Pintura de Jean Baptiste Debret (cerca de
1834), Teatro Real de São João, atual João Caetano.
Em 1833, João Caetano ocupa um teatro em Niterói, e com um elenco de atores brasileiros dá início à Companhia Nacional João Caetano. Portanto, ele é considerado o pai do teatro brasileiro.
“O ator também exerceu as funções de empresário e
ensaiador. Seu gênero favorito era a tragédia, mas chegou a
representar papéis cômicos. Além de atuar em muitas peças, tanto no Rio como
nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte de
representar: Reflexões Dramáticas, de 1837, e Lições Dramáticas,
de 1862.
Encenava muitos clássicos europeus, mas em 1839, apresentou textos de dramaturgos brasileiros como Josué Magalhães e Martins Pena, autor de 30 peças, sendo que suas 22 comédias tratam do cotidiano carioca.
Da
primeira geração de atores brasileiros, a gaúcha Estela Sezefreda dos Santos,
esposa de João Caetano e Martinho Corrêa
Vasques, um ator negro e o cômico principal da companhia de João Caetano. Vasques se apresentava nos espetáculos teatrais em
benefício da alforria de escravizados e de irmandades católicas de negros e
homens livres pobres na década de 1840. Atuou na capital imperial e nas
províncias do Rio Grande, São Paulo, Pernambuco e Bahia.
Theatro Sete de Abril, Pelotas
João Caetano andou por aqui...
Consta no jornal O Rio-Grandense, de 6 de
julho de 1854, sua vinda à cidade de Rio Grande e ao Teatro Sete de Abril, em Pelotas, o primeiro teatro do Rio Grande do Sul:
“Parece fora de dúvida que o insigne ator, o Sr.
Comendador João Caetano dos Santos, tendo resolvido visitar esta província, nos
dará brevemente algumas noites de distração, honrando o palco Rio-Grandense.
Congratulamo-nos com a província por ter de receber em seu seio, e aplaudir um
hospede de tão elevado mérito, um não vulgar talento na arte dramática.
Os preparativos para o recebimento que nossos jovens influentes encabeçarão, e
a que se vão chegado todos os que sabem graduar o mérito, não são mais que um
justo brinde com que se quer corresponder à visita do distinto artista.”
A comunidade rio-grandina compareceu em peso! Cerca de
mil pessoas foram prestigiar o artista.
“Resolvendo-se o distinto artista, o comendador João
Caetano dos Santos, fazer um passeio a esta província, e tendo o empresário
Manuel José da Silva Bastos conseguido que ele honre o palco Rio Grandense,
trabalhando com sua companhia, abre na cidade de Pelotas uma assinatura para
oito espetáculos dramáticos em que tem de representar o mestre da cena, o
indicado artista.”
Em 2 de novembro de 1854, João Caetano retorna para corte, no Rio.
Machado de Assis, jovem.
Em 1859, Machado de Assis escreve uma crítica teatral e
diz q o teatro de Joao Caetano encontra-se ultrapassado. Saem as tragédias
neoclássicas, dramas românticos e melodramas e entra o teatro realista, a
“naturalidade”, a comédia moderna.
Que soco não deve ter sido isso...
"Entendendo o teatro como “lugar de distração e ensino”, o
jovem crítico Machado conclama os seus leitores: “Ao teatro! Ao teatro!”,
porque é lá que a sociedade mostra todas as suas faces: “frívola, filosófica,
casquilha, avara, interesseira, exaltada, cheia de flores e espinhos, dores e
prazeres, de sorrisos e lágrimas!”."
Teatro
João Caetano, na Praça Tiradentes, antigo Largo do Rocio, Rio.
“Pode-se dizer que raras vezes Machado dirigiu elogios a
João Caetano ou às peças por ele representadas no S. Pedro de Alcântara, quase
sempre melodramas ou dramalhões ultrarromânticos. Reconhecia o talento do
famoso ator, mas não lhe perdoava o repertório anacrônico, a falta de
iniciativa para se atualizar enquanto artista, o que significava manter o seu
público distanciado das novas tendências teatrais.”
POR QUE ESCREVO SOBRE?
... porque acho que agora vou me voltar para o teatro. Para estudar e escrever sobre.
E para descobrir Quem é a mãe do teatro brasileiro?