ÜBERDRUSS
setembro 30, 2021
CHICO CESAR
Um "fã" pediu ao cantor paraibano que parasse de fazer músicas politizadas:
"Carinhosamente, te pediria para evitar as de cunho político-ideológico. Tu és muito maior que eles todos. Tu não deves nada a eles. Eles que te devem. Tuas mãos são limpas. Não as coloque no fogo por nenhum deles".
Chico Cesar respondeu:
"Por favor, todas as minhas canções são de cunho
político-ideológico!
Não me peça um absurdo desse, não me peça para silenciar, não me peça para morrer calado.
Não é por “eles”. É por mim, meu espírito pede isso. E está
no comando.
Respeite, ou saia. Não veja, não escute.
Não tente controlar o vento.
Não pense que a fúria da luta contra as opressões pode ser
controlada.
Eu sou parte dessa fúria.
Não sou seu entretenimento, sou o fio da espada da história
feito música no pescoço dos fascistas. E dos neutros. Não conte comigo para
niná-lo.
Não vim botar você para dormir.
Aqui estou para acordar os
dormentes”.
DIA DE AUDIO CRÔNICA
Não fala mais sobre política, por favor!
Tá, então vamos fechar os olhos? Quase 15 milhões de desempregados no Brasil... Gente com fome, sem arroz, luz, sem gás...
Crise grotesca, né? E esse governo criminoso ainda no poder.
Fecha os olhos. Tão bom assistir documentários no
Netflix.
Fecha os olhos! Tamu junto... com todo conforto, comida na mesa, banho quente, tempo para bisbilhotar nas redes sociais....
Quem sou eu para filosofar a miséria? Soaria muito hipócrita.
Gente... Não parece que existem começos que não tem fim?
Por outro lado, tá na carta de suicídio do Barão de Holleben, lá de Rio Grande:
“É melhor um fim com horror do que um horror sem fim.”
Que esse gesto inspire o
impitchimavel... O financiador de atos antidemocráticos, o cara que ataca o Judiciário e o processo
eleitoral, que incentiva o povo a
andar sem mascara, a não tomar
vacina...
Quando penso que por muito menos Collor e Dilma, caíram...
Collor, há quase 30 anos, por ser ladrão.
Dilma, em 2015, por ser mulher, por não fazer
conchavos com uma Câmara de Deputados
corrupta.
Quando escuto, quando leio sobre a estupidez do imbrochavel , não posso deixar de pensar qual
a vaidade de entrar para a História como o pior presidente da república
brasileira?
Um medíocre que expôs
aos olhos do mundo, a sua família-facção envolvida em crimes de rachadinhas, funcionários fantasmas,
disseminação de fake-news...
E o povo votou nessa fraude que daria um basta à corrupção.
Não fala mais sobre política, por favor! – recebi no meu uatzap.
É... Um dia a História vai contar a história da PATRIA AMADA FALIDA , moralmente, falida - será q vai sobrar algo?
ESTÁTUAS DO BEM VERSUS ESTATUAS DO MAL
Há cinco anos, o jornal O Estadão divulgava que 8,9% dos
brasileiros se declaravam ateus.
Entre eles, Chico Buarque, Camila Pitanga, Drauzio
Varela, Karnal... - dá uma googleada e
pesquise, sê curiosidade
Às vezes, parece mais fácil crer no Diabo e suas maldades seculares, que incentiva as guerras – desde a sua primeira, que aconteceu na Suméria, hoje Iraque contra o Irã, em 2700 a.C, tudo por conta do que uns tinham e outros não. E ainda as guerras civis na China, na Rússia, dois Estados Unidos, a dos 30 anos entre católicos e protestantes.
Sim, a pata do Diabo na dizimação indígena em todo planeta, na crueldade da escravidão que atravessou séculos desde os tempos da Mesopotâmia, no holocausto de 6 milhões de assassinatos.
O Diabo da miséria, dos campos de refugiados, das maldades inimagináveis cometidas contra crianças e mulheres.
Deve ser por isso que a sociedade e os artistas não homenageiam Satanás. É uma imagem grotesca. Mesmo assim, em Segóvia, na Espanha, tentaram emplacar uma pequena estatua do demo.
A cidade guarda uma lenda que diz que Satanás foi enganado para construir o famoso aqueduto da cidade, erguido pelos romanos no século 1.
Só que os moradores não curtiram esse diabo que sorri ao tirar uma
selfie com um smartphone - seria amigável demais. Ora, quiseram emplacar logo na
Espanha que é tão crente!
Mas, em Lübeck, na Alemanha, quando operários construíam a igreja St. Mary's, século 13, dizem que o próprio Satanás parou no local da construção para ver o que estava acontecendo.
