março 31, 2020

RITA LEE


“Um teste para aqueles que sobreviverem a essa guerra invisível se conscientizem de que o planeta Terra esta realmente sendo destruído pelos donos do poder.” 

DAS LEITURAS...

Tela de Pieter Bruegel


Em São Paulo, 24.300  sem-tetos habitam calçadas e vivem sob viadutos. O prefeito Bruno Covas (40 anos no dia 7 de abril)  instalou pias no centro da cidade para uso desta população. 

Com câncer na cárdia (entre o esôfago e o estômago), o prefeito Bruno Covas trouxe a própria cama para a sede da prefeitura: 

a cidade de São Paulo está em primeiro plano.

VÍRUS DO ABANDONO......... E DA FUTILIDADE

As comunidades carentes sofrem dez vezes mais: sem esgoto, sem água, sem saúde e sem comida. 

São 13,6 milhões de brasileiros que moram em favelas, uma população maior do que a cidade de São Paulo.

Nas favelas cariocas, toque de recolher imposto pelos traficantes.

“Se para a classe média a quarentena causa transtornos em suas rotinas, para os favelados a ameaça do coronavírus é muito maior, com suas moradias precárias, empilhadas nos becos estreitos, muitas vezes sem saneamento, sem água nas torneiras nem dinheiro para comprar sabão.” Ricardo Kotscho

Enquanto isso 60 membros do arborizado Country Club do Rio de Janeiro apresentaram contaminação com o Covid-19. Uma socialite de 71 anos, morreu. Bom... o verdadeiro aristocrático Príncipe Charles, 71 anos, também contraiu a doença e tá em quarentena num daqueles belos palácios escoceses.

PLAYBOY


A revista encerrou suas atividades. O covid-19 faz sua primeira vitima impressa?

Não, a revista já não tinha  mais folego editorial  e escassos leitores, desde a morte do fundador Hugh Hefner em 2017.

A primeira capa surgiu em 1953 e trouxe a atriz Marilyn Monroe como a primeira coelhinha da revista. 

No  final dos anos 50, a Playboy vendia 1 milhão de exemplares.

Só que nos anos 90 surgiu a escancarada internet e apunhalou o erotismo da revista americana.

A ultima edição impressa ganhou as ruas americanas com apenas 200 mil exemplares.

XUXA & RIHANNA

Dizem, a primeira doou 1 milhão de reais ao SUS. A segunda, 5 milhões de dólares a OMS, que incentiva as pesquisas para descobrir uma vacina que o mundo, mas principalmente 184 países contaminados aguardam esperançosos.

Jornal A Hora

LAJEADO

Uma fonte, instruída em cálculos e projeções de estimativas, população, gráficos, e sei lá o que.... estima que, com sorte, na minha cidade serão 200 mortos.

Para o governo brasileiro é bom que os aposentados morram. 

Deixará de pagar 200 milhões de reais caso 10 mil aposentados desaparecerem. Não dê esse gostinho para o governo: fique em casa.  

Mas, se depender dos lojistas sabotadores da quarentena de Lajeado, o confinamento termina na próxima 4ª-feira. 

Os gananciosos serão os primeiros a correr para ocupar um dos 6 leitos de UTI disponível no hospital da cidade.

Além da luta contra o vírus, precisamos lutar contra o verme demente... 

Renuncia escroto. Renuncia psicopata. Renuncia capiroto.

DICA CULTURAL


 Não vi, mas minha amiga Ana Julia recomendou e vou assistir porque a direção é a mesma do seriado Downton Abbey: The English Game, sobre a criação do futebol na Inglaterra.
Disponível na Netflix. 

março 28, 2020

CRONICA


O jornalista Roberto Pompeu de Toledo conta no seu livro “A capital da solidão: Uma história de São Paulo das origens a 1900”, (2003) sobre a gripe espanhola.

É o mesmo artigo que assina na revista Veja desta semana, enviada, gentilmente, pelo jornalista Mazzarino, de Encantado.  Caso interesse:

“1918 foi no Brasil, e especialmente em São Paulo, o ano dos quatro “Gs”:
geada, gafanhotos, guerra e gripe.

