ÜBERDRUSS
dezembro 29, 2021
DIA DE AUDIO CRÔNICA
Contagem regressiva
To muito esperançosa.
Só tô pelo dia 2 de outubro de
2022.
... se a corja nos quarteis não der um golpe militar,
se a imprensa não tacar o fogo da desinformação e do preconceito nas suas páginas, câmeras e microfones,
se os institutos de pesquisa não fraudarem a verdade,
esse governo fascista, insano e criminoso será
derrubado.
Acho que nem vamos precisar se escabelar, se esguelar por aí:
o capeta, o coisa ruim tá se jogando no perau do próprio inferno. Que
queime junto com sua família e os amigos milicianos.
À propósito, você que me espia: um Feliz 2022!
ANO CHINÊS
Li que o ano chinês que inicia dia 1º de fevereiro e será regido
pelo Tigre na astrologia deles.
E daí?
Daí que a humanidade vai dar grandes passos no caminho de
sua evolução.
O Tigre é um revolucionário, idealista, que luta por um ideal maior, que visa ao
bem de todos, pensando sempre em mudanças positivas.
No ano do Tigre, a revolta, a forte necessidade de retomada da liberdade...
O Tigre vai esmagar o verme que habita Brasília.
dezembro 22, 2021
DIA DE AUDIO CRÔNICA
Jesuisinho... Sabe como gostaria de escrever algo bom e de positivo para essa crônica de Natal, né?
Ainda mais agora que a gente viu as urnas chilenas
concederem vitória para um antibolsonaro. Fora, Fora, Fora genocida!
Ai, meus reis magos... Só de lembrar do coiso perco
a cabeça, as guampas, tudo!
Estrela-guia me bota de volta no bom caminho!
Grata!
A bem da verdade não aguento mais esses Natais vazios:
Sem espiritualidade, sem reflexão.
Esse Natal de bacalhau salgado, esse Natal de parente bêbado, esse Natal de
corre-corre, suado, de Papai Noel
cobrar 400 reais, de criança ganhar dinheiro de presente, que dinheiro? Deem cesta básica pra essas crianças!
Pelamordeus... 14 milhões de desempregados, mais de 600
mil mortos por covid, a Ômicron derrubando os pinheirinhos, o panetone recheado
de H3N2 ...
E a gente quer fazer tim-tim?
Jesuisinho na manjedoura, desculpe... Onde foi parar o
meu espirito natalino?
Mas agora tô ajoelhada, tô me defumando e mandando boas energias pra
todos vocês também. Juro!
Tô pedindo limpeza geral, uma boa assistência para 2022 e
que todos os caminhos se abram para
vivermos em equilíbrio, em paz e com
muita proteção do Divino.
dezembro 15, 2021
DIA DE AUDIO CRÔNICA
Conexões cuidadosas
Esses últimos dias, o sentimento de Amizade surgiu aqui e ali, por entre as minhas escutas afetivas.
E quando falamos sobre Amizade sempre me lembro do filme O Carteiro e o Poeta.
Assisti em Lajeado - naquele cinema das poltronas cor-de-rosa que depois virou câmara de vereadores, infelizmente.
Vi mais do que uma vez porque comprei o dvd.
Além da trilha sonora linda, tem uma
fotografia deslumbrante e uma cena que choro feito uma terneira desmamada. Como pode, né? O que toca um, não toca o outro.
Amizade.... O valor que damos a ela. Bem coisa de aquariana!
Agora, fim de ano, a gente passa a régua e soma:
o quanto mudamos, o que foi importante, o que ficou para trás.
E percebe que várias amizades sumiram... É assim, né?
Muda o foco, mudam as relações.
Ou eram amizades de interesse?
Vocês já notaram que quando os pais se mudam de casa,
ou as crianças de escola, mudam também as amizades?
Quando na turma de casais, um fica na merda, o grupo de amigos se afasta?