Os trabalhadores, com medo de contar a verdade, disseram ao diabo que estavam construindo um magnífico bar de vinhos.
Quando descobriu a farsa, o demo se preparou para destruir a igreja. Mas um operário sagaz prometeu-lhe que construiriam um bar de vinhos no mesmo bairro.
E Lübeck construiu a taverna Ratskeller do outro lado da rua da igreja. E o diabo ganhou uma estátua.
Talvez por isso proliferem estatuas de divindades
bondosas em todos os lugares do planeta.
Para lembrar aos homens e mulheres que o bem deve vencer o mal.
Pensei nisso quando li que a cidade de Encantado convidou
uma criatura desprezível e maldosa como Bolsonazi para inaugurar a estátua do Cristo
Protetor.
Santa estupidez. Coitado do Cristo. Já nasce com uma cicatriz diabólica.
setembro 22, 2021
JEAN-MARC CÔTÉ
Estas ilustrações são de Jean-Marc Côté. Apareceram originalmente em cartões de papel encerrado, em caixas de cigarros e charutos e, posteriormente, como postais.
Eles foram
produzidos pela primeira vez em 1899 para a Exposição Mundial de 1900 em Paris,
com cartões adicionais sendo lançados em 1900, 1901 e 1910.
Observe o quão visionário foi o ilustrador, no cartum dos alunos... Já se pensava num aprendizado conectado ao cérebro no início do seculo XX!
E aqui uma solução para os bombeiros de cidadezinhas que constroem prédios nas alturas sem terem escada Magirus, como no caso de Lajeado.
Bombeiros-ícaros?
DIA DE AUDIO CRÔNICA
A louca sou eu?
Alô Cape Cod, Lisboa, Porto Alegre, Floripa, Fortaleza, Brasília...
Até onde chegam essas
crônicas online... Que coisa mais louca, isso!
Continuo aqui nessa cidade pequena, com encontros nas esquinas, nos mercados, no clube, nas praças, onde quem fala o que pensa é taxada de louca para ter a sua voz desacreditada.
Como canta o MC Robs:
“Deus vê o meu esforço
Me dá proteção num mundão de maldade
Mais um sonhador nessa grande cidade
Fé no pobre
louco”
Cidade pequena é assim: falam da gente pelas costas como se
não fosse chegar até os nossos ouvidos...
Sabe, volta e meia a literatura e o cinema apresentam o louco da aldeia.
Vocês já assistiram “As Confissões de Henry Fool”? – um filme associado ao conceito de estrangeiro e diversidade, abordados por Foucault e Deleuze?
Escrevi um artigo sobre esse filme no pós em Filosofia.
Sobre a necessidade
de quadradizar a mente porque o personagem principal do filme é um deslocado - filtra o
mundo de forma diferente na sociedade hipócrita em que vive.
Henry Fool - como Schlomo, no Trem da Vida - são os diferentes, os loucos... Capazes de perceber as discriminações e
ameaças ao redor da existência
petrificada e mascarada da sociedade.
Ser apontada de louca por conta do que ando falando nessa
cidade burra e fútil onde vivemos... É um elogio. Juro!
Mudando de assunto: um convite literário aos amigxs:
Amanhã, as 20h30, nossa live no canal Cuca Interior, lá no Youtube.
Com Alvaro Santi, Augusto Darde, Jan Koch, Meire Brod e Telma Scherer
– porque o livro, As Avessas, dessa guria de Lajeado, tá bombando!
Para encerrar: louco é quem me diz... E não é feliz...
(Eu sou
... Com toda essa merda bolsonarista do Vale do Taquari, eu sou! Um tantinho, claro!)
Trilha sonora: Balada do Louco, dos Mutantes, com Leandro Brighi Sanches.
https://www.youtube.com/watch?v=nc1Ro4zH8x8
ENQUANTO ISSO, EM NOVAIÓRKI...
A primeira piada de Bolsonaro, logo no começo do discurso da ONU:
não há corrupção no governo.
Essa é a segunda:
quando ele assumiu, o Brasil estava à
beira do socialismo.
E essa a terceira:
os pastos no Brasil são os mesmos
desde o "descobrimento".
O discurso expressa uma confusão mental jamais vista na
ONU.
A fala na Avenida Paulista foi muito melhor. Bolsonaro
fez seu primeiro discurso depois do acovardamento.
A ONU ouviu um Bolsonaro requentado. A militância de
extrema direita deve estar arrasada.
Na sequência de tantas mentiras, ainda vai levar
chineladas de Joe Biden.
setembro 15, 2021
IRENE BRIETZKE, EVOÉ!
