são filosofia, uma poética de viver, uma política, literatura  de protesto, um romance de idéias, uma revista pornô – as suas façanhas, verdadeiras ou não, são o que ele quiser que seja.
     
Henry acredita que quando ele publicar suas memórias, estas “farão um rombo gigante na idéia que o mundo faz de si mesmo.”

Mas, como o mundo se vê?

 No transcorrer do filme, se observa que o tolo Henry é bom em contar histórias que lhe aconteceram. Também o mesmo ocorre no filme “Trem da Vida”, quando o “bobo da aldeia”  é o condutor da história. Ou do trem...


No close do caderno de Simon, sentimos sua angústia  frente as páginas em branco, esperando que o autor expresse todos os sentimentos e as palavras, até agora, impossíveis de se manifestarem.  Palavras e sentimentos que podem reforçar sua imagem de retardado no grupo social em que ele vive.

            Simon escreve na cozinha, guarda o livro no armário da cozinha e, para decepção nossa, nunca veremos o que Simon escreve. Apenas imaginaremos o seu teor pela voz dos outros personagens. Mas não saberemos se o que ele escreve é bom ou não, se tem valor literário ou não.

            Caberá a Henry Fool esse julgamento.

            Muito simbólico: podemos adivinhar o quanto é notável sua literatura pelo olhar e compreensão de uma personagem, de origem oriental, que é  muda e também desprezada. Faz-se aqui uma analogia com a   “desterritorialização” de Deleuze: estrangeiros não têm voz.

            Simon é funcionário de uma empresa de reciclagem de lixo, que no filme pode ser compreendida como um  espaço disciplinar e  simbólico, onde indivíduos rejeitados pela sociedade assumem funções disciplinares e metódicas, ou  como diz  Foucault,  de adestramento.

                    Será que a empresa de reciclagem não poderia assumir

                    o papel da instituição que Foucault diz  ser destinada a          
                   “normalização” dos indivíduos, permitindo o bom funcionamento
                  da sociedade em que vivemos?
                       
            A relação de Henry e Simon é a de professor e aluno. O que pode inquietar o espectador: Henry, o tarado, o marginal, é quem ensina o amigo a falar, a pensar e a  expressar seus desejos? Mais ainda: a se posicionar contra o sistema americano?

            Como professor, Henry identificou o potencial de Simon, um sujeito diferente que o incentiva na sua formação, através de leituras de livros e de vida. E por isso ele pede a Simon que se demita para que todo seu tempo esteja concentrado na arte de escrever e de viver.

            O filme dá uma guinada, quando Simon descobre o valor da literatura do seu Mestre. Mas aí, já é outra história...

            Que o desejo leve à curiosidade de conhecer a verdade do singular Henry.

* Minha produção no pós em  Filosofia, na Univates. Agora a questão: quem será que comprou o filme, quando a Xok Vídeo encerrou as atividades em Lajeado?

COMPAIXÃO


Mahabaratha perguntou:

“Qual é a coisa mais assombrosa do mundo, Yudhisthira?”

Yudhisthira respondeu:

“A coisa mais assombrosa  do mundo é que ao redor de nós as pessoas podem estar morrendo e não percebemos que isso pode acontecer conosco.”

O Mahabaratha é o texto sagrado mais importante no hinduísmo:

 “O que for encontrado aqui, pode ser encontrado em qualquer outro lugar. Mas o que não for encontrado aqui, jamais será encontrado em outro lugar.”

outubro 05, 2011

MARIO SABINO

"Como já disse, a literatura deveria servir apenas para mostrar que somos todos bem menores do que imaginamos."

LEMBRANÇA

.vi juli crescer até os oito anos. antes a vi nascer. e vi quando a mãe partiu deixando  todos os cinco filhos sozinhos com o pai. juli cresceu. e foi internada na pinel. isso não vi. ouvi na madrugada...

LILI


nenhuma dúvida sobre nós.
tanto quanto sinto sobre
todas as demais possibilidades
existem ao nosso redor.
mentiria se não me iludisse
as ilusões me fazem sentir.
viva.

outubro 03, 2011

ANTONIO PRATA



Photo by Ron Galella


“Quem nunca falhou que atire a primeira pedra.
(Ou seria mais adequado dizer: a primeira pena?)
Poucas situações são mais frustrantes na vida de um homem.
A mulher ali, nua, sua, bela e cheirosa,
e você lá, frouxo, mocho, troncho,
incapaz de desfrutá-la.
É como estar no Playcenter com o Passaporte da Alegria nas mãos,
mas ser pequeno demais para andar na montanha russa.”

TRILHA SONORA

DO MEU BLOQUINHO

.clique em cima se quiser ver onde moro.não é bem aqui.mas perto.o nome do bairro é "carneiros". o q vc acha? poderia ser "ovelhas"? cobras? pintassilgo? mas é carneiros. a foto do clau é linda. ontem recebi a vogue. me achei. trazia uma notinha sobre locais in de paris: clube silencio. ja postei no mes passado aqui no blog. putz,  saí na frente. hihihihi. essa semana tem vernissage de um cara chamado alfredo aquino. o trabalho dele, na capa do convite, lembra gelson radaelli, q me incita as maiores angustias. das impossibilidades.  meus braços andam cada vez mais podres por isso evitado entrar no blog. será q meus abraços tb estarão putrefatos? hum, bom título: abraços putrefatos. queria falar do show de paulinho cardoso no sesc. tão bom. tão absurdamente bom r não mais do q dez pessoas. não me importo. faço de conta q é só pra mim. essa relação da gaita com o corpo é tão sensual. ainda falarei sobre. e nós? continuamos ensaiando no sotão. mas tô com pressentimento q acabaremos no porão...