ÜBERDRUSS
dezembro 27, 2013
ESTAÇÕES EM 2013
Outono... uma manta úmida de sereno no céu, enquanto as cores da estação lembram nossa transitoriedade por essa vida.
Inverno: uma poeira branca parece envolver a rua como se
a morte não fizesse mistério de sua vigia no bairro.
Primavera! A estação da esperança... Da renovação da confiança
na humanidade, apesar de cada vez mais os mortos espreitarem os vivos.
Verão. O sol atravessa o zênite para arder na rua. 40º
nessa cidade mercenária. E há quem não plante uma arvore na sua calçada. E há quem
derrube todas existentes. Sim, as estações da alma são inspiradoras: vamos
todos morrer no inferno da ignorância. Não tem
como esquecer os Eclesiásticos, C4 V24: “Não te envergonhes de dizer a
verdade, quando se trata da tua alma.” Então
é isso? A vida não passa de um produto barato? Que venha um 2014 entorpecente. Totalmente
alienante. Que nos torne a cada estação, um pouco mais insensível.
dezembro 20, 2013
IMIGRANTES ITALIANOS & MOINHOS...
No Google é assim, uma coisa leva a outra, a outra... Intrigas da Colônia II.... Essas circunstâncias que a gente não sabe onde vai dar. Chego
à imigração italiana no Brasil. O ápice desse movimento aconteceu durante
o período entre 1880 e 1930.
Conforme o historiador Emilio Franzina, 30% dos nossos
imigrantes vieram do Vêneto – região essencialmente agrícola, das
mais pobres e atrasadas de toda a Itália. Fugiam da fome e da miséria que
assolava o país e quase a Europa.
Sempre é bom reforçar que em 1850 o Brasil proíbe o tráfico
negreiro. Ahã, então vamos escravizar os recém chegados nos cafezais paulistas...
Só láááá em 1902, o governo da Itália emitiria o decreto Prinetti,
proibindo a imigração até então subsidiada. Como fenômeno de massa consta a
época de 1887 a 1902, influenciando
decisivamente no aumento da população brasileira.
Os imigrantes de Antonio Rocco
É em 1875 que os primeiros italianos desembarcam no Rio
Grande do Sul. Estima-se que até 1910 imigraram para cá cerca de 100 mil
italianos. Vinham para substituir os colonos alemães - que a cada ano chegavam
em menor quantidade- atraídos para trabalhar como pequenos agricultores nas terras selvagens da serra gaúcha. Com o tempo foram subindo as encostas migrando para várias
regiões do Rio Grande, entre elas o Vale do Taquari, onde me perco.
As famílias venetas eram grandes. Em média, 12 a 15 pessoas vivendo
em torno de uma pequena propriedade, trabalhando como meeiros na terra de outros. Coisa de 1885.
A imigração italiana no Brasil se expandiu até a década de
1920, quando o ditador Benito Mussolini, com seu governo nacionalista, passou a
controlar o entra-sai da bota. Após a segunda grande guerra ainda chegaram
106.360 italianos, encerrando o grande fenômeno migratório no país de Epitácio
Pessoa.
Familia Postali, 1911, Caxias do Sul
Atualmente vivem no Rio Grande do Sul três milhões de
italianos descendentes, representando cerca de 30% da população do estado.
É graças à imigração italiana que eu conheço o panetone de
Natal.
Alias, os da minha mãe são imbatíveis.
Tutto questo per arrivare a questa conclusione?
Fonte: http://pt.wikipedia.org
TRISTE CAMINHO DOS MOINHOS...
Ilópolis fica 200 km de Porto Alegre, 82 km de
Lajeado...
No ano de 2004 é formada a Associação dos Amigos dos Moinhos do Vale do Taquari que adquire o Moinho Colognese com recursos doados pela Nestlé Brasil através de um projeto da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). Em fevereiro de 2008, foi inaugurado o conjunto do Museu do Pão, a Oficina de Panificação e o restauro do Moinho Colognese.
Visitei o sofisticado complexo arquitetônico do Museu no ano de sua inauguração e assisti ao excelente documentário “O Milagre do Pão”, de Isa Grinspum Ferraz. Voltei mais quatro vezes à cidade como guia turística deslumbrada.
Visitei o sofisticado complexo arquitetônico do Museu no ano de sua inauguração e assisti ao excelente documentário “O Milagre do Pão”, de Isa Grinspum Ferraz. Voltei mais quatro vezes à cidade como guia turística deslumbrada.
Na primeira vez que estive por lá também fui à Anta Gorda.
Conheci o belo cenário onde foi erguido o moinho Vicenzi. Conheci seus proprietários
e suas agruras. Nunca mais voltei. E soube agora que, desiludidos, os
proprietários proibiram a visitação ao seu reduto. Toda razão a eles.
A recuperação dos moinhos coloniais no alto do Vale do Taquari não veio para todos.