Minha homenagem a grande dama do teatro gaúcho, Irene Brietzke, que partiu silenciosamente, ontem.
Conheci o trabalho de Irene, no inicio dos anos 80, quando
veio a Lajeado com o seu grupo Teatro Vivo. Apresentaram "A
aurora da minha vida", de Naum Alves de Souza, no Cine
Alvorada. Com ela, as talentosas Mirna Spritzer e Denize Barella, que depois
foi minha professora de teatro e com quem muito aprendi sobre ética teatral.
TEATROGRAFIA
"Almas gêmeas", de Martha Medeiros,
"Rio Grande do Sul em música e dança",
"Trem-bala", de Martha Medeiros,
"Noite Brecht", a partir de canções de Brecht e
Weill,
"Biba, Dudu, Molenga e Chorona" (infantil),
"O menino maluquinho, de Ziraldo (infantil),
"Um homem é um homem", de Brecht,
"Parentes entre parênteses", de Flávio de
Souza,
"Peer
Gynt", de Henrik Ibsen,
"Mahagonny, de Brecht e Weill,
"A aurora da minha vida", de Naum Alves de Souza,
"O casamento do pequeno burguês (segunda montagem),
"No natal a gente vem te buscar", de Naum
Alves de Souza,
"O rei da vela, de Oswald de Andrade,
"Happy
end", de Brecht, Weill e Elisabeth Hauptmann,
"Salão grená", a partir de canções de Brecht e
Weill,
"Praça de Retalhos", de Carlos Meceni (infantil),
"Frankie,
frankie, Frankenstein", baseado em Mary Shelley,
"O casamento do pequeno burguês", de Brecht,
"A cantora careca", de Ionesco – sua primeira
montagem.
Irene Brietzke fez cinema e televisão e recebeu vários prêmios pelo conjunto de sua
obra:
1990 - Prêmio Qorpo Santo, da Câmara de Vereadores
de Porto Alegre,
1991 – Prêmio Na-Amat, da organização
internacional As Pioneiras,
1998 - Prêmio Ieacen,
do Instituto Estadual de Artes Cênicas,
2009 - Prêmio Joaquim
Felizardo, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre
DIA DE ÁUDIO CRÔNICA
O ESPETÁCULO CONTINUA
“Para que fingir no
palco, se fingimos todos, diariamente?
Se a própria vida é um fingimento da natureza, cuja única verdade é a morte?” - pergunta o dramaturgo Eugene Ionesco, Pai do Teatro do Absurdo.
Dizem que a vertente
filosófica do Existencialismo surgiu para explicar o espanto do homem após a 2ª
guerra e seus horrores bélicos. Sem esperança, os homens foram obrigados a
contemplar o seu próprio vazio, a sua própria desumanidade e a sua falta de
comunicação num mundo sonâmbulo.
Em 1961, em plena
ditadura, o gaúcho Walmor Chagas montou O Rinoceronte, de Ionesco. Sobre o que
se tratava?
Um pesado
rinoceronte surge na rua de uma cidadezinha. Algumas pessoas acham que aquilo é
uma miragem. Outras, que é preciso chamar a policia.
As pessoas discutem
amenidades sobre aquela aparição animalesca que não vai embora. Até que o
rinoceronte surpreende a todos e esmaga
com a sua pata, um gato.
Aos poucos, as
pessoas sentem os sintomas de uma
rinocerontite e se transformam no animal. Menos o personagem Bérenger.
O rinoceronte é uma
grande sátira ao nazismo, ao pensamento fascista.
Os eleitores de
Bolsonaro talvez não soubessem do que esse rinoceronte seria capaz de fazer.
Votaram nele. E continuaram a tocar a vida.
Fizeram o mesmo que os personagens passivos de Ionesco: ignoraram o paquiderme criminoso. E logo as
autoridades, a imprensa, as instituições também se viram bolsonerontes.
Até o infeliz
Bèrgere fica na duvida se não seria
melhor ele também ter um chifre na testa, a pele dura e gestos
animalescos, como todos aqueles que se
transformaram em rinocerontes.
Essa peça teatral é
uma crítica aos conformados, aos alienados que acham que o rinoceronte que
elegeram é um sonho. Mas é um pesadelo.
Não duvido que a
pata de Bolsonaro, e seu paquiderme exercito, nos esmague.
E, talvez, nós sejamos os anormais que não viraram
rinocerontes, e por isso precisam ser
eliminados.
Mas, Bèrgere não se
entrega e diz:
“A mim é que vocês não pegam! Eu não vos
seguirei! Eu não vos compreendo! Continuarei como sou. Sou humano, um ser
humano!”
Ahhh, o teatro...