A geada devastou as plantações de café.
Uma praga de gafanhotos completou a devastação.
A guerra na Europa inaugurou nesse ano a participação brasileira, ainda que modesta.

Para fechar a conta das desgraças, recebemos, por cortesia dos navios que chegavam a nossos portos, a visita da gripe, chamada “espanhola”, que corria o mundo.

O Rio de Janeiro, em meados de outubro, exibia aspecto desolador. 

Até as farmácias fechavam, por falta de funcionários sãos.

Nos cemitérios escasseavam coveiros, e caixões eram depositados no chão.

Em Santos, uma semana após o primeiro caso, os infectados eram 4 000.

Em São Paulo um hóspede carioca do Hotel d’Oeste, no Largo de São Bento, foi diagnosticado com a doença no dia 9 de outubro. Era o primeiro caso.

No dia 16 havia 29; no dia 23, 1 144; no dia 4 de novembro, 7 786.
São Paulo contava cerca de 550 000 habitantes; o Rio de Janeiro, 1 milhão; e o Brasil, 30 milhões.

Nos últimos dias de outubro São Paulo igualava-se ao Rio, no aspecto desolador. 


Boa parte do comércio fechara as portas, fosse por falta de fregueses, fosse de funcionários.

O jornal A Gazeta observava, no dia 23 de outubro, que o “elemento feminino” sumira das ruas: “Não existe há vários dias o footing que emprestava ao centro de nossa urbe, das 16 às 18 horas, um aspecto encantador, cheio de carinhas risonhas, deliciosas de graça e de beleza”.

A letalidade, de início, era baixa, a ponto de o jornal O Estado de S. Paulo, no dia 19, fazer pouco do problema:

“Basta, como resistência à moléstia, tomar, com rigor, as poucas e fáceis precauções aconselhadas pelos médicos da cidade. Quanto ao resto, não se preocupar e falar do morbo o menos possível, procurando manter em redor uma atmosfera de tranquilidade e confiança”.

As precauções eram evitar aglomerações, não fazer visitas, evitar esforço físico (acreditava-se que diminuíam a resistência à doença).


A primeira morte ocorreu em 21 de outubro.

A 2 de novembro eram 141 e nos dias seguintes aproximavam-se de 200.

O então precário sistema de saúde precisou de reforço. Montaram-se hospitais improvisados em colégios como o Sion, o São Luís e o Mackenzie, e em sedes de clubes como o Palestra Itália e o Paulistano.

O Corinthians, num humilde comunicado, afirmou que, “apesar de sua insignificante valia”, se sentia na obrigação de concorrer “para o alívio dos infelizes operários atacados pela pandemia”. Sendo assim, apesar de “pobre por sua natureza”, conclamou os sócios e os admiradores a uma vaquinha para socorro.

As baixas atingiam os detentores de postos-chave.
O delegado-geral Tirso Martins pegou a gripe e passou o cargo a seu segundo, que também pegou a gripe.

A dama da sociedade Antônia de Queirós, presidente da Cruz Vermelha paulista, também caiu gripada; sua substituta teve a mesma sorte, e a substituta da substituta. 

Club Atlético Paulistano em 1918: salões convertidos em enfermarias


Na redação de O Estado de S. Paulo, o diretor Júlio de Mesquita adoeceu e entregou o bastão aos filhos, o segundo Júlio e Francisco; estes o repassaram aos seguintes na cadeia de comando, e assim foi até que um simples amigo dos jornalistas, o jovem escritor, ainda inédito, Monteiro Lobato, assumiu, por conta própria, a chefia de uma redação deserta.

O escritor Paulo Duarte escreve, em suas memórias, que na Rua da Consolação passavam filas de caminhões levando cadáveres:

“Esta paisagem tornou-se rotina. Já não se prestava atenção naqueles montes de caixões de defunto, todos iguais, uns sobre os outros”.

Para atender à demanda, ampliaram-se os cemitérios da Consolação, do Araçá e do Brás, e abriu-se um novo, na Lapa. Luzes foram neles dispostas às pressas, para tornar possíveis enterros à noite.