Apesar do texto esclarecedor de Manuel Luiz Touguinha no
livro “Museu do Pão – Caminho dos Moinhos”, com ensaio fotográfico de Nelson
Kon:
“Naturalmente que o
seu caráter patrimonial é inquestionável, uma vez que representam a memória de
um povo (a história da imigração italiana no Rio Grande do Sul (1875); as “colônias novas” (1909) de Ilópolis,
Arvorezinha, Anta Gorda, Putinga, Relvado, Itapuca e outras localidades da
região), a sua história econômica e social, a sua história tecnológica e,
frequentemente, o repositório de crenças, ditos e pequenas histórias e
estórias, que constituem parte do imaginário popular.”
Moinho Colognese, 1917, no centro de Ilópolis. Restaurado.
Rua Padre da Silva Kolling, 1020
95990-000 Ilópolis Rio Grande do Sul
Telefone: 51 3774 1537
“A organização de um roteiro de visita passando por moinhos deve permitir o contato com o patrimônio natural, com paisagens espetaculares, com os caminhos tradicionais, com a arquitetura rural religiosa (capelas e capitéis em madeira) e profana (casas, galpões, pontes e outras edificações em madeira), patrimônio culinário da região (polentas, pães, broas de milho, massas, etc.) e o patrimônio imaterial com as estórias e lendas que lhes estão associadas, atingindo assim a sua plena integração e possibilitando um conhecimento mais aprofundado do passado dessas comunidades.”
“O Caminho dos Moinhos, partindo da restauração revitalização
do antigo moinho Colognese de Ilópolis e da constituição do futuro Museu do Pão
e da Escola de Panificação e Confeitaria em seu entorno, possibilitará como
objetivo um desenvolvimento sustentável da região, uma vez que a atração de
novos consumidores, e o prolongamento da permanência dos turistas, que
incrementará a atividade econômica local em projetos interligados ao incremento
das atividades culturais, turísticas e ao desenvolvimento da agricultura
familiar.”
“Não deve ser negligenciada a capacidade de atração que os
moinhos coloniais têm sobre as pessoas. As raízes rurais degrande parte dos
habitantes que ainda vivem nas “linhas” e, em especial nos centros urbanos,
tornam-nos particularmente sensíveis à imagem dos moinhos, que muitas vezes
evoca para eles a infância e a juventude. Além disso, o patrimônio molinológico
profundamente integrado ao ambiente natural efazendo uso de energias
renováveis, apela diretamente para os valores emergentes ligados às
preocupações ecológicas da sociedade pós-industrial. Esta capacidade de atração
já é visível em algumas regiões turísticas da Europa.”
“É urgente dar uma maior visibilidade e publicidade a este
valioso patrimônio construído pelo “saber fazer” de antigos e simples
imigrantes italianos que desbravaram o Alto do Vale do Taquari, a grande
maioria dele desconhecido ou esquecido, em que se aliam velhas técnicas de
construção tradicional e engenhosas obras de hidráulica, e cuja atividade
associada sempre teve uma grande importância na economia e na vida das
comunidades rurais. Eram muitas as famílias que exerciam a profissão de
moleiros, eram inúmeros os agricultores que tinham direito a moer no moinho
comunitário e a propriedade de um moinho era um fator de alguma importância
social e econômica.”
“Hoje em dia, tudo mudou.
O fim do isolamento das comunidades e da pratica da
agricultura de subsistência permitiu o acesso a outras formas de vida e de
consumo.
Com o advento da proibição da moagem do trigo em pequenos
moinhos coloniais, ocasionou-se o distanciamento de muitas pessoas aos moinhos
tradicionais e reduziu substancialmente o negócio dos moleiros.”
“O progressivo abandono da triticultura nas pequenas
propriedades rurais e o envelhecimento daqueles que dominam as técnicas e a
paixão por estes engenhos contribuiu para a degradação deste patrimônio.
Apesar de
tudo, ainda existem alguns rodízios a rodar e algumas mós a moer.
Talvez sejam os últimos e só subsistem à custa do empenho
pessoal e apaixonado de velhos moleiros.
É urgente valorizar e divulgar estas marcas do passado rural
das comunidades, mostrando-as às gerações atuais e futuras. O aproveitamento
deste patrimônio para fins didáticos, culturais ou meramente turísticos, pode e
deve ser a solução para permitir a sua preservação, podendo mesmo contribuir
para o próprio desenvolvimento local do Alto do Vale do Taquari.”
Manuel Luiz Touguinha
MOINHOS PELO CAMINHO...
MOINHOS PELO CAMINHO...
Moinho Marca, de
1950, Linha Carlos Barbosa, Putinga. A
ser restaurado.
Moinho Vicenzi,
1930, Linha Tunas, Anta Gorda. A ser
restaurado. Funcionando. Com muitas dificuldades.
Moinho Castaman,
1947, Linha Quarta Baixa, Arvorezinha. A ser restaurado.