Tão sofrido teatro, sempre.
Trilha sonora: Além do arco íris, com Yo-Yo Ma e
Kathryn Stott .
#PRIMAVERA DAS AVESSAS
Tenho tanto orgulho da lajeadense Telma Scherer! Foi atras dos seus sonhos....
Fez teatro, fez filosofia, fez doutorado, foi embora dessa cidade... zinha, de pensamentinhos curtos, ambiciosa, de invejas & picuinhas e de racismo abertamente declarado.
Mora em Floripa. E seu último livro As Avessas, traz esse mundinho que a gente tão bem conhece, entremeado com personagens de outros romances e questionando o leitor. Adorei.
Sobre isso falaremos na próxima 4ª feira.
CIDADE... ZINHA.
Uma coisa leva a outra, uma coisa leva a outra, uma coisa... Recebi um e-mail questionando onde moro.
Não respondi. Por que vejo que os bolsonaristas andam muito agressivos na minha cidade.
Para quem tá de passagem por esse humilde blog, respondo que moro em Lajeado, cidade com 85 mil
habitantes. Sendo que, 71,65% dos eleitores votou num integrante da facção Vivendas da Barra.
setembro 10, 2021
setembro 01, 2021
PARKLETS
Eles querem humanizar a cidade... Não adiantou a jornalista da Globo, Sonia Bridi, dizer em alto e bom som que a melhor tecnologia, o melhor conforte climático, o maior refrigério espiritual é plantar árvores?
Não adiantou orra nenhuma a fala dela?
É que ao plantar árvores ninguém ganha comissão por fora, né?
Só povo lucra, né? E o povo tem mais que se afumentá, né?
Vão tomar no c*.
DIA DE ÁUDIO CRÔNICA
"ESTE É UM PAÍS QUE VAI PRA FRENTE
DE UM POVO UNIDO DE GRANDE VALOR"
Viva Lajeado!
Por aqui, a banda podre da sociedade vai glorificar o seu
líder supremo nesse Sete de Setembro. Que
data bem escolhida!
Posso fazer uma sugestão aos nazifascistas de Lajeado? Pra
quem vai se reunir na rótula da Univates para uma carreata de apoio ao Hitler
deles? Posso?
Não façam carreata.
Marchem, será muito mais impactante.
Não
querem o fim do voto impresso? Marchem, como antigamente.
Pensem bem... Vocês vão se amontoar perto da universidade?
Bolsonazi odeia
educação e cultura. Esqueceram?
Organizem a saída em frente à Prefeitura. E contem com o
apoio do governo Caumo-Schumacher! E não se esqueçam de convidar o prefeito de
Estrela, Schneidinha, que esteve na frente do seu ídolo, na semana passada,
cheio de gratidão ao Bolsoanta que empurrou o país para a maior merda nacional da história.
Então, a carreata desce a Júlio May, passa pelo Canal, sobe
a Bento Rosa, passa pela lateral da Havan – ali deixem organizado um foguetório
ao grande amigo do Bosta supremo. A prefeitura paga com muito gosto!
Aí, a marcha sobe a Júlio - dos lojistas apoiadores desse governo - e encerra na esquina do Posto Faleiro, com Vivas! ao litro de gasolina à quase sete reais...
Não dá um bom percurso patriótico?
Nazifascistas, deixem a Univates de fora. Dizem que só têm
comunistas lá dentro - se bem que acho o contrário. São seus pares!
Olha... Se reunir na rótula será uma afronta ao chefe-psicopata de todos vocês.
Trilha Sonora: “Este É Um País Que Vai Pra Frente”, de
Heitor Carillo, com a banda “Os Incríveis”, 1976.
SOPHIE KAHN - A PRIMEIRA!
Sabia que a primeira foto de celular foi tirada por um sujeito chamado Philippe Kahn em 11 junho de 1997?
Kahn, um engenheiro de software, aguardava entediado no
corredor de uma maternidade, ao norte da Califórnia. Sua esposa pediu que ele
aguardasse pelo nascimento da filha Sophie.
Já Kahn andava trabalhando com tecnologias que compartilham imagens instantaneamente, e construiu um dispositivo.
Assim que viu a filha, ele fotografou. E testou o “tréco” mandando a foto de sua bebê para mais de 2.000 pessoas - imagem que entrou para a história da Fotografia e da Ciência, instantaneamente.
Como qualquer invenção inicial, a configuração era tosca: uma câmera
digital conectada ao celular flip-top, sincronizada por algumas linhas de
código que Kahn havia escrito em seu laptop no hospital.
E agora, nós aí...
clicando tudo a toda hora pra milhares de pessoas.
Quantos “Khan” você tem no seu celular?