Uma vala comum, aberta no cemitério do Brás, recebeu 337 corpos, sem caixões. 


Na maioria vieram do hospital improvisado na Hospedaria dos Imigrantes, onde foi internada grande parte da população pobre.
Nos bairros populares, mais que a doença, temia-se a Hospedaria dos Imigrantes.

Espalhava-­se que ali se aplicava o “chá da meia-­noite”, para apressar a ida dos pacientes desta para a melhor.

A 19 de dezembro declarou-se encerrada a epidemia, depois de 66 dias.

Na conta oficial, 116 777 pessoas foram infectadas na cidade e 5 331 morreram.

Cálculos extraoficiais fazem o número de infectados avançar a até 350 000, o que corresponderia a dois terços dos habitantes.

março 26, 2020

MALCOM X

“Você não deveria ser tão cego 
com o patriotismo
a ponto não conseguir encarar a realidade.

Errado é errado,
não importa quem o faz ou diz.”

DIÁRIO DE UMA CONFINADA




Desde o fim do dia 18 de março, quando voltamos de Garopaba, estamos trancamos em casa. No dia anterior fiz minha última trilha com as netas, na praia.  Nos despedimos sem saber se quando iriamos nos ver de novo. Sem abraço e sem beijo. À noite iniciei esse diário, me valendo de uma caneta e  agenda: não posso contar com a minha memória para o futuro. Nesse mesmo dia, meu filho fechou as suas lojas de vestuário. E eu senti orgulho. Só quase uma semana depois, outros empresários fizeram o mesmo e porque o governo mandou. Meus filhos se trancaram com seus filhos. Adriana foi dispensada da faxina, com garantia de seu salário no fim do mês.

No dia 19, a vigilância sanitária foi no prédio da minha mãe, colher material para teste. Entramos em pânico.  A desesperança é como um paquiderme: pesada e sem saber a extensão do corpo como um todo.


Dia 20, ao meio-dia, meu irmão resgatou a mãe daquele prédio-bomba onde três acabaram confirmados com vírus. Eles passaram aqui. Foi a ultima vez que a vi olho no olho. Trouxe um vidrinho de água benta. Acho que vou beber...  Inicio um tratamento com antibiótico para garganta, que vem baleada desde a praia. Faxinas, faxinas e faxinas em toda casa: desinfetando tudo, até o nariz com gel e sabão.  Como um tsunami, a pandemia nos arrasta e revela nosso lado mais covarde e angustiante.



Dia 21, sábado, Anna Clara fez 11 anos. Nunca mais vai esquecer esses dias de terror? O Japão, que passou por explosão nuclear, guerras, furacões e tsunamis reais, é o que mostra mais presteza no combate à pandemia. E ainda pensa na possibilidade dos Jogos Olímpicos. São disciplinados, mas também kamikazes.  Aqui, o 1º caso é confirmado na cidade. Uma das 60 pessoas que viajaram de navio...

Dia 22, nosso primeiro domingo recluso, sem cheiro de churrasco. Míseros filés de frango. A cozinha não é meu forte. Um silêncio impressionante no bairro, sequer o som dos caminhões da BR 386 chega até aqui. Da janela, acompanho o voo de uma borboleta polinizando as flores do jardim. É tempo de seca. Faz tempo que não chove no estado. Sairemos vivos dessa? Ligo para amigos e familiares. O  whatsApp é a principal ferramenta de contato, fofocas, fakes e poesia. Minha garganta não cede – apreensão.  Revejo o cineteen "O feitiço de Aquila", de 1985, com Matthew Broderick adolescente e a bela Michelle Pfeiffer. O tempo faz isto: desconstrói o passado. Quando deito a cabeça no travesseiro, mesmo depois de muito cansada, a insônia não dá trégua e lá vem mais um zolpidem embaixo da língua.