Um investimento de R$ 2.8 milhões perdido, apesar dos
projetos de recuperação aprovados no Ministerio da Cultura. Claro, hoje já se
sabe que muita gente lucra em cima desses projetos que envolvem deputados
federais e agentes de cultura imorais.
O Escritorio Brasil Arquitetura teria pronto três projetos
de restauração dos moinhos Castaman, Marca e Dalé. Dizem que havia grana para
tudo, mas os prefeitos-caranguejos deram para trás. Devem ter seus motivos
nobres...
Para saber mais, aqui: http://www.ecoregional.com.br/noticias/6271/Caminhos_de_papel/Projetos_que_podem_mudar_o_destino_da_regiao_precisam_de_apoio_para_se_tornar_realidade#
Moinho Dallé,
1919, Linha Borghetto, Anta Gorda. A ser restaurado. Funcionando. Du-vi-do. Farinha La
Mama.
Moinho Fachinetto,
1947, bairro Moinho, Arvorezinha. Restaurado. Ou reformado? Funcionando. Farinha Vó Gentilia.
* Creio que o Caminho dos Moinhos emperrou.... Infelizmente. Apesar
dos esforços da professora e ambientalista Judith Cortesão, que na virada do século
XXI, no ano 2000, visualizou a urgência
da restauração, da pesquisa e divulgação dos moinhos coloniais.
Conseguiu,
conseguiram, como se viu, apenas em Ilópolis.
dezembro 18, 2013
dezembro 13, 2013
DO MEU BLOQUINHO
.chaves. todos os dias surge uma por aqui. desencontrada. perdida. esquecida. devolvida? procurando por uma fechadura.
nada. sequer o dono da chave. mas elas continuam aparecendo. as vezes,
chaveiros inteiros. outras, chaves solitarias como parasitas. não cabe em
armário, porta de casa, carro, baú. não abrem, nem trancam. de onde vem tantas
chaves? uma coisa atraentemente desconhecida. cadeados infinitos. gavetas
oníricas. metafora para segredos. esconderijos. chaves destrambelhadas, soltas
pelo mundo. d'usmilivri se falassem.
dezembro 10, 2013
EDMIR SILVEIRA
photo by Dorethea Lange
“Nada, nunca, vai substituir um amigo.
Nossa alma precisa do toque humano,
do calor, da compaixão.
Ter muitos amigos no facebook quer dizer,
apenas,
saber se comunicar bem.
Ter amigos verdadeiros na vida real,
mesmo que poucos,
é a maior e verdadeira conquista de uma vida.”
in “A solidão e o Facebook”
ROLIHLAHLA MANDELA
* Mvezo, na África do Sul, 18 de julho de 1918.
+ Joanesburgo, 5 de dezembro de 2013.
O pacifista pai da patria morreu. Beligerantes e terroristas estiveram hoje no funeral.
Constrangimentos a parte, Mandela continua
inspirador feito um anjo da enunciação:
“ ...e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem.” (
Lucas 2:14) - entre dezenas de presidentes, primeiros-ministros
e um sem número de líderes políticos, nada mais significativo do que o aperto
de mão entre os presidentes Raúl Castro, de Cuba, e o americano Barack Obama.
O planeta suspirou... Só Mandela conseguiria isso. Ninguém mais.
LA MARIHUANA URUGUAYA
Hoje à noite o Uruguai deve se converter no primeiro país a
legalizar e a regulamentar a produção, a venda e o consumo da maconha. Ou não.
O projeto de lei, defendido pelo presidente Pepe Mujica e
aprovado pela Câmara dos Deputados, será votado pelo Senado. O governo tem 17
dos 30 legisladores...
Com a nova lei, qualquer pessoa residente no Uruguai,
maior de 18 anos, terá direito a comprar até 40 gramas de maconha por mês na
farmácia – a preços inferiores aos do narcotraficantes.
Mas precisa se registrar, se quiser ter acesso à droga,
legalmente.
À propósito: 28 mil uruguaios – 5% da população entre 15 e
65 anos fumam um cigarro de maconha por dia.
À propósito 2: os traficantes faturam US$ 40 milhões por ano
com a venda da maconha.
À propósito 3: 22 toneladas de maconha são vendidas
anualmente no Uruguai – o dobro do ano passado.
À propósito 4: A maconha uruguaia é a quarta droga mais consumida,
depois do álcool, do tabaco e dos psicofármacos.
* Quando meu pai morreu, uma substancia preta e viscosa
escorreu dos ouvidos. Disse o seu médico: "ele parou de fumar há 15 anos, mas
isso ainda é por conta do vício."
Inalar fumaça dá nisso.
Qualquer fumaça.
dezembro 09, 2013
DO MEU BLOQUINHO
.dezembro escorre. até as lagartas já se ligaram. fim de ano
neurótico. consumista. relações frágeis e hipócritas. em anna karenina, a
verdade vem pela mão de lev tolstoi: «todas as famílias felizes se
parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.».
dezembro escorre. e é a prova dessa sabedoria.