E quando o amigo troca de emprego? Lá se vai a amizade também...
E quando se separam? Os casais amigos isolam um dos dois - ou ambos?
E no fim da faculdade? De colegas felizes, viramos amargos concorrentes.
E quando alguém da família adoece, gravemente?
Que solidão... Raros os que continuam por
perto.
Com o Tempo, nada como o Tempo! – vamos entendendo que algumas amizades são realmente apenas movidas por interesses. Claro, com uma camada de verniz afetivo.
Esse verniz pode ser uma força, um festerê, um jantar,
uma viagem,
caminhadas por aí, um livro emprestado.
Até que um dia, surge um “quando”...
Não adianta, né?
A vida esfrega na cara que
a falsidade tem vários degraus nessa escada social.
Mas não te joga, não vale apena!
Cuida para não escorregar, pisa com cuidado.
Simone de Beauvoir diria: “Salva-te
por inteiro.”
Dias sensíveis esses de fim de ano...
Cinco mil amigos nas redes sociais não significa, na real, nem 50.
Talvez uma mão cheia, de amigos bem
sinceros, se a gente tiver sorte.
Acho que vou rever o filme Il Postino.
No mais, continuemos aqui e... só entre nós: Fora Bolsonaro!
Trilha sonora: O carteiro e o poeta com a Orquestra de Ouro
Preto.
CESAR NO CUCA INTERIOR
dezembro 06, 2021
DIA DE AUDIO CRÔNICA
Quando acabei de ler a excelente biografia do escritor João Gilberto Noll:
“João aos pedaços”, de Flavio Ilha, fiquei com a frase dele na cabeça por muitos
dias quando questionado por que escrevia:
“Às vezes você escreve para não precisar matar ninguém na
vida.”
Comecei a me perguntar por que ainda escrevo quando sei que meus colegas escrevem muito, mas muito melhor do que eu. Então perguntei, por que tu escreve?
Pita Rabaiolli: “Escrevo para me achar dentro de mim. Por autopirotecnia”
Piti Arruda: “Escrevemos porque não conseguimos guardar nossos próprios segredos.”
Alvaro Santi: “Escrevo para tentar remediar a comunicação entre os seres humanos. Já que a fala é tão imperfeita, tento fazer por escrito.”
Meire Brod: “Escrever é algo indissociável à minha condição. É o que me torna quem sou.”
Tiago Segabinazzi: “Escrevo porque há sementes que só germinam no silêncio e na solidão da leitura.”
Alcione Malheiros dos Santos: “Escrevo para não me sufocar. A escrita é meu respirador.”
Luciana Zart: "Escrevo porque é a minha maneira de esmiuçar o mundo."
Augusto Darde: " Pra fazer sentido."
Quero falar sobre João Gilberto Noll, apesar de ter lido pouco de seus 20 livros. O primeiro foi Rastros de Verão, no fim dos anos 80. A partir dessa leitura descobri que havia outro tipo possível de escrita. Mais honesta e talvez, mais cruel.
Trinta anos depois fui encontrar no balaio de uma livraria o livro de contos: Máquina de ser. Paguei
cinco reais e saí constrangida. Afinal, Noll havia recebido 6 vezes o Jabuti,
o premio literário mais prestigiado do
país.
E quando fiz a cadeira de Conto Brasileiro, no Pós em Literatura da Ufrgs, lembro que Noll sequer foi citado. Questionei à professora. Opções, acho que respondeu.
Naquele mesmo ano, o escritor morreu. E sobre esse fim trágico, Carpinejar escreveu:
“Noll
não morreu de causa natural, foi assassinado pela sociedade, pelo total
desprezo de nossas instituições pelos grandes artistas e narradores.”
“Às vezes você
escreve para não precisar matar ninguém na vida.”
Não duvidei nem por um momento dessa frase, sendo a
jornalista que sou...
E me pergunto se eu não fosse jornalista, seria uma assassina?