Dia 23, minha amiga das mais antigas e comadre, Tina, faz aniversario. Nada de reencontro regado à whisky e champanhe.  Vou de goela seca para o meu quintal arrancar inço e mexer na terra.  À tardinha boto o vinil  Muitos Carnavais, do Caetano e como uma serpentina viva pulo pela  sala, ignorando a falta de confetes. Saio suada. É tempo de sofá e assisti Butch Cassidy & the Sundance kid, no Telecine. A trilha sonora para a cena de Paul Newman na bicicleta me emociona. Minha garganta não cura: medo entalado?


Dia 24, hoje daria uma oficina de literatura no Arte na Univates... Faxino, faxino, faxino. Alguém fala em vírus democrático e tenho um surto de raiva. Como assim, imbecil? As industrias alimentícias estão trabalhando e os filhos dos funcionários estão brincando na Slan, aos cuidados das professoras. E tu vem  falar em vírus democrático? Vai tefudê.  A coisa mais emocionante que realizo nesta terça-feira é lavar 25 sacolas plásticas que vieram dos mercados... Dois casos confirmados na cidade. Os do prédio da minha mãe. Saindo viva dessa serei uma fantasma viva? Assisto a dois capítulos do documentário “Quem matou Malcom X”?

Dia 25, “O tempo parado na nossa frente...” canta Elton John: happy birthday, sir! 73 anos. Assisto ao seu doc no Canal Bis. Na segunda vez que ele veio a Porto Alegre, fomos. Marcou muita minha adolescência e não sei qual das suas canções gosto mais. A gente cantava o que entendia inventando um  inglês ordinário e chorava, sem saber a tradução das letras. Faço vacina da gripe. Ninguém no posto. E o cara que aplica tá sem luva, putz... Perco meus óculos. Vejo Lívia de bici com o pai. A lavanderia inunda: esqueci os saquinhos do super dentro do tanque, onde escoa a água da máquina de lavar... Enchente até na cozinha. A garganta não melhorou e tomei a ultima dose do antibiótico. Tô surtada. Mais dois capítulos do Malcom X.


Dia 26, um desgoverno, um psicopata que deveria renunciar agora. Um Ministro da Saúde que em 2016, como deputado federal pelo DEM, aprovou o congelamento durante 20 anos de investimentos  na saúde e educação. Admirado por muitos, mas agora mudou sua postura para se alinhar ao pronunciamento assassino do capo da nação. Mandetta foi indicação do governador goiano Caiado, que rompeu ontem com o bolsobosta. 160 possíveis infectados na minha cidade. 5 confirmados. Na reportagem sobre a pandemia em Nova Iorque, falam que o corona é pior que a derrubada das torres gêmeas... Mas  aqui, o psicopata acha que é apenas uma gripezinha. 77 mortes no Brasil. Faço yoga na sala. À noite, depois do cine-sofá, leio "A elegância do ouriço", de Muriel Barbery, presente de niver da minha mais recente amiga, Ingrid.






março 22, 2020

EDUARDO GALEANO


“Eu não acredito em caridade, 
eu acredito em solidariedade.

Caridade é tão vertical: 
vai de cima pra baixo.

Solidariedade é horizontal: 
respeita a outra pessoa e aprende com o outro.

A maioria de nós tem muito o que aprender 
com as outras pessoas.”

GERBASE, MANDANDO SEMPRE BEM




março 20, 2020

HA 20 DIAS...

 ... no Jardim Botânico da minha cidade tomávamos chimarrão e falávamos das nossas vidinhas.

De como tudo é efêmero:
hoje aqui, amanhã embaixo da terra.

O  Japão que já conviveu com guerra mundial, bomba-atômica, explosão de usina nuclear, tsunamis, furacões... conseguiu que seu povo disciplinado apoiasse o chamamento de confinamento com a chegada do corona. Parece - parece - que não chegou a 2 mil infectados e até essa semana, 31 mortes.

Hoje à tardinha, confirmado o 1º caso, no Hospital Bruno Born.

LOUIS VUITTON & O BOTICARIO

À velocidade da luz, apenas 72 horas depois que o governo francês emitiu um pedido à indústria,  a Louis Vuitton começou a produzir milhares de frascos de gel para ajudar a suprir a falta à medida que a propagação do vírus se acelera na França.

