janeiro 27, 2013

PESO


.to arrasada. nunca assim. nunca tanta dor. nunca tanta tristeza. por todos que deixaram seus pais  e filhos sem chão. por todos jovens que em menos de três minutos morreram asfixiados pela fumaça numa maldita boate gaúcha que não se preocupou com a segurança. por toda corrupção que envolve prefeitura, bombeiros e fiscais.penso  nos pais que estavam felizes porque seus filhos tiveram a chance de cursar uma faculdade publica e por isso em pleno janeiro estavam em santa maria. to arrasada. nunca assim. nunca tanta dor. dor.dor.dor.dor.dor.dor.dor.dor.dor










Solidão, o silêncio das estrelas, a ilusão
Eu pensei que tinha o mundo em minhas mãos
Como um deus e amanheço mortal

E assim, repetindo os mesmos erros, dói em mim
Ver que toda essa procura não tem fim
E o que é que eu procuro afinal?

Um sinal, uma porta pro infinito, o irreal
O que não pode ser dito, afinal
Ser um homem em busca de mais, de mais...
Afinal, como estrelas que brilham em paz, em paz...

janeiro 10, 2013

HENRICH HEINE

“Onde se queima livros, 
se queimam homens.”

DEUS SABE QUE TU CAÍSTES


1.um dia você descobre. todo buraco tem uma chave. toda chave abre uma caderneta. toda caderneta guarda segredos. todos segredos são segredos porque você não suporta  uma relação cifrada. quando é. quando é você quem vai sangrar. se já não sangrava antes. isso não é um confessionário. não é um divã. não é um projeto. são dois objetos sólidos. palpáveis. uma chave, uma caderneta. e você mexeu onde não devia. uma colmeia. um cofre. um bolso das calças. embaixo do sofá-cama. recônditos. quebra-cabeça. você nunca foi boa em anagramas. além do que você é covarde. desprezivelmente covarde. se você vai em frente precisa saber onde você quer chegar. abrindo a porta alguém pode entrar. ou partir. e nunca mais voltar.


janeiro 02, 2013

FINNEGANS WAKE

photo by Hildegard Rosenthal

“Que choques cá de querências contra carência, ostragodos versus piscigodos!Brékkek Kékkek Kékkek! Kóax Kóax Kóax! Ualu Ualu Ualu! Quaouauh! Onde bandos de botocudos inda avançam para arrasamassacrar linguarudos e verduns catapultarremessam contra kanibalísticos para fora da irlandalvosboycia de Montecaveira".

DUBLIN: UMA CIDADE LITERARIA


Termina setembro, mal começa outubro, avisto a Irlanda.
Não entendo de província e condados. 
Mas a chuva é a mesma para todos.
E Dublin de vikings e celtas é molhada e...
... cheia de flores mesmo em dias frios.

Pulsante e viva entre os prédios antiqüíssimos e entre os milhares de estudantes de outras nacionalidades que estão trabalhando por lá. Desconfio: útero da Guiness. Centenas de pubs e cervejarias na Temple Bar.  Muitos brasileiros bebuns entre os ruivos bebuns dublinenses.
 Um dos escritores fama do mundo, James Joyce. 16 de junho: Bloomsday. Feriado para lembrar Ulisses. Joyce usou da realidade sobre uma camada de ficção na sua literatura. Talvez por isso, por escrever sobre os vizinhos dublinenses...
“Ele fizera muitos inimigos entre as pessoas que conheceu e transformou, sem disfarce, em personagens.”, disse Gordon Bowker, o biógrafo britanico.  Mas foi a novela “Silencio, Exílio e Astúcia” que revolucionou a literatura mundial:
"Eu vou dizer-te o que farei e o que não farei. Não irei servir aqueles nos quais não acredito, quer seja a minha casa, a minha pátria ou a minha igreja: e vou tentar exprimir-me nalguns modos de vida ou de arte tão livremente quanto possa e durante o tempo que puder, utilizando para minha defesa as únicas armas que me permito usar:”

 Joyce fez o que deveria eu ter feito: abandonou  a cidade aos 22 anos. E nunca mais voltou.
Na Parnell Square, o Museu dos Escritores: Samuel Beckett Nobel de 1969) , Oscar Wilde, Bernard Shaw, William Yeats, Joyce, Bram Stocker, o pai de Drácula, só para ficar entre os mais conhecidos... 

O Brasil ainda não viveu a sua revolução cultural...
«Um sacrifício demasiado longo
Pode em pedra um coração tornar».
Yeats

A revolução cultural neste país só acontecerá quando cada um dos 5. 565 prefeitos brasileiros tomarem vergonha na cara e investirem realmente em Educação.
 
Talvez, daí as Artes, o Esporte e a Saúde tomem jeito, assim como a diminuição da bandidagem. É preciso vontade política e não superfaturamento e propina para os bolsos dos prefeitos e seus comparsas. Raiva, caio sempre em lugar comum.
Loja de balas!
para adoçar meus olhos.

National Concert Hall
Não resisto, abro a porta e espio.
É no National que encontro Rodrigo Paranhos, de São Jose do Rio Preto.
 Dois anos em Dublin.
Deve casar com uma linda moça irlandesa e de lá nunca mais voltar.
Tomando o rumo inverso de Joyce.
Musica em  muitas esquinas, 
em todos os bares.
Molly Mallone no final da Grafton Street...

«Um sacrifício demasiado longo 
Pode em pedra um coração tornar»


 «Tudo mudou, tudo mudou completamente:
Uma terrível beleza nasceu.»


 «E que importa se por excessivo amor...


...Enlouqueceram até à morte?»
Yeats
Easter, 1916

Dublin dos dublinenses
dos castelos e pontes
bueiros e subterrâneos
onde a vida acontece.