dezembro 01, 2021

DIA DE AUDIO CRÔNICA


 

UMA ODE A ALFONSINA

Gosto das canções poderosas de Mercedes Sosa.

Faz tempo que não escuto nada... Será que tenho algum vinil dela?

Num sábado à noite, rodei ate o interior de Arroio do Meio, no lindo sítio do meu amigo Ratinho. 

(Putz, não consigo chamar de Edson!)

O pessoal se reuniu para tocar & cantar – das coisas mais antigas que a gente conhece para reunir amigos, ou pessoas com interesses em comum – que bolha bem confortável essa dos “interesses em comum”, né?

Lá conheci a Karla, que cantou lindamente “Alfonsina y el mar”, acompanhada ao violão por Alvaro Santi. 

Precisava compartilhar com vocês:

Alfonsina foi mãe solteira numa época considerada quase um crime. Amputou um seio devido ao câncer. 

Em outubro de 1938, Alfonsina Storni  foi para um hotel em Mar del Plata. E lá escreveu uma carta ao filho e o seu último poema, antes de se jogar ao fundo do mar:  “Voy a dormir”, publicado no jornal  La Nacion.

Mercedes Sosa, em 1969, quando poucos exaltavam a  potencia feminina, gravou o disco Mujeres Argentinas, que traz a história de oito, entre essas  “Alfonsina e o Mar”.

Naquela noite fria e escura, entre rostos conhecidos no sítio do Ratinho, fiquei muito tocada com a interpretação da Karla. Acho que todos se emocionaram.

Um dos versos  mais bonitos da canção, se posso escolher, diz assim:

 

“Só Deus sabe a angústia que te acompanhou

Que dores velhas calaram tua voz

para que você se recostasse embalada

no canto das conchas marinhas

a música que cantas no fundo escuro do mar

 

Você se vai, Alfonsina, com sua solidão...

Quais poemas novos você foi buscar?

Uma voz antiga de vento e sal

destrói sua alma e a carrega consigo

e você vai para lá, como nos sonhos

adormecida, Alfonsina, vestida de mar...”

 

Trilha sonora: Alfonsina e o Mar com os próprios  autores Ariel Ramirez / Felix Cesar Luna



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