DIA DE AUDIO CRÔNICA
UMA ODE A ALFONSINA
Gosto das canções poderosas de Mercedes Sosa.
Faz tempo que não escuto nada... Será que tenho algum vinil
dela?
Num sábado à noite, rodei ate o interior de Arroio do Meio, no lindo sítio do meu amigo Ratinho.
(Putz, não consigo chamar de Edson!)
O pessoal se reuniu para tocar & cantar – das coisas
mais antigas que a gente conhece para reunir amigos, ou pessoas com interesses
em comum – que bolha bem confortável essa dos “interesses em comum”, né?
Lá conheci a Karla, que cantou lindamente “Alfonsina y el
mar”, acompanhada ao violão por Alvaro Santi.
Precisava compartilhar com vocês:
Alfonsina foi mãe solteira numa época considerada quase um crime. Amputou um seio devido ao câncer.
Em outubro de 1938, Alfonsina Storni foi para um hotel em Mar del Plata. E lá escreveu uma carta ao filho e o seu último poema, antes de se jogar ao fundo do mar: “Voy a dormir”, publicado no jornal La Nacion.
Mercedes Sosa, em 1969, quando poucos exaltavam a potencia feminina, gravou o disco Mujeres
Argentinas, que traz a história de oito, entre essas “Alfonsina e o Mar”.
Naquela noite fria e escura, entre rostos conhecidos no
sítio do Ratinho, fiquei muito tocada com a interpretação da Karla. Acho que todos se emocionaram.
Um dos versos mais
bonitos da canção, se posso escolher, diz assim:
“Só Deus sabe a angústia que te acompanhou
Que dores velhas calaram tua voz
para que você se recostasse embalada
no canto das conchas marinhas
a música que cantas no fundo escuro do mar
Você se vai, Alfonsina, com sua solidão...
Quais poemas novos você foi buscar?
Uma voz antiga de vento e sal
destrói sua alma e a carrega consigo
e você vai para lá, como nos sonhos
adormecida, Alfonsina, vestida de mar...”
Trilha sonora: Alfonsina e o Mar com os próprios autores Ariel Ramirez / Felix Cesar Luna
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