O  bilionário Bernard Arnault, que transformou a Moët Hennessy Louis Vuitton em uma gigante do luxo e maior empresa do país, pode reunir recursos rapidamente e recorrer a redes de influência informais mas poderosas.

A indústria cosmética é na verdade uma prima próxima da farmacêutica, e o equipamento fabril pode ser rapidamente aproveitado para outros fins.

O gel desinfetante requer três ingredientes principais —água purificada, etanol e glicerina—, todos os quais a LVMH já possuía.

Assim a Louis Vuitton deve doar até o final desta semana 12 toneladas de álcool gel para os 39 hospitais do sistema de Paris conhecido como APHP.

"A LVMH continuará honrando esse compromisso pelo tempo que for necessário", afirmou a empresa em comunicado.” Folha de São Paulo

Por aqui, O Boticário  também mostrou solidariedade.

“Com sede em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, anunciou nesta quinta-feira (19) a doação de 1,7 tonelada de álcool em gel para a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba.
O produto, que faz parte da linha Cuide-se Bem, possui concentração de 78% de álcool etílico, sendo responsável por eliminar cerca de 99,9% das bactérias.

A doação da empresa curitibana foi motivada pelo sentimento de união que o momento exige.” ricmais.com.br

IGNAZ SEMMELWEIS


O Google homenageia com um doodle  o médico húngaro que ensinou os colegas o poder de uma simples ação para conter a mortandade: lavar as mãos no hospital evitava a morte de parturientes.

“Atualmente, esse gesto, tão simples quanto cotidiano, ganha nas últimas semanas um valor incalculável por ser uma das soluções mais eficazes para evitar o contágio pelo vírus SARS-CoV-2, mais conhecido em todo mundo como o novo coronavírus (Covid-19).

O que não se tem dúvida é de que o pesquisador foi o pioneiro da antissepsia sanitária, mais tarde transferida à cirurgia por Joseph Lister, e que abriu caminho para que Louis Pasteur elaborasse sua teoria dos germes.” El País

PASTOR JULIANO


Meteu assalto no pedágio, em depósitos de medicamentos e residências. 
Como? 
Cópia das chaves dos amigos roubadas na academia.
A polícia não prendeu. Todas as provas na cara, mas não prendeu.
Mas respondeu processo e acabou condenado. Viveu dois anos em Porto Alegre. Pagou a pena com trabalho voluntário e cestas básicas. 
Virou pastor.
E, finalmente, para evitar o risco de incidência, casou com a filha de um milionário da cidade.
Entre os convidados no festerê, algumas vítimas.
Mas a vida não é mesmo uma canalhice singular?

Agora com o corona silenciosamente em cada retalho de asfalto... parece que tudo ganha outro sentido.

março 12, 2020

CLAUDE MONET


 “Todos discutem minha arte
e fingem compreender,
como se fosse necessário compreendê-la,
quando é simplesmente necessário amar.” 

CORONA & BACURAU

Fraga- Zero Hora


Depois q assisti Bacurau, ontem, imaginei que os estrangeiros que invadem a vila, são eles o nosso COVID-19. 
Algumas perdas, mas venceremos?

JOSÉ SIMÃO



“E atenção! Faltam 15 dias pra ditadura! 

“Bolsonaro compartilha vídeo convocando para ato a favor de si próprio e contra o Congresso.” Tipo Maduro! Finalmente o Brasil virou a Venezuela! Rarará!

“Dia 15 eu vou, Minto.” “Dia 15, Eu Vomito”. Rarará!

E em homenagem ao incendiário general Heleno o ato vai se chamar Foda-se! Foda-se a Democracia! 
O Maia vai levar choque elétrico. 
O Gilmar Mendes vai pro pau de arara. Se o pau aguentar. 
Rarará!”

LER ILUMINA

Ta empanturrada de realidade? Te isola...

DO MEU CADERNINHO


A imaginação, diz a escritora espanhola Rosa Montero, com mais de 25 livros e vários prêmios literários e jornalísticos no seu currículo, é a louca da casa. E sabemos que “muitos povos  consideram os loucos como seres iniciados no mundo”.