Vai saber, né? Para quem curte ler... Descubra João
Gilberto Noll.
Trilha Sonora: "De chegada", com o Quinteto Canjerana, na 6ª edição do POA Festival Jazz .
CUCA INTERIOR
Augusto Darde disse tudo:
“Bem contente com a diversidade de pessoas convidadas para o Cuca Interior.
Já foram 5 edições desse trabalho totalmente voluntário
de escritoras e escritores do Vale do Taquari, onde propomos conversas sobre
literatura, pensamento e sociedade.”
Te inscreve em nosso canal e nos acompanha! Aqui o link:
https://www.youtube.com/channel/UCUQJummuvxC_SvaCqqa_uhw
IN MEMORIAM
Floresta urbana... O ilustrador Wagner Passos tocou no
assunto.
Várias cidades ergueram bosques com árvores plantadas por
quem perdeu alguém para a covid. Chamaram de Bosques da Saudade.
Pensei que Lajeado também se engajaria já que fez um
parque à beira do rio Taquari.
Secou o banhado.
Derrubou quase tudo que havia, principalmente, eucaliptos.
Cortou centenas de arvores do corredor ecológico para abrir uma rua e privilegiar o dono da Havan.
Encheu de pedras a barranca do
rio, sufocou as arvores que resistiram a ultima enchente, sem dar chance para
reflorestar e derrubou mais outras para alargar a rua par os amigos chegarem com
seus carros e barcos até a beira.
Esses dias li sobre a Teoria da Estupidez, descrita pelo teólogo, pastor e membro da resistência anti-nazista, Dietrich Bonhoeffer:
Diferente da canalhice e do mal-intencionado, a estupidez não é uma falha no caráter ou súbita suspensão da razão...
Pertence a categoria do sócio-psicológico.
Além do que, a estupidez tem orgulho tem a provação do grupo, da “maioria” e a gente sabe quem é a maioria aqui na minha cidade... Sem defesa, a nossa impotencia.
Bosque da Saudade?
Que ideia bem de jerico... Não dá lucro.
Asfalto, terraplanagem e destruição, dá.
dezembro 01, 2021
DIA DE AUDIO CRÔNICA
UMA ODE A ALFONSINA
Gosto das canções poderosas de Mercedes Sosa.
Faz tempo que não escuto nada... Será que tenho algum vinil
dela?
Num sábado à noite, rodei ate o interior de Arroio do Meio, no lindo sítio do meu amigo Ratinho.
(Putz, não consigo chamar de Edson!)
O pessoal se reuniu para tocar & cantar – das coisas
mais antigas que a gente conhece para reunir amigos, ou pessoas com interesses
em comum – que bolha bem confortável essa dos “interesses em comum”, né?
Lá conheci a Karla, que cantou lindamente “Alfonsina y el
mar”, acompanhada ao violão por Alvaro Santi.
Precisava compartilhar com vocês:
Alfonsina foi mãe solteira numa época considerada quase um crime. Amputou um seio devido ao câncer.
Em outubro de 1938, Alfonsina Storni foi para um hotel em Mar del Plata. E lá escreveu uma carta ao filho e o seu último poema, antes de se jogar ao fundo do mar: “Voy a dormir”, publicado no jornal La Nacion.
Mercedes Sosa, em 1969, quando poucos exaltavam a potencia feminina, gravou o disco Mujeres
Argentinas, que traz a história de oito, entre essas “Alfonsina e o Mar”.
Naquela noite fria e escura, entre rostos conhecidos no
sítio do Ratinho, fiquei muito tocada com a interpretação da Karla. Acho que todos se emocionaram.
Um dos versos mais
bonitos da canção, se posso escolher, diz assim:
“Só Deus sabe a angústia que te acompanhou
Que dores velhas calaram tua voz
para que você se recostasse embalada
no canto das conchas marinhas
a música que cantas no fundo escuro do mar
Você se vai, Alfonsina, com sua solidão...
