ÜBERDRUSS
maio 31, 2020
MARIA BERNADETE HEEMANN - MISS RIO GRANDE DO SUL 1970
Nos anos 70, Lajeado era reconhecida como cidade “concursseira”...
Havia concurso de beleza para tudo:
mais bela prenda, miss brotinho, rainha dos estudantes, rainha de feiras, rainha das piscinas, mais bela comerciaria, miss lajeado, senhorita turismo, rainha do rio Taquari, miss simpatia, senhorita caixeiral...
A miss mais bonita de todas,
sem medo de injustiça, foi
Maria Bernadete
Heemann.
Aos 19 anos, tão linda que conquistou
a faixa de Miss Rio Grande do Sul
de 1970.
Fotos do acervo de suas filhas
Andresa e Mariana Heemann Betti.
Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami, Caxias do
Sul.
maio 16, 2020
OS DESAGRADÁVEIS E AS MINHAS DÚVIDAS
De sabor amargo. Amaritude. Azedume. Um travo na alma. Um
ranço no discurso. Um amargor que destila não só o hálito mas o olhar. Os donos
da razão, as donas das convicções. Do alto da cathedra cibernética, apontam as
falhas – dos outros, sempre dos outros. Defendem a autenticidade e disfarçam a
própria exaltação.
Amargura de amor, de sexo, de corpo, do extraordinário – não
conseguem perceber que nos cacos de um vidro quebrado o sol também brilha.
Imagino o tamanho da ferida, que nunca seca.
A frustração, essa prima cética, sorri amarelo para tudo que
não é do próprio agrado e, como o crítico e desiludido Fradique, de Eça, bate
sempre na mesma tecla.
Com o tempo vamos absorvendo e a admiração se dilui, porque
o amargo é incapaz de se botar no lugar do outro, com suas fraquezas, desejos e
delicadezas. Tem um português, um tal de Saramago, que escreveu: “Se tens um
coração de ferro, bom aproveito. O meu fizeram de carne, e sangra todos os
dias.”
Mas, mas, mas... voltando as mazelas terrenas, dou graças a
Zeus que já vivi num país melhor!
Tinha mais emprego, menos pobreza, menos fome. Não tinha?
A gasolina era mais barata, o gás era mais barato, a carne
era mais barata e a gente podia viajar. Não era?
Tinha incentivo à educação e à pesquisa. Verdade?
Tinha respeito à população indígena e negra. Lembram?
Tinha admiração do exterior. Ou não?
O que não melhorou? A violência e a corrupção.
Mas agora não tem mais nada e a violência e a corrupção
continuam em alta. Tô errada?
A educação, a cultura e a arte, zerada. A Amazônia em
chamas, o desmatamento incontrolável, o incentivo ao armamento um país em
declínio. Mortes, milhares de mortes, e um governo indiferente. Algo mais?
Posso entender o pessimismo do moderno Fradique.
Mas essa
amargura, esse sarcasmo raivoso, bah, tá difícil de engolir.
Quem muito se acha, pouco me impressiona – dizia minha vó
Florinda. Amém?
maio 04, 2020
SEMANA INICIA COM DESÂNIMO
Que segunda-feira triste essa de hoje... Flávio Migliaccio, o eterno Xerife, do primeiro seriado que assisti na vida, desistiu dos palcos, das câmeras. Como Walmor Chagas, abandonou também a ribalta, tristemente. Cansaram de viver.
O poeta Aldir Blanc, não. No meio da correnteza mortal dessa pandemia, não resistiu a contaminação. Autor dos versos "A vida é um dilema, sem sempre vale a pena", tenho certeza de que Aldir Blanc não se renderia, porque também compôs a linda e romântica "Sentindo frio em minha alma, te convidei pra dançar, a tua voz me acalmava, são dois pra lá dois pra cá..." bolero que sempre gostei de dançar, bem juntinho. O autor de O bêbado e a equilibrista, sempre me emocionou. A música brasileira perde um dos seus maiores compositores.
Será que um dia a gente sai dessa mediocridade musical que virou a música nesse país?