Não vamos nos espantar com nossos loucos de estimação, nossos loucos mansos que cantam nas calçadas, nossos loucos que se drogam nas praças. Nãoooo!

Vamos ter muito cuidado, muito mesmo, com os loucos nazistas nos arredores do nosso bairro, impregnados de preconceitos e cúmplices das injustiças e sacanagens sociais. E corruptas. 

São vereadores, presidentes de associações, de clubes, de entidades, advogados, empresários “bem sucedidos”, dente "do bem"... 

Todos eles sabem quando se vendem. E a imprensa  também sabe quando deixa de apontar a merda que os falogoncentricos estão fazendo em Lajeado.


Sim... Nadar contra a correnteza é bem cansativo, e muito desgastante. Para não contradizer a vizinhança, a família, os colegas de trabalho, os amigos de feissibuqui... Quem disse “um pensamento independente é um lugar solitário e ventoso.”?

Por isso, um tempo se faz necessário nas redes sociais para não me contaminar mais ainda.

PROMOTOR PAULO BRONDI*


“Bolsonaro é um cafajeste. Não há outro adjetivo que se lhe ajuste melhor.

Cafajestes são também seus filhos, decrépitos e ignorantes. Cafajeste é também a maioria que o rodeia.

Porém, não é só. E algo que se constata é pior. Fossem esses os únicos cafajestes, o problema seria menor.

Mas, quantos outros cafajestes não há neste país que veem em Bolsonaro sua imagem e semelhança?
Carlos Latuff

Aquele tio idiota do churrasco, aquele vizinho pilantra, o amigo moralista e picareta, o companheiro de trabalho sem-vergonha…

Bolsonaro, e não era segredo pra ninguém, reflete à perfeição aquele lado mequetrefe da sociedade.

Sua eleição tirou do armário as criaturas mais escrotas, habitués do esgoto, que comumente rastejam às ocultas, longe dos olhos das gentes.

Bolsonaro não é o criador, é tão apenas a criatura dessa escrotidão, que hoje representa não pela força, não pelo golpe, mas, pasmem, pelo voto direto.

Não é, portanto, um sátrapa, no sentido primeiro do termo.

Em 2018 o embate final não foi entre dois lados da mesma moeda.
Foi, sim, entre civilização e barbárie. A barbárie venceu. 57 milhões de brasileiros a colocaram na banqueta do poder.

Elementar, pois, a lição de Marx, sempre atual: “não basta dizer que sua nação foi surpreendida. Não se perdoa a uma nação o momento de desatenção em que o primeiro aventureiro conseguiu violentá-la”.

Muitos se arrependeram, é verdade. No entanto, é mais verdadeiro que a grande maioria desse eleitorado ainda vibra a cada frase estúpida, cretina e vagabunda do imbecil-mor.

Bolsonaro não é “avis rara” da canalhice. Como ele, há toneladas Brasil afora.

Aroeira

A claque bolsonarista, à semelhança dos “dezembristas” de Luís Bonaparte, é aquela trupe de “lazzaroni”, muitos socialmente desajustados, aquela “coterie” que aplaude os vitupérios, as estultices do seu “mito”.

Gente da elite, da classe média, do lumpemproletariado. 

Autodenominam-se “politicamente incorretos”. Nada. É só engenharia gramatical para “gourmetizar” o cretino.

Jair Messias é um “macho” de meia tigela. É frágil, quebradiço, fugidio. Nada tem em si de masculino. É um afetado inseguro de si próprio. E, como ele, há também outras toneladas por aí.


Fraga/Zero Hora

O bolsonarismo reuniu diante de si um apanhado de fracassados, de marginais, de seres vazios de espírito, uma patuléia cuja existência carecia até então de algum significado útil.

Uma gentalha ressentida, apodrecida, sem voz, que encontrou, agora, seu representante perfeito.

O bolsonarismo ousou voar alto, mas o tombo poderá ser infinitamente mais doloroso, cedo ou tarde.

Nem todo bolsonarista é canalha, mas todo canalha é bolsonarista.

Jair Messias Bolsonaro é a parte podre de um país adoecido.”