Quais poemas novos você foi buscar?
Uma voz antiga de vento e sal
destrói sua alma e a carrega consigo
e você vai para lá, como nos sonhos
adormecida, Alfonsina, vestida de mar...”
Trilha sonora: Alfonsina e o Mar com os próprios autores Ariel Ramirez / Felix Cesar Luna
KRENAK
... essa mesma gente chamada de "vereador" aprova a abertura do comércio aos domingos nessa cidade que se acha grande coisa.
Vereadores que não trabalham nem 15 horas por mês querem fazer os comerciários trabalharem de segunda à segunda-feira.
Quando o shopping abriu na minha cidade, junto a BR 386, eu trabalhava na loja que tinhamos lá. E dava muita uma raiva de sair correndo do churrasquinho de domingo, deixar os filhos, a família, para abrir a loja até as 8 da noite.
Hoje sei que é dificil encontrar gente para trabalhar no comercio aos sabados à tarde. O que dirá domingo?
Mas os nobres edis com seu 13º e outras regalias embolsadas, se acham no direito de fuder com os comerciarios. E a gente sustenta todos eles...
Me admira uma vereadora votar à favor... Cuida da cachorrada, mas não pensa no ser humano, nas mulheres...
Desconfio também que essa lei será promulgada para lamber o saco do novo periquito à margem da BR.
É a esses capitalistas que o líder indígena se refere:
"Com amplo apoio de sindicatos e entidades patronais, como a Acil, a CDL Lajeado e o Sindilojas, o projeto enfrenta rejeição principalmente no Sindicato dos Comerciários de Lajeado." Mas passou por conta de 8 criaturas...
Espero que nunca mais se reelejam.
Sabendo que a maioria dos comerciarios são mulheres,
é uma verdadeira traição dessas duas.
Trio 202 | Alfonsina Y El Mar (Ariel Ramirez / Felix Cesar Luna) | Instr...
UMA ODE A ALFONSINA Gosto das canções poderosas de Mercedes Sosa. Faz tempo que não escuto nada... Será que tenho algum vinil dela? Num sábado à noite, rodei ate o interior de Arroio do Meio, no lindo sítio do meu amigo Ratinho. (Putz, não consigo chamar de Edson!) O pessoal se reuniu para tocar & cantar – das coisas mais antigas que a gente conhece para reunir amigos, ou pessoas com interesses em comum – que bolha bem confortável essa dos “interesses em comum”, né? Lá conheci a Karla, que cantou lindamente “Alfonsina y el mar”, acompanhada ao violão por Alvaro Santi. Precisava compartilhar com vocês: Alfonsina foi mãe solteira numa época considerada quase um crime. Amputou um seio devido ao câncer. Sei lá... Mas, em outubro de 1938, Alfonsina Storni foi para um hotel em Mar del Plata. E lá escreveu uma carta ao filho e o seu último poema, antes de se jogar ao fundo do mar: “Voy a dormir”, publicado no jornal La Nacion. Mercedes Sosa, em 1969, quando poucos exaltavam a potencia feminina, gravou o disco Mujeres Argentinas, que traz a história de 8 delas, entre essas “Alfonsina e o Mar”. Naquela noite fria e escura, entre rostos conhecidos no sítio do Ratinho, fiquei muito tocada com a interpretação da Karla. Acho que todos se emocionaram. Um dos versos mais bonitos da canção, se posso escolher, diz assim: “Só Deus sabe a angústia que te acompanhou Que dores velhas calaram tua voz para que você se recostasse embalada no canto das conchas marinhas a música que cantas no fundo escuro do mar Você se vai, Alfonsina, com sua solidão... Quais poemas novos você foi buscar? Uma voz antiga de vento e sal destrói sua alma e a carrega consigo e você vai para lá, como nos sonhos adormecida, Alfonsina, vestida de mar...”