ALVARO SANTI
“E daí?” – Disse o tirano
infeliz que as circunstâncias
conduziram ao comando
de um povo cheio de esperança.
“E daí?” – Repetiu ele
às câmeras, sorridente,
quando, na floresta, o incêndio
tornava-se corriqueiro.
“E daí? Morreram poucos.”
- Opinava – “No Brasil,
faltou matar tantos outros.
Pelo menos, trinta mil.”
“E daí se com os radares
que eu mandei desativar
vão morrer alguns milhares
a mais?” - Nem vou comentar.
“E daí?” – Se alguém achava
que era suspeito ou estranho
ter amigos milicianos,
era a resposta que dava.
“E daí se eu vou pra rua
e pego uma gripezinha?
Eu cuido da minha família,
cada um cuide da sua.”
“E daí se aquele avião
que me levou pra Miami
numa nefasta excursão
trouxe do vírus um enxame?”
“E daí?” – Dizia ele,
quando alguém lhe perguntava
dos milhares de doentes
e corpos que se empilhavam.
“E daí?” – Só repetia,
sem sombra de algum respeito,
quem com a mão faz arminha
e alega não ser coveiro.
“E daí?” virou bordão
na boca do presidente.
Se já faltava caixão,
não ia ser culpa dele;
e sim dos governadores,
dos prefeitos, dos chineses,
dos vermelhos traidores,
dos que não votaram nele...
Ou quem sabe do ministro,
querendo ofuscar seu brilho?
“E daí?” – Dizia à toa.
Mais aflito parecia
com os dados da economia
e as próximas eleições,
em dois mil e vinte e dois,
que com a vida das pessoas.
“E daí?” – Dirá, por fim,
ao ouvir sua sentença,
depois do Juízo Final,
ao demônio que o receba –
“Em casa vou-me sentir,
o inferno não é tão mau."
infeliz que as circunstâncias
conduziram ao comando
de um povo cheio de esperança.
“E daí?” – Repetiu ele
às câmeras, sorridente,
quando, na floresta, o incêndio
tornava-se corriqueiro.
“E daí? Morreram poucos.”
- Opinava – “No Brasil,
faltou matar tantos outros.
Pelo menos, trinta mil.”
“E daí se com os radares
que eu mandei desativar
vão morrer alguns milhares
a mais?” - Nem vou comentar.
“E daí?” – Se alguém achava
que era suspeito ou estranho
ter amigos milicianos,
era a resposta que dava.
“E daí se eu vou pra rua
e pego uma gripezinha?
Eu cuido da minha família,
cada um cuide da sua.”
“E daí se aquele avião
que me levou pra Miami
numa nefasta excursão
trouxe do vírus um enxame?”
“E daí?” – Dizia ele,
quando alguém lhe perguntava
dos milhares de doentes
e corpos que se empilhavam.
“E daí?” – Só repetia,
sem sombra de algum respeito,
quem com a mão faz arminha
e alega não ser coveiro.
“E daí?” virou bordão
na boca do presidente.
Se já faltava caixão,
não ia ser culpa dele;
e sim dos governadores,
dos prefeitos, dos chineses,
dos vermelhos traidores,
dos que não votaram nele...
Ou quem sabe do ministro,
querendo ofuscar seu brilho?
“E daí?” – Dizia à toa.
Mais aflito parecia
com os dados da economia
e as próximas eleições,
em dois mil e vinte e dois,
que com a vida das pessoas.
“E daí?” – Dirá, por fim,
ao ouvir sua sentença,
depois do Juízo Final,
ao demônio que o receba –
“Em casa vou-me sentir,
o inferno não é tão mau."
DO MEU BLOQUINHO
Às vezes fico mastigando... as Forças Armadas não vão
permitir outra ditadura no país. Não vão envergonhar o currículo militar,
novamente. Ou vão? O Brasil não é mais o mesmo dos anos 60/70. Ou é? E pra não
ficar pior, espero que o Congresso e o Supremo se alinhem, de uma vez por
todas, para chutar o medíocre ex-deputado e ex-capitão rampa a baixo...
#ForçasArmadas
#SupremoTribunalFederal #CongressoNacional