* Do Ministério Publico de Goias.

março 04, 2020

DICIONÁRIO



"Solidariedade é um ato de bondade e compreensão com o próximo ou um sentimento, 
uma união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo.

1. Cooperação mútua entre duas ou mais pessoas.
2. Identidade entre seres."

PROJETO LIVROS LIVRES





Em São Paulo, na Praça Japubá, uma casinha construída com materiais reciclados, depositados em caçambas. Nela, livros doados, que depois de lidos, podem ser devolvidos em qualquer outra casinha que achar no bairro Pinheiros.

É o projeto Livros Livres, lançado em 2018 e inspirado nas boîte à lire francesas, projeto que possui mais de 500 bibliotecas de rua, só em Paris. 

As obras que chegam ganham um carimbo para lembrar que não podem ser vendidas.

Até o momento, mais de 5 000 exemplares já passaram pelas casinhas, que tem o acervo renovado quinzenalmente por uma professora, amiga dos livros. 

Tive a mesma ideia na minha cidade, em 2016... É um ato de resistência. De birra. Tentativa de cauterização da mediocridade vigente.

Dá um pouco mais de trabalho: 
tiro e boto na calçada todos os dias.

São mais de 300 livros, todos doados. E todos carimbados, também. Alguns voltam, outros não. mas sempre tem apoiadores bacanas trazendo!

TEU PASSADO TE CONDENA?


GRANDES PESTES

O cientista suíço Alexandre Yersin (1863-1943), descobridor do bacilo causador da peste, tem sua história contada no livro "Peste e Cólera", de Patrick Deville.


Dizem que a Grande Peste veio da Asia – fonte com dados confiáveis?

Ano da carnificina: 1346 a 1353, se espalhando a partir da rota da seda. 

Estatística de mortandade: 75 a 200 milhões. Dizem que evaporou dois terços da população mundial. Só Paris perdeu metade de seus habitantes. Tunes, capital da Tunísia, morreram mil pessoas por dia. No Cairo,  sete mil...  

As pessoas morriam podres em vida e suavam sangue.

Não davam conta dos cadáveres em decomposição, que atraiam mais ratos a céu aberto.  A maior pandemia de que se tem notícia até hoje. 

Gosta de História? Vai no Wikipedia.


Nada comparável, mas agora vivemos a era do corona, com as autoridades tentando acalmar o povo pra não se desesperar, enquanto ensinam a gente a lavar as mãos. 


A peste bubônica chegou de navio à Europa. Hoje, o corona também, e por avião. A peste do século XIV era transmitida através das pulgas dos ratos. A peste do corona por morcego - dizem e estão estudando ainda.


OUTRAS PESTES




1596-1602 - Peste Espanhola -20 milhão de espanhóis mortos.
 1629-1631 - Peste italiana. Metade da população de Milão.
1664-1665 - Grande Praga de Londres - Entre 75 a 100 mil mortos. 
1679 – Grande  Peste de Viena. 76 mil mortos.
1817 – Peste da Cólera - até 1860 15 milhões de mortos na Índia e 2 milhões na Russia. 

1850-1950 – Tuberculose - 1 bilhão de mortos.
1896-1980 – VARÍOLA - 300 milhões de mortos.
1918-1919 – Gripe Espanhola (Influenza) – 20 milhões de mortos.
1918 a 1922 – Tifo - 3 milhões de mortos  na Europa Oriental e Rússia.
1960 a 1962 – Febre amarela – 30 mil mortos na Etiópia.
1981 – Aids – 30  milhões de mortos.

Sem falar no sarampo, na malária, sars, ebola, dengue, e agora em 2020, o Corona Vírus que já matou 3 mil pessoas e está em curso.


Uma médica, no seu consultório, olhando bem dentro dos meus olhos embaciados de medo, disse: 

“Viver é um milagre.”


Gilmar Fraga

Já a maior peste brasileira é mesma aquela transmitida pelos ratos  que infestam o senado, a câmara, e todo tipo de governos estaduais e municipais.

Brasília, atualmente, é uma infecção só. Cuidem-se. 

Lavar as mãos pode ser uma perigosa metáfora para esses tempos...