julho 27, 2020

JORGE LUIS BORGES


Alberto Benett

“Não sei se é possível admirar políticos,

pessoas dedicadas a concordar,

subornar, sorrir, ser retratadas e,

com licença, ser populares ...”




 

“Um homem não há de gostar de uma mulher que não pode passar sem ler.

E que levanta para escrever. E que deita com lápis e papel debaixo do travesseiro.

Por isso é que eu prefiro viver só para o meu ideal.”

Carolina Maria de Jesus em “Quarto de Despejo – diário de uma favelada”.


* Li quando tinha 13 anos, nas minhas últimas férias de verão em Cruz Alta. Não sei se roubei o livro de minha avó. Não sei se ela me deu. Mas é meu, autografado por não-sei-quem. Não por Carolina.

 Cada exemplar é numerado: o meu é Nº 54057 e faz parte  da 6ª edição  e 60º milheiro. Traz fotos e guardo o maior carinho por esse livro, porque fez parte da minha formação, alicerçou a empatia pelo Outro.

* Ao meu lado tem um homem que não se importa que eu não cozinhe porque estou lendo. Que não se importa em dormir sozinho porque estou escrevendo. Que não se importa com meus silêncios prolongados porque estou ventando escrituras por aí.


CLAUDIO PAIVA


O QUE OS FILÓSOFOS DIRIAM SOBRE O CORONAVÍRUS?



 

PLATÃO: fiquem na caverna, porra!

NIETZSCHE: fique em casa, por mais difícil que seja suportar sua própria presença.

DESCARTES: habito, ergo sum.

HEGEL: tese: fique em casa; antítese: fique em casa; síntese: fique em casa.

HERÁCLITO: não se pega duas vezes o mesmo vírus.

BUDA

A paz vem de dentro de você mesmo. O vírus, de fora. Fique em casa.

ROUSSEAU: o homem é bom por natureza, mas o vírus o corrompe.

ARISTÓTELES: o vírus está apenas cumprindo seu papel no Cosmos ao infectar corpos.

SÓCRATES: a verdade sobre o vírus já está dentro de você. Tomara que o vírus não.

SANTO AGOSTINHO: a medida de amar é amar longe.

FRANCISCO DE ASSIS

Onde houver vírus, que eu leve álcool gel.

PITÁGORAS: o vírus é a medida de todas as coisas.

HANNAH ARENDT: para o vírus, matar é uma tarefa banal e cotidiana.

MARTIN LUTHER KING: I have a virus.

KANT: duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito, quanto mais intensa e frequentemente o pensamento delas se ocupa: o céu estrelado lá fora e eu aqui dentro.

VOLTAIRE

Se o vírus não existisse, seria preciso inventá-lo.

FREUD: O vírus dá plena vazão a suas pulsões reprodutivas porque não é reprimido sexualmente, na infância, pela civilização.

JUNG: o medo arquetípico do vírus é uma herança entregue a nós pelo inconsciente coletivo.

WITTGENSTEIN: aquilo que não se pode contrair, não se pode transmitir.

MIKHAIL BAKHTIN: não há possibilidade de neutralidade, todo vírus é ideológico.

BERTOLT BRECHT

Primeiro o vírus infectou os chineses, e você não disse nada, depois infectou os italianos, e você não disse nada, depois os espanhóis, e você não disse nada, agora o vírus te infectou, e você já não pode dizer nada.

JACQUES DERRIDA: o objetivo de todo vírus deve ser a desconstrução do corpo infectado.

BAUMAN: a maior evidência da sociedade líquida é sua dependência do álcool.

VILÉM FLUSSER: O dna do vírus não pode ser decodificado porque a escrita acabou.

FOUCAULT: esses métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo são o que podemos chamar vírus.

WALTER BENJAMIN: a reprodutibilidade excessiva e sem freios do vírus traz como consequência a perda de sua aura de sacralidade.

SIMONE DE BEAUVOIR

Não se nasce infectado, torna-se infectado.

SARTRE: nada a retificar, o inferno são os outros.

PROVÉRBIO POPULAR: se o vírus não vai até a pessoa, a pessoa vai até o vírus.

MARX: trabalhadores do mundo, separai-vos.

OLAVO DE CARVALHO: o vírus é um idiota, eu sou um idiota. Na verdade nem sei o que estou fazendo aqui nesta lista, nunca fui filósofo, só faço mapa astral.

CRISTO: amai-vos uns aos outros ficando longe uns dos outros.

JUDITH BUTLER

O fato de esta lista ser composta por 95% de homens revela como a história da humanidade é a história da dominação patriarcal. Homens são o verdadeiro vírus.

 

 

 

METIDO À BESTA


Claudia Laitano traz na sua coluna de hoje, um episódio sobre prepotência & empáfia, relatado por Érico Veríssimo no livro "A volta do Gato Preto".

Ahhh... e se a gente abrisse a boca pra falar dos “presunçosos de minha terra”?
Engulo.

Por outro lado, fui num bate papo com escritores em Porto Alegre num ano em que a gente podia se reunir sem máscara.

E lá um escritor que havia conquistado 2 jabutis – um dos mais importantes prêmios literários do país.

Conversamos antes de sua palestra. E assim como Érico Veríssimo fiquei admirada da sua “atitude desafetada”:

- Ganhar jabuti não significa muito. Mesmo depois desses dois já tive livro recusado por editora e acabei financiando do meu bolso os custos da edição. É sempre uma batalha, publicar.

Suspirei. 
O que dizer então das escritureiras como eu?

julho 24, 2020

LF VERÍSSIMO


 "Você não constrói a sociedade mais desigual do mundo
sem que isso seja uma obra de anos, deliberada,
com a notória ausência de qualquer tipo de grandeza moral."

DENIS RUSSO BURGIERMAN




“Vai ficar na História que, quando o Brasil enfrentou a pandemia de 2020, COUBE AO EXÉRCITO BRASILEIRO operar uma intervenção no Ministério da Saúde, EXPURGANDO OS EPIDEMIOLOGISTAS QUE TRABALHAVAM LÁ, desarticulando seu plano de ação e trabalhando para adulterar dados, ocultando mortes, PARA ESCONDER O FRACASSO GOVERNAMENTAL no combate à pandemia. (...)

O absurdo da situação é agravado pelo ridículo: generais ficam dando pitos na imprensa para exigir que seja noticiado o número de pessoas curadas, em vez de focar tanto nas mortes. (...)

O Laboratório do Exército parou tudo o que estava fazendo para gastar milhões de reais de dinheiro público na produção em massa de cloroquina, UM REMÉDIO INEFICAZ PARA A COVID E PERIGOSO PARA O CORAÇÃO, mas útil para a propaganda política de Jair Bolsonaro.

Está sobrando cloroquina no mundo, por causa dos maus resultados do remédio no tratamento da doença - O BRASIL ATÉ GANHOU ALGUNS MILHÕES DE DOSES GRÁTIS DO GOVERNO AMERICANO, QUE ASSIM NÃO PRECISOU JOGAR NO LIXO.

Ainda assim, em meio à escassez que vivemos, os MILITARES BRASILEIROS TORRARAM RECURSOS públicos para produzir 18 anos de estoque de um remédio inútil. (...)

A Alemanha, depois de sofrer com o militarismo, virou o único país do mundo onde um militar tem não só o direito mas a obrigação de recusar uma ordem errada, ilegal, imoral ou partidária. 

Fizeram isso justamente para que o exército não vire de novo um braço armado e acrítico para qualquer TIRANETE que se apossar do governo.”

PESQUISA

Quinho

O presicopata é pior avaliado entre os brasileiros de maior renda (61% dos que ganham mais de dez salários o desaprovam) e maior escolaridade (68% dos com nível superior).

Sua popularidade anda pior na região Nordeste (54% de rejeição) e Sudeste (51%).

Ela é melhor no Norte (53% o aprovam) e Centro-Oeste (49%).

No conjunto, 46% dos entrevistados o desaprovam e 43% o aprovam.

Nos últimos quinze dias, sua avaliação positiva teve alta de três pontos percentuais — uma alta que coincide com o silêncio do presidente e a diminuição de conflitos.

Esse verme  é mais popular entre homens (49%) do que entre mulheres (aprovação de 37%). 

os entrevistados, 43% consideram seu governo ruim ou péssimo, 30% ótimo ou bom e, 23%, regular.

Fonte: Poder360

O AVÔ MORREU, O PAI MORREU, O FILHO MORREU


“A cidade ia inaugurar um novo cemitério e pediu ao rabino uma frase para o pórtico.

Uma frase esperançosa, uma frase de alívio. Uma frase definitiva, para todo o sempre. 

O rabino pensou uns dias e veio com esta:

“O avô morreu, o pai morreu, o filho morreu”.

O prefeito e as demais autoridades se indignaram:
como assim essa enfiada de mortes para aliviar justamente a dor da morte?

Respondeu o sábio:
Que melhor coisa se pode esperar do que as mortes ocorrerem nessa ordem?

A morte é inevitável; se ocorrer na ordem certa, é uma tristeza a ser chorada.  Mas não é uma tragédia. 

Saber distinguir uma coisa e outra é uma sabedoria, que o tempo ensina, ou uma mera realidade, que ele impõe.”

Do excelente Parêntese, newsletter do Matinal Jornalismo, e onde minha amiga Jan Koch também escreve.


NOAM CHOMSKY


  Lajeado e as arvores que sumiram onde hj instalado o McDonald's.

“A emergência do coronavírus é grave, mas vamos superá-la. O que me preocupa são outras crises da humanidade: guerra nuclear e aquecimento global”.

FRAN SPOHR


Alberto Benett

 “Se fosse uma doença que matasse diariamente 10 banqueiros e o isolamento pudesse protegê-los, pode apostar que estaríamos todos amarrados na nossa cama, sem nem poder sair pra comprar comida e todo mundo ia achar bom.
Mas não, são apenas mais de mil brasileiros "peões" morrendo todos os dias.”

ANGELA RO RO


“Eu não votei nesse sistema. 
Não votaria em nada parecido com violência, deboche, armamento e com o total descaso com a vida humana que vemos agora em plena pandemia. Foi eleito, não foi ditadura. 
A democracia que vivemos hoje é pior que a ditadura declarada de anos atrás.” 

PEDRO FOLEGATTI


 “O fato de uma pessoa escolher não se vacinar ou não usar uma máscara não é uma escolha individual e repercute de forma bastante significativa na sociedade como um todo. 

Essas coisas se traduzem em aumento de custos no sistema de saúde e fundamentalmente em milhares de vidas perdidas”.

Folegatti, médico infectologista, único brasileiro atuando na linha de frente do principal laboratório de produção da "vacina de Oxford".

AROEIRA


julho 11, 2020

CAMÕES


“Os desgostos me vão levando ao rio 
Do negro esquecimento e eterno sono.”


         (Os Lusíadas, Canto X, Estância 9)

DIARIO DE CONFINAMENTO


No dia 24 de junho, furei a brincadeira de “marcar um livro importante por dia” no feissibuqui – e postei os seis logo de uma vez. O autor de um deles morreu, ontem.
 
Com a Lei da Anistia, os exilados voltaram. Logo, publicaram suas versões sobre a ditadura, a guerrilha. Comprei vários livros e fui descobrindo o avesso da história oficial.

Em 1979, o jornalista Alfredo Sirkis foi um dos que retornaram ao Brasil.
No ano seguinte publicou “Os carbonários”, livro de memórias, escrito enquanto vagava pela França, Chile, Argentina... Ganhou o Jabuti.

Sirkis, um dos fundadores do partido verde, se perdeu num acidente besta na BR 493. 

Não chorei porque essa ultima enchente já alagou os olhos de tristeza, e porque mais de 70 mil mortes por covid nesse país, debilita a esperança.



Inspirada por essa literatura pós-repressão,
tateando entre o imaginário e o real,
baseado em depoimentos exclusivos de algumas pessoas de Lajeado,
tá chegando pela #EditoraLibélula, pequena tiragem do
meu livro “Engole esse choro”.

🙏 Em tempo de confinamento, conto com os amigos e simpatizantes.
Ou tô ferrada. 


TEMPO DE POESIA NO CHÃO


POR QUE?


Gritos de motosserra:
dias contados?

julho 01, 2020

JOAO CEZAR DE CASTRO ROCHA

 “Chegou a hora de nós dizermos

com todas as letras que é um governo 

de extrema direita, 

unicamente interessado

num projeto autoritário de poder 

cuja finalidade última é eliminar todo aquele

que pense de forma diversa.”

COVID SEM CONTROLE


Bóligan

“O Brasil está pagando um preço elevado pela divisão criada por sua classe política e pelo comportamento do presidente Jair Bolsonaro de minimizar a crise.

A constatação é de Francesco Rocca, presidente da Federação Internacional da Cruz Vermelha, que avaliou a resposta à pandemia da covid-19 na América Latina.

"Vemos com preocupação o que ocorre com o Brasil", disse o italiano, considerado como uma das personalidades mais experientes no campo de emergências sanitárias. 

"Infelizmente, acho que Bolsonaro subestimou as consequências da covid-19 e estamos vivendo as consequências".

Segundo  Rocca, ao colocar a economia como prioridade, a resposta no Brasil mostrou suas falhas:

 "É o exemplo perfeito de quando a economia recebe prioridade sobre a saúde da população".

Nesta semana, dados da Organização Internacional do Trabalho confirmam que, enquanto o vírus não for barrado, a situação econômica e social deve apenas se deteriorar.”

Jamil Chade


DOIS MOMENTOS NO MEC

 Que pena,
sinceramente, 
que pena.
O ex-futuro Ministro.

TEMPO DE ENCHENTE?

A cultura de Lajeado:
as enchentes.
 Turismo em Lajeado:
enchentes.
 Votos em Lajeado:
enchentes
 Enchente & Tornardo

 Economia em Lajeado?
Enchente
Solidariedade em Lajeado?
Nem na enchente.

O DESMONTE DO SUS



Para Adriano Massuda, professor da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador-visitante na Escola de Saúde Pública de Harvard, frente a pandemia:

“Só não estamos em situação pior justamente porque nós temos o SUS e porque o Brasil tem uma tradição em programas de saúde pública”.

O problema, afirma Massuda, é que justamente essa tradição de saúde pública está sendo ameaçada com a profusão de militares e profissionais sem experiência instalados em cargos-chave na atual configuração do Ministério da Saúde.

O pior, segundo o professor, é que mudanças nas engrenagens do sistema que foram construídas ao longo dos últimos 30 anos podem fazer um “estrago” muito além da pandemia.

Como é que vai ficar a coordenação nacional do câncer?

Como é que vai ficar a política nacional do HIV, do sangue e hemoderivados, e as vacinas que dependem da ação do Ministério da Saúde?

É algo muito arriscado e a sociedade tem que ficar bastante atenta. O problema não é só a covid-19.
Pode haver um processo de desmonte da engrenagem que fez o sistema de saúde funcionar nos últimos 30 anos que é muito perigoso. 

O Exército pode estar puxando pro seu colo a responsabilidade de desmontar o sistema de saúde brasileiro. Esse sistema que é essencial para garantir a segurança sanitária do nosso país.

Na íntegra: https://brasil.elpais.com/brasil/2020-06-25/nem-o-pior-ministro-da-saude-fez-o-que-exercito-esta-fazendo-desmontando-a-engrenagem-do-sus.html?rel=mas

FERNANDONA & ROCHA



 “Sem guerra cultural, não há bolsonarismo”, afirma o professor João Cezar de Castro Rocha, autor do livro Guerra cultural e retórica do ódio: crônicas do Brasil, a ser lançado em breve.

GOLPE ORVIL



"O que conformou a mentalidade de Jair Messias Bolsonaro e seu clã?"

O Bolsonaro, mais do que um político, é uma franquia; há uma franquia Bolsonaro de políticos.



Para o professor João Cezar de Castro Rocha, a mentalidade de Bolsonaro foi moldada numa linha muito particular do Exército brasileiro: o ressentimento, "a partir da repercussão de um autêntico livro-monumento lançado em 1985 que é o livro Brasil: nunca mais.



Esse é um livro particularmente importante porque denunciou as torturas, as arbitrariedades e desaparecimento de corpos da ditadura militar de uma forma incontestável.

Sob o patrocínio do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, ele principiou em 1979, quando os advogados de presos políticos tiveram acesso aos processos de seus clientes e ganharam o direito de ficar com eles durante 24 horas.

Eles xerocaram os processos do Superior Tribunal Militar, reunindo aproximadamente 6 mil páginas, e eis a surpresa: em processos instruídos pela própria Justiça Militar, isto é pela própria ditadura militar, os presos denunciaram aos juízes militares as torturas que haviam sofrido.

O Brasil: nunca mais reúne um conjunto de depoimentos de jovens de 20 e poucos anos, extraídos dos processos da Justiça Militar, em que todos fazem o mesmo relato, alguns dizem que foram usados como cobaia em aulas de tortura.

O livro foi um sucesso absoluto quando lançado, vendeu mais de 100 mil exemplares e teve enorme repercussão no exterior.

Ele ajudou a consagrar, no período da redemocratização, uma imagem das Forças Armadas associada à repressão, à tortura e à morte. Isso marcou muito uma geração do Exército brasileiro que, por isso, sempre teve um projeto revanchista, baseado num processo revisionista.

É por isso que na mentalidade bolsonarista nega-se a existência de tortura, nega-se que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos piores torturadores da história da humanidade, tenha torturado.

A mentalidade bolsonarista não nega apenas a Covid-19, nega também as torturas da ditadura militar.

Os militares formaram então o projeto Orvil, que é livro ao contrário, coisa bem de militar.

É literalmente o Brasil: nunca mais de cabeça pra baixo, não são mais os crimes da ditadura, mas sim os da luta armada. É uma lista longa de grupos armados, dos desmontes desses grupos e dos crimes que os militares consideram que eles cometeram."

(...)


Agora, na narrativa do Orvil, a quarta tentativa de tomada de poder ocorreu pela tentativa de infiltração nas instituições, sobretudo as de cultura: imprensa, arte e universidade. 

Não é verdade que por trás, por exemplo, da reunião do dia 22 de abril o ministro do Meio Ambiente disse com uma desfaçatez muito impressionante:


“Aproveitemos que os olhos da imprensa estão voltados para a Covid e vamos passar de boiada dispositivos infralegais”?

Em dado momento, a ministra Damares se vira para o então ministro da Saúde Nelson Teich e diz: 

“Ministro, o senhor chegou agora no time. No seu ministério há muitos abortistas e feministas, não vamos permitir que as grávidas que contraíram Covid façam aborto”. 

Isso é inacreditável. 

O ministro da Educação sugere prender os “vagabundos” do Supremo Tribunal Federal. 

Todas as ações do governo são de destruição das instituições que correspondem às instituições assinaladas pela narrativa do Orvil como as que pretendem impor o comunismo no Brasil. 



Quando eles falam em extrema imprensa, a matriz narrativa está no Orvil.

O que acontece quando você entrega a Fundação Zumbi dos Palmares a uma pessoa que nega a existência do racismo no Brasil e que sugere que o Dia da Consciência Negra seja abolido para a criação do dia da Consciência Humana?

Quando você entrega o Iphan, um dos órgãos mais antigos e longevos da precária estrutura de cultura no Brasil, para uma blogueira que se define como “turismóloga” é a mesma coisa.

 A Fundação Casa de Rui Barbosa, que armazena manuscritos de Clarice Lispector, de Manuel Bandeira, de Otto Maria Carpeaux, de João Cabral de Melo Neto, da nata da literatura brasileira, para uma roteirista da TV Record, a Letícia Dornelles, que não tem qualificação mínima legal para exercer o cargo, é ou não é uma destruição?

Quando a Capes [Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior] corta 6 mil bolsas de pós-graduação na calada da noite, é ou não é uma destruição?

O CNPq agora lançou um edital de iniciação científica e retirou do edital a área de humanidades. Isto nunca aconteceu em nenhum lugar do mundo. É chocante, mas segue a narrativa do Orvil. (...)


Se as Forças Armadas embarcarem na aventura golpista do Bolsonaro, a situação será tenebrosa. As instituições estão demorando